CARACTERIZAÇÃO DO USO DE SISTEMAS DE MICROFONE REMOTO EM CRIANÇAS DE UM SERVIÇO DE REABILITAÇÃO AUDITIVA NO SUS
Silva, S. L. A. ;
Bezerra, J. S. A. ;
Gomes, L. F. ;
Santos, I. R. D. ;
Bezerra, A. H. C. ;
Xavier, I. Y. Q. ;
Silva, E. P. F. ;
Silva, C. M. G. ;
Nascimento, M. E. ;
Brazorotto, J. S. ;
Introdução: O Sistema de Microfone Remoto (SMR) é uma tecnologia de audição assistiva de
efetividade comprovada para melhorar a acessibilidade auditiva na população com deficiência
auditiva. Fatores como idade, grau da perda auditiva e contexto escolar podem influenciar a
adesão ao uso desses dispositivos. Embora as políticas públicas no Brasil tenham buscado
ampliar o acesso aos SMR, reconhecendo sua importância no apoio ao desenvolvimento
integral das crianças e adolescentes com deficiência auditiva, investigações sobre o uso desta
tecnologia no Brasil são necessárias. Objetivo(s): Caracterizar o uso de Sistemas de
Microfone Remoto em crianças de um Serviço de Reabilitação Auditiva no Sistema Único de
Saúde (SUS), considerando o tempo de privação sensorial e o grau da deficiência auditiva.
Metodologia: Estudo retrospectivo, aprovado em Comitê de Ética institucional sob o número
do parecer 7.316.303, que contou com a análise de 32 prontuários com dados completos de
crianças que já receberam alta ou se desligaram do programa de reabilitação de um serviço de
reabilitação do SUS e que ingressaram no serviço entre 2003 e 2019. Foram analisados dados
referentes à última avaliação da criança, considerando a última audiometria e situação em
relação ao Sistema de Microfone Remoto: se era adaptado e fazia uso do mesmo ou se não
era adaptado. Os dados foram tabulados em planilha Excel® e analisados de forma descritiva e
inferencial, considerando p significativo < 0,05. Resultados: Das 32 crianças, 21 (65%) tinham
o SMR e 11 (35%) não possuíam o sistema. Todas as crianças que tinham o SMR, referiram
utilizá-lo. Na análise referente ao Tempo de Privação Sensorial (TPS), crianças que não tinham
o SMR apresentaram TPS médio de 34,3 meses e as crianças que tinham e usavam o sistema,
média de TPS de 70 meses. Quanto ao grau da deficiência auditiva e a relação com o uso do
SMR, observou-se na análise de orelhas separadas, a associação do uso com a presença de
deficiências auditivas moderadas e severas (Teste Exato de Fisher, p < 0,01). Conclusões:
Crianças com menor TPS não tinham o SMR na amostra analisada, o que pode ser devido à
idade escolar, tendo em vista que os SMR são indicados especialmente nesta etapa, embora
crianças menores, na pré-escola, já possam utilizá-lo e recebê-lo pelo SUS. Mesmo
considerando a indicação do SMR para todos os graus de perdas auditivas, observou-se
associação de sua adaptação com perdas moderadas e severas. É importante que estudos
multicêntricos sejam realizados para um diagnóstico situacional do uso e acompanhamento de
crianças com deficiência auditiva com Sistemas de Microfone Remoto em nosso país.
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