ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM TESTE DE PERCEPÇÃO DE FALA COM ESTÍMULO PADRONIZADO COM CRIANÇAS
AGOSTINHO, A.L.T. ;
ZAMBERLAN-AMORIM, N.E. ;
ALMEIDA, A.A. ;
CASTRO, M.P. ;
REIS, A.C.M.B. ;
Introdução: Os testes de percepção de fala são de extrema importância para o diagnóstico audiológico e possibilitam avaliar a efetividade do processo de reabilitação e intervenção fonoaudiológica. A aplicação da maioria destes testes é realizada a viva-voz, o que pode acabar variando a constância do sinal apresentado e a produção da amostra de fala utilizada pelo teste. Assim, este estudo surgiu da hipótese de que a padronização, por meio da aplicação do material gravado, pode contribuir positivamente no processo de avaliação e monitoramento da percepção auditiva da fala em crianças. Objetivos: Verificar a aplicabilidade do teste de percepção de fala com figuras realizado por meio da aplicação padronizada com material digitalizado e comparar a aplicação do Teste de Percepção de Fala com Figuras a viva-voz com a versão digitalizada/gravada em crianças sem queixas auditivas. Comparar os resultados encontrados neste estudo de crianças sem queixas auditivas com os obtidos em crianças com deficiência auditiva, usuárias de dispositivos auditivos, dados relativos à primeira etapa do trabalho. Metodologia: Trata-se de parte de um estudo observacional, prospectivo, transversal, realizado com amostra de conveniência, composta por 44 crianças sem queixas auditivas, de ambos os sexos, na faixa etária entre 2 e 5 anos de idade. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, processo n° 17597/2013. Após os responsáveis assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, iniciou-se a coleta de dados em uma escola do interior de São Paulo. Os procedimentos de coleta envolveram a aplicação do Teste de Percepção de Fala com Figuras a viva-voz e a aplicação do Teste de Percepção de Fala com Figuras por meio do material digitalizado/gravado. Os dados foram analisados por meio de uma análise exploratória e com teste t-Student. Resultados: Dos participantes normo-ouvintes, trinta e sete (84,1%) obtiveram 100% de acerto em ambos os métodos de aplicação. No caso dos demais participantes, sete sujeitos (15,9%) apresentaram erros em um dos métodos de aplicação, ou em ambos, sendo oito erros na aplicação a viva-voz e sete erros na aplicação digitalizada. Ao comparar os resultados do Grupo A (crianças sem queixas auditivas) e grupo B
(crianças com deficiência auditiva usuárias de dispositivos auditivos), por meio dos dois
métodos de aplicação do teste, houve evidência estatística (p=0,001) entre os achados, possuindo uma diferença significativa de melhores resultados para o grupo A em relação ao grupo B. Conclusões: Os resultados das aplicações padronizadas e realizados a viva-voz em crianças sem queixas auditivas não apresentaram evidência estatística, e por isso surge a necessidade de que mais pesquisas sejam realizadas, para verificar a confiabilidade do instrumento. Comparando os resultados entre os dois grupos estudados, nota-se que há uma diferença significativa entre os resultados, com piores resultados para o grupo de crianças com deficiência auditiva usuárias de dispositivos auditivos.
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