MONITORAMENTO AUDITIVO E COMUNICACIONAL DE UMA CRIANÇA COM INDICADOR DE RISCO PARA DEFICIÊNCIA AUDITIVA: ESTUDO DE CASO
DUARTE, D.S.B. ;
BRITTO, D.B.L.A. ;
QUEIROGA, B.A.M ;
CARVALHO, W.L.F. ;
QUEIROZ, J.P.S. ;
MELO, S.C.S. ;
SILVA, L.S.G. ;
ADVÍNCULA, K.P. ;
Introdução: A integridade do sistema auditivo é essencial para o desenvolvimento da comunicação e aquisição da linguagem oral. A Triagem Auditiva Neonatal Universal, obrigatória por lei, permite a identificação precoce de riscos à saúde auditiva em recém-nascidos. Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva incluem intercorrências pré, peri e pós-natais que exigem monitoramento, mesmo após resultados normais na triagem. Diante desses fatores, é crucial o acompanhamento das habilidades de audição e linguagem com práticas centradas na família. Objetivo: Descrever os achados clínicos e estratégias utilizadas no monitoramento do desenvolvimento auditivo e de linguagem de uma criança com Indicador de Risco para Deficiência Auditiva. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso clínico envolvendo uma criança pré-termo do sexo masculino, com três meses de diferença entre a idade cronológica e a corrigida, histórico de permanência em UTI por mais de cinco dias e uso de medicamentos ototóxicos. O atendimento ocorreu em um serviço público vinculado a uma Universidade federal, onde foram realizados exames de Emissões Otoacústicas, Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico, avaliação auditiva comportamental e aplicação do Instrumento de Rastreamento da Comunicação de Crianças de 0 a 36 meses. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer de nº 6.071.305. Resultados: O primeiro atendimento foi realizado aos quatro meses de idade corrigida. Observou-se que a criança apresentava "sorriso social" e bom contato visual. Na avaliação auditiva comportamental, a criança demonstrou reflexo cócleo-palpebral e atenção aos instrumentos apresentados, mas não realizou busca pela fonte sonora. Exames de Emissões Otoacústicas indicaram presença de respostas, enquanto o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico revelou latências e amplitudes dentro dos padrões de normalidade. No entanto, a aplicação do Instrumento de Rastreio da Comunicação de Crianças de 0 a 36 meses apontou "risco" para o desenvolvimento da comunicação expressiva e compreensiva. Nesse mesmo atendimento, os pais receberam orientações sobre estimulação auditiva e de linguagem. No retorno ao serviço, a criança realizou os retestes dos exames de Emissões Otoacústicas e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico, com resultados novamente satisfatórios. Na avaliação auditiva comportamental com estímulos sonoros, a criança demonstrou habilidades auditivas de atenção e localização sonora. O questionário do Instrumento de Rastreio da Comunicação de Crianças de 0 a 36 meses demonstrou um aumento na pontuação, indicando que a criança adquiriu novas habilidades de comunicação para a faixa etária, passando de ‘’risco’’ para ‘’atenção’’. Conclusão: O monitoramento auditivo é uma estratégia essencial para detectar precocemente alterações no desenvolvimento de crianças com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva, permitindo identificar necessidades e implementar intervenções precoces. No caso descrito, embora não tenham sido detectadas alterações audiológicas, a criança apresentou atrasos nas habilidades de comunicação global, identificados por um instrumento de rastreio. A orientação inicial oferecida aos pais pode ter ampliado sua compreensão sobre a importância da estimulação. O instrumento demonstrou eficácia como ferramenta de suporte para o monitoramento e orientação das famílias. Após a intervenção, com orientações direcionadas, a criança apresentou progresso significativo, alcançando habilidades de comunicação mais condizentes com sua idade.
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