40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

AVALIAÇÃO AUDITIVA EM ADULTOS: UMA ANÁLISE PRÉ E PÓS COVID-19
Santos. E.F. ; Roggia, S.M. ; Souza, L.F. ; Rosa, L.A. ; Silva. D.P.C ; Scharlach. R.C. ;

Introdução: A Covid-19 trouxe comprometimentos à saúde da população mundial. O SARS-CoV-2, vírus causador da infecção, pode afetar diretamente a orelha interna, ou causar resposta inflamatória prejudicando a função auditiva, levando o indivíduo a apresentar sintomas cocleovestibulares. Objetivo: Caracterizar o perfil audiométrico de adultos pré e pós covid-19. Metodologia: Estudo descritivo, observacional, cego simples, de delineamento longitudinal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 5.969.536. Amostra do tipo não probabilística por conveniência, de adultos que realizaram avaliação auditiva antes da pandemia (2018/2019) e passaram por nova avaliação em 2023/2024. As avaliações realizadas foram: audiometria tonal liminar, audiometria de altas frequências, logoaudiometria, imitanciometria e aplicação de questionário sobre ter contraído a Covid-19 e queixas auditivas. Ao final das avaliações os participantes foram distribuídos em dois grupos: Covid-19 e Controle. Os dados da avaliação foram analisados e comparados considerando o momento da avaliação e os grupos. O valor de significância estatística foi de 5%. Resultados: A amostra foi composta por 22 participantes, sendo 16 (72,72%) pertencentes ao grupo Covid-19. A maioria era do sexo masculino (63,63,7%), com média de idade de 32,94 anos (dp=9,41) para o grupo Covid-19 e de 31,00 anos (dp=5,40) para o grupo controle, considerando a segunda avaliação. Quanto às características da contaminação pelo vírus, 100% dos integrantes do grupo Covid-19 relataram que não houve nenhuma complicação da saúde, não sendo necessária internação, fazendo uso apenas de medicações para melhora dos sintomas apresentados, sendo os mais frequentes: febre, cefaleia, calafrios, fadiga, congestão nasal e mialgia. No que se refere às sequelas pós infecção foram citados por alguns dos participantes: perda de olfato, rinite e queda de cabelo. Com relação às avaliações auditivas, as análises estatísticas mostraram que os dois grupos estudados se comportaram de maneira semelhante. Os limiares auditivos médios mostraram-se menores ou iguais a 20dBNA para os dois grupos e nos dois momentos de avaliação. Independentemente do grupo, houve diferença entre os momentos em relação aos limiares de 2, 3, 4, 9, 10, 11,2, 12,5, 14, 16 e 20 kHz, com pior média de limiares na segunda avaliação. É válido notar que esta piora foi mais acentuada para as frequências a partir de 9 kHz, porém inferior a 5dBNA. O índice de reconhecimento de fala (IRF) foi normal e sem diferença entre os grupos. Verificou-se boa mobilidade do sistema tímpano ossicular e não houve diferença entre os grupos quanto à ausência dos reflexos acústicos. Quanto à ocorrência de sintomas cocleovestibulares referidos pelos participantes do grupo Covid-19 não houve diferença considerando o momento da avaliação. O sintoma zumbido foi o mais frequente relatado pelo grupo nos dois momentos de avaliação (37,5%). Conclusões: Apesar da diferença observada entre os limiares auditivos médios obtidos pré e pós Covid-19 esta não foi superior a 5dBNA e foi verificada tanto no grupo Covid-19 quanto controle. Adultos que contraíram a Covid-19 apresentaram boa sensibilidade auditiva, IRF dentro da normalidade e boa mobilidade do sistema tímpano ossicular, sugerindo que, para essa amostra, a Covid-19 não afetou o sistema auditivo periférico.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1555
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1555


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