40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA NO TRATAMENTO DO ZUMBIDO CRÔNICO: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE USO DA CORRENTE ATIVA E DO PLACEBO
Lima, T. K. F. C. ; Morya, E. ; Ferreira, L. M. B. M. ; Mantello, E. B. ;

O zumbido, caracterizado pela percepção de sons sem fonte externa, representa um desafio significativo na prática clínica, prejudicando a qualidade de vida dos pacientes. Este sintoma afeta não apenas a audição, mas também interfere em aspectos funcionais e emocionais da vida cotidiana, tornando essencial a busca por tratamentos eficazes. A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) surge como uma alternativa promissora, atuando nos substratos neurobiológicos associados ao zumbido. Objetivo: Investigar a eficácia da ETCC no tratamento do zumbido crônico, analisando as diferenças entre os efeitos da estimulação placebo e ativa. Método: Este estudo é um recorte de um ensaio clínico randomizado aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 5.622.441), envolvendo adultos com zumbido crônico. Os pacientes do grupo controle receberam, inicialmente, estimulação placebo e, em seguida, tiveram a oportunidade de passar pela estimulação ativa. O estudo analisou as respostas obtidas após ambas as fases de estimulação. A avaliação incluiu anamnese fonoaudiológica, acufenometria, Escala Visual Analógica (EVA) e Tinnitus Handicap Inventory (THI). A estimulação ativa foi realizada com corrente de 2mA por 20 minutos, três vezes por semana, totalizando dez sessões. O eletrodo anódico foi posicionado sobre o córtex temporoparietal esquerdo, e o catódico sobre o córtex pré-frontal dorsolateral direito. A estimulação placebo seguiu o mesmo protocolo de tempo e número de sessões, porém sem a aplicação de corrente elétrica. A análise estatística foi feita com o teste de Wilcoxon para determinar a significância das diferenças e o tamanho do efeito (IBM SPSS Statistics, versão 29). Resultados: A amostra foi composta por 10 pacientes, com média de idade de 60 anos (DP 12,4), sendo 70% do sexo feminino. Observou-se que 50% dos pacientes relataram zumbido bilateral, e todos apresentaram comorbidades, como ansiedade, depressão, disfunção temporomandibular e insônia, que podem agravar a percepção do zumbido. Na fase placebo, houve um aumento na intensidade percebida do zumbido (loudness) (de 14,2dBNS para 17,2dBNS, p=0,65), enquanto EVA e THI não mostraram mudanças significativas. Na fase de estimulação ativa, houve redução significativa da loudness (de 17,9dBNS para 11,7dBNS, p=0,008, r=0,839), da EVA (de 5,4 para 4,8 pontos, p=0,018, r=0,748), do THI funcional (de 24,20 para 15,60 pontos, p=0,005, r=0,890), THI emocional (de 20,80 para 10,80 pontos, p=0,005, r=0,892) e THI catastrófico (de 12,80 para 8,40 pontos, p=0,018, r=0,720). O THI total reduziu de 57,80 para 34,80 pontos (p=0,005, r=0,889), com tamanho de efeito considerável em todos os casos. A comparação entre os momentos pós-placebo e pós-ativo revelou diferenças significativas na redução da loudness (p=0,009; Z=-2,608) e no THI (p=0,005; Z=-2,807). Conclusão: A estimulação ativa não apenas reduziu a intensidade do zumbido, mas também melhorou a qualidade de vida dos pacientes, conforme evidenciado pelas reduções no THI. Esses resultados indicam que a ETCC foi uma abordagem terapêutica eficaz e inovadora no tratamento do zumbido crônico, com potencial para impactar positivamente a vida dos pacientes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1434
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1434


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