40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

SPAN DE DÍGITOS, FLUÊNCIA VERBAL E DESEMPENHO DE IDOSOS USUÁRIOS DE PRÓTESES AUDITIVAS
Silva, J. O. ; Martinelli, M. C. ;

Introdução: O aumento global da expectativa de vida e o baixo nível educacional das pessoas idosas, especialmente em países emergentes como o Brasil, entregam desafios para a saúde pública. A perda auditiva relacionada ao envelhecimento é uma condição crônica prevalente e associada ao declínio cognitivo. A perda auditiva ocasiona redução na estimulação sensorial, limitações comunicativas e sociais o que constitui risco de demência. As próteses auditivas são o tratamento indicado. Objetivo: Avaliar a influência das variáveis idade, escolaridade, audibilidade e auto percepção do desempenho autoavaliado por questionários validados nos processos cognitivos por meio do teste de span de dígitos e fluência verbal. Método: Estudo observacional transversal com amostra por conveniência. Realizado no Núcleo Integrado de Assistência, Pesquisa e Ensino em Audição (NIAPEA). Incluiu 38 idosos que compareceram à consulta de acompanhamento e cumpriram os critérios de inclusão: idade igual ou superior a 60 anos; perda auditiva neurossensorial bilateral grau leve a severo relacionada ao envelhecimento; usuários de próteses auditivas bilateralmente. Foi realizada a Avaliação Audiológica Básica e verificação eletroacústica com estímulo de fala a 65dBNPS. Foram aplicadas as tarefas de span de dígitos direto e inverso, prova de fluência verbal para animais, QI-AASI e o SSQ-12. Foram calculadas estatísticas descritivas e análise estatística por meio de método de regressão linear com significância de 0,05%. Resultados: Foram avaliadas 38 pessoas idosas (entre 61 e 94 anos média±DP: 75,7 ± 10,4), sendo 27 mulheres. A idade reduziu o desempenho nos testes cognitivos em 4,1%, 7,8% e 10,8% por ano nos testes de fluência verbal, span de dígitos direto e span de dígitos inversos, respectivamente. A escolaridade média foi de 7,37 anos com aumentos de 0,39 ponto na fluência verbal, 0,02 no span de dígitos direto e 0,05 no span de dígitos inverso por cada ano adicional de escolaridade. O limiar de audibilidade médio foi de 54,13±10,41dBNA para a melhor orelha. Cada aumento de 1dB no limiar reduziu 0,39 ponto na fluência verbal (p=0,056). O IPRF para monossílabos foi de 66,42%±22,14%. O SII e IPRF apresentaram percentual mínimo de 12% e máximo de 88% para SII e 96% para IPRF. O uso diário de próteses auditivas variou de 3 a 15 horas, média±DP: 10,25 ± 3,41 na melhor orelha. Cada hora adicional de uso aumentou 0,37 ponto na fluência verbal (2,5%), 0,06 no span de dígitos direto (1,4%) e 0,08 no span de dígitos inverso (2,5%). A fluência verbal variou de 6 a 39 pontos (média±DP 14,82±6,75). O escore medio do questionário SSQ-12 foi de 56,82 pontos e cada ponto adicional aumentou 0,09 ponto na fluência verbal e 0,02 no span de dígitos direto e inverso. O escore médio do QI-AASI foi de 30,58 pontos Conclusão: Conclui-se que a idade, escolaridade, audibilidade e uso regular de próteses auditivas influenciam o desempenho cognitivo em pessoas idosas com perda auditiva, sendo a maior idade e limiar auditivo um fator de declínio e a maior escolaridade um recurso de proteção cognitiva. O uso diário das próteses auditivas mostrou-se determinante para a preservação das funções cognitivas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1411
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1411


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