CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL CLÍNICO DE CRIANÇAS COM PERDA AUDITIVA DE UM CENTRO DE REABILITAÇÃO: UMA ABORDAGEM OBSERVACIONAL
LOPES, A. D. S. ;
BARBOSA, J. T. F. da S. ;
TAVEIRA, K. V. M. ;
CAVALCANTI, H. G. ;
Introdução: A perda auditiva é uma condição multifatorial, com etiologia que pode ser atribuída a fatores genéticos, ambientais ou à interação entre ambos. Reconhecida como uma das deficiências mais incapacitantes, impacta profundamente a sociabilidade e o desenvolvimento educacional dos indivíduos. Apesar dos avanços registrados nos últimos anos, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos em seu sistema de regulação, o que compromete a identificação de parâmetros epidemiológicos fundamentais. Essa lacuna prejudica a capacidade de planejar, coordenar e oferecer cuidados de saúde mais consistentes e direcionados à população com deficiência auditiva. Objetivo: Analisar o perfil clínico das crianças com deficiência auditiva atendidas em um centro de reabilitação auditiva. Métodos: Este trabalho é um recorte de um estudo mais amplo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o parecer nº 6.543.801. Trata-se de uma pesquisa observacional e transversal conduzida nos Centros Especializados em Reabilitação (CER) localizados no município de Maceió, Alagoas, Nordeste do Brasil. A amostra foi composta por dados obtidos da análise de prontuários de todas as crianças com até 12 anos de idade atendidas nos CER credenciados para reabilitação auditiva no município, no período de 2012 a 2024. Resultados: A pesquisa incluiu 51 participantes que atenderam aos critérios estabelecidos, sendo 52,9% (n=27) do sexo masculino e 47,1% (n=24) do sexo feminino. A perda auditiva sensorioneural bilateral foi o tipo mais prevalente, atingindo 80,4% dos indivíduos. Os principais fatores de risco identificados foram: internação em UTI neonatal por mais de cinco dias (41,2%, n=21), uso de medicamentos ototóxicos (21,6%, n=11) e baixo peso ao nascer (menos de nascimento). 1500 g) (15,7%, n=8). Observou-se que 35,3% (n=18) dos participantes estão em reabilitação auditiva, enquanto 64,7% (n=33) abandonaram o tratamento. A idade média para o diagnóstico da perda auditiva foi de aproximadamente. Conclusão: Os resultados do estudo destacam a importância de uma atenção ampliada na promoção da saúde auditiva da população infantil desde o período pré-natal. Qualquer intercorrência no sistema auditivo pode resultar em prejuízos significativos à saúde e qualidade de vida dos indivíduos, privando-os do desenvolvimento das habilidades linguísticas necessárias para uma comunicação ampla e irrestrita, o que resulta no isolamento social.
DADOS DE PUBLICAÇÃO