LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA PERDA AUDITIVA EM CRIANÇAS DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE
LOPES, A. D. S. ;
TAVEIRA, K. V. M. ;
CAVALCANTI, H. G. ;
Introdução: A perda auditiva é considerada uma condição de etiologia variável, pode ser causada por fatores genéticos, ambientais ou ambos, cogitada como uma das deficiências mais incapacitantes. Apesar dos avanços, o Brasil ainda possui um sistema de regulação pouco adequado, impossibilitando a detecção de parâmetros epidemiológicos que norteiam e articulem um sistema de diagnóstico precoce. Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico da população infantil com deficiência auditiva atendidas na rede pública de saúde. Métodos: Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa - CEP, sob o nº do parecer 6.543.801. Trata-se de um estudo do tipo observacional e transversal que foi realizado nos Centros Especializados em Reabilitação - CER situados no município de Maceió/AL, Nordeste, Brasil. A amostra foi composta pela análise dos prontuários de todas as crianças de até 12 anos de idade que foram atendidos nos CER credenciados para reabilitação auditiva do município de Maceió/AL no período de 2012 a 2024. Resultados: Até a presente fase da pesquisa foram encontrados 159 participantes que se enquadraram nos critérios da pesquisa, sendo 58,5% (n=93) do sexo masculino e 41,5% (n=66) do sexo feminino. A perda auditiva do tipo sensorioneural bilateral foi predominante, afetando 87% dos participantes. Os principais fatores de risco identificados foram: uso de medicações ototóxicas (21,3%, n=34), permanência na UTI neonatal por mais de 5 dias (11,9%, n=19) e baixo peso ao nascer (menos de 1500g) (11,9%, n=19). A média de idade para o diagnóstico da perda auditiva foi igual ou superior aos 2 anos e a média para intervenção foi em torno de 3 anos de idade. Conclusão: Nota-se a prevalencia do sexo masculino, bem como da perda auditiva sensorioneural bilateral. A administração de medicamentos ototóxicos constitui o fator de risco para a perda auditiva mais prevalente, devendo-se implementar estratégias que garantem que essa população, em especial, seja monitorada e acompanhada de forma sistemática.
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