PREVALÊNCIA DE ZUMBIDO EM PACIENTES ATENDIDOS EM UM SERVIÇO PÚBLICO DE AUDIOLOGIA NA REGIÃO SUL DO PAÍS
Andrade, I.V.M ;
Moreira, H. G. ;
Dalla Santa, N.G ;
Brandt, A.C.A ;
Büring, G.T ;
Toillier, F.C ;
Lourenço, I.P.Á ;
Garcia, M.V ;
Introdução: O zumbido é caracterizado como a percepção de um som na ausência de estímulos acústicos externos. Embora não seja uma doença, trata-se de um sintoma que pode estar associado a diversas condições, incluindo alterações no sistema auditivo ou fatores não auditivos, como distúrbios metabólicos. O impacto do zumbido é comparável a outras condições incapacitantes, como perda auditiva, enxaqueca e dores crônicas, prejudicando a qualidade de vida dos indivíduos com essa condição. Nesse sentido, devido às implicações causadas pelo sintoma, é fundamental o desenvolvimento de pesquisas, diagnóstico e tratamento, considerando a atual falta de investigações eficazes e opções terapêuticas adequadas. Acerca dessa lógica, é possível analisar que há uma carência de estudos que busquem discorrer sobre a prevalência de zumbido na região sul do país, considerando principalmente os impactos significativos na qualidade de vida que essa condição pode gerar. Objetivo: Verificar a prevalência de zumbido em pacientes atendidos em um serviço público de audiologia vinculado a uma instituição de ensino superior na região sul do país. Metodologia: Estudo de caráter retrospectivo e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número 56038322.1.0000.5346. O período de coletas ocorreu de março a dezembro de 2024, no qual foram avaliados 234 indivíduos, com idades de 4 a 93 anos, sendo 96 do sexo masculino e 138 do sexo feminino, com ou sem queixas otológicas, que realizaram a avaliação audiológica básica. Destes, 120 foram atendidos na prática clínica regular, e 114 pela Liga Acadêmica de Audiologia. Foram incluídos no estudo aqueles que apresentaram ou não algum tipo de queixa otológica e desconsiderados 7 sujeitos que não possuíam dados completos para análise. Todos os participantes realizaram uma anamnese semi-estruturada, que incluiu a pergunta sobre a presença de zumbido, inspeção visual do meato acústico externo, audiometria tonal liminar, logoaudiometria , imitanciometria e pesquisa dos reflexos acústicos estapedianos contralaterais. As avaliações foram tabuladas em uma planilha do Excel, analisadas e os resultados descritos. Resultados: Foram incluídos no estudo 227 indivíduos, dos quais evidenciou-se que de 100% da amostra, 44,49% (101 sujeitos) apresentaram alguma queixa de percepção de zumbido. Destes, 35,64% (36 sujeitos) foram do sexo masculino e 64,36% (65 sujeitos) do sexo feminino. Tais achados demonstram que uma parcela considerável dos sujeitos apresenta esse sintoma, havendo maior prevalência nos indivíduos do sexo feminino. Conclusão: A prevalência de zumbido entre os pacientes atendidos foi substancial. Nesse sentido, esse resultado destaca a necessidade de estratégias específicas para diagnóstico e manejo dessa condição na população avaliada, dado o impacto potencial do zumbido na qualidade de vida dos indivíduos. Além disso, esses dados reforçam a importância de incluir a investigação do zumbido na rotina clínica para que seja possível identificar os casos e propor intervenções adequadas.
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