40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

USO DE TELAS E QUEIXAS VESTÍBULO-VISUAIS NA POPULAÇÃO INFANTOJUVENIL
XAVIER, G. V. M. ; Silveira, K. M. Q. ; Cabral, Z. B. D. ; Calheiros, K. C. G. F. ; Lima, T. K. D. C. ; Mantello, E. B. ;

Introdução: Os sintomas vestíbulo-visuais são comuns entre jovens e podem ser desencadeados por condições como cinetose, náusea digital e vertigem visualmente induzida, caracterizadas pela sensação de movimento, estando o corpo em repouso. A náusea digital é desencadeada após uso de dispositivos como óculos de realidade virtual, mais imersivos, ou telas de computadores, televisores, tablets e celulares, menos imersivos; amplamente usados, especialmente por crianças e adolescentes. O uso excessivo de telas na infância está associado a impactos negativos no desenvolvimento, incluindo ansiedade, depressão e baixo desempenho escolar. Há, porém, poucas pesquisas sobre a relação entre telas e sintomas vestíbulo-visuais em jovens. Assim, o questionário Pediatric Visually Induced Dizziness Questionnaire (PVID), é um instrumento de triagem comportamental das situações que provocam a vertigem visualmente induzidas na infância. Objetivo: Caracterizar os resultados do PVID na população infanto-juvenil usuária de telas. Metodologia: Estudo analítico, transversal, do tipo levantamento de campo, com abordagem quantitativa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, nº 6.743.915. Os dados foram coletados por meio de um formulário no Google Forms. A amostra incluiu crianças e adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 6 e 18 anos incompletos, que utilizavam telas e cuja participação foi autorizada pelos responsáveis por meio de termos de consentimento/assentimento. Os responsáveis responderam a uma anamnese fonoaudiológica e, as crianças e adolescentes foram incentivadas a responder o questionário de autopercepção, junto dos pais. Para facilitar a compreensão, esta versão traduzida e adaptada do instrumento para o português brasileiro, contém figuras ilustrativas das situações desencadeadoras de sintomas. Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise descritiva. Resultados: A amostra foi composta por 102 participantes, sendo 52% mulheres e 48% homens, com média de idade de 10,86 anos. O tempo médio de uso de telas foi de 4,05 horas diárias, em que, 16,7% relataram uso de telas de até 2 horas por dia e 83,3% afirmaram uso superior a 2 horas diárias. A média de acometimento do PVID na população avaliada foi de 3,16 pontos, com variação de 0 a 19 pontos. Dentre as respostas obtidas, observou-se maior incidência dos sintomas nas seguintes situações: ‘andar de carro’, ‘fazer atividade escolar’ e ‘usar o computador’ com 44, 38 e 25 respostas, respectivamente. Enquanto as condições ‘olhar para um objeto listrado ou em movimento’ (13 respostas) e ‘andar por um corredor de supermercado ou por uma loja movimentada’ (11 respostas) foram as que menos suscitaram sintomas. Conclusões: O PVID caracterizou a presença da vertigem visualmente induzida autorrelatada nas crianças e adolescentes usuários de tela, especialmente nas situações ‘andar de carro’, ‘fazer atividade escolar’ e ‘usar o computador’. Além disso, houve predomínio do tempo de uso de telas exacerbado, nessa população, que ultrapassa as recomendações de tempo de exposição diária para crianças e adolescentes, sugeridas pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Esses resultados ressaltam a importância de estratégias educativas e preventivas, voltadas para a conscientização dos pais e cuidadores sobre os potenciais riscos do uso excessivo de telas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1604
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1604


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