40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

COMPARAÇÃO ENTRE TOM TURO E RUÍDO DE BANDA ESTREITA NA DETERMINAÇÃO DE LIMIARES AUDITIVOS EM ADULTOS COM ZUMBIDO
Holanda, J.C.G ; Araújo, Deuzimar P. ; Albuquerque, A.G.D.R ; Araújo, E.S ;

Introdução: O zumbido é a percepção de som na ausência de uma fonte sonora externa, afetando 15% a 20% da população brasileira. Trata-se de um sintoma multifatorial que exige avaliação detalhada, incluindo o diagnóstico audiológico, pois a perda auditiva pode estar associada ao zumbido ou este sintoma pode indicar problemas auditivos futuros. Na audiometria tonal liminar (ATL), padrão ouro na avaliação audiológica, é imprescindível a correta determinação dos limiares auditivos para o diagnóstico e a intervenção apropriados. Em indivíduos com zumbido, a escolha adequada do estímulo é fundamental para evitar confusões entre o sintoma e o estímulo na ATL. Ao considerar a aplicabilidade do ruído de banda estreita em populações difíceis de testar, este estudo parte da hipótese de que o ruído de banda estreita permite determinar os limiares auditivos com maior precisão do que o tom puro em indivíduos com zumbido. Objetivo: Comparar o tom puro e o ruído de banda estreita na determinação de limiares auditivos em adultos com zumbido. Métodos: Pesquisa prospectiva, descritiva e transversal, aprovada pelo Comitê de Ética sob parecer 7.060.084. Participaram 35 indivíduos, de ambos os sexos, entre 19 e 82 anos (média 47,5±18,4 anos), divididos em grupo estudo (GE) e grupo controle (GC). O GE foi composto por 25 adultos com zumbido (50 orelhas), sendo 15 com perda auditiva sensorioneural e 10 sem perda auditiva. Por outro lado, constituíram o GC 10 adultos sem zumbido (20 orelhas), sendo cinco com perda auditiva sensorioneural e cinco com limiares auditivos dentro da normalidade. Como critérios de inclusão adotou-se idade mínima de 18 anos e ausência de exposição a sons intensos nas últimas 48 horas. Foram excluídos participantes com cerúmen excessivo, alterações de orelha média e com perda auditiva condutiva ou mista. Realizou-se audiometria tonal liminar com tom puro e ruído de banda estreita, além da aplicação do Tinnitus Handicap Inventory (THI) e da escala visual analógica (EVA) para zumbido. A ordem dos testes foi randomizada e os dados foram analisados com o programa Jamovi, adotando-se p<0,05. Resultados: Os participantes com zumbido (GE) apresentaram menores limiares auditivos com o ruído de banda estreita em comparação com o tom puro (p<0,05), independentemente da presença ou ausência de perda auditiva e do grau e configuração audiométrica. O mesmo resultado foi observado para os indivíduos com perda auditiva do GC (p<0,05), exceto para a frequência de 250Hz (p=0,240). Para os participantes sem zumbido e sem perda auditiva, verificou-se equivalência entre os estímulos (p>0,05). A idade não influenciou os escores do THI (p=0,993) e EVA (p=0,903), mas houve correlação forte entre estas duas medidas de autopercepção do zumbido (p<0,001; r=0,796). Para o GE verificou-se que a diferença dos limiares auditivos com os dois estímulos não se correlacionou com os escores do THI e EVA nas frequências avaliadas (p>0,05). Conclusão: Os limiares auditivos obtidos com o ruído de banda estreita foram inferiores aos registrados com tom puro em indivíduos com zumbido e/ou perda auditiva sensorioneural. Já em participantes sem perda auditiva e sem zumbido, não foi observada diferença entre os estímulos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1688
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1688


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