PERFIL AUDIOLÓGICO DE INDIVÍDUOS COM ZUMBIDO ATENDIDOS EM UM PROJETO DE EXTENSÃO
Caetano, E. D. ;
Braz, C. H. ;
Vieira, L. D. ;
Silva, B. W. M. ;
Silveira, G. S. ;
Silva, D. P. C. ;
Roggia, S. M. ;
Introdução: Exames audiológicos em pessoas com zumbido podem auxiliar na identificação da causa, determinação da gravidade e do impacto na vida cotidiana, ajuste de tratamento e monitoramento, sendo crucial para um cuidado mais personalizado e eficaz. Objetivo: Analisar o perfil audiológico de indivíduos avaliados em um projeto de extensão que atende pessoas sem queixas auditivas, mas que relataram a presença de zumbido durante a anamnese. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal (comitê de ética 46189021.2.0000.0121). Grupo de estudo composto por indivíduos que relataram zumbido uni ou bilateralmente, atendidos nos anos de 2018 a 2024. Realizou-se Audiometria Tonal Liminar (ATL), Logoaudiometria, Audiometria de Altas Frequências (AAF), Timpanometria, Emissões Otoacústicas Evocadas por Estímulo Transiente (EOAT) e Produto de Distorção (EOAPD) e Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE). Nem todos os indivíduos realizaram todas essas avaliações, assim, o número de sujeitos variou na dependência do exame realizado. Os resultados foram analisados mediante análise estatística descritiva. Resultados: Dos 417 indivíduos avaliados no projeto, 117 (28,06%) referiram presença de zumbido uni ou bilateral. As idades variaram de 14 a 58 anos (x̄ 27,84 anos), sendo 74 feminino e 43 masculino. Dos 111 indivíduos que realizaram ATL, 32,41% apresentaram Perda Auditiva (PA) de grau leve a moderada em pelo menos uma frequência na orelha direita (OD) e 30,63% na orelha esquerda (OE). A frequência com maior ocorrência de PA na OD foi a de 8000 Hz (10,81% perda leve e 0,9% perda moderada) e na OE a de 6000 Hz (8,11% perda leve). Na logoaudiometria 100% dos indivíduos apresentaram resultados normais. A AAF, realizada em 105 indivíduos, apresentou alterações em todas as frequências testadas, sendo 16000 Hz a que apresentou maior ocorrência (OD 5.71% e OE 2,86%). Na timpanometria, 7,5% dos 106 indivíduos apresentaram curvas alteradas: 2,25% Ad, 3,0% Ar e 2,25% C. Nas EOAT, pesquisadas em 51 indivíduos, foram constatadas alterações em todas as bandas de frequências testadas, sendo 4000 Hz a que demonstrou maior número de alterações (23,33% bilateralmente). As EOAPD foram pesquisadas em 51 indivíduos, com alterações em pelo menos uma orelha em todas as frequências testadas. A frequência com maior ocorrência de alterações foi a de 6000 Hz tanto na OD como na OE. No PEATE, dos 55 indivíduos avaliados, constatou-se atraso na latência na onda I (OD 3,63% e OE 5,45%), da onda III (OD 1,81% e OE 9,09%) e da onda V (OD 9,09% e OE 7,27%), bem como aumentos dos intervalos interpicos I-III (OD 5,45% e OE 3,63%), III-V (OD e OE 1,81%) e no interpicos I-V (OD 3,63% e OE 1,81%). Conclusões: A presença de resultados alterados na maioria das avaliações realizadas salienta a importância de realizar avaliações audiológicas em pacientes com zumbido.
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