PERCEPÇÃO DOS CUIDADORES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA AUDIÇÃO E LINGUAGEM EM CRIANÇAS EM MONITORAMENTO AUDITIVO
Silva, F. G. M. ;
Araújo, F. C. M. ;
Dantas, C. L. L ;
Ferreira, A. G. ;
Carrilho, M. M. ;
Introdução: Dentre os indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA), a preocupação dos pais ou cuidadores em relação ao atraso ou regressão do desenvolvimento da audição, fala e linguagem devem indicar uma avaliação auditiva imediata e aprofundada. Objetivo: Descrever os achados do IRDA preocupação dos cuidadores em relação ao desenvolvimento de audição e linguagem em crianças encaminhadas para o monitoramento auditivo e correlacionar os achados do desenvolvimento das habilidades auditivas com a preocupação dos cuidadores em relação ao desenvolvimento de audição e linguagem. Metodologia: Participaram 9 crianças, 55,5% do gênero feminino, com idade média de 21 meses de idade cronológica e 19 meses de idade corrigida. Foram realizados: anamnese; audiometria de observação comportamental (BOA) com o guizo, Agogô e sons de Ling, a viva voz; Audiometria de reforço visual, em campo livre, nas frequências de 500 a 4000 Hz, variando a intensidade de 10 e 5 dB para determinar as mínimas respostas auditivas e emissões otoacústicas por estímulo transiente (EOAT). CEP: 6.803.099. Resultados: Nos achados da anamnese, 100% dos cuidadores relataram que o filho ouve e não apresentaram queixas auditivas. No entanto, todos relataram que a criança fala pouco ou ainda não fala. A avaliação audiológica sugere audição normal em todos os sujeitos. 89% ficaram na UTIN por mais de 5 dias e fizeram uso de ventilação extracorpórea (ECMO), 78% tiveram hiperbilirrubinemia com exsanguíneo transfusão, 67% fizeram uso de ototóxicos por mais de 5 dias, 22% tiveram a preocupação dos pais com o desenvolvimento da criança, da audição, da fala ou linguagem, 22% tiveram toxoplasmose e 11% meningite. Na Audiometria de observação comportamental (BOA), 89% apresentaram distúrbio do desenvolvimento das habilidades auditivas, sendo observada apenas localização ao som na direção lateral e indireta para baixo, como também apenas comandos verbais de nível I, em todos os sujeitos. Considerações finais: O estudo sugere que os cuidadores identificam mais facilmente as alterações de linguagem do que as auditivas, principalmente no que se refere ao desenvolvimento das habilidades de localização sonora. Observou-se alteração das habilidades auditivas em todos os pacientes, os quais os cuidadores relataram alteração de linguagem. Sugere-se que no monitoramento auditivo haja avaliação não apenas da acuidade, mas também das habilidades auditivas, as quais sinalizam sobre o desenvolvimento neurofisiológico do sistema auditivo, o qual tem implicação na linguagem. Ressalta-se a importância de orientar aos cuidadores sobre a relação audição/linguagem enfatizando a necessidade ou continuidade de um monitoramento auditivo quando houver a preocupação na aquisição ou desenvolvimento da linguagem.
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