PERDA AUDITIVA SÚBITA NA GESTAÇÃO: RELATO DE CASO
Morselli, B.S. ;
Simões, H.O. ;
Introdução:A perda auditiva súbita é uma perda sensorioneural abrupta, a qual seu surgimento pode vir acompanhado de zumbido e tontura. Sua origem é desconhecida, mas pode ter relação com doenças hematológicas, infecciosas, vasculares, neurológicas, viral e autoimune. Objetivos: Relatar uma sequência de avaliações audiológicas durante o período de investigação e tratamento da perda auditiva súbita na gestação, seguida em um hospital terciário. Métodos: Foram realizadas cinco avaliações audiológicas com um intervalo menor que um mês, pesquisadas com técnica descendente bilateralmente nas frequências de 250Hz a 8KHz, diante da média de 500, 1K, 2K e 4K Hz foi classificado a perda auditiva de acordo com a Organização Mundial da Saúde de 2014. Ademais, foi realizado a logoaudiometria e a imitanciometria analisando a timpanometria na frequência de 226Hz e os reflexos acústicos testados nas frequências de 500 a 4000 Hz, ipsilateralmente e contralateralmente. Os materiais utilizados foram: audiômetro de dois canais, fone supra aural, vibrador ósseo e imitanciômetro. Resultados: A paciente apresentou queixa de hipoacusia e zumbido na orelha esquerda, além de tontura com sensação de mal estar, náusea, vômito e vertigem quando se levantava da cama há cinco dias antes da primeira avaliação audiológica. A equipe multidisciplinar realizou uma bateria de exames físicos e de imagem para encontrar a causa da perda auditiva, mas como não achou a etiologia há hipótese diagnóstica foi perda auditiva súbita idiopática. No primeiro exame realizado os limiares da orelha direita estavam dentro dos padrões de normalidade e os da orelha esquerda foram classificados como anacusia, a timpanometria apresentou curva tipo A bilateralmente e os reflexos contra e ipsilateral da orelha esquerda estavam ausentes, enquanto os da orelha direita estavam presentes. A equipe decidiu fazer o tratamento com “prednisona” e “metildopa”. Após 21 dias da primeira avaliação e com o uso de medicamentos, foi realizada uma nova audiometria, ela comprovou a eficácia dos medicamentos, visto que os limiares da orelha esquerda subiram, o qual o menor foi 65 dB e o maior 90 dB, sendo assim classificada como perda auditiva sensorioneural severa, os reflexos acústicos começaram a aparecer em 500 Hz e 1 KHz ipsilateralmente na orelha esquerda. As outras três avaliações mostraram estabilidade na perda auditiva, porém os limiares melhoraram 5 dB ou permaneciam os mesmos. Já os reflexos mudaram em cada exame, sendo que ora estava presente, ora ausente. Conclusão: Embora sem causa encontrada para a perda auditiva súbita, as avaliações audiológicas foram de suma importância para acompanhar quantitativamente a melhora dos limiares auditivos. Sendo assim, é fundamental mensurar quantitativamente a evolução auditiva dos pacientes para analisar cuidadosamente se o tratamento escolhido está realmente trazendo benefícios ao paciente.
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