40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

INVESTIGAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM HISTÓRICO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Carvalho,N.G. ; Ubiali,T. ; Elias, K.M.I.F ; Amaral, M.I.R. ; Colella-Santos, M.F. ;

Introdução: A investigação das habilidades auditivas por meio da triagem e a comparação com o diagnóstico comportamental do Processamento Auditivo Central (PAC) ainda é escassa na literatura envolvendo crianças e adolescentes que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC). Devido à variabilidade na etiologia, tamanho e localização das lesões, é imprescindível triar e avaliar as habilidades auditivas intrasujeitos. Isso contribui para o estabelecimento de encaminhamentos e intervenções precoces, minimizando os impactos negativos na aprendizagem e no desenvolvimento global. Objetivo: Analisar o desempenho de crianças e adolescentes que sofreram AVC na triagem das habilidades auditivas e correlacionar com os testes de diagnósticos comportamentais. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo-analítico, transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer: 505/2010). Participaram 10 crianças/adolescentes (sete do sexo feminino e três do sexo masculino), com idade mínima de 7 anos, máxima de 15 anos e média de idade de 10,9 ± 2,92 anos. Os critérios de inclusão foram: idade a partir de 6 anos, laudo médico confirmando AVC, e ausência de condições que comprometessem o entendimento das tarefas auditivas. Na etapa 1, foi realizada uma avaliação audiológica básica por meio de meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria e medidas de imitância acústica. Além disso, foi conduzida a triagem do PAC, por meio do programa AudBility utilizando as tarefas denominadas: localização sonora (LS), Dicótico de Dígitos-etapa de integração (DD), Figura-Fundo (FF), Resolução Temporal (RT) e Ordenação Temporal de Frequência (OT-F). Na etapa 2, foi realizado o diagnóstico comportamental do PAC por meio de testes consolidados para avaliar as respectivas habilidades auditivas, ou seja, Teste Dicótico de Dígitos (TDD), Teste de Identificação de Sentenças Pediátricas com Mensagem Competitiva Ipsilateral (PSI) ou Teste de Identificação de Sentenças Sintética com Mensagem Competitiva Ipsilateral (SSI), Detecção de Intervalos do Ruído (GIN) e Teste de Padrão de frequência (TPF). Todos os protocolos foram aplicados no Laboratório de Audiologia da instituição. A análise estatística utilizou modelos lineares mistos, com significância definida em p ≤ 0,05. Resultados: Na etapa de diagnóstico, no TDD, 50% dos participantes apresentaram desempenho alterado na orelha direita e 40% na esquerda. No PSI/SSI, 30% e 40% mostraram déficits na orelha direita e esquerda, respectivamente. Os resultados do GIN indicaram limiares elevados de detecção de gaps, com 60% de alteração na orelha direita. No TPF, 90% e 100% dos participantes apresentaram déficits na orelha direita e esquerda, respectivamente. Houve correlação estatisticamente significante entre o TDD e a tarefa de triagem de integração binaural (p = 0,013; r = 0,606). Apesar de a significância estatística não ter sido alcançada, foi identificado um tamanho de efeito pequeno entre o teste GIN e a tarefa de triagem de resolução temporal, e um efeito médio entre os testes PSI e TPF e as tarefas figura-fundo e ordenação temporal, respectivamente. Conclusão: Crianças e adolescentes com histórico de AVC apresentam comprometimentos no PAC. Houve correlação estatisticamente significante apenas entre a triagem de integração binaural e o TDD. Assim, as triagens, embora úteis para a identificação precoce, devem ser complementadas por diagnósticos formais para garantir intervenções personalizadas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1448
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1448


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