40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

CORRELAÇÃO ENTRE CARACTERÍSTICAS DAS SENTENÇAS E RESPOSTAS NO DESENVOLVIMENTO DE UM TESTE DE RECONHECIMENTO DE FALA
Knamppmann, K. ; Paul, S. ;

Introdução: O reconhecimento de fala em condições adversas, como no caso de usuários de implantes cocleares, é um processo complexo influenciado por diversos fatores, incluindo características das sentenças apresentadas e as propriedades acústicas das vozes dos falantes. Estudos sobre percepção auditiva em condições simuladas têm sido muito utilizados para entender as limitações e desafios enfrentados por pessoas com deficiência auditiva. Tais estudos auxiliam no desenvolvimento de estratégias de reabilitação auditiva e na melhoria dos dispositivos de assistência auditiva. A clareza das sentenças, seu comprimento, estrutura gramatical e vocabulário, bem como as particularidades dos falantes, podem afetar significativamente a compreensão da fala em cenários com restrição auditiva. Essa análise detalhada é essencial para identificar padrões e propor intervenções que otimizem o reconhecimento de fala, tanto para ouvintes normais quanto para usuários de dispositivos auditivos. Objetivo: Analisar como as características das sentenças e dos falantes, em condições simuladas de percepção auditiva com vocoder de 3 canais, influenciam o desempenho no reconhecimento de fala. Metodologia: A pesquisa utilizou 987 sentenças gravadas por quatro falantes, sendo dois homens e duas mulheres, com cada falante gravando entre 230 e 260 sentenças. As sentenças foram processadas por um vocoder de 3 canais para simular condições auditivas de usuários de implante coclear e foram apresentadas a cinco participantes normo-ouvintes de forma aleatória ao longo de quatro dias, com cerca de 45 minutos por sessão e 250 sentenças por dia, em uma sala acusticamente ajustada. Resultados: Verificaram-se diferenças significativas no reconhecimento de fala relacionadas às características das sentenças e aos falantes que as gravaram. Apesar das sentenças serem compostas por estruturas gramaticais simples, do vocabulário cotidiano, erros de reconhecimento foram observados em sentenças de todos os números de palavras. Entretanto, sentenças mais longas, com 10 ou mais palavras, apresentaram médias de reconhecimento de fala mais baixas e maior variabilidade de erros, independentemente dos falantes. Sentenças entre 6 e 8 palavras também mostraram dispersão nos resultados, mas com respostas mais consistentes que sentenças longas. Sentenças curtas, de 3 a 5 palavras, tiveram melhor reconhecimento e menor variância dos erros. Quanto ao reconhecimento das sentenças por falantes, também ocorreram diferenças. Para as sentenças do falante 1 (homem) determinou-se maior variabilidade em sentenças longas e médias, com reconhecimento de 50%-75% nas sentenças curtas. Nas sentenças do falante 2, também homem, o reconhecimento foi o pior (mais erros e sentenças não reconhecidas). As sentenças da falante 3, mulher, tiveram reconhecimento uniforme, com menor dispersão nos erros e maior percentual de acertos, mesmo em sentenças longas. Já nas sentenças da falante 4, também mulher, havia variação em sentenças curtas, mas maior consistência em sentenças médias e desempenho inferior em sentenças longas. Conclusão: Os resultados evidenciam que sentenças longas são mais desafiadoras para o reconhecimento de fala, independentemente do falante e gênero, enquanto sentenças curtas facilitam o desempenho dos participantes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1589
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1589


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