40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

SINAIS E SINTOMAS VOCAIS DE ADULTOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Valle, I.C. ; Queija, D.S ; Ubrig, M.T. ;

Introdução: A produção da voz e fala envolve a respiração, fonação, articulação, ressonância e prosódia. Além disso, o sistema auditivo é essencial para o desenvolvimento e a manutenção da qualidade vocal. Alterações vocais são mais frequentes em deficientes auditivos pré-linguais, no entanto, na surdez pós-lingual, a ausência do feedback auditivo pode comprometer a produção da voz ao longo da privação auditiva ou quando não há utilização adequada de dispositivos auditivos. Objetivo: Verificar se adultos com deficiência auditiva apresentam queixas e sintomas vocais, e comparar os resultados aos participantes com surdez pré lingual e pós lingual. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de caráter prospectivo e de corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número 6.937.237. Assinaram o termo de consentimento e participaram 32 adultos com deficiência auditiva (D.A) divididos em dois grupos: pré-linguais e pós-linguais. Foram incluídos indivíduos que apresentavam D.A classificadas de grau moderado a profundo, que utilizavam a linguagem oral como meio principal de comunicação e faziam uso de tecnologias de amplificação, como os aparelhos de amplificação sonora individual ou implantes cocleares. Foram excluídos participantes com malformações congênitas na laringe, cirurgias laríngeas prévias, traqueostomia, malformações labiopalatais, diagnósticos psiquiátricos e/ou neurológicos. Foi aplicado nos participantes dois protocolos de autoavaliação da voz, de forma voluntária, sendo eles: o protocolo de escala de sintomas vocais (ESV ) e o protocolo de Índice de Desvantagem Vocal (IDV-10), ambos validados para o Português Brasileiro e utilizados com frequência na clínica vocal. Resultados: Dos participantes, 18 eram do gênero feminino (56,3%) e 14 do masculino (43,7%). 14 pacientes no grupo de pré-linguais, com idades de 19 a 48 anos, enquanto 18 pacientes eram pós-linguais, com idades entre 24 e 82 anos. A maioria dos 32 participantes apresentou queixas vocais com escores acima da nota de corte de ambos os protocolos, com valores médios de: ESV 34,1 (±20,3) e IDV-10 12,4 (±9,3). Embora os valores dos pacientes pré-linguais tenham sido superiores aos pós-linguais nos protocolos, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. Ao verificar a relação entre idade dos pacientes e os resultados obtidos, não se observou valores estatisticamente significativos, indicando que os participantes acima de 60 anos não contribuíram para que o grupo pós-lingual apresentasse um escore maior em relação aos participantes com idades inferiores. Os achados deste estudo indicam a relevância da autoavaliação da voz como um recurso valioso na identificação de dificuldades vocais nesta população. A ausência de distinções estatísticas entre os grupos pode estar associada ao tamanho da amostra, ressaltando a necessidade de pesquisas futuras com um número maior de participantes em cada grupo. Conclusão: Ambos os grupos demonstraram queixas de voz expressivas, destacando a importância da autoavaliação vocal em pessoas com D.A, porém, não foi possível diferenciar os dois grupos estudados. Compreender os impactos na qualidade vocal e a relação com a percepção auditiva, pode contribuir para o aprimoramento das intervenções fonoaudiológicas e facilitar ajustes nos dispositivos auditivos, culminando em uma melhora significativa na qualidade de vida e na comunicação de pessoas com deficiência auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1654
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1654


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