DEFICIÊNCIA AUDITIVA EM BEBÊS COM INDICADORES DE RISCO: UMA ABORDAGEM NA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL
Lopes, V.V. ;
Lima, A.M.O. ;
Lima, A.G. ;
Santos, R.L.C. ;
Medeiros, V.N. ;
Santos, B.B.F.C. ;
Padilha, A.P. ;
Albuquerque, K.M.F. ;
Rocha, D.S.C.G. ;
Andrade, W.T.L. ;
Introdução: A deficiência auditiva é um dos tipos de deficiência congênita mais comum entre os recém-nascidos. Pesquisas indicam que de 1-6 a cada 1000 nascidos vivos apresentam perda auditiva. Algumas características clínicas, genéticas e medicamentosas, chamadas de indicadores de risco para perda auditiva (IRDA), aumentam a probabilidade da criança desenvolver uma perda auditiva. Segundo o Joint Committee on Infant Hearing (2019), alguns dos principais IRDA perinatais e pós-natais são: antecedentes familiares de surdez, permanência na UTIN por mais de cinco dias, hiperbilirrubinemia, uso de aminoglicosídeos por mais de cinco dias, infecções pré-natais por toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e sífilis, malformações craniofaciais, síndromes genéticas e queixas dos pais ou responsáveis relacionadas a atraso no desenvolvimento auditivo ou de linguagem. Objetivo: Descrever os resultados da triagem auditiva neonatal (TAN) de bebês com IRDA, assim como os IRDA mais prevalentes, em um Centro Especializado em Reabilitação do estado da Paraíba. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal, em que foram acessados os prontuários de 65 bebês com IRDA (34 do sexo masculino e 31 do sexo feminino), com idades entre 1-9 meses, encaminhados para TAN nos anos de 2020 a 2024. A TAN foi realizada por meio de Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE), conforme preconiza o Ministério da Saúde, para os recém-nascidos com IRDA. Os dados obtidos foram: sexo, idade, ocorrência de IRDA e resultado da TAN. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, mediante o parecer nº 3.942.852. Resultados: A TAN foi realizada com maior frequência na idade de 2 meses (30,77%) e 1 mês (21,54%). Com relação ao resultado, 67,69% (44 bebês) apresentaram resultado normal bilateral, 24,62% (16 bebês) exibiram resultado alterado bilateral, enquanto 7,69% (5 bebês) apresentaram alteração unilateral. Os bebês que apresentaram alteração foram encaminhados para diagnóstico otorrinolaringológico, enquanto os que apresentaram resultado normal seguiram para monitoramento auditivo. Não foi identificada diferença na ocorrência de alteração em relação ao sexo (32,35% no sexo masculino e 32,26% no sexo feminino). Em relação à prevalência de IRDA, 52,31% exibiram um único IRDA e 12,31% apresentaram mais de um IRDA. Além disso, os prontuários de 35,38% não informaram o IRDA do bebê. Os IRDA mais frequentemente observados foram: síndromes genéticas (10,77%), permanência em UTI por mais de cinco dias (7,69%), toxoplasmose e histórico familiar (6,15%). Alguns bebês foram encaminhados devido a prematuridade e HIV materno, que não são considerados IRDA de acordo com JCIH (2019). Dentre os 21 bebês que apresentaram alteração uni ou bilateral, 47,62% continuaram a investigação, enquanto 52,38% não continuaram. Conclusão: A TAN foi mais realizada nos primeiros dois meses de vida e demonstrou um alto índice de resultados normais. As síndromes genéticas foram o IRDA mais prevalente. O sexo não foi um fator determinante. O encaminhamento dos casos alterados e o monitoramento dos resultados normais destacam a importância da TAN e do acompanhamento dos bebês com IRDA.
DADOS DE PUBLICAÇÃO