FREQUENCY FOLLOWING RESPONSE COM NOVO ESTÍMULO DE FALA /DAO/: DADOS PRELIMINARES
Câmara, L. L. P. ;
Silva, K. S. S. ;
Careta, N. G. ;
Segovia, A. M. ;
Escera, C. ;
Balen, S. A. ;
Introdução: O Frequency Following Response (FFR) é uma resposta gerada a nível subcortical e cortical, a qual permite avaliar a integridade da via auditiva, como também possibilita analisar como ocorre a codificação dos sons no sistema auditivo central. Há diversas formas de apresentação e tipos de estímulos utilizados para desencadear a resposta, como o /da/ de 170 ms, porém o mais utilizado é o /da/ de 40 ms. Entretanto, estímulos mais longos podem desencadear respostas mais robustas da via auditiva central, sendo interessante para populações com imaturidade ou atipias no desenvolvimento desta via. Ainda há a necessidade de padronizar esses dados para diferentes populações no intuito de conhecer as características e os padrões típicos da resposta neural a cada estímulo de fala. Objetivo: Comparar o padrão neural de codificação da fala em adultos normo-ouvintes em resposta ao estímulo de fala /da/ e /dao/. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, prospectivo e analítico, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, sob o parecer nº 5.685.328. A pesquisa inclui 26 adultos com audição normal, 18 do sexo feminino com idades entre 19 e 35 anos (média =25,25 anos). Todos apresentaram Emissões Otoacústicas Evocadas por Estímulos Transientes (EOAT) bilaterais. A resposta de FFR foi registrada com o estímulo de fala /dao/ de 220 ms e o /da/ de 170 ms, apresentado de forma monoaural na orelha direita e captada ipsilateralmente. Os parâmetros incluíram uma taxa de 3,70/s, frequência fundamental (f0) de 100 Hz, intensidade de 80 dB nNa, polaridade alternada e filtro passa-banda de 80 a 1500 Hz. Foram aceitos até 10% de artefatos nos registros, que foram compostos por quatro promediações de 1.000 sweeps cada para cada estímulo apresentado. Foi realizada a análise no domínio do tempo e da frequência da resposta neural que não apresentou distribuição normal no teste Shapiro Willks. Desta forma, foi aplicado o teste Wilcoxon com um nível de significância de 5%. Resultados: Observou-se mediana de 10,65 ms para o /da/ e 9,22 ms para o /dao/ no neurolag (p =0.004). A amplitude espectral da vogal /da/ nos harmônicos médios e altos foram maiores para o /dao/ do que para o /da/ (p<0,001). No entanto, não evidenciaram diferença na frequência fundamental e no RMS pré-estímulo entre os estímulos utilizados. Conclusão: Os achados deste estudo demonstraram que adultos normo-ouvintes falantes da Língua Portuguesa, apresentam respostas neurais mais robustas para o /dao/ quando comparado ao /da/, especialmente, no domínio temporal e na amplitude espectral dos harmônicos. Este achado contribui para futuros comparativos para respostas de neurodesenvolvimento da via auditiva central na decodificação da fala, em virtude, dos harmônicos médios e altos serem determinantes para a percepção da fala na discriminação das consoantes.
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