40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

MONITORAMENTO AUDIOLÓGICO DE LACTENTES COM TOXOPLASMOSE CONGÊNITA NOS PRIMEIROS DOIS MESES DE VIDA: SÉRIE DE CASOS
Ferreira, J.V.M. ; Nascimento, G. F. F. ; Câmara, L. L. P. ; Silva, S. S. ; Pereira, S. C. D. ; Balen, S. A. ;

Introdução: A toxoplasmose congênita é uma infecção que causa diversos comprometimentos no neurodesenvolvimento infantil, inclusive perda auditivas sensorioneurais que podem se manifestar de forma tardia e progressiva. Além de lesões neurológicas que podem gerar diversos comprometimentos importantes no sistema cocleovestibular e no desenvolvimento global do bebê, tornando o monitoramento auditivo crucial para o prognóstico desses bebês. Objetivo: Descrever os achados eletrofisiológicos obtidos no monitoramento audiológico de bebês com diagnóstico de toxoplasmose congênita nos dois primeiros meses de vida. Metodologia: Trata-se de uma série de casos clínicos, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob número de parecer 5.685.328. Para compor o estudo, foram selecionados três lactentes, com idades entre de 27 a 69 dias, encaminhados para o monitoramento do desenvolvimento auditivo, devido ao diagnóstico confirmado de toxoplasmose congênita. A bateria de avaliação audiológica infantil foi composta de procedimentos como: timpanometria com sonda de 1000Hz, emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente (EOAT), Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico com Estímulo Clique (PEATE-clique) nas intensidades de 80dBnNA e 30dBnNA e o Frequency Following Response (FFR). Por fim foi feita a análise descritiva dos dados. Resultados: Dos três bebês avaliados, dois eram do sexo feminino e um do sexo masculino, a média de idade foi de 56,5 dias. Todos os bebês apresentaram pico positivo na timpanometria, dois deles tiveram presença das emissões transientes em todas as bandas de frequência bilateralmente, enquanto um apresentou ausência na frequência de 1kHz bilateralmente, no PEATE-clique a 80 dBnNA foram observadas latências absolutas e interpicos dentro do esperado, com presença da onda V na intensidade de 30 dBnNA. Além disso, todos os bebês apresentaram respostas semelhantes entre si, quanto à latência absoluta das ondas I, III e V e os intervalos interpicos I-III, III-V e I-V. Quanto aos achados do FFR, estes apresentaram variabilidades nas respostas, quanto à atividade pré-neural do RMS, amplitude espectral da frequência fundamental (f0) e dos harmônicos. Além disso, também foram observadas variações nas respostas dos atrasos neurais (Neural lag), indicando diferenças no processamento neural do estímulo acústico, evidenciando a influência de fatores individuais na decodificação neural de estímulos de fala. Havendo um dos bebês apresentado respostas melhores em comparação aos demais, especialmente no neural lag, sugerindo um melhor processamento neural do estímulo acústico. Enquanto o bebê que obteve EOAT ausentes em 1 kHz apresentou respostas piores na amplitude espectral dos harmônicos. Conclusões: Estes casos permitiram evidenciar que o desenvolvimento da via auditiva se encontrava dentro do esperado nos dois primeiros meses de vida nos lactentes com toxoplasmose congênita, entretanto, a ausência da EOAT na frequência de 1kHz em um dos bebês é um alerta que alterações auditivas mínimas podem ocorrer e precisam ser investigadas. As diferenças na decodificação neural da fala no FFR deverá ser correlacionada ao desenvolvimento de linguagem ao longo do monitoramento audiológico. Desse modo, ressalta-se a relevância da continuidade do monitoramento audiológico no intuito de mensurar o desenvolvimento da via auditiva central e suas repercussões sobre o desenvolvimento de linguagem.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1649
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1649


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