POTENCIAL EVOCADO N400 APLICAÇÕES, AVANÇOS E DESAFIOS NO ESTUDO DO PROCESSAMENTO SEMÂNTICO: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Ferreira, D. C. ;
Batista, C. H. A. ;
Menezes, P. L. ;
Andrade, K. C. L. ;
Introdução: O potencial evocado N400 é uma resposta elétrica cerebral que ocorre cerca de 400 milissegundos após a apresentação de um estímulo linguístico inesperado ou semanticamente incongruente. É um marcador neurofisiológico utilizado para investigar os mecanismos neurais subjacentes ao processamento semântico. Sua versatilidade permite aplicações em estudos sobre compreensão da linguagem, memória semântica, integração contextual e desenvolvimento cognitivo. Apesar de sua relevância, há necessidade de compilar e sintetizar a literatura recente sobre o tema, destacando suas aplicações e desafios metodológicos. Objetivo: Realizar uma revisão de escopo para mapear os estudos sobre o potencial evocado N400, identificar seus principais achados, áreas de aplicação e lacunas na literatura. Metodologia: A revisão seguiu as diretrizes do método PRISMA-ScR. Pesquisas foram realizadas nas bases SciELO, LILACS, PubMed, Scopus e Cochrane Library. As buscas foram realizadas no período de novembro de 2024 à janeiro de 2025, abrangendo estudos publicados entre 2015 e 2025. Os critérios de inclusão abrangeram artigos que abordassem o N400 em contextos experimentais e clínicos, excluindo-se as duplicações, artigos de revisão da literatura e resumos científicos. A análise de dados focou nas áreas de aplicação, variabilidade dos resultados e avanços metodológicos. Resultados: Um total de 53 artigos foram identificados. Após triagem de títulos e resumos por dois avaliadores, 18 artigos foram selecionados para leitura completa, com oito estudos incluídos na revisão. Os estudos revisados demonstraram aplicações do no estudo do processamento semântico, como na compreensão da linguagem, memória semântica e em condições clínicas, como transtornos neurológicos e psiquiátricos. Os achados confirmam que o N400 é um marcador eficiente para detectar incongruências semânticas, com variações em sua amplitude dependendo da familiaridade e frequência das palavras. Além disso, foi observada uma redução na amplitude ou latência prolongada do N400 em pacientes com transtornos neurológicos, sugerindo dificuldades no processamento semântico. Quanto à metodologia, estudos recentes destacaram avanços na análise de sinais, interpretação de dados do N400, e a necessidade de maior padronização para garantir a reprodutibilidade. Conclusões: A literatura confirma o N400 como ferramenta robusta na neurociência cognitiva para explorar o processamento semântico e a integração contextual. As aplicações clínicas e metodológicas destacam seu potencial como biomarcador de condições neurológicas e cognitivas. Quanto às lacunas, percebeu-se a complexidade das respostas auditivas individuais, a diversidade da população e as diferentes metodologias empregadas. Pesquisas futuras devem explorar aplicações emergentes e fortalecer a reprodutibilidade dos achados.
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