ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NO TRATAMENTO DO ZUMBIDO: DA ABORDAGEM À ALTA
Garcia, M.V. ;
Silva, J.B ;
Cavalheiro, A.S. ;
Lourenço, I.P.A ;
Maia, B.R. ;
Moreita, H.G. ;
Introdução: No tratamento do transtorno do zumbido (TZ), o cuidado e amparo de uma equipe multiprofissional tornam-se fundamentais, tendo em vista que o sintoma possui múltiplos geradores e amplificadores e necessita de uma avaliação e intervenção completa e individualizada. A alta clínica é indicada quando o sintoma deixa de impactar negativamente a qualidade de vida do paciente, evidenciando o alcance dos objetivos terapêuticos e a promoção do bem-estar. Objetivo: Descrever o processo de alta clínica para indivíduos com TZ. Método: Estudo longitudinal, realizado em indivíduos com transtorno de zumbido em um ambulatório especializado, desenvolvido e aprovado pelo CEP, sob o número 56038322100005346. Participaram do estudo, sujeitos de ambos os sexos, com queixas de TZ, com múltiplas percepções e excluídos aqueles com zumbido vascular. Foram incluídos 40 indivíduos com Escala Visual Analógica (EVA) maior ou igual a 5, diagnosticados com o sintoma, no período de julho a dezembro de 2024. Os sujeitos foram submetidos à avaliação audiológica básica constituída por um protocolo de investigação clínica do zumbido e como procedimento de mensuração da efetividade terapêutica, foi utilizada a EVA para verificar o grau de incômodo em intensidade e volume do zumbido. Como procedimentos de intervenção, foram selecionadas as seguintes técnicas: aconselhamento fonoaudiológico, liberação miofascial, auriculoterapia, mobilização neural, exercícios respiratórios e de mobilidade, método pilates, terapia antioxidante (extrato de açaí e melatonina) e terapia sonora (uso de aparelhos auditivos), com o objetivo de modificar os hábitos amplificadores do sintoma. Cada paciente recebeu uma ou mais técnicas das descritas, conforme a necessidade clínica. Para receberem alta, os indivíduos necessitavam assumir EVA com valor igual ou inferior a 3. Resultados: Em relação às técnicas, 100% receberam terapias associadas, com predomínio da técnica de Liberação Miofascial, aplicada em 83% dos indivíduos. De acordo com EVA, dos 40 sujeitos atendidos, 18 (45%) apresentaram uma redução significativa na intensidade e no volume do zumbido (pré: 8, pós: ≤ 3), recebendo alta clínica. Os demais permanecem em acompanhamento, todos com evolução positiva no processo terapêutico. Conclusão: A alta clínica foi alcançada para quase metade dos sujeitos em atendimento, em menos de 4 meses de intervenção.
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