O PAPEL DA AUDIOLOGIA NA PREVENÇÃO DO DECLÍNIO COGNITIVO ASSOCIADO À PERDA AUDITIVA EM IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA
Pimentel, M. F ;
Britto, D. B. L. A ;
Silva, M. K. S. ;
Introdução: A perda auditiva é uma condição amplamente prevalente na população idosa e, à medida que ocorre o envelhecimento populacional, a incidência da presbiacusia tende a aumentar, acarretando uma série de desafios para a saúde geral dos idosos. Dentre os impactos mais significativos, destaca-se o risco elevado de declínio cognitivo, pois a perda auditiva prejudica a comunicação, o que pode resultar em isolamento social e na redução da estimulação cognitiva, fatores que favorecem o comprometimento das capacidades cognitivas. Nesse contexto, torna-se imprescindível compreender a inter-relação entre perda auditiva e declínio cognitivo. Objetivo: Descrever o papel da audiologia na prevenção do declínio cognitivo associado à perda auditiva em idosos. Metodologia: A pesquisa segue a metodologia de revisão integrativa, com base nas diretrizes do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses), e aborda a questão: "Qual o papel da audiologia na prevenção do declínio cognitivo em idosos com perda auditiva?". Foram consultadas as bases de dados PubMed, Scielo e as primeiras cinco páginas do Google Acadêmico, com a exclusão de literatura cinzenta. Os descritores MeSH utilizados foram: "Perda auditiva", "Deficiência cognitiva", "Declínio Cognitivo" e “Idoso”, combinados com os operadores booleanos "AND" e "OR". Foram incluídos estudos publicados nos últimos 15 anos, nos idiomas português e inglês. A seleção dos artigos foi conduzida por um revisor independente, que avaliou os estudos com base em critérios predefinidos e organizou os resultados em quadros para facilitar a interpretação. Resultados: Foram identificados 89 estudos nas bases de dados. Destes, 61 foram excluídos com base no título e 12 pelo resumo, resultando em 16 artigos para leitura completa. Por fim, nove artigos foram selecionados para análise. Os estudos apresentaram uma amostra variada, com populações de 10 a 135 participantes, com faixa etária entre 60 e 93 anos. A amostra incluiu exclusivamente indivíduos com problemas auditivos, sendo 125 usuários de próteses auditivas, como o Aparelho de Amplificação Sonora Individual. Em oito dos artigos, observou-se a associação entre perda auditiva e pior desempenho nos testes cognitivos aplicados, como o Miniexame do Estado Mental e o Consortium to Establish a Registry for Alzheimer’s Disease. Em geral, quanto maior o grau de perda auditiva, menor foi a pontuação nos exames. Os achados afirmaram que a perda auditiva está fortemente associada ao declínio cognitivo e, o uso de dispositivos auditivos, como os aparelhos de amplificação sonora individual, demonstraram eficácia na mitigação desse efeito, destacando a reabilitação auditiva pós-implantação da prótese auditiva como etapa essencial para a adesão ao dispositivo. Conclusão: A perda auditiva pode ser considerada um fator agravante para o declínio cognitivo, conforme a maioria dos estudos abordados, que apontaram uma relação significativa entre ambos. A utilização de aparelhos de amplificação sonora individual, associada a reabilitação auditiva, destacam-se como intervenções importantes na prevenção do declínio cognitivo em idosos.
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