40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

ALTERAÇÕES DA AUDIÇÃO E DE EQUILÍBRIO CONGÊNITAS EM UM RATO WISTAR: UM RELATO DE CASO.
MACEDO, M. B. ; BALDISSERA, C. S. ; SAUL, D. A. ; MACHADO, M. S. ; DALLEGRAVE, E. ; MALYSZ, T. ;

Introdução: O estudo da ototoxicidade em modelos animais requer planejamento do desenho experimental, incluindo o cálculo do número de animais necessários. Nesse contexto, para a obtenção de resultados válidos, o pesquisador deve levar em conta que alguns animais podem apresentar alterações congênitas de audição e/ou equilíbrio, o que poderá reduzir o número amostral e interferir significativamente na análise estatística. Embora de extrema relevância, a literatura sobre essa temática ainda é escassa. Objetivo: Descrever um relato de caso de um rato macho da linhagem Wistar que apresenta alterações da função coclear e do sistema nervoso auditivo central avaliadas por Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOAPD) e pelo Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE). As alterações de equilíbrio foram avaliadas pelo Teste da Trave Estreita. Metodologia: Um rato Wistar macho (70 dias) foi submetido às avaliações de EOAPD e PEATE sob anestesia (Cetamina 50mg/kg associada a Xilazina 10mg/kg, por via intraperitoneal). Para as EOAPD foram avaliadas as respostas para as frequências de 4, 6, 8, 10 e 12 kHz em ambas as orelhas utilizando o equipamento Otoread Clinical, da marca Interacoustics®, considerando-se 6dB como nível mínimo de relação sinal ruído. Para avaliação por PEATE, foi utilizado o equipamento de canal único Smart EP (IHS®), utilizando estímulo clique apresentado a 80 dB em polaridade rarefeita. O Teste da Trave Estreita (1 m de comprimento e elevada) avalia o equilíbrio e a coordenação motora do animal, mensurando o tempo total (máximo de 60s) para atravessar, número de quedas e número de deslizes das patas traseiras, sendo este, realizado em 3 dias de treino e o 4º para o teste. CEUA 623/2023. Resultados: A otoscopia demonstrou ausência de alterações de orelha externa (verificada por veterinário). Os resultados das EOAPD na orelha direita estavam ausentes nas frequências de 4, 6 e 10kHz e presentes em 8 e 12kHz. Já na orelha esquerda as EOAPD estavam ausentes nas frequências 4, 8 e 10kHz e presentes em 6 e 12kHz. Na avaliação do PEATE houve presença das ondas III e V e ausência da onda I, bilateralmente. As latências absolutas da onda III foram: 1,35ms à direita (0,90-1,68ms controle histórico) e 1,48ms à esquerda (0,90-1,13ms controle histórico). As latências absolutas da onda V foram: 2,25ms à direita (1,65-2,40ms controle histórico) e 2,48ms à esquerda (1,68-1,93ms controle histórico). Já as latências interpico III-V foram: 0,9 ms à direita (0,67-0,93ms controle histórico) e 1,0 ms à esquerda (0,65-1,0 ms controle histórico). Quanto ao Teste da Trave Estreita, o tempo médio total das tentativas reduziu no teste (17,33) em comparação com os treinos (57,46). Não houve quedas nem nos treinos, nem no teste. Quanto ao número médio de deslizes, houve redução entre a pré (0,67) e pós-avaliação, considerando que não houve nenhum deslize na pós-avaliação. Conclusão: É importante considerar a possibilidade de perdas amostrais devido a essas alterações para o planejamento adequado e a condução ética dos experimentos. A partir de estudos deste grupo de pesquisa, estima-se que essas alterações estejam presentes em 1 a cada 94 ratos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1724
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1724


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