POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS DE TRONCO ENCEFÁLICO EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO COM NÍVEL 1 DE SUPORTE
Medeiros, M. C. ;
Riesgo, R. S. ;
Moccellin, J. M. ;
Sleifer, P. ;
Introdução: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno global do desenvolvimento caracterizado por déficits na comunicação, interações sociais e padrões comportamentais repetitivos. A compreensão da relação entre TEA e alterações auditivas é crucial, destacando-se a importância das funções sensoriais. O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) se destaca como ferramenta que avalia o sistema auditivo, desde vias periféricas até o tronco encefálico, em resposta a um estímulo acústico, proporcionando informações importantes sobre a via auditiva. Objetivo: Comparar os achados obtidos na pesquisa do PEATE em crianças com TEA, com um grupo controle. Metodologia: Estudo transversal e comparativo, composto por grupo estudo, 23 crianças com diagnóstico de TEA, idade entre 7 a 10 anos, e grupo controle, composto por crianças normouvintes e com desenvolvimento típico, pareadas por idade e por sexo. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (46039). Todos os participantes realizaram Meatoscopia, Audiometria Tonal Limiar, Audiometria Vocal, Medidas de Imitância Acústica e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico. Resultados: Houve diferenças estatisticamente significativas na comparação das latências absolutas das ondas III (p=0,047) e V (p=0,034), bem como nos intervalos interpicos III-V (p=0,048) e I-V (p=0,036) entre os grupos, sendo que o grupo estudo apresentou valores maiores. A amostra foi composta por 91,3% do sexo masculino. Conclusão: Verificou-se na amostra estudada, que crianças com TEA apresentaram latências aumentadas no registro dos traçados do PEATE, em comparação ao grupo controle. Tais achados podem indicar, dessa forma, uma alteração na condução da informação sonora, em nível de tronco auditivo. A análise do PEATE em crianças com TEA pode contribuir para um melhor entendimento da condução dos impulsos neuroelétricos da via auditiva, auxiliando para orientar intervenções cada vez mais precoces e pesquisas futuras na área, visando uma caracterização mais abrangente destes resultados eletrofisiológicos.
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