40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

ANÁLISE DO “AUDITORY PROCESSING DOMAINS QUESTIONNAIRE” EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Braga Junior, J. ; Pereira, L. D. ; Dias, K. Z. ; Moraes, G. R. ; Pinheiro, M. M. C. ;

Introdução: O uso de questionários na prática clínica tem se mostrado útil para complementar as avaliações pois permite a coleta de informações qualitativas sobre o comportamento auditivo do paciente em diferentes contextos. O Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ) é um dos instrumentos recomendado pois permite distinguir dificuldades relacionadas à audição, linguagem e atenção. No entanto, ainda são poucos os estudos que investigam sua aplicação, especialmente no contexto brasileiro. Objetivo: Analisar o desempenho de crianças e adolescentes com o transtorno do processamento auditivo central (TPAC) no questionário APDQ. Métodos: Trata-se de um estudo analítico e multicêntrico, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob o número 5.268.520. Os participantes foram divididos em dois grupos: Grupo Controle (GC): 30 indivíduos com desenvolvimento típico e desempenho adequado na avaliação comportamental do processamento auditivo central; e Grupo Estudo (GE): 38 indivíduos com alteração de pelo menos um dos testes da bateria mínima do PAC, indicando diagnóstico de TPAC e com ausência de comorbidades. A amostra incluiu indivíduos de ambos os sexos, com idades entre sete e 17 anos, falantes nativos de português do Brasil, sem patologias de orelha média e com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade bilateralmente. O APDQ foi aplicado aos responsáveis, que responderam as 50 questões do questionário, distribuídas em três domínios: processamento auditivo (PA), atenção (ATT) e linguagem (LGG). Cada questão é pontuada de 4 a 0, resultando em um escore total de até 200 pontos, que reflete a ausência de prejuízos nos domínios avaliados. O questionário inclui uma planilha em Excel, intitulada Database, que calcula os percentis para cada domínio. Analisaram-se o desempenho nos domínios, a pontuação total, os percentis e os desfechos obtidos nos dois grupos. Para a análise estatística, adotou-se um nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: Observou-se que o GC obteve uma pontuação total média de 171 e, nos domínios, os valores foram PA = 96,8, LGG = 39,2 e ATT = 31,8; Pontuações superiores ao GE, que foi de 111, e nos domínios: PA = 62,2, LGG = 24,0 e ATT = 22,3. A diferença entre os grupos foi significante (p=0,001) e o questionário se mostrou eficaz na diferenciação entre os grupos. Em relação aos percentis, o GE apresentou valores indicativos de maior risco de alterações nos três domínios (LGG = 54%, PA = 52% e ATT = 48%), enquanto o GC apresentou percentis dentro do esperado (LGG = 93%, ATT = 83% e PA = 86%). Quanto aos desfechos, 70% do GC foi classificado com “escuta normal”, enquanto no GE, 31,6% apresentaram “dificuldade de aprendizagem, escuta e linguagem” e 26,3% “alto risco de TPAC”, com diferença significante entre os grupos (p=0,001). Apenas um indivíduo do GE foi classificado como “escuta normal". Conclusão: O questionário foi eficaz em identificar queixas auditivas e na diferenciação entre a presença ou ausência do TPAC, classificando corretamente a maioria dos indivíduos. O APDQ mostrou-se um importante instrumento para ser utilizado na prática clínica.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1526
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1526


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