TONTURA E/OU ZUMBIDO – CENÁRIO DOS IDOSOS ATENDIDOS EM UMA CLÍNICA ESCOLA
Oliveira, M. E. Z de ;
Santos Filha, V. A. V. dos ;
Introdução: O envelhecimento populacional no Brasil avança rapidamente, trazendo desafios no manejo de condições crônicas comuns entre idosos. Entre essas, a tontura destaca-se como uma das principais causas de procura médica por idosos, frequentemente associada a quedas e redução da qualidade de vida. Além disso, o zumbido é outra queixa recorrente, muitas vezes coexistindo com a tontura e agravando o impacto na saúde dos pacientes. Diante disso, compreender o perfil dos idosos com essas queixas é essencial para definir estratégias de diagnóstico, tratamento e prevenção. Objetivo: Identificar o perfil do idosos com tontura e/ou zumbido atendidos em uma Clínica escola. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, com análise quantitativa, vinculado a um projeto de pesquisa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) institucional, sob o número 2.732.475. Amostra constituída por 182 idosos, com queixa de tontura, faixa etária de 60 a 92 anos de idade (média de 69,87 anos) e de ambos os sexos. Os participantes foram atendidos no Laboratório de Otoneurologia de uma Clínica escola da rede pública, submetidos a uma anamnese, à Escala Visual Analógica (EVA) e à avaliação otoneurológica. Resultados: Dos 182 idosos avaliados, 129 (70,88%) eram mulheres e 53 (29,12%) homens. A maioria encaminhado do otorrinolaringologista (114; 62,64%), seguido do neurologista (50; 27,47%). Na escala EVA, o incômodo geral da tontura teve média de 7,44, sendo 68,48% com valores ≥ 7. Quanto a queixa de tontura, 59 (32,42%) relataram tontura não rotatória [44 (74,58%) do tipo desequilíbrio e 15 (25,42%) tontura propriamente dita], com o grau de incômodo médio EVA de 6,96 (51,85% - pontuação ≥ 7), e 120 (65,93%) vertigem, com incômodo médio de 7,92 (75,38% - pontuação ≥ 7). Quanto ao zumbido, 101 (55,50%) relataram apresentá-lo, sendo 86 (85,15%) especificamente quanto ao tipo e local do sintoma. A maioria (56 - 65,12%) dos idosos apontaram o tipo agudo, seguido de grave (17 - 19,77%), assim como bilateral (44 -51,16%) e unilateral (38 - 44,19%) (OE – 25/65,79% e OD – 13/ 34,21%). A média do Grau de Incômodo para a EVA foi de 6,85, sendo 57,73% com a pontuação ≥ 7. Todos os idosos da amostra apresentam algum tipo de comorbidade, isolada ou combinadas, sendo as mais prevalentes: Hipertensão Arterial Sistêmica (104 – 57,14%), Problema de Coluna (104 – 57,14%), Problema de Visão (81 – 44,51%), sendo 78 (96,30%) usuários de óculos, colesterol elevado (54 – 29,67%), Diabetes (38 – 20,88%), Problema Cardíaco (30 – 16,48%), Ansiedade (30 – 16,48%) e Depressão (29 – 15,93%). Conclusão: A população estudada é predominantemente mulher, geralmente encaminhada do otorrinolaringologista, com a prevalência da tontura do tipo vertigem e do zumbido de pitch agudo, bilateral, ambos de grau de incômodo significativo, a maioria (57,73%) com pontuação ≥ 7 para a EVA. A Hipertensão Arterial Sistêmica, problema de coluna, problema de visão e colesterol elevado foram as comorbidades mais relatadas pelos idosos.
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