FOTOBIOMODULAÇÃO EM PACIENTES COM ZUMBIDO: ACOMPANHAMENTO DO EFEITO TERAPÊUTICO.
Oliveira, R. P. ;
Araújo, F. C. M. ;
Introdução: o zumbido pode ser definido como uma percepção involuntária de um som de origem interna. Esse sintoma impacta na qualidade de vida e no contexto social do indivíduo, causando buscas por serviços de saúde para realizar tratamento. Objetivo: caracterizar a autopercepção do zumbido nas fases pré, durante e pós terapia de fotobiomodulação. Metodologia: trata-se de um estudo quase-experimental, exploratório, de intervenção, corte transversal, descritivo, quantitativo e qualitativo, de natureza aplicada e analítica. Teve aprovação do Comitê de Ética de Pesquisa sob parecer do número 6.803.099. Inicialmente, foram convidados 19 adultos ( 10 mulheres e 9 homens), mas após aplicação dos critérios de exclusão, o número de amostra foi reduzido para 10 sujeitos, com faixa etária de 19 a 30 anos, sendo 6 homens e 4 mulheres. Os critérios de exclusão foram: perda auditiva do tipo condutiva ou mista; histórico oncológico; fotossensibilidade; uso de roacutan; gestantes; zumbido intermitente; não conclusão da terapia ou do processo avaliativo. Os procedimentos avaliativos realizados: anamnese audiológica, meatoscopia, audiometria tonal de 250 Hz a 16.000 Hz, imitanciometria, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico com estímulo clique, acufenometria como medida psicoacústica de 250 Hz a 16.000 Hz e THI. A intervenção de fotobiomodulação consistiu em 8 sessões, com 2 sessões semanais, com duração de 1 hora cada. O protocolo estruturado para este estudo incluiu a aplicação pontual com comprimento de onda 650-1000 nm. na região da mastoide, bilateralmente, em três pontos com 1 cm de distância entre os pontos. Após, foi aplicado no meato acústico externo bilateral, com comprimento de onda 600-650 nm. Além disso, foi realizado Intravascular Laser Irradiation of Blood (ILIB) na artéria radial por 30 minutos, com comprimento de onda 600-650 nm. Ao final de cada sessão, foi aplicado o questionário: “Se sentiu diferença no zumbido entre no intervalo da última sessão para a atual? Descreva” e “Se sentiu diferença no zumbido do início da sessão para o final? descreva”. Também foi utilizada a escala Escala Visual Analógica (EVA) no início e no final de cada sessão para avaliar a intensidade do zumbido. Resultados: O perfil da amostra indicou que 90% dos sujeitos apresentaram zumbido bilateral e 10% unilateral, sendo 100% do tipo agudo. No questionário THI pré terapia, 50% classificaram o zumbido como desprezível, 40% como leve e 10% como moderado. Após a terapia, no THI, 70% consideraram o zumbido como desprezível e 30% como leve. No questionário de autopercepção, comparando a quarta e a oitava sessão, 6 sujeitos relataram melhora, 3 não perceberam mudanças e 1 relatou piora. Na análise da escala EVA, comparando os dados pré e pós terapia, foi observada diferença significativa nas sessões 3, 4 e 7, com p-valor = 0,034 (teste de Wilcoxon, valor-p < 0,05). Conclusão: foi possível caracterizar e concluir que houve mudança na autopercepção do impacto do zumbido após a terapia de fotobiomodulação, apresentando resultados significativos na escala EVA a partir da terceira sessão. Os achados sugerem que a fotobiomodulação pode ser uma alternativa eficaz de tratamento do zumbido em pacientes.
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