EFICÁCIA DA MUSICOTERAPIA NA REABILITAÇÃO AUDITIVA
Pessoa, L. S. ;
Albuquerque, G. M. P. A. ;
Gonçalves, J. C. ;
Cavalcanti, H. G. ;
Introdução: A musicoterapia é um método terapêutico que utiliza sons, canções e instrumentos que tem se mostrado uma ferramenta eficaz no processo de reabilitação auditiva, promovendo melhoria na percepção sonora em usuários de dispositivos eletrônicos. Tal prática pode ser utilizada de maneira multidimensional por profissionais especializados na área, sendo uma atuação amplamente difundida e certificada. A musicoterapia auxilia no maior desenvolvimento da comunicação e do bem-estar emocional dos indivíduos com deficiência auditiva, aprimorando a comunicação verbal e não verbal, além de favorecer o desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras. Objetivo: Analisar a eficácia da musicoterapia na reabilitação auditiva. Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica desenvolvida na base de dados da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) e PubMed utilizando os cruzamentos: “Correção de Deficiência Auditiva AND musicoterapia” e “Musicoterapia AND reabilitação da audição deteriorada” e seus respectivos descritores em inglês. Foram incluídos textos completos, publicados nos últimos dez anos, em qualquer idioma e excluídas revisões de literatura, artigos não disponíveis gratuitamente ou que não fossem relacionados à temática. Inicialmente, foram selecionados 26 artigos pelo título e, após aplicação dos critérios de inclusão, retirada de trabalhos duplicados e leitura dos textos na íntegra, totalizaram 5 estudos. Resultado: Dentre os achados, foi percebido que o treinamento musical em crianças com perda auditiva e usuárias de implante coclear as fizeram obter um melhor desenvolvimento das habilidades auditivas para a música e um aumento na identificação de contornos melódicos (sequência de variações de tons) em crianças com IC. A percepção mais precisa de tom e timbre, habilidade que pode ser desenvolvida com musicoterapia, leva ao desenvolvimento da capacidade de perceber elementos complexos da fala, como a prosódia linguística e emocional e reconhecimento de fala no ruído. Assim, apesar dos poucos estudos no assunto, foi possível observar evidências de benefícios da musicoterapia aos pacientes em processo terapêutico, uma vez que tal treinamento induz um aprimoramento do processamento de sinais sonoros e fonológico, visto que aqueles que possuíam melhor percepção musical também a tinham na fala. Ademais, o contato com a música pode causar maior adesão à terapia, bom humor, atenção e memória, fatores cruciais no desenvolvimento e qualidade de vida de indivíduos com perdas auditivas. Conclusão: Sendo assim, a musicoterapia se destaca como uma ferramenta complementar no processo de reabilitação auditiva, especialmente na perspectiva de indivíduos com alteração na audição e usuários de implante coclear. Apesar de ainda existir a necessidade de um maior aprofundamento na temática, os estudos analisados destacam seu impacto positivo. Ademais, há benefícios emocionais e cognitivos proporcionados pela prática musical que fortalece sua aplicação terapêutica, demonstrando um impacto positivo na qualidade de vida e desenvolvimento comunicativo desses indivíduos. Desse modo, tais achados reforçam a importância de integrar a musicoterapia como um recurso complementar na intervenção de indivíduos com deficiência auditiva.
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