NÍVEL DE CONHECIMENTO DE FAMILIARES SOBRE A IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO AUDITIVO E DE LINGUAGEM EM BEBÊS COM RISCO PARA PERDA AUDITIVA
Britto, D. B. L. A. ;
Duarte, D. S. B. ;
Queiroz, J. P. S. ;
Carvalho, W. L. F. ;
Melo, S. C. S. ;
Silva, L. S. G. ;
Melo, L. P. F. ;
Advíncula, K. P. ;
Introdução: A Triagem Auditiva Neonatal Universal é amplamente utilizada para detectar precocemente perdas auditivas e iniciar intervenções, especialmente em bebês com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva. O monitoramento auditivo contínuo é crucial nesses casos, permitindo identificar alterações progressivas ou tardias que poderiam impactar o desenvolvimento da criança. No entanto, cerca de 78% das mães desconhecem a importância da triagem auditiva, comprometendo a adesão ao acompanhamento e à detecção precoce de possíveis alterações auditivas. Objetivo: Investigar o nível de conhecimento sobre monitoramento auditivo e de linguagem com os responsáveis das crianças de um serviço de monitoramento do desenvolvimento auditivo e de linguagem de crianças com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva e observacional, com abordagem qualiquantitativa para fins descritivos, realizada em um serviço de monitoramento do desenvolvimento auditivo e de linguagem de crianças com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva, vinculado a uma clínica-escola de uma universidade pública. Para a coleta de informações, foi aplicado um questionário ao responsável pela criança durante o primeiro atendimento no serviço. Além do questionário, foram realizados anamnese, exames de Emissões Otoacústicas, Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico, avaliação auditiva comportamental e aplicação do Instrumento de Rastreamento da Comunicação de Crianças de 0 a 36 meses. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer nº 6.071.305. Resultados: Foram aplicados 51 questionários nos meses de setembro e novembro de 2024. Ao serem questionados sobre o motivo pelo qual os bebês foram encaminhados ao serviço, 78,4% dos responsáveis relataram “saber o motivo” e 21,6% afirmaram “não saber o que estavam fazendo lá”. Quando questionados, a grande maioria respondeu que o bebê havia falhado no teste da orelhinha ou associado a ida ao serviço a algum indicador de risco. No entanto, ao serem perguntados se sabiam o que era um indicador de risco para deficiência auditiva, 96% responderam que não sabiam. Ao questioná-los sobre a importância do monitoramento auditivo, 82,3% apresentaram respostas afirmando a relevância do monitoramento, enquanto 17,7% disseram não saber sua importância. Dentre as respostas mais recorrentes, destacaram-se: “saber se o bebê ouve bem”, “caso tenha algum problema, descobrir rápido” e “para acompanhar a audição dele”. Quando questionados sobre o conhecimento do “teste da orelhinha”, 62,7% dos participantes reconheceram sua importância. No entanto, 54,9% afirmaram não saber da necessidade de realizar o exame. Por fim, ao serem perguntados se estimulavam o desenvolvimento da linguagem do bebê, 94,1% responderam que sim, sendo as formas de estimulação mais mencionadas: conversar e cantar para o bebê. Conclusão: A maioria dos responsáveis pelos bebês encaminhados ao serviço conhece o motivo do encaminhamento. No entanto, a maioria não compreende as razões que tornam importantes os testes realizados, mesmo afirmando que estimulam o desenvolvimento da linguagem do bebê. É fundamental que materiais educativos com informações detalhadas sobre o monitoramento do desenvolvimento da comunicação do bebê sejam fornecidos aos responsáveis, a fim de facilitar a comunicação entre profissionais e família.
DADOS DE PUBLICAÇÃO