AVALIAÇÃO DO EFEITO INIBIDOR DA VIA EFERENTE NA DOENÇA FALCIFORME
Lima, V. R. O. ;
GIL, D. ;
INTRODUÇÃO: A Doença Falciforme (DF) é uma das enfermidades genéticas e hereditárias mais comuns no mundo. A alteração molecular faz com que ocorra uma mudança na forma dos glóbulos vermelhos tornando-os semelhantes a uma foice. A deficiência auditiva nesses indivíduos pode se dar devido à sensibilidade da cóclea à vaso-oclusão que pode gerar isquemia e anoxia coclear. O efeito inibidor da via eferente (EIVE) ou supressão das emissões otoacústicas é caracterizado pela redução da amplitude da resposta na presença de ruído contralateral que ocorre devido à ação do sistema eferente olivococlear medial pela introdução de ruído, cuja presença, reduz a contração das células ciliadas externas, diminuindo a amplitude de resposta das EOA. Esse mecanismo contribui para auxiliar na diferenciação entre perdas auditivas periféricas e centrais. OBJETIVO: Analisar o efeito inibidor da via eferente na doença falciforme. MÉTODO: A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa institucional sob o parecer de número: 6.540.720. Foram selecionados pacientes de 6 a 60 anos com DF, que apresentassem curvas timpanométricas do tipo A e emissões otoacústicas transientes presentes em todas as frequências. Os pacientes selecionados foram submetidos às medidas de imitância acústica, emissões otoacústicas transientes e supressão das emissões otoacústicas. RESULTADOS: Foram avaliados 31 indivíduos, num total de 62 orelhas. Destas, foram excluídas 11 orelhas direitas e 14 esquerdas por não apresentarem os critérios necessários para avaliação do efeito inibidor da via eferente. Na orelha direita, 11 (55%) apresentaram supressão ausente, enquanto 9 (45%) presente. Na orelha esquerda, 9 (52,9%) tiveram supressão ausente e 8 (47,1%) presente. Ao comparar a presença do efeito de supressão das orelhas direita e esquerda, foi possível observar diferença significativa na distribuição entre as orelhas (p = 0,004799), demonstrando que existe uma assimetria entre as orelhas, a favor da orelha direita. CONCLUSÃO: A partir dos resultados obtidos, concluímos que indivíduos com doença falciforme apresentaram resultados alterados na pesquisa do EIVE, sugestivos de alterações cocleares. A orelha esquerda demonstrou ser mais comprometida do que a orelha direita na pesquisa do efeito inibidor da via eferente, evidenciando a importância da pesquisa da função coclear nestes indivíduos.
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