40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

PERFIL AUDITIVO DAS CRIANÇAS DE 0 A 2 ANOS ATENDIDAS EM UM AMBULATÓRIO DE FOLLOW-UP
Gonçalves, J. C. ; Buriti, A. K. L. ;

Introdução: Os programas de saúde auditiva infantil tem por objetivo detectar precocemente a perda auditiva, sendo capaz de minimizar os atrasos no desenvolvimento da linguagem oral. A lei Federal nº 12.303/ 2010 tornou obrigatoriedade o rastreamento para a detecção da perda auditiva com a realização do exame de Emissões Otoacústicas Evocadas em ambiente hospitalar de maneira gratuita até o primeiro mês de vida, o que garante um diagnóstico e intervenção sem maiores agravos ao lactente. Objetivo: Traçar o perfil auditivo das crianças de 0 a 2 anos atendidas em um ambulatório de follow-up. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética sob parecer nº 7.314.777. Foram selecionados 326 prontuários de crianças atendidas de fevereiro de 2023 a setembro de 2024 em um ambulatório de follow-up de um hospital público, os quais foram incluídos 315 prontuários e 11 excluídos devido à escassez de informação ou abandono do paciente aos atendimentos no ambulatório. Os dados coletados foram analisados de acordo com fluxograma das diretrizes de atenção da triagem auditiva neonatal do Ministério da Saúde, e após, tabulados em uma planilha excel e analisados quantitativamente. Resultados: Dos 315 prontuários analisados, observou-se que 258 crianças realizaram e passaram bilateralmente na triagem auditiva neonatal, desses, 68,3% apresentavam indicadores de risco para deficiência auditiva e foram encaminhados para o exame do Potencial Evocado Auditivo do tronco encefálico, o qual apenas 17,5% realizaram o exame, em que, 7,3% obtiveram resultados alterados. Para as 35 crianças que falharam em pelo menos uma orelha na triagem auditiva neonatal, apenas 28,6% apresentaram alteração no Potencial Evocado Auditivo do tronco encefálico e 48,6% não realizaram o exame. Todas as crianças que falharam na triagem e tiveram resultado alterado com ou sem indicador de risco, foram encaminhadas para o diagnóstico clínico em serviços de referência, porém, não foi realizado o exame para determinar a possível perda auditiva. Destacou-se ainda a relação entre o resultado e o tempo do monitoramento auditivo, que constatou uma média de aproximadamente 10 meses, demonstrando um tempo muito elevado para o diagnóstico auditivo. O estudo demonstra uma vulnerabilidade da saúde auditiva nesta população devido a falta de serviços de assistência para atender a demanda do hospital. Conclusão: Observou-se que a maioria das crianças acompanhadas no ambulatório de follow-up não realizaram um monitoramento auditivo adequadamente, principalmente aqueles com falha no resultado e com presença de indicadores de risco, podendo gerar repercussão negativa no desenvolvimento da linguagem oral. Sugere-se uma implementação de um programa de triagem auditiva neonatal efetivo com envolvimento multidisciplinar e de gerência hospitalar, para efetivar a triagem auditiva dos neonatos nascido na maternidade desse complexo hospitalar, e evitar o descaso do Sistema Único de Saúde ao programa de saúde auditiva.
Descritores: Audição; criança, perda auditiva; aquisição da linguagem; Sistema Único de Saúde.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1459
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1459


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