PROVAS OCULOMOTORAS E CALÓRICA NO IDOSO: UM ESTUDO COMPARATIVO QUANTO AO TIPO DE TONTURA
Menezes, N. B. ;
Oliveira, N. S. ;
Siqueira, A. R. ;
Santos Filha, V. A. V. ;
Introdução: A tontura é uma queixa comum entre os idosos e está associada a diversas condições clínicas, com impacto negativo na qualidade de vida. Pode se manifestar como desequilíbrio ou vertigem, e o diagnóstico diferencial entre essas apresentações é fundamental para o manejo adequado, com vectoeletronistagmografia bem utilizada na rede pública de saúde. Objetivo: Caracterizar os resultados das provas oculomotoras e da prova calórica nos idosos, comparando-os de acordo com o tipo de tontura. Metodologia: Estudo observacional, descritivo e transversal, com análise quantitativa, vinculado a um projeto de pesquisa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa institucional, sob o número 2.732.475. Amostra constituída por 61 idosos, com idades entre 60 e 87 anos, com queixas de tontura, atendidos no Laboratório de Otoneurologia de uma clínica escola. Todos foram submetidos a uma anamnese, Escala Visual Analógica (EVA), Dizziness Handicap Inventory (DHI) e avaliação otoneurológica, com foco nas provas oculomotoras e vestibulares/calórica. Resultados: A média de idade dos idosos foi de 69,90 anos, sendo 63,9% mulheres e 36,1% homens, em atividade laboral uma minoria de 29,5%. Quanto à tontura, 65,6% dos idosos relataram desequilíbrio, e 34,4% vertigem, com duração de segundos para 35% e 38,1%, e episódios prévios de queda para 37,5% e 47,6%, respectivamente. Os escores médios do DHI foram 50,40, com 19,25 no aspecto funcional, 16,30 no emocional e 14,63 no físico. Na EVA, a média foi de oito pontos, com 84,91% apresentando EVA igual ou maior a sete. Na prova calórica, 50,8% dos idosos apresentaram normorreflexia, e entre àqueles que apresentaram alterações, 66,7% mostraram predomínio labiríntico unilateral. Nas provas oculomotoras, 11,48% dos idosos tiveram alterações, sendo que 57,14% destes também apresentaram alterações na prova calórica. Ao analisar os subgrupos, entre os 40 idosos com desequilíbrio, 57,5% apresentaram alterações na prova calórica, com predominância de predomínio labiríntico unilateral (60%). Entre os 21 idosos com vertigem, 52,4% apresentaram alterações na prova calórica, com 63,7% com predomínio labiríntico unilateral. Além da queixa de tontura, 65,6% dos idosos apresentam perda auditiva, com apenas 10% usuários de aparelhos auditivos, assim como zumbido. Conclusão: Os resultados mostram que tanto as provas oculomotoras quanto a prova calórica foram eficazes na identificação das alterações na vectoeletronistagmografia nos idosos com queixas de tontura. As diferenças observadas entre os subgrupos de desequilíbrio e vertigem indicam a necessidade de uma avaliação clínica minuciosa, que considere não apenas as queixas de tontura, mas também a presença de outras condições associadas, como perda auditiva e zumbido. Essas informações são fundamentais para o desenvolvimento de estratégias de reabilitação mais eficazes e para a promoção da qualidade de vida dessa população idosa.
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