40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

A INTERAÇÃO FAMÍLIA-CRIANÇA E O DESEMPENHO AUDITIVO E LINGUÍSTICO EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Martins, G. S. ; Tomaz, G. O. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: As interações familiares são fundamentais para o desenvolvimento da linguagem. Pais com competências comunicativas avançadas podem criar um ambiente linguístico enriquecedor, otimizando o aprendizado de crianças com deficiência auditiva e promovendo o desenvolvimento de suas habilidades. Objetivo(s): Investigar se há correlação entre a competência comunicativa do cuidador e o desenvolvimento auditivo e linguístico de crianças com deficiência auditiva, além de comparar os desempenhos entre diferentes faixas etárias. Metodologia: Estudo transversal e descritivo-analítico, aprovado pelo CEP (nº 3.440.683). Participaram 36 famílias e crianças com deficiência auditiva de um serviço de reabilitação auditiva do SUS. Foram incluídas crianças com perda auditiva de graus leve a profundo, adaptadas com tecnologias de acessibilidade auditiva e com idades entre 0 e 12 anos. Para analisar a interação e classificar a competência comunicativa geral do cuidador (CCGC), foram realizadas filmagens de até 10 minutos de uma situação de brincadeira livre entre a família e a criança. Após as filmagens, as interações foram analisadas por dois juízes independentes utilizando um formulário adaptado da Escala de Índice de Comportamentos que Promovem a Comunicação. O desempenho auditivo-linguístico das crianças foi classificado com base nas categorias de audição (CA) e de linguagem (CL), atribuídas por seus fonoaudiólogos. Para a análise dos dados, as crianças foram divididas em dois grupos de acordo com o grau da perda auditiva: leve a moderado e severo a profundo. Foi realizado o teste de correlação de Spearman para avaliar a relação entre CCGC e CA e CL, controlando variáveis como a escolaridade do cuidador e a renda familiar. Posteriormente, os desempenhos das crianças e a CCGC foram comparados entre as faixas etárias de 0-5 anos e 6-12 anos utilizando o teste de Mann-Whitney, sendo testada a hipótese de que crianças mais velhas apresentam resultados superiores em termos de desempenho auditivo-linguístico, além de pais com maior competência comunicativa. Resultados: Das 36 crianças, 10 tinham perda auditiva de grau leve a moderado e 26 severo a profundo. 15 crianças apresentavam idades entre 0-5 anos e 21 entre 6-12 anos. Para o grupo com crianças de grau severo a profundo, observou-se correlação positiva moderada entre CCGC e CA e CL (Rho de Spearman = 0.540 e 0.558, respectivamente, p < 0.01). Além disso, a comparação entre as faixas etárias revelou diferenças significativas, com crianças mais velhas apresentando melhores CA e CL (p < 0.001) e pais com maior CCGC (p = 0.005). Já para o grupo de grau leve a moderado, não houve correlação significativa entre CCGC e CA e CL (p = 0.674). O teste de Mann-Whitney indicou diferenças significativas apenas nos desempenhos de audição e linguagem (p < 0.05). Conclusões: Houve correlação significativa entre a competência comunicativa do cuidador e as categorias de audição e linguagem em crianças com perda de grau severo a profundo. Além disso, crianças mais novas apresentaram desempenho auditivo-linguístico significativamente inferior, reforçando a importância de intervenções precoces e com foco na capacitação parental para o desenvolvimento de interações sintonizadas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1646
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1646


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