EQUILÍBRIO POSTURAL DE CRIANÇAS COM PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL CONGÊNITA: ESTUDO DE CASOS CLÍNICOS
Moraes, N.S. ;
GUSHIKEN, P ;
SANFINS, M.D. ;
LOPES, K.C. ;
GANANÇA, F.F. ;
BRANCO-BARREIRO, F.C.A. ;
Introdução: Crianças com perda auditiva neurossensorial congênita podem apresentar disfunção vestibular associada e, crianças usuárias de implante coclear podem apresentar disfunção vestibular por intercorrências na cirurgia. Visto que o equilíbrio corporal depende da integridade da função vestibular, essas crianças podem apresentar queixa de desequilíbrio. Objetivo: Comparar o controle postural de três crianças com perda auditiva neurossensorial congênita bilateral usuárias de implante coclear com o de crianças normo-ouvintes e com o implante coclear ligado e desligado. Métodos: Trata-se de um estudo de casos clínicos realizado no Ambulatório de Avaliação e Reabilitação Vestibular de um hospital universitário na cidade de São Paulo. Participaram três crianças entre nove e 15 anos, usuárias de implante coclear, acompanhadas no mesmo serviço. Todos foram submetidos à posturografia estática com provas dinâmicas com o implante coclear ligado e depois com o implante coclear desligado. Resultados: Participaram do estudo três meninos usuários de implante coclear, sendo dois com implantação unilateral e um com bilateral. Na anamnese foram descritos por seus familiares como desajeitados, embora não relatassem queixas vestibulares. Todos mostraram algum tipo de atraso no desenvolvimento motor global, principalmente nos marcos de "sustentar a cabeça" e "andar sem apoio". O Caso 1 apresentou limite de estabilidade semelhante ao de uma criança controle com o implante coclear desligado, mas pior desempenho com o implante ligado. A análise sensorial mostrou aumento da dependência visual e diminuição do uso da pista vestibular com o implante coclear ligado. O Caso 2 apresentou desempenho semelhante na posturografia estática a uma criança normo-ouvinte da mesma idade e sexo no que diz respeito ao limite de estabilidade. No entanto, a análise sensorial mostrou aumento da dependência visual e diminuição do uso da pista vestibular com o implante coclear ligado. O Caso 3 apresentou menor limite de estabilidade quando comparado a uma criança normo-ouvinte de idade e sexo semelhante, mas aproveitamento semelhante das pistas visuais, somatossensoriais e vestibulares no controle postural, com os implantes cocleares ligados e desligados. Conclusões: Crianças com implante coclear unilateral tiveram pior desempenho no controle postural com o dispositivo ligado e a criança com implante coclear bilateral apresentou controle postural semelhante com os dispositivos ligados e desligados. As crianças usuárias de implante coclear apresentaram desempenho pior no controle postural quando comparadas a crianças normo-ouvintes com idade semelhante.
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