QUEIXAS COCLEOVESTIBULARES DETECTADAS PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM PESSOAS IDOSAS
Aragão, T.E.B. ;
Arakawa-Belaunde, A.M. ;
Scharlach, R.C. ;
Introdução: Algumas das queixas mais recorrentes apresentadas pelas pessoas idosas, além da diminuição da audição, são: zumbido, dificuldade de compreensão de fala, desconforto a sons intensos, plenitude aural, otalgia, prurido e tontura, podendo afetar a qualidade de vida dessas pessoas. As implicações da perda auditiva na pessoa idosa associada às queixas auditivas estão relacionadas aos impactos psicológicos e sociais. Entre eles o isolamento, sintomas depressivos, dificuldade de se comunicar e a preferência por não frequentar locais públicos. Objetivo: Investigar as queixas cocleovestibulares detectadas pelos profissionais de saúde em pessoas idosas e suas condutas. Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo de delineamento transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 6.389.496, realizado em novembro de 2023 em um município da região do Recôncavo Baiano. Foram convidados a participar do estudo profissionais de saúde ativos e vinculados às unidades básicas de saúde e, excluídos os que estavam de licença ou férias. Para esta pesquisa aplicou-se um questionário semiestruturado previamente a uma capacitação com profissionais de saúde sobre saúde auditiva e o teste do sussurro. Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise estatística descritiva e inferencial com nível de significância de 5%. Resultados: Participaram do estudo 71 profissionais de saúde, equivalente a 44,93% dos profissionais de saúde das unidades básicas do município. A média de idade dos participantes foi de 46,1 anos e 85,5% eram do sexo feminino. Quanto à ocupação, 51 profissionais eram agentes comunitários de saúde (ACS) (68,92%), 20 enfermeiros (27,03%). Ressalta-se que a dificuldade auditiva foi a queixa mais mencionada, com uma ocorrência de 52,9% entre os ACS e 80,0% entre os Enfermeiros, com diferença estatisticamente significativa para o relato entre as categorias profissionais (p=0,036). A dificuldade para entender a fala foi a segunda queixa mais identificada com uma ocorrência de 25,5% entre os ACS e 45,0% entre os Enfermeiros, sem diferença estatística entre os profissionais (p=0,110) e está diretamente relacionada com a presença da perda auditiva. A queixa de tontura também foi identificada pelos profissionais (25,5% dos ACS e 40% dos enfermeiros), sem diferença entre os mesmos (p=228) Os dados indicam que 50,7% dos profissionais de saúde, que em sua prática em algum momento identificaram a necessidade de alguma pessoa idosa realizar acompanhamento fonoaudiológico, fizeram o devido encaminhamento. Conclusões: As queixas auditivas são identificadas pelos profissionais da Atenção Básica (ACS e Enfermeiros), porém nem todos fazem os encaminhamentos necessários. O Caderno de Atenção Básica Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa tem o objetivo de dar maior resolutividade às necessidades dessa população na Atenção Básica. A capacitação das equipes de saúde faz-se necessária para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos, assim como a manutenção da saúde no território.
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