PERFIL AUDIOLÓGICO EM ADULTOS E IDOSOS COM E SEM DIABETES MELLITUS TIPO 2
De Souza, Y. P. ;
Guesser, V. M. ;
Silva, L. A. F. ;
Samelli, A. G. ;
INTRODUÇÃO: Diabetes mellitus (DM) é uma das doenças metabólicas mais prevalente na população mundial e é caracterizada pela deficiência na produção, secreção e/ou ação da insulina, resultando em hiperglicemia crônica e complicações sistêmicas. Envolve fatores genéticos, metabólicos, sociais, psicológicos e ambientais. A hiperglicemia crônica resulta em macro- e micro-angiopatia, com impacto em múltiplos órgãos, como o sistema auditivo, principalmente naqueles que não dependem do transportador de glicose 4, aumentando as chances do desenvolvimento de perda auditiva. OBJETIVO: Investigar o perfil audiométrico e logoaudiométrico de indivíduos adultos e idosos com e sem DM tipo 2 (DM2) autorrelatada. METODOLOGIA: A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, sob número CAAE 15171019.7.0000.0065. Trata-se de um estudo transversal com dados de 556 adultos e idosos, coletados entre 2022 e 2024. Destes, 251 participantes com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica foram excluídos, com o objetivo de minimizar as variáveis de confusão, totalizando 305 participantes (168 mulheres e 137 homens), com idades entre 47 e 88 anos (média de 61,9 anos ± 8,74). A DM2 foi autorrelatada pelo indivíduo a partir de diagnóstico prévio realizado por um médico e/ou uso de medicações para tratamento de DM2. A perda auditiva foi definida pela presença de limiares auditivos na audiometria de tom puro por via aérea ≥ 25 dB em pelo menos uma frequência testada (de 250 Hz a 8000 Hz). A logoaudiometria foi composta pelo Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) e pelo Índice Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF). A análise estatística foi realizada por meio do teste ANOVA de medidas repetidas e pelo teste post hoc de Bonferroni. Foi considerado o nível de significância de 5%. RESULTADOS: Dos 305 participantes, 13,8% relataram ter DM2. Para os limiares auditivos na audiometria de tom puro por via aérea, não houve diferenças estatisticamente significantes quando comparados os indivíduos com e sem DM2, porém, tanto para a orelha direita quanto para a esquerda, houve diferenças significantes entre as frequências de 250, 500, 1000 e 2000 Hz em relação às frequências de 3000, 4000, 6000 e 8000 Hz, entre a frequência de 3000 Hz em relação à 4000, 6000 e 8000 Hz e entre a frequência de 4000 Hz em relação à 6000 e 8000 Hz em ambas as orelhas, com limiares mais elevados para as frequências altas em ambos os grupos. Além disso, houve diferença estatisticamente significante entre a frequência de 1000 e 2000 Hz apenas para a orelha esquerda. Da mesma forma, para a logoaudiometria não houve diferença estatisticamente significante entre os indivíduos com ou sem DM2 para o LRF (p=0,556) e para o IPRF (p=0,531). CONCLUSÃO: Nossos achados não mostraram diferenças em relação ao perfil audiométrico ou logoaudiométrico entre os grupos com e sem DM2 autorrelatada. No entanto, para ambos os grupos, os limiares auditivos mais elevados foram verificados nas frequências altas, o que sugere influência da idade, uma vez que ambos os grupos são compostos por adultos e idosos.
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