POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS E OTOSCLEROSE NA TERCEIRA IDADE: REVISÃO INTEGRATIVA
Cruz, A.L.B. ;
Babini, D.B.L.A. ;
INTRODUÇÃO: Uma das doenças que afetam a audição é a otosclerose. Doença idiopática que afeta o osso temporal, caracterizando-se pela formação anormal do osso na cápsula ótica, podendo causar nos indivíduos perda auditiva. O tratamento mais comum é a cirurgia, como a estapedotomia ou estapedectomia. Como forma de avaliação da audição em indivíduos com otosclerose temos os potenciais evocados auditivos, que são exames não invasivos usados para avaliar a função auditiva central. OBJETIVO: Descrever os principais achados acerca dos potenciais evocados auditivos em indivíduos com otosclerose. METODOLOGIA: Esta revisão integrativa foi realizada em janeiro de 2025, para responder à seguinte pergunta condutora: “Quais os principais resultados acerca dos potenciais evocados auditivos da otosclerose na terceira idade?”. A metodologia seguiu as diretrizes do modelo PRISMA para garantir a transparência e rigor do processo de seleção e análise dos artigos incluídos na revisão. A busca por estudos foi realizada nas seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde, Scientific Electronic Library Online, Google Scholar, American Speech-Language-Hearing Association e PubMed. As chaves de busca incluíram os seguintes termos: “Otosclerosis”, “Evoked Potentials, Auditory” and “Elderly”. Estes termos foram selecionados com base nos Descritores em Ciências da Saúde para assegurar a relevância e abrangência da pesquisa. Como critérios de inclusão estabeleceram-se: estudos dos últimos 10 anos, nos idiomas inglês e português brasileiro, indivíduos na terceira idade com diagnóstico de otosclerose e que tenham realizado algum tipo de potencial evocado auditivo. Já os critérios de exclusão foram: estudos realizados com animais, capítulos de livros, editoriais, trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses e estudos fora dos critérios de elegibilidade. RESULTADOS: Após leitura dos títulos, resumos, exclusão das duplicatas e artigos na íntegra, apenas quatro estudos foram considerados elegíveis para esta revisão integrativa. A partir da análise dos dados obtidos, foi verificado que a população estudada tinha uma faixa etária entre 59 a 86 anos, com predominância no sexo feminino. Dentre os exames de potencial evocado auditivo, os mais encontrados foram o potencial evocado auditivo de tronco encefálico e o Frequency foIllowing response. No potencial evocado auditivo de tronco encefálico foram encontrados latências de ondas e intervalos interpicos mais elevados (ondas I, III e V e intervalos IV e III-V). Já no Frequency foIllowing response as latências das ondas de resposta nas frequências A, E, F e O também foram superiores nas pessoas idosas. As amplitudes das respostas de frequência são mais favoráveis nas ondas A do que nas ondas D, F e O nesses participantes. De forma semelhante, os intervalos interpicos (VA e VO) apresentaram-se mais prolongados nos idosos em relação aos adultos. CONCLUSÃO: Os potenciais evocados auditivos mais realizados em idosos com otosclerose foram os potenciais evocados auditivos de tronco encefálico e o Frequency following response. Os exames apresentaram atrasos nas latências e amplitudes, apontando para a relação da resposta neural mais lenta aos estímulos auditivos como sendo um indicador uma diminuição na sincronia entre as estruturas neurais. Assim, as respostas dos exames possibilitaram uma avaliação eficaz das alterações relacionadas à idade na via auditiva.
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