REABILITAÇÃO VESTIBULAR EM ADULTOS COM SINTOMAS DE CINETOSE.
Luiz, J.S. ;
Ribeiro, M.C. ;
Soldera, C.L.C. ;
Introdução: A cinetose é definida como uma condição comum que causa desconfortos provocados pelo movimento visual ou de transporte, podendo gerar sintomas como tontura, náuseas, vômito, suor frio, cefaleia, bocejos e sonolência. Tal condição é resultante de um conflito entre as informações sensoriais, vestíbulo-visuais ou intravestibulares e a sua gravidade está diretamente associada à intensidade do fator desencadeante. Levando em consideração a capacidade do sistema neurossensorial de adaptar-se, uma das formas de tratamento para a cinetose é a Reabilitação Vestibular (RV) uma vez que exercícios de olhos, cabeça e pescoço têm apresentado resultados positivos na comunidade acometida por essa condição. Esse método visa promover uma maior otimização da interação vestíbulo-visual durante as movimentações cefálicas, proporcionando uma melhor estabilidade em situações de conflito sensorial. Portanto, levando em consideração todas as limitações provocadas pelos sintomas desconfortáveis causados pela cinetose, a praticabilidade, o baixo custo e o baixo índice de efeitos adversos provenientes da RV, é de extrema importância averiguar o efeito dela em sujeitos com queixa de cinetose. Objetivo: verificar a eficácia da reabilitação vestibular em adultos com sintomas de cinetose. Metodologia: Estudo quantitativo experimental composto por uma amostra de conveniência com indivíduos entre 18 e 40 anos de idade com queixas de cinetose e que tinham disponibilidade para a realização da proposta de RV do presente estudo. Os indivíduos foram avaliados a partir de questionários e uma avaliação do equilíbrio corporal por meio do Teste de Organização Sensorial (TOS), realizado com a Posturografia Dinâmica Foam-Laser (PDFL). O programa de RV foi aplicado e baseado no protocolo abreviado de Cawthorne e Cooksey. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa e aprovado sob parecer número 6.767.608. Resultados: A amostra contou com 12 indivíduos entre 18 e 40 anos, de ambos os sexos, que possuíam sintomas vestibulares ao movimento. A maioria dos participantes da amostra (83,3%) relatou início dos sintomas ainda na infância. O enjoo/vômito foi o sintoma mais prevalente (100%). O carro foi o meio de transporte mais citado como desencadeador dos sintomas (100%). A maioria (64,3%) relatou sintomas ao se exporem a brinquedos em parques de diversão. Houve redução significativa na pesquisa com a EVA (Escala Visual Analógica) (p<0,001). Ao Dizziness Handicap Inventory (DHI), houve redução significativa nos domínios físicos (p=0,014), emocionais (p=0,004) e no escore total (p=0,004). À PDFL, em relação aos sistemas avaliados, houve aumento significativo no desempenho dos sistemas somatossensorial (p=0,01) e vestibular (p=0,004). Houve associação significativa com a prática de exercício físico e a melhora no sistema somatossensorial (p=0,016). Houve associação significativa do início dos sintomas na adolescência e a redução nos domínios emocionais (p=0,000) e no escore total do DHI (p=0,032). Houve associação significativa em relação ao início dos sintomas na adolescência e a redução da EVA (p=0,005). Conclusões: A partir da redução do grau de incômodo com os sintomas e a melhora no desempenho dos sistemas responsáveis pelo equilíbrio corporal, verificou-se que a reabilitação vestibular é eficaz para melhora dos sintomas de cinetose em adultos.
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