40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

O TEMPO DE PRIVAÇÃO SONORA INFLUENCIA NA PERCEPÇÃO DE FALA EM ADULTOS USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR? O QUE DIZ A LITERATURA?
Fernandes, R. C. F. ; Dias, G.T.B. ; Silva, J. D. ; Gouveia, M. C. L. ; Silva, J. Q. ; Muniz, L. F. ;

INTRODUÇÃO: Indivíduos que possuem perda auditiva (PA) e utilizam das tecnologias auditivas geralmente apresentam diminuição na capacidade de percepção auditiva, tanto em ambientes silenciosos como nos ruidosos, quando comparados a normoouvintes. Para a adequada reabilitação são necessários esforços combinados entre pacientes e terapeutas. Contudo alguns fatores como o tempo de privação sonora podem gerar limitações na percepção auditiva com uso do implante coclear (IC). OBJETIVO: Observar, por meio de revisão da literatura, se há influência do tempo de privação sonora em adultos usuários de IC METODOLOGIA: O levantamento bibliográfico foi realizado nas seguintes bases de dados: PubMed, SciELO, Web of Science e BVS. Foram utilizados os descritores e seus sinônimos cadastrados no MeSH os termos cochlear implantations, speech intelligibility e deafness combinados entre si por AND e OR, sem aplicação de filtros, nem limitações por idioma ou ano de publicação. A busca foi realizada em pares, com seleção inicial por títulos e resumos e em seguida leitura de textos completos para a inclusão no atual estudo. Foram incluídos artigos originais que avaliaram a percepção auditiva através de avaliações comportamentais, em grupos compostos por adultos de ambos os sexos em uso de IC e que em suas análises consideraram o tempo de surdez bilateral antes do IC. RESULTADOS: Foram identificados 893 estudos durante a busca, 11 artigos foram lidos na íntegra e desses cinco artigos foram incluídos. A avaliação da percepção auditiva ocorreu em ambiente acusticamente controlado com uso de instrumentos padronizados, com e sem ruído competitivo, em conjunto com autorrelato e/ou questionários de qualidade de escuta e de vida. Majoritariamente, não houve relação estatística entre o tempo de privação sonora e a percepção auditiva, contudo reforça que o IC deve ser realizado com a maior brevidade possível. Além disso, sabe-se que a percepção de fala se desenvolve gradativamente mesmo após anos de uso do IC. Um estudo realizado com divisão dos participantes em quatro grupos (PA súbita, pós-meningite, progressiva e pré-lingual) indicou que quanto maior o tempo de vida com PA antes do IC menor é o desempenho nos testes de percepção de fala. Além disso, as avaliações foram realizadas em três momentos, sendo eles de 3, 6 e 12 meses após a ativação do IC. Apontou que, apesar de na primeira avaliação já existirem significativas melhoras, os resultados dos testes continuaram a melhorar até 12 meses em todos os participantes. Adultos com surdez precoce, mas implantados tardiamente obtiveram melhorias auditivas significativas mesmo após seis meses de implantação. Apesar desses achados, os artigos apontam que os participantes afirmam aumento da qualidade de vida após o uso da tecnologia auditiva implantável. CONCLUSÕES: Os achados da revisão apontam que o tempo de privação sonora não é um fator para a contraindicação do IC, mesmo que tardia, possui potencial de melhorar qualidade de escuta e de vida de indivíduos com PA. Além disso, a presente revisão, indica que o tempo de privação auditiva pode não auxiliar no momento de decisão sobre qual orelha implantar primeiro, nos casos de cirurgias para IC sequenciais.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1700
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1700


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