TRAJETÓRIA DE PARÂMETROS DA FALA EM ADULTO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: COMPARAÇÃO DOS MOMENTOS CONFORME TIPOS DE DISPOSITIVOS AUDITIVOS.
Pessoa-Almeida, A. ;
Silva, H.L. ;
Camargo, Z. ;
Tecnologias auditivas como dispositivos eletrônicos de amplificação sonora (DEAS) e dispositivos elétricos (Implante Coclear-IC) têm oportunizado benefícios indissociáveis entre audibilidade e produção da fala da pessoa com deficiência-PcD auditiva. A fonética clínica viabiliza evidenciarmos propriedades às decisões e boas práticas em reabilitação à integração de evidências centradas no indivíduo, conforme plasticidade e novas adoções de ajustes prosódicos, de qualidade e dinâmica vocal. O objetivo deste estudo foi comparar mudanças de parâmetros fonéticos perceptivo-auditivos e acústicos da fala de adulto com deficiência auditiva em três diferentes momentos: (1) com DEAS bilateral; (2) com IC unilateral e DEAS contralateral; e (3) com IC bilateral. Esta pesquisa, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa conforme nº de parecer 5.558.787/2022, realizou audiogravações de um indivíduo masculino com deficiência auditiva (DA) engajado em serviço do Sistema Único de Saúde brasileiro, em três distintos momentos conforme mudanças em uso de tecnologias auditivas. As amostras de fala compuseram contextos fonéticos de emissões da vogal [a] sustentada, contagem de números, dias da semana e meses do ano e leitura de seis sentenças do CAPE-V. Realizou-se julgamento perceptivo-auditivo por juízes experientes na aplicação do VPAS-PB. A análise acústica ocorreu por meio do script Falaalaringea e VOXplot, aplicado ao Praat versão 6.0.48, e Acoustic Voice Quality Index (AVQI) e Acoustic Breathiness Index (ABI) - declínio espectral (dB), HF-ruído (dB), HNR-D (dB), H1H2 (dB), CPPS (dB), perturbação (Jitter local% e ppq5% e Shimmer - % e dB), HNR (dB), PSD (ms), Quebras, Ruídos advindos da série de pulsos de prega vocal-GNE, Pitch (média, mínimo, máximo, desvio padrão e faixa de extensão-Hz). Os dados perceptivo-auditivos e acústicos foram estatisticamente correlacionados em função dos diferentes momentos e tipos de contextos fonéticos em análise aglomerativa hierárquica de cluster - SPSSⓇ. Evidenciou-se que a fala encadeada fortemente apresenta-se segregada aos demais contextos fonéticos nos 3 distintos momentos. Parâmetros perceptivo-auditivos demonstraram a forte tendência de mudanças dos 3 momentos conforme ajustes de qualidade vocal (AQV) de corpo de língua e de denasalidade, além de elementos de dinâmica vocal (EDV) referentes ao pitch (extensão e variabilidade). Em parâmetros acústicos, houve, comparativamente do primeiro momento ao terceiro momento diferença estatística com relevância em diminuição, conforme evolução dos momentos: diferença de intensidade entre consoantes plosivas e vogais (maiormente para consoantes não vozeadas do que para as vozeadas), de CPPS (Proeminência do pico cepstral suavizada) e de média e desvio padrão da intensidade de fala, o que demonstra maior controle na produção de fala. Medidas acústicas laríngeas geradas pelo VOXplot demonstraram estatisticamente significativa a distinção entre momentos em contraste de vozeamento, de perturbação (jitter e shimmer) e de proeminência cepstral, demonstrando maior regularidade e menor quantidade de ruído. Conclui-se que manteve-se, comparativamente, nos diferentes momentos, adoção de elementos de qualidade vocal (especialmente ajustes de língua e nasalidade) e de dinâmica vocal (extensão e variabilidade de pitch), todavia definiram-se evolutivamente nos progressivos momentos com tendências de distintos agrupamentos/combinações entre eles. Medidas acústicas correlacionadas evidenciaram diminuições de ruídos na fala encadeada. Tais parâmetros permitem entendimentos particulares de marcos evolutivos contínuos da/na/pela reabilitação.
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