RELAÇÃO ENTRE IMPLANTE COCLEAR E FREQUENCY FOLLOWING RESPONSE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
SILVA, N.L.B. ;
Vasconcelos, L.D.S. ;
Carnaúba, A.T.L. ;
INTRODUÇÃO: O implante coclear (IC) tem como objetivo restaurar a percepção auditiva em indivíduos com perda auditiva severa ou profunda, para os quais os aparelhos auditivos convencionais não são eficazes. Diferente dos aparelhos auditivos, que amplificam o som, o IC estimula diretamente o nervo auditivo por meio de sinais elétricos, melhorando a percepção dos sons da fala e promovendo avanços na comunicação e qualidade de vida. O Frequency Following Response (FFR) é uma resposta eletrofisiológica que reflete a capacidade do sistema auditivo de codificar os aspectos temporais e espectrais dos estímulos sonoros. Essa resposta é gerada nas estruturas do tronco encefálico e fornece informações valiosas sobre o processamento auditivo, especialmente no que se refere à precisão temporal e à codificação dos sons da fala. A avaliação do FFR em indivíduos com IC pode servir como uma medida objetiva do impacto do dispositivo no processamento auditivo central. Além disso, pode fornecer dados úteis para o aconselhamento sobre os benefícios esperados do IC, complementando os métodos tradicionais de avaliação de desempenho, como os testes de reconhecimento de fala. OBJETIVO: Analisar a relação entre o uso do implante coclear e o Frequency Following Response e avaliar a utilidade do Frequency Following Response como ferramenta complementar na reabilitação auditiva. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada nas bases de dados SciELO, LILACS e MEDLINE (via PubMed), utilizando a seguinte estratégia de busca: (("Cochlear Implants" OR "Cochlear Implantation") AND ("Evoked Potentials, Auditory, Brain Stem" OR "Auditory brainstem response to complex sounds" OR "Speech-evoked auditory brainstem response" OR "Speech-evoked ABR" OR "Frequency-Following Response" OR "envelope-following response" OR "subcortical steady-state response")). Não houve restrições quanto ao idioma ou à data de publicação. Foram incluídos estudos que investigassem a relação entre o uso do IC e o FFR. Os critérios de exclusão consideraram indivíduos com neuropatia auditiva, malformações congênitas do sistema auditivo ou outras comorbidades neurológicas que pudessem alterar a resposta do FFR. RESULTADOS: Foram encontrados 696 artigos. Após a aplicação dos critérios de elegibilidade, 680 foram excluídos com base no título, quatro pelo resumo, um por ser duplicado, e quatro pela leitura na íntegra. Assim, sete estudos foram selecionados para a revisão. A análise da relação entre o uso do IC e o FFR revelou que o IC tem um impacto significativo no processamento auditivo central, especialmente no que diz respeito à codificação neural dos aspectos temporais e espectrais dos sons. Os estudos revisados indicam que, embora o IC tenha como objetivo restaurar a percepção auditiva, a adaptação ao dispositivo pode envolver mudanças no processamento auditivo, que podem ser avaliadas objetivamente por meio do FFR. A correlação entre o FFR e o desempenho pós-reabilitação sugere que esse potencial pode complementar as avaliações tradicionais, fornecendo dados valiosos sobre a evolução da reabilitação auditiva. CONCLUSÃO: Os resultados indicam que o FFR pode ser uma ferramenta útil para avaliar o processamento auditivo central em receptores de IC, proporcionando informações sobre a codificação temporal e espectral da fala.
DADOS DE PUBLICAÇÃO