40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

ANÁLISE COMPARATIVA ELETROFISIOLÓGICA E ANATÔMICA ENTRE RATO WISTAR E HUMANOS: IMPLICAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
Silva, M. G. P. ; Morya, E. ; Araújo, E. S. ;

As pesquisas básicas na área da saúde são fundamentais para o avanço científico, pois permitem uma análise detalhada dos processos biológicos. Para isso, é necessário conhecer as estruturas anatômicas e avaliar a viabilidade de testes clínicos em espécies utilizadas em laboratório, a fim de elaborar um protocolo mais preciso, além de evitar o uso de procedimentos inadequados. A utilização desses dados experimentais permite a comparação com os dados clínicos existentes na literatura em humanos, viabilizando sua aplicação em contextos clínicos e contribuindo para o avanço de pesquisas futuras. Objetivo: comparar estruturas anatômicas e dados eletrofisiológicos da audição de ratos Wistar com registros clínicos humanos, avaliando sua viabilidade em estudos experimentais. Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), sob protocolo nº 2024-02-ISD. O estudo utilizou uma fêmea de rato da espécie Wistar (Rattus norvegicus), saudável e sem indicativo de alteração de orelha externa/média, com três meses de idade (equivalente a 18-25 anos para humanos) e peso de 265 gramas. Inicialmente procedeu-se a anestesia, utilizando Isoflurano (1%). Em seguida, foi realizado o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) com equipamento Eclipse (Interacoustics). Foram posicionados eletrodos superficiais: um na região frontal, um atrás de cada pavilhão auricular e o eletrodo terra na pata direita. Utilizou-se 21.1 cliques/segundo, total de 2000 estímulos, em 80 dBNAn e apresentados com fone de inserção 3A nas diferentes polaridades. Para análise anatômica, procedeu-se a eutanásia por perfusão intralabiríntica. Os ossos temporais, contendo as bulas timpânicas, foram removidos, fixados em paraformaldeído (PFA) a 4% por uma hora e, em seguida, dissecados para expor os ossículos e a cóclea. Resultados: Na análise do PEATE, observou-se reprodutibilidade dos registros, similaridade entre as orelhas e foi possível identificar as ondas I, II, III e IV, apresentando latência absoluta de 1,67 ms, 2,27 ms, 3,40 ms e 4,80 ms, respectivamente. A onda de maior amplitude foi a onda I, seguida da onda II. Quando comparados aos resultados de humanos, nota-se que embora as latências sejam similares, na faixa etária estudada ainda não foi registrado de forma evidente a onda V, de maior amplitude nos humanos. Além disso, o registro de microfonismo coclear foi evidente no animal, o que ressalta a importância do uso da polaridade alternada para melhor identificação da onda I. Em relação à anatomia, verificou-se a presença de uma estrutura abaulada denominada bula timpânica, que contém as estruturas da orelha média, incluindo a membrana timpânica e os ossículos: martelo, bigorna e estribo. Após a remoção da membrana timpânica, foi possível observar a cóclea, a qual apresenta dois giros e meio. Conclusão: As estruturas anatômicas e os dados eletrofisiológicos da audição de ratos Wistar apresentam características comparáveis aos registros clínicos humanos, com identificação de ondas equivalentes e latências similares, porém é necessário cautela na interpretação dos resultados. Apesar das diferenças na amplitude das ondas predominantes, os resultados indicam a viabilidade do uso de ratos Wistar em estudos experimentais relacionados à audição.



DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1707
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1707


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