40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

ESTUDO DOS SINAIS DE ANSIEDADE EM PACIENTES COM ZUMBIDO
Pereira, R. M. ; XAVIER, G. V. M. ; Ferreira, L. M. B. M. ; Mantello, E. B. ;

Introdução: O zumbido é uma ilusão auditiva caracterizada por uma sensação sonora sem relação com uma fonte externa, afetando até 43% da população mundial. Trata-se de um sintoma com etiologia multifatorial, associado a fatores como perda auditiva, exposição a ruídos, alterações neurológicas, uso de medicamentos ototóxicos e causas psicogênicas, incluindo ansiedade e depressão. Sua relação com o sistema límbico, cuja disfunção pode perpetuar a percepção consciente e crônica do zumbido, gera impactos como insônia, dificuldade de concentração, depressão e ansiedade, comprometendo atividades diárias. Dada sua prevalência e impacto na qualidade de vida, este estudo busca analisar a intensidade do incômodo do zumbido e sua relação com sinais de ansiedade. Objetivo: Verificar a relação e comparar as características psicoacústicas, o impacto e nível de incômodo do zumbido com sintomas associados à ansiedade, em pacientes com e sem perda auditiva. Método: Estudo delineado como observacional, transversal, descritivo e inferencial, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) de acordo com o parecer nº 4.880.618. A população foi obtida por conveniência. Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, com queixa de zumbido, há mais de 3 meses e idade entre 18 e 80 anos. Os pacientes selecionados foram submetidos à anamnese, avaliação audiológica básica, audiometria de altas frequências, acufenometria, Escala Visual Analógica (EVA), Tinnitus Handicap Inventory (THI) e ao Inventário de Ansiedade Traço-estado (IDATE). A amostra foi dividida em dois grupos: G1 (normo-ouvintes) e G2 (com perda auditiva). Os dados foram analisados de forma descritiva, e o teste de correlação de Spearman foi utilizado para identificar associações. Resultados: A amostra consistiu em 50 pacientes, sendo 68% mulheres e 32% homens. A média de idade foi de 40,64 anos no G1 e 58 anos no G2. O zumbido mais frequente foi do tipo “apito” (62%). Em 72% dos casos, o zumbido era unilateral, com predomínio na orelha esquerda (74%), enquanto 28% apresentaram zumbido bilateral. Na EVA, o incômodo médio foi de 6,48 no G1 e 7,84 no G2, indicando incômodo moderado. O THI apresentou médias de 44,24 (G1) e 48,80 (G2). No IDATE-T, o G1 obteve média de 45,05 pontos, e o G2, 42,92. Já no IDATE-E, as médias foram 41,96 (G1) e 41,72 (G2). Observou-se diferença significativa para as variáveis pitch na orelha direita e escore total da EVA entre os grupos. Identificou-se correlação de grau moderado para o G1 (r=0,51) e fraca para o G2 (r=0,33) entre THI x EVA. THI x IDATE-T apresentaram correlação moderada para o G1(r=0,45) e fraca para o G2 (r=0,27). THI x IDATE-E apresentaram correlação fraca para ambos (r=0,23; r=0,31). Conclusão: Não se observou diferença do impacto do zumbido na qualidade de vida, da sensação de intensidade e dos sintomas de ansiedade, entre os pacientes com e sem perda auditiva. Constatou-se diferença do nível de incômodo do sintoma, sendo esse maior entre os pacientes com perda auditiva. Identificou-se, ainda, relação entre o nível de incômodo com a maior sensação de intensidade do zumbido, em ambas as orelhas, no grupo de normo-ouvintes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1647
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1647


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