RELAÇÃO ENTRE SINTOMAS VESTÍBULO-VISUAIS E EXPOSIÇÃO A TELAS NA POPULAÇÃO INFANTOJUVENIL
Silveira, K. M. Q. ;
Xavier, G. V. M. ;
Lima, T. K. F. C. ;
Mantello, E. B. ;
A exposição excessiva às telas, durante a fase infantojuvenil, impacta negativamente no desenvolvimento global. Um longo tempo em frente às telas pode acarretar a Vertigem Visualmente Induzida (VVI) e outros sintomas vestíbulos-visuais, como tontura, vertigem e náusea. Visando auxiliar no diagnóstico da VVI, desenvolveu-se o Questionário Pediátrico sobre Tontura Visualmente Induzida (PVID). Objetivo: Caracterizar e comparar a presença da vertigem visualmente induzida entre crianças e adolescentes, expostos ao uso de telas. Método: Estudo analítico, transversal, do tipo levantamento de campo, com abordagem quantitativa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 6.743.915). A coleta foi realizada pelo formulário do Google Forms, por meio da anamnese e do PVID, que tem como objetivo rastrear e mensurar o impacto da VVI na vida da criança e adolescente. A amostra foi composta pelas respostas dos responsáveis de crianças e adolescentes de 6 a 18 anos, de ambos os sexos, que faziam uso de telas. Realizou-se a análise descritiva e inferencial com aplicação dos testes de Mann-Whitney, teste Exato de Fisher e o Qui-quadrado (IBM SPSS Statistics, versão 29). Considerou-se um nível de significância menor que 5%. Resultados: Foram coletadas 102 respostas, sendo 61 (59,8%) do grupo criança, com média de 8,38 anos, e 41 (40,2%) do grupo adolescente, com média de 14,56 anos. Quanto aos tipos de telas mais utilizadas pelas crianças, observou-se predomínio do celular (91,8%), televisão (77,0%) e computador (33,1%). Enquanto os adolescentes utilizam mais o celular (97,6%), computador (70,7%) e televisão (58,5%). Com relação à frequência de sintomas associados ao uso de telas, 34 (55,7%) das crianças e 33 (80,5%) dos adolescentes relataram a presença de sintomas. Identificou-se associação entre o sintoma náusea após o uso das telas nos adolescentes (p= 0,010) e maior incidência de cefaleia após o uso de telas acima de duas horas nas crianças (p=0,031). No PVID, grupo crianças, observou-se maior escore nas questões relativas à andar de carro (21 pontos), fazer tarefa escolar (16 pontos), assistir televisão ou cinema (13 pontos). Enquanto, no grupo adolescente, obteve-se maior pontuação nos aspectos andar de carro (23 pontos), usar o computador (20 pontos), fazer tarefa escolar (19 pontos). Referente ao tempo diário de exposição a telas, as crianças apresentaram média de 3,56 horas, e os adolescentes média de 4,78 horas. Quanto aos valores do PVID, as crianças pontuaram média de 2,51 pontos e, os adolescentes 5,17 pontos. Observou-se diferença estatística das variáveis tempo de exposição às telas entre os grupos (p<0,001) e do total do PVID entre os grupos (p=0,001). Conclusão: Este estudo identificou diferença estatística do tempo de exposição às telas entre os grupos e da presença de sintomas vestíbulo-visuais entre os grupos, por meio do PVID. Os adolescentes apresentaram maior tempo de exposição às telas e maior predomínio de sintomas vestíbulos-visuais, o que sugere a presença da vertigem visualmente induzida nessa população. Identificou-se, ainda, associação entre ter o incômodo da náusea após o uso das telas nos adolescentes e, da maior ocorrência do sintoma cefaleia após o uso de telas acima de duas horas, nas crianças.
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