EFEITOS NÃO AUDITIVOS DO RUÍDO EM UNIVERSITÁRIOS - ATIVIDADE ELETRODÉRMICA
Garcia, P. N. L. M. ;
Perini, B. P. ;
Guesser, V. M. ;
Samelli, A. G. ;
Introdução: O ruído pode ocasionar alterações comportamentais, psicológicas e de saúde em geral. Isso ocorre através da ativação do Sistema Nervoso Autônomo, o qual é ramificado em Sistema Nervoso Simpático (SNS) e Sistema Nervoso Parassimpático (SNP). O SNS é ativado em situações de alerta, responsabilizando-se pela homeostasia de emergência (aumento de performance); já o SNP realiza a homeostasia de repouso (diminuição de performance). Em situações ruidosas, pode haver o aumento de atividade do SNS, havendo a secreção de epinefrina e norepinefrina, aumentando a atividade eletrodérmica. Apesar da literatura científica mundial abordar os efeitos auditivos do ruído, há uma defasagem nos estudos que investigam os impactos não auditivos do ruído, sobretudo em situações que demandam maior concentração e esforço auditivo e no ambiente escolar. Assim, é importante que tal temática seja abordada, visando preencher estas lacunas. Objetivo: Investigar os efeitos não auditivos do ruído durante a realização de tarefa de atenção visual por meio da atividade eletrodérmica. Metodologia: Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição, sob o número 5.564.809. A pesquisa foi realizada com 40 adultos universitários, entre 18 e 34 anos, sem perda auditiva. Para a inclusão na pesquisa, foram realizados os seguintes procedimentos prévios: assinatura do Termo Livre Esclarecido, anamnese englobando questões de saúde geral, saúde auditiva e a relação entre a rotina do indivíduo e o ruído; meatoscopia; audiometria tonal e imitanciometria. Após estes procedimentos, foi iniciada a etapa da pesquisa com o posicionamento dos eletrodos da atividade eletrodérmica. O indivíduo permaneceu sentado em uma poltrona com fone de ouvido e realizou tarefas de atenção visual (teste Stroop-Victoria adaptado) em situação de silêncio (primeira etapa) e situação de ruído (com ruído branco a 75 dBA) (segunda etapa). Ao término da primeira etapa, houve um descanso de 10 minutos, para que o registro da atividade eletrodérmica voltasse à linha de base, antes da etapa com ruído. Todos os dados foram analisados estatisticamente, mediante testes descritivos e de hipótese (Anova). Resultados: A amostra foi composta por 75% de indivíduos do sexo feminino e 25% de indivíduos do sexo masculino. As porcentagens de acertos no teste Stroop foram significantemente mais baixas na presença de ruído (p=0,011). Não houve diferenças estatisticamente significantes para as medidas da atividade eletrodérmica (latência do primeiro sinal, amplitude do primeiro pico e números de picos) entre as situações sem e com ruído. Conclusão: Os resultados sugerem associação entre a presença de ruído e piora no desempenho da tarefa cognitiva. Para as medidas da atividade eletrodérmica, não foi possível verificar diferenças entre as situações sem e com ruído.
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