(DES)CENTRALIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA AUDITIVA PÚBLICA NO ESTADO DA PARAÍBA: UMA ANÁLISE DOS CENTROS DE REABILITAÇÃO AUDITIVA POR MACRORREGIÕES
Lopes, V.V. ;
Santos, B.B.F.C. ;
Rocha, K.P. ;
Medeiros, V.N. ;
Lima, A.M.O. ;
Azevedo, Y.N.M. ;
Araújo, M.J.C.L.V. ;
Lucena, B.T.L. ;
Rocha, D.S.C.G. ;
Andrade, W.T.L. ;
Introdução: A operacionalização da diretriz da descentralização em saúde tem produzido impactos na equidade, eficiência e eficácia dos serviços ofertados, sendo influenciados pelos fatores contextuais e processos de implementação. Diante dessa perspectiva de gestão no estado da Paraíba, três Centros de Reabilitação (CER) realizam a distribuição de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI): os das macrorregiões de Araruna (CER II), de João Pessoa e de Sousa (ambos CER IV). Apesar disso, ainda existem lacunas a serem minimizadas, principalmente no que diz respeito aos serviços de reabilitação auditiva. Vale salientar, ainda, que a inexistência de serviços públicos de implante coclear na Paraíba demanda investimentos adicionais em serviços de alta complexidade e de aprimoramento da formação de profissionais. Objetivo: Identificar se está ocorrendo a descentralização dos serviços de assistência auditiva pública no estado da Paraíba, analisando os serviços de reabilitação nas diferentes macrorregiões do estado. Metodologia: O estudo teve caráter descritivo e exploratório, com abordagem quantitativa, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa mediante parecer nº 3.942.852. A coleta de dados foi realizada a partir da análise de documentos oficiais fornecidos por um CER IV da macrorregião de João Pessoa e é uma fundação estadual especializada em atendimento à pessoa com deficiência. Os dados coletados incluíram o número de pessoas assistidas pelo serviço, o número de AASI dispensados no ano de 2024 e a macrorregião da qual o usuário pertence. Resultados: Dos 1205 AASI dispensados pelo CER IV em questão, 79,50% foram dispensados para usuários que, de fato, residem nesta macrorregião, 7,05% foram dispensados a usuários que residem na macrorregião de Araruna, 2,57% foram dispensados a usuários que residem na macrorregião de Sousa e 10,79% foram dispensados a usuários da macrorregião de Campina Grande. Em relação ao CER II da macrorregião de Araruna, a dispensação de AASI começou no ano de 2024, por isso, diversos usuários já estavam em processo de adaptação no CER IV de João Pessoa antes de começar a dispensação no próprio CER II de Araruna. A macrorregião de Campina Grande também é um CER IV, mas não realiza a dispensação de AASI, no entanto, a cidade conta com um convênio municipal para a dispensação, abrangendo municípios pactuados. Contudo, não engloba toda a região conforme preconiza a dispensação através de um CER. Conclusão: De forma geral, a descentralização dos serviços de assistência auditiva vem produzindo mudanças e os outros CER estão conseguindo suprir as demandas dos usuários. No entanto, a descentralização ainda não está acontecendo na macrorregião que compreende o CER IV de Campina Grande pois, ainda que haja um convênio para dispensação de AASI, ele não atende toda a região. Diante desse contexto, esforços devem ser realizados no sentido de ampliar a oferta de serviços de adaptação de AASI, a fim de possibilitar o atendimento ainda mais próximo possível da residência do usuário. Além disso, deve ser ofertada a reabilitação auditiva, tendo em vista a sua importância para a adequação da adaptação do AASI pelo usuário.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1562
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1562
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11111111111111111 ;
Prezado (a) coordenador(a) do Programa Saúde na Escola,
Meu nome é Angela Dos Santos Costa, sou doutoranda no Programa de Pós-Graduação
em Distúrbios da Comunicação Humana da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal
de São Paulo (UNIFESP) e tenho as ações do Programa Saúde na Escola (PSE) como um dos
objetos principais de pesquisa.
Sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Alessandra Spada Durante e coorientação do Prof.° Dr.
Thiago Bulhões da Silva Costa, essa pesquisa objetiva analisar como a ciência de dados pode ser
utilizada para promover e/ou fortalecer ações de políticas públicas baseadas em evidências dentro
do PSE.
A pesquisa abrange as ações do PSE em todo o território nacional, portanto, já
solicitamos à coordenação nacional do PSE, em Brasília, dados sobre o programa em nível
nacional. E, a fim de obtermos dados regionais complementares que não são, necessariamente,
lançados no sistema nacional, a coordenação nacional nos forneceu seu contato.
Assim, gostaria de solicitar sua colaboração quanto ao envio de informações sobre as
ações do PSE realizadas em sua unidade federativa, no período de abril/2013 a 2024,
considerando as seguintes informações:
● Atividade realizada;
● Local da atividade (escola ou estabelecimento de saúde);
● Turno de realização da atividade (Manhã, tarde, noite);
● Profissionais envolvidos;
● N° de participantes;
● N° de avaliações alteradas (se for o caso); e,
● Público-alvo.
Sua participação poderá contribuir significativamente para o fortalecimento das ações do
PSE baseadas em evidência em sua unidade federativa e em âmbito nacional, possibilitando a
identificação de pontos fortes e pontos de atenção, que possam ser objeto de estudo de gestores do
PSE.
Rua Botucatu, 802 – Vila Clementino – São Paulo – CEP 04023-900
Fone (011) 3385-417
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1392
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1392
A APLICABILIDADE DA REALIDADE VIRTUAL COMO FERRAMENTA NA REABILITAÇÃO VESTIBULAR DE INDIVÍDUOS COM DISTÚRBIOS VESTIBULARES: REVISÃO INTEGRATIVA
Silva, M. K. S. ;
Pimentel, M. F. ;
Duarte, D. S. B. ;
Britto, D. B. L. A. ;
INTRODUÇÃO: O equilíbrio corporal é mantido pelo sistema vestibular, localizado no ouvido interno, que detecta movimentos da cabeça e a posição do corpo em relação à gravidade, sendo fundamental para o controle postural e ocular. Quando há distúrbios nesse sistema, como tontura, vertigem e/ou desequilíbrio, a qualidade de vida dos indivíduos é significativamente afetada, prejudicando suas atividades cotidianas e autonomia, especialmente em adultos e idosos. A reabilitação vestibular neste contexto tem se mostrado uma estratégia eficaz para promover a compensação e restauração funcional dos pacientes. Recentemente, a realidade virtual emergiu como uma tecnologia inovadora no campo da saúde, proporcionando um ambiente controlado e interativo para simulação de exercícios. OBJETIVO: Descrever os principais resultados da aplicação da realidade virtual como ferramenta na reabilitação vestibular de indivíduos com distúrbios vestibulares. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada em janeiro de 2025, com a seguinte pergunta condutora: “Quais os principais resultados da aplicação da realidade virtual como ferramenta na reabilitação vestibular de indivíduos com distúrbios vestibulares.?". Para isso, foram utilizados descritores registrados nas plataformas Descritores em Ciências da Saúde e Medical Subject Headings, os termos foram cruzados com os operadores booleanos “AND” e “OR”, combinando as seguintes Palavras-chave: “Vestibular System”, “Vestibular Diseases”, “Rehabilitation” e “Virtual Reality”. As buscas foram realizadas nas bases de dados National Library of Medicine, Biblioteca Virtual em Saúde, SciELO. Foram incluídos artigos originais, publicados em qualquer idioma e ano, com indivíduos com distúrbios vestibulares e que realizaram realidade virtual como ferramenta na reabilitação vestibular. Foram excluídos: estudos com animais, capítulos de livros, editoriais, Trabalhos de Conclusão de Curso, dissertações e teses. RESULTADOS: Inicialmente foram encontrados 230 artigos na base de dados. Após a leitura dos títulos e resumos foram excluídos um total de 198 artigos, ficando para leitura de artigos completos um total de 32 artigos, 24 foram excluídos baseados nos critérios de exclusão, restando para análise oito artigos. Os estudos destacaram que o uso da realidade virtual na reabilitação vestibular promove a compensação vestibular e melhora a integração sensorial, estimulando a reorganização do sistema nervoso central e a coordenação motora. Além dos benefícios funcionais, a tecnologia se diferencia por aumentar a motivação dos pacientes, tornando os exercícios mais atrativos e favorecendo maior adesão ao tratamento. Outra vantagem é a personalização dos exercícios, que são ajustados conforme as necessidades específicas, com monitoramento contínuo do progresso, garantindo uma reabilitação mais eficiente e direcionada. CONCLUSÕES: A realidade virtual é uma ferramenta eficaz na reabilitação vestibular, promovendo integração sensorial, neuroplasticidade e tratamentos personalizados. Com maior adesão dos pacientes, destaca-se como uma ferramenta promissora para melhorar a qualidade de vida de indivíduos com distúrbios vestibulares.
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Página(s): p.1623
ISSN 1983-1793X
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A DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE AUDITIVA EM AMBIENTES VIRTUAIS
Nader, M.J.M ;
Matos, H.G.C ;
Garrido, S.T ;
Cardoso, M.J.F ;
Alvarenga, K.F ;
Jacob, L.C.B ;
Introdução: A saúde auditiva refere-se à prevenção, identificação e manejo de condições relacionadas à audição, visando preservar a função auditiva e promover a comunicação efetiva e melhorar a qualidade de vida. A comunicação eficaz em saúde auditiva é fundamental para fortalecer a promoção dessa áreat. As mídias sociais podem favorecer ambientes digitais colaborativos, voltados ao compartilhamento e à disseminação de informações sobre saúde auditiva. O Instagram e a Wikipédia são exemplos de plataformas digitais amplamente acessadas. O Instagram é uma plataforma comercial de compartilhamento de conteúdo pessoal, serviços e entretenimento. A Wikipédia é uma enciclopédia digital colaborativa e sem fins lucrativos mantida por voluntários. Objetivo: Avaliar comparativamente a divulgação de informações em saúde auditiva no Instagram e na Wikipédia. Metodologia: Trata-se de um estudo de intervenção aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, parecer n.º 6.822.885. Foram elaborados 18 conteúdos sobre saúde auditiva para difusão no Instagram. Os temas foram definidos a partir de um levantamento das principais temáticas abordadas em campanhas de saúde auditiva. Para isso, foi criada e monitorada uma conta no Instagram durante um período de 10 meses. Os conteúdos foram publicados em diferentes formatos: enquetes e perguntas nos stories (publicações temporárias), publicações de fotos e vídeos no feed, e Reels (vídeos curtos). Posteriormente, os conteúdos foram adaptados como verbetes para a Wikipédia, com um total de quatro novos e sete verbetes editados. Foi realizada a coleta de dados quantitativos referentes ao acesso e interação com os conteúdos, incluindo curtidas, visualizações, comentários, métricas de usuários alcançados e compartilhamentos. Para as edições e visualizações dos verbetes, utilizou-se o Programs & Events Dashboard. Todos os conteúdos foram revisados pela equipe de pesquisa. Os dados coletados foram tabulados e analisados de forma descritiva. Resultados: A conta no Instagram contabilizou 192 novos seguidores ao longo do estudo. Os Reels destacaram-se pelo desempenho superior, alcançando até 2.846 visualizações (temática de zumbido), indicando que esta modalidade de compartilhamento é uma estratégia eficaz para amplificar o alcance e impacto do conteúdo. Em comparação, os posts no feed apresentaram menor alcance, com um máximo de 321 contas acessando o conteúdo. Na etapa de edição e criação de verbetes na Wikipédia, observou-se uma variação de bytes adicionados aos conteúdos, que variou de 803 (verbete “perda auditiva induzida por ruído”) a 9.299 bytes (verbete de “perdas auditivas mínimas”), sendo que alguns dos verbetes editados foram criados do zero. Conclusões: O uso de ferramentas digitais como o Instagram e a Wikipédia podem ser estratégico para a disseminação de informações em saúde auditiva, explorando os diferenciais de cada plataforma, com potencialidade em alcançar diferentes públicos , dinâmica e acessível, ampliando os conhecimentos sobre essa temática.
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Página(s): p.1672
ISSN 1983-1793X
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A EFETIVIDADE DO TREINAMENTO AUDITIVO ACUSTICAMENTE CONTROLADO NO TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL: ESTUDO DE CASO
Silva, IV ;
MF, Colella-Santos ;
Introdução: A avaliação comportamental do Processamento Auditivo Central (PAC) tem sido uma importante ferramenta para crianças e adolescentes com dificuldade escolar. O objetivo deste estudo foi verificar a eficácia de um programa de Treinamento Auditivo comparando o desempenho inicial, nos testes de avaliação do processamento auditivo, com o desempenho após o Treinamento Auditivo Acusticamente Controlado (TAAC). Métodos: Este estudo faz parte de um projeto maior, aprovado pelo Comitê de Ética da instituição (parecer nº 6.216.032). Foi selecionado um indivíduo de 14 anos de idade, do sexo feminino, encaminhada por dificuldades escolares e queixas compatíveis com alterações no processamento auditivo, além de atenção e memória. A paciente foi submetida à avaliação comportamental do processamento auditivo central pré e pós Treinamento Auditivo Acusticamente Controlado(TAAC). Inicialmente foi realizada a avaliação audiológica básica constituída pela audiometria tonal liminar, logoaudiometria e imitanciometria(timpanometria e reflexos acústicos). Para avaliação do PAC, pré e pós TAAC, foram selecionados os testes de Localização Sonora, Sequencialização Sonora com Sons Verbais e Não-Verbais, Fala com Ruído Branco, dicótico não verbal (TDNV), Dicótico Consoante-Vogal (TDCV), Dicótico de Dígitos (TDD), Dicótico de Dissílabos Alternados (SSW), Reconhecimento de Frases com Mensagem Competitiva (SSI), Random Gap Detection Test (RGDT) e Teste de Padrão de Duração (TPD). Foi aplicado também o questionário Scale of Auditory Behaviors (SAB) pré e pós TAAC. A partir da análise dos resultados da avaliação do PAC, verificou-se que a paciente possuía Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) do tipo Global. Neste cenário, a adolescente foi convidada para realizar o TAAC, composto por oito sessões de 45 minutos. Por meio da plataforma afinando o cérebro, foram estimuladas as habilidades de Figura-Fundo (escuta monótica), Resolução temporal, Integração Binaural e Ordenação Temporal (atividades bottom-up). Além disso, em todas as sessões foram incluídas atividades top-down com enfoque em organização e memória auditiva verbal. Resultados: A paciente apresentou resultados normais na avaliação audiológica básica. No pré TAAC, as habilidades auditivas alteradas foram: Figura-Fundo para sons não linguísticos (TDNV - atenção livre) e linguísticos (TDD - orelha direita - e TDCV - atenção livre), e Ordenação Temporal (TPD). No questionário SAB, obteve a pontuação 16. Após o TAAC, a paciente normalizou todas as habilidades auditivas alteradas. Além disso, observou-se melhora no desempenho de habilidades auditivas previamente normais: Integração e Separação Binaural (SSW, e SSI em tarefa dicótica e monótica (MCI) na relação -10 e -15 dB), Figura-Fundo para sons verbais (TDCV - atenção direcionada direita e esquerda) e Resolução Temporal (RGDT). No questionário SAB sua pontuação subiu para 43. A família relatou melhora nas notas escolares, especialmente em Língua Portuguesa e Matemática, e na atenção. Conclusão: O programa de TAAC utilizado neste estudo mostrou-se eficaz nesta paciente com TPAC, uma vez que resultou em diferenças significativas no desempenho pré e pós-terapia nos testes, podendo ser verificada através da avaliação comportamental e do questionário SAB. O Treinamento Auditivo Acusticamente Controlado foi eficaz, pois possibilitou a normalização e aprimoramento das habilidades auditivas.
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Página(s): p.1676
ISSN 1983-1793X
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A ESTRUTURAÇÃO DO CURSO DE FONOAUDIOLOGIA E O ENSINO DA AUDIOLOGIA NA REDE PRIVADA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Santos, TFC ;
INTRODUÇÃO: A profissão de fonoaudiólogo tem atuação voltada à comunicação humana e foi regulamentada no Brasil em 1981. A profissão cresce gradativamente e ganha reconhecimento no país com o aumento das ofertas de trabalho e de concursos públicos voltados à Fonoaudiologia. Divididas em diversas áreas, a fonoaudiologia é a ciência responsável pelos estudos da audição, sendo esta chamada de Audiologia. O fonoaudiólogo é treinado para diagnosticar, gerenciar e/ou tratar distúrbios da audição, zumbido, ou problemas de equilíbrio, em todas as fases da vida, desde o recém-nascido ao idoso. OBJETIVO: Apresentar por meio do relato de experiência, a estruturação do curso de fonoaudiologia, com enfoque no ensino da audiologia, na rede privada da cidade de Aracaju-SE. MÉTODO: Foi realizada uma pesquisa e um planejamento inicial: pesquisa do mercado de trabalho da demanda de profissionais fonoaudiólogos no estado. Foi realizado a identificação do público alvo bem como o seu perfil. Definiu-se os objetivos do curso bem como grade curricular e carga horária de cada matéria proposta. Todas as conformidades legais e regulatórias do MEC foram seguidas, quanto as normas, matriz curricular, carga horária e projeto pedagógico do curso. Foram definidos o corpo docente e a metodologia de ensino (metodologia ativa), além da infraestrutura e recursos educacionais necessários. RELATO DE EXPERIÊNCIA: O curso foi estruturado para a formação de profissionais fonoaudiólogos, sendo este o primeiro curso de fonoaudiologia de uma universidade privada do estado de Sergipe. O ensino da Audiologia iniciou-se com a base de Acústica Física, sendo passado aos alunos as características físicas da onda sonora e os fenômenos sonoros que a envolve, bem como sua relação com a audição e fonação. A primeira turma teve o desafio da matéria de Audiologia Básica com uma carga horária extensa, de 60 horas, sendo dividida entre teórica e prática. Como primeira turma, esta não teve ao seu alcance um laboratório de audiologia composto pelos instrumentos necessários para a parte prática. Por se tratar de uma instituição de ensino privada, ainda era necessário maior capital para montagem de um laboratório. Em conjunto com a coordenação e a docente responsável, em busca de oferecer uma melhor formação, a solução proposta foi dividir a turma em pequenos grupos, e ofertar as aulas práticas em uma clínica particular da cidade. Ao concluir uma boa procura e matriculas para o curso, houve a montagem do laboratório de audiologia para a segunda turma formada da instituição, melhorando assim a sua formação. Para o docente, o maior desafio foi adequar o ensino padrão da audiologia com um sistema de ensino centrado no aluno, sendo esta matéria envolvida com casos e raciocínio clínico desde o primeiro dia do curso, ainda que sem acesso irrestrito aos equipamentos necessários. CONCLUSÃO: A formação de um curso de fonoaudiologia exige um bom planejamento e dedicação de gestores e docentes. Para o ensino da audiologia, a aquisição de equipamentos para o diagnóstico auditivo é de suma importância para a formação de fonoaudiólogos, mas o seu ensino não deve ser centrado em seu uso.
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Página(s): p.1719
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1719
A IMPORTÂNCIA DA REABILITAÇÃO AUDITIVA NA QUALIDADE DE VIDA DA PESSOA IDOSA COM PERDA AUDITIVA
Mitestainer, C. B. ;
Couto, C. M. ;
Introdução: O envelhecimento pode resultar na perda auditiva denominada presbiacusia. Esta provoca mudanças nas vias auditivas centrais e no desempenho das capacidades cognitivas e influencia negativamente nas competências interpessoais do sujeito. Em contrapartida, os impactos da reabilitação auditiva neste processo são positivos e podem amenizar essas alterações em idosos. O aparelho de amplificação sonora individual é um dos instrumentos da reabilitação auditiva. Objetivos: Investigar o impacto do uso do aparelho de amplificação sonora individual na qualidade de vida e nas habilidades cognitivas da pessoa idosa com perda auditiva. Métodos: Pesquisa de caráter transversal, descritivo, explicativo e qualitativo, a qual estudou os efeitos da reabilitação auditiva na qualidade de vida dos idosos e em suas habilidades cognitivas, através das seguintes etapas: i) Aplicação do Mini Exame do Estado Mental (MEEM); ii) Aplicação do Questionário Internacional – Aparelho de Amplificação Sonora Individual (QI-AASI). A amostra da pesquisa foi composta por cinco participantes. Resultados: Os participantes da pesquisa demonstraram avaliação positiva sobre o uso do aparelho de amplificação sonora individual, inclusive relacionada à qualidade de vida e não apresentaram risco cognitivo no teste de rastreio.
Conclusão: o uso do aparelho de amplificação sonora individual propiciou benefícios relacionados ao aspecto cognitivo e qualidade de vida. O uso diário e prolongado do dispositivo está relacionado com a boa adaptação e satisfação do indivíduo com este, o que influencia no desempenho em habilidades linguísticas e cognitivas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1521
ISSN 1983-1793X
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A IMPORTÂNCIA DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL E O MONITORAMENTO AUDITIVO NA IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DE PERDAS AUDITIVAS EM BEBÊS: REVISÃO INTEGRATIVA
Silva, M. K. S. ;
Pimentel, M. F. ;
Duarte, D. S. B. ;
Britto, D. B. L. A. ;
INTRODUÇÃO: A audição desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da comunicação, linguagem e habilidades sociais, especialmente nos primeiros anos de vida. A triagem auditiva neonatal é uma estratégia universal e preventiva que visa identificar precocemente perdas auditivas em recém-nascidos. Contudo, por si só, a triagem não é suficiente para monitorar possíveis alterações auditivas que possam surgir após o período neonatal. Nesse contexto, o monitoramento auditivo contínuo é um complemento indispensável, garantindo o diagnóstico precoce e a implementação de medidas terapêuticas adequadas. OBJETIVO: Descrever a importância da triagem auditiva neonatal e do monitoramento contínuo na identificação precoce de perdas auditivas em bebês. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada em janeiro de 2025, com a seguinte pergunta condutora: “Como a triagem auditiva neonatal e o monitoramento auditivo contribuem para a identificação precoce de perdas auditivas em bebês?” Para isso, foram utilizados descritores registrados nas plataformas Descritores em Ciências da Saúde e Medical Subject Headings, os termos foram cruzados com os operadores booleanos “AND” e “OR”, combinando as seguintes Palavras-chave: “Neonatal Screening”, “Hearing”, “Monitoring” e “Hearing Loss”. As buscas foram realizadas nas bases de dados National Library of Medicine, Biblioteca Virtual em Saúde, SciELO. Foram incluídos artigos originais, publicados em qualquer idioma e ano, que abordassem a triagem auditiva neonatal e o monitoramento auditivo como ferramenta de identificação precoce das perdas auditivas em bebês. Foram excluídos: estudos com animais, capítulos de livros, editoriais, Trabalhos de Conclusão de Curso, dissertações e teses. RESULTADOS: Inicialmente foram encontrados 289 artigos na base de dados. Após a leitura dos títulos e resumos foram excluídos um total de 241 artigos, ficando para leitura de artigos completos um total de 48 artigos, 39 foram excluídos baseados nos critérios de exclusão, restando para análise nove artigos. Os estudos indicaram que a triagem auditiva neonatal mostrou-se eficaz na identificação precoce de perdas auditivas, especialmente utilizando exames como otoemissões acústicas e potenciais evocados auditivos de tronco encefálico. No entanto, a triagem isolada apresenta limitações na detecção de distúrbios auditivos tardios ou progressivos, particularmente em bebês de risco, como prematuros ou com histórico de infecções. Desta forma, a realização do monitoramento auditivo contínuo em bebês com indicadores de risco para deficiência auditiva é considerado crucial para identificar alterações auditivas que surgem após o período neonatal, fundamental para que haja o diagnóstico precoce. Quando combinada com a triagem, essa abordagem possibilita a adoção de intervenções, como a indicação de aparelhos de amplificação sonora individual ou implantes cocleares, com efeitos positivos no desenvolvimento da linguagem e na qualidade de vida das crianças. CONCLUSÕES: A triagem auditiva neonatal aliada ao monitoramento contínuo é uma abordagem eficaz para a identificação precoce de perdas auditivas em bebês. A detecção e intervenção precoces são essenciais para minimizar os impactos da deficiência auditiva no desenvolvimento da linguagem e na qualidade de vida das crianças, sendo a implementação de programas universais de triagem e o acompanhamento regular em grupos de risco fundamentais para a promoção da saúde auditiva infantil.
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Página(s): p.1690
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1690
A IMPORTÂNCIA DE UMA CARTILHA SOBRE PEATE NO DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO PRECOCE EM PERDAS AUDITIVAS NEONATAIS – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Cordeiro, A. Q. B. ;
Cavalcanti, H. G. ;
Almeida, M. C. O. ;
Pereira, A. M. S. ;
Madruga, J. M. C. ;
Freitas, E. V. L. ;
Monteiro, M. F. N. ;
Araújo, L. S. ;
Nascimento, L. S. T. ;
Araújo, L. S. ;
INTRODUÇÃO: O Potencial Evocado do Tronco Encefálico (PEATE) é um exame neurofisiológico essencial para avaliar a audição e a integridade do sistema nervoso central, frequentemente realizado em crianças e recém-nascidos. Além de ser totalmente seguro e não invasivo, o exame deve ser realizado enquanto o paciente está dormindo, garantindo maior precisão nos registros. Ele pode ser aplicado em qualquer faixa etária, sendo uma ferramenta essencial para a clínica audiológica. Muitas pessoas não possuem instrução adequada sobre os fatores etiológicos e os impactos das perdas auditivas no desenvolvimento infantil. A necessidade de promover conhecimento foi o pilar para a criação da cartilha, com o objetivo de orientar os responsáveis sobre a preparação e as informações essenciais para a realização do exame. Pois, para alguns responsáveis, esse procedimento pode não ser algo comum em seu cotidiano. OBJETIVO: Promover informações de forma clara, objetiva e acessível aos pais e responsáveis sobre o PEATE, destacando sua relevância para o diagnóstico de perdas auditivas em bebês e crianças. METODOLOGIA: A metodologia utilizada foi de caráter informativo e colaborativo. A cartilha foi elaborada por discentes participantes de um projeto de extensão voltado para o diagnóstico audiológico infantil de uma Universidade Federal, com o objetivo de orientar pais e responsáveis de bebês e crianças atendidos na clínica-escola para realização do PEATE e outros exames auditivos. Inicialmente, realizou-se uma pesquisa na literatura científica e conversa informal com os pacientes para identificar informações essenciais e principais dúvidas. A cartilha aborda o conceito, objetivos, preparo, execução, orientações pós-exame e perguntas frequentes, utilizando linguagem acessível, textos curtos e ilustrações para facilitar o entendimento. Posteriormente, o conteúdo foi revisado pelos supervisores e enviado aos responsáveis antes da realização do exame. RESULTADOS E CONCLUSÕES: A implementação de uma cartilha informativa voltada para a realização do PEATE revela resultados positivos na conscientização e participação das famílias, acerca da importância do diagnóstico e intervenção precoce em perdas auditivas neonatais. A linguagem acessível, combinada com ilustrações e exemplos práticos, tornou mais fácil a compreensão de conceitos técnicos, favorecendo um entendimento mais preciso dos procedimentos necessários para o acompanhamento auditivo infantil. Com a cartilha, a adesão ao exame foi maior, visto que não houveram faltas e todos os bebês fecharam o diagnóstico auditivo, o que contribui para a intervenção precoce e um melhor prognóstico. Essa iniciativa fortaleceu os vínculos entre os discentes, os familiares e os pacientes atendidos no projeto de extensão, promovendo uma relação de confiança e acolhimento fundamental. Constatou-se, ainda, que o conteúdo foi fundamental para promover informação e disseminar conhecimento acessível em saúde. O material facilitou a compreensão de aspectos essenciais do exame, como etapas, objetivos e preparação, além de esclarecer dúvidas pré-existentes. Iniciativas como essa são indispensáveis para ampliar o acesso à informação de forma clara e objetiva, contribuindo para o engajamento da população aos serviços audiológicos. Sendo assim, a próxima etapa será a validação da cartilha, para que possa continuar havendo eficácia no diagnóstico audiológico infantil.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1432
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1432
A INFECÇÃO PELOS ARBOVÍRUS ZIKA E/OU CHIKUNGUNYA EM ADULTOS ESTÃO ASSOCIADAS A MODIFICAÇÕES NA FREQUENCY-FOLLOWING RESPONSE (FFR) COM ESTÍMULO DE FALA, INDEPENDENTEMENTE DA PRESENÇA DE RUÍDO?
Venâncio, L. G. A. ;
Muniz, L. F. ;
Silva, J. D. Da. ;
Leal, M. De C. ;
Neto, S. Da. S. ;
Introdução: Alterações nas vias auditivas periféricas têm sido relatadas em crianças infectadas pelos arbovírus Zika (ZIKV) e Chikungunya (CHIKV), no entanto, pouco se sabe sobre os efeitos dessas infecções no processamento auditivo central de adultos, especialmente em contextos de ruído durante a percepção da fala.
Objetivo: Investigar o impacto de infecções prévias por ZIKV e/ou CHIKV nas respostas da Frequency-Following Response (FFR) a estímulos de fala, com e sem ruído, em adultos, comparando-os com indivíduos sem histórico dessas infecções.
Método: Estudo transversal com 85 adultos de ambos os sexos, distribuídos em dois grupos: 65 indivíduos com infecção laboratorialmente confirmada por ZIKV e/ou CHIKV e 20 indivíduos sem histórico dessas infecções (grupo de comparação). Todos apresentavam audição periférica normal. A FFR foi registrada utilizando a sílaba sintética /da/, em condições sem ruído e com ruído apresentado 4 ms antes da sílaba, com apresentação monoaural, no ouvido direito, por meio de fones de inserção ER-3A conectados ao equipamento Intelligent Hearing System. A montagem dos eletrodos seguiu o padrão vertical (M1 e M2 [-], Fz [+], Fpz [terra]). Os picos V, A, C, D, E, F e O foram identificados, analisando-se os domínios do tempo e frequência. Aplicou-se o teste de Wilcoxon pareado para comparar as condições, verificando a normalidade com o teste de Shapiro-Wilk e adotando nível de significância de 5%.
Resultados: Comparações intragrupos revelaram diferenças em várias medidas do FFR, incluindo latências, amplitudes, parâmetros do complexo VA, correlações cruzadas e métricas espectrais. Diferenças estatisticamente significantes foram observadas para a relação sinal-ruído, correlação estímulo-resposta transiente, pitch error e pitch strength, pelo teste de Wilcoxon na presença de fala com ruído. Esses achados indicam que infecções por arbovírus podem modificar a eficiência e a precisão do processamento neural de estímulos verbais.
Conclusão: Adultos com histórico de infecção por ZIKV e/ou CHIKV apresentam respostas neurais no FFR que diferem significativamente de indivíduos não infectados. Esses resultados destacam a relevância de avaliar o impacto de arbovírus no processamento auditivo central, contribuindo para o avanço do conhecimento sobre as consequências neurofisiológicas dessas infecções.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1425
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1425
A INFLUÊNCIA DA PERDA AUDITIVA E DO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL EM ATIVIDADES MUSICAIS
Quental, S. L. M. ;
Amaral, M. I. R. ;
Couto, C. M. do ;
Introdução: O aparelho de amplificação sonora individual (AASI) deve garantir o conforto e satisfação do usuário nas diversas situações de escuta, incluindo a de música. Contudo, o processamento dos sons musicais por meio deste dispositivo pode ser limitado e prejudicado, o que pode dificultar seu uso durante atividades musicais. Objetivo: Identificar a percepção geral de usuários de AASI músicos a respeito da influência da perda auditiva e do uso do AASI, durante a prática e apreciação musical. Método: Pesquisa de abordagem quantitativa, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer número 6.334.827. A coleta de dados foi feita por meio de um questionário misto elaborado especificamente para esta pesquisa, disponibilizado em plataforma digital. Participaram oito adultos (seis homens e duas mulheres), com média de idade de 59 anos, músicos, usuários de AASI, com perda auditiva bilateral de qualquer grau ou tipo, adquirida após o conhecimento prático em música. O grupo foi composto por cinco músicos profissionais e três amadores, entre instrumentistas, regente de orquestra e cantor lírico. Os resultados das perguntas objetivas são apresentados utilizando-se estatística descritiva e índice percentual e foram elencadas categorias representativas para a pergunta dissertativa. Resultados: A média de tempo de experiência musical foi de 43.7 anos e o tempo de uso de AASI variou entre dois meses a 20 anos, com mediana de cinco anos. Dois participantes (25%) usam AASI em uma orelha e seis (75%) usam em ambas orelhas. Sete participantes (87.5%) usam AASI diariamente e um (12.5%) usa “quando sente a necessidade, incluindo atividades musicais”. A maioria dos participantes (sete, 87.5%) acha que a perda auditiva limita sua atuação na música, sendo que cinco participantes (62.5%) acham que limita “mais ou menos” e dois participantes (25%) acham que limita “um pouco”. A maioria dos participantes (sete, 87.5%) também afirmou que a perda auditiva modificou sua atuação enquanto músicos, sendo que quatro assinalaram que “fizeram algumas adaptações para continuar suas atividades”, um assinalou que “parou de praticar seu instrumento, mas continua apreciando situações musicais”, um relatou que “passou a usar filtro atenuador de dB em bares (...) e ensaio de banda” e um relatou que “passou a ouvir muito menos música (...)”. Em relação à satisfação do uso do AASI nas situações de prática e de apreciação musical, com apoio de escala gradual com cinco opções variando de “muito satisfeito” a “muito insatisfeito”, a média de respostas foi “nem satisfeito nem insatisfeito”. Em relação às impressões sobre o uso do AASI em situações de prática e apreciação musical, as respostas dissertativas correspondem às categorias: “melhora a percepção de altas frequências”, “a transposição de frequências compromete a compreensão musical”, “é melhor usar o fone de ouvido ao AASI” e “prejuízo em localização sonora”, cada uma referida por um participante. Conclusões: Os resultados sugerem que a perda auditiva influencia em certo grau na prática e apreciação musical e o AASI parece proporcionar nível mediano de satisfação para os participantes nessas situações. Destaca-se a limitação desses resultados, decorrente do tamanho e características da amostra.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1540
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1540
A INTERAÇÃO FAMÍLIA-CRIANÇA E O DESEMPENHO AUDITIVO E LINGUÍSTICO EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Martins, G. S. ;
Tomaz, G. O. ;
Brazorotto, J. S. ;
Introdução: As interações familiares são fundamentais para o desenvolvimento da linguagem. Pais com competências comunicativas avançadas podem criar um ambiente linguístico enriquecedor, otimizando o aprendizado de crianças com deficiência auditiva e promovendo o desenvolvimento de suas habilidades. Objetivo(s): Investigar se há correlação entre a competência comunicativa do cuidador e o desenvolvimento auditivo e linguístico de crianças com deficiência auditiva, além de comparar os desempenhos entre diferentes faixas etárias. Metodologia: Estudo transversal e descritivo-analítico, aprovado pelo CEP (nº 3.440.683). Participaram 36 famílias e crianças com deficiência auditiva de um serviço de reabilitação auditiva do SUS. Foram incluídas crianças com perda auditiva de graus leve a profundo, adaptadas com tecnologias de acessibilidade auditiva e com idades entre 0 e 12 anos. Para analisar a interação e classificar a competência comunicativa geral do cuidador (CCGC), foram realizadas filmagens de até 10 minutos de uma situação de brincadeira livre entre a família e a criança. Após as filmagens, as interações foram analisadas por dois juízes independentes utilizando um formulário adaptado da Escala de Índice de Comportamentos que Promovem a Comunicação. O desempenho auditivo-linguístico das crianças foi classificado com base nas categorias de audição (CA) e de linguagem (CL), atribuídas por seus fonoaudiólogos. Para a análise dos dados, as crianças foram divididas em dois grupos de acordo com o grau da perda auditiva: leve a moderado e severo a profundo. Foi realizado o teste de correlação de Spearman para avaliar a relação entre CCGC e CA e CL, controlando variáveis como a escolaridade do cuidador e a renda familiar. Posteriormente, os desempenhos das crianças e a CCGC foram comparados entre as faixas etárias de 0-5 anos e 6-12 anos utilizando o teste de Mann-Whitney, sendo testada a hipótese de que crianças mais velhas apresentam resultados superiores em termos de desempenho auditivo-linguístico, além de pais com maior competência comunicativa. Resultados: Das 36 crianças, 10 tinham perda auditiva de grau leve a moderado e 26 severo a profundo. 15 crianças apresentavam idades entre 0-5 anos e 21 entre 6-12 anos. Para o grupo com crianças de grau severo a profundo, observou-se correlação positiva moderada entre CCGC e CA e CL (Rho de Spearman = 0.540 e 0.558, respectivamente, p < 0.01). Além disso, a comparação entre as faixas etárias revelou diferenças significativas, com crianças mais velhas apresentando melhores CA e CL (p < 0.001) e pais com maior CCGC (p = 0.005). Já para o grupo de grau leve a moderado, não houve correlação significativa entre CCGC e CA e CL (p = 0.674). O teste de Mann-Whitney indicou diferenças significativas apenas nos desempenhos de audição e linguagem (p < 0.05). Conclusões: Houve correlação significativa entre a competência comunicativa do cuidador e as categorias de audição e linguagem em crianças com perda de grau severo a profundo. Além disso, crianças mais novas apresentaram desempenho auditivo-linguístico significativamente inferior, reforçando a importância de intervenções precoces e com foco na capacitação parental para o desenvolvimento de interações sintonizadas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1646
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1646
A PERDA AUDITIVA NA FAMÍLIA INFLUENCIA NA IDADE DE CHEGADA DA CRIANÇA NO SERVIÇO DE REABILITAÇÃO AUDITIVA INFANTIL?
Silva, C. M. G. ;
Nascimento, M. E. ;
Silva, S. L. A. ;
Bezerra, J. S. A. ;
Bezerra, A. H. C. ;
Xavier, I. Y. Q. ;
Silva, E. P. F. ;
Gomes, L. F. ;
Santos, I. R. D. ;
Brazorotto, J. S. ;
Introdução: O diagnóstico tardio da deficiência auditiva pode impactar significativamente o
desenvolvimento infantil. Logo, para intervenções precoces e efetivas, é importante aliar a
Triagem Auditiva Neonatal Universal a ações que efetivem a trajetória da triagem à intervenção.
As informações sobre os fatores de risco para a deficiência auditiva podem conscientizar a
população e aumentar a sua adesão no acompanhamento da audição de sua criança. Embora
a história familiar de deficiência auditiva seja um fator de risco significativo para a perda
auditiva em crianças, há escassez de estudos sobre a relação desta informação e a chegada
das famílias para o processo de diagnóstico audiológico na infância. Objetivo(s): Analisar se
há diferença na idade de chegada ao serviço de reabilitação auditiva do Sistema Único de
Saúde (SUS) entre crianças de famílias com ou sem casos de pessoas com deficiência auditiva
na família. Metodologia: Estudo retrospectivo, aprovado em Comitê de Ética institucional sob o
número do parecer 7.316.303, que contou com a análise quantitativa e qualitativa de 39
prontuários com dados completos de crianças que já receberam alta ou se desligaram do
programa de reabilitação de um serviço de reabilitação do SUS, que ingressaram no serviço no
período entre 2003 e 2019. A informação sobre deficiência auditiva na família foi coletada da
anamnese, portanto, referida pelo informante. Os dados foram tabulados em uma planilha do
Excel® e na análise adotou-se p significativo < 0,05. Considerando a distribuição dos dados no
teste Shapiro-Wilk (famílias com casos de deficiência auditiva: p = 0,165; e sem casos: p =
0,036), realizou-se a análise não paramétrica pelo teste de Mann-Whitney. Resultados: As
crianças sem casos de perda auditiva na família (n=22) chegaram ao serviço aos 56 meses e
aquelas com casos de deficiência auditiva (n=17) aos 46 meses. Não foi observada diferença
estatisticamente significativa entre os grupos (p = 0,799). Entre os familiares com deficiência
auditiva foram relatados irmãos, primos, tios ou tias paternos e maternos. Conclusões: O fato
de ter um membro da família com deficiência auditiva não influenciou na idade de ingresso da
criança no serviço de saúde auditiva na amostra analisada. Dada a complexidade dos fatores
que podem contribuir para a chegada ao diagnóstico audiológico em tempo oportuno, é
imprescindível sua análise para o fortalecimento da intervenção precoce.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1505
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1505
A RELAÇÃO ENTRE A PERDA AUDITIVA E A DEPRESSÃO EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Zolio, R. S. ;
Carlos, C. H. O. ;
Matos, A. H. F. ;
Silva, I. V. S. ;
Borges, L. R. ;
Introdução: A comunicação humana é pautada em sua capacidade de expressar ideias e compreendê-las através da relação entre a fala e audição com seu interlocutor. Com o envelhecimento humano, tem-se a natural degradação de sua capacidade auditiva, a presbiacusia. A dificuldade de compreender as pessoas em sua volta pode desencadear o isolamento social, levando ao consequente desenvolvimento da depressão. Objetivo: Identificar a relação entre a perda auditiva e a depressão na população idosa. Metodologia: Este estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura, de caráter analítico-exploratório, realizada por meio da busca e seleção de artigos nas bases de dados da LILACS e SciELO, com o uso dos seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): perda auditiva, depressão, idosos e presbiacusia em português, entre os anos de 2013 e 2023. Resultados: A análise de 2250 sujeitos com perda auditiva (PA) revelou que 93,6% não tinham PA especificada e 6,4% tinham PA especificada, sendo 41% leve, 34% moderada e 25% severa. Entre os sujeitos, 16,3% apresentaram PA e depressão, enquanto 83,7% tinham apenas PA. A prevalência de depressão aumenta com o grau de PA: 71% nos casos leves, 92% nos moderados e 100% nos severos. Conclusão: A perda auditiva em idosos está fortemente relacionada à depressão, aumentando o risco de isolamento social, diminuição da autoestima e redução da qualidade de vida. Portanto, avaliações audiológicas completas e a reabilitação auditiva com a adaptação do aparelho de amplificação sonora individual são recomendados como um dos meios de prevenir a depressão em idosos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1551
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1551
A TELECONSULTA COMO FERRAMENTA DE BUSCA ATIVA PARA A EFETIVAÇÃO DA REABILITAÇÃO AUDITIVA INFANTIL EM UM SERVIÇO DE SAÚDE AUDITIVA
Santos, I. R. D. ;
Martins, G. S. ;
Morais, A.H.F. ;
Valentim, R.A.M. ;
Nunes-Araújo, A.D.S ;
Balen, S. A. ;
Brazorotto, J. S. ;
Introdução: O diagnóstico precoce da deficiência auditiva, a garantia de acesso oportuno à reabilitação e a adesão ao processo terapêutico são fatores importantes para o desenvolvimento das crianças com deficiência auditiva. Objetivo: Analisar um fluxo de busca ativa, via teleconsulta, de crianças diagnosticadas com deficiência auditiva em um serviço do SUS. Metodologia: estudo descritivo-analítico, aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer nº 3.440.683. Foram analisados 80 prontuários de crianças de 0 a 11 anos e 11 meses de um serviço de saúde auditiva de alta complexidade do Sistema Único de Saúde, de natureza filantrópica. Embora as crianças participantes tenham recebido o diagnóstico de perda auditiva no serviço, elas não ingressaram no programa de reabilitação oferecido. Após a coleta nos prontuários físicos, 32 prontuários (40%) foram selecionados para atendimentos síncronos por teleconsulta, em plataforma dedicada e segura do Núcleo de Telessaúde. Participantes com comprometimentos associados à perda auditiva não foram incluídos. Na fase de teleconsultas síncronas, foram atualizadas informações de contato, dispositivos auditivos, a manutenção, o acesso às terapias e rastreamento dos fatores que impedem a inserção no processo de reabilitação auditiva, permitindo a análise do perfil clínico, socioeconômico, condições de uso e manutenção dos dispositivos auditivos e os fatores relacionados à não inserção ao programa de reabilitação. Os dados foram tabulados em planilhas do Excel®. Resultados: Das 32 famílias contatadas, 17 (53,1%) não puderam ser localizadas devido à desatualização dos contatos e 15 (46,8%) foram receptivas ao primeiro contato para marcação. Das 15 crianças analisadas, 9 já possuíam dispositivos auditivos adaptados, mas o tempo de uso referido era variado e em 26,32% dos casos, as famílias apresentaram dificuldades, como barreiras logísticas, familiaridade com tecnologias ou restrições de tempo, dificuldades que impactam a adesão e exigem estratégias mais personalizadas para superá-las. A dificuldade dos contatos foi atribuída, em grande parte, ao contexto da pandemia que pode ter enfraquecido o vínculo entre as famílias e o serviço. Também foram identificados fatores de aceitação do uso do AASI e a descontinuidade do uso efetivo por um participante, possivelmente devido a ruptura da continuidade do atendimento. Como desfecho do fluxo de busca ativa estabelecido, cinco (33,3%) das 15 crianças contactadas via teleconsulta foram integradas ao serviço de reabilitação auditiva, após a realização de avaliações e a manifestação do interesse das famílias em ingressar no serviço. Conclusões: O fluxo de busca ativa estabelecido facilitou o acesso à terapia fonoaudiológica especializada para crianças desassistidas e possibilitou conhecer os fatores barreiras para a adesão das famílias ao processo de reabilitação. A teleconsulta é uma ferramenta viável para a busca ativa na reabilitação auditiva infantil.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1712
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1712
A UTILIZAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE (CIF) NO QUESTIONÁRIO PARA TONTURA “DIZZINESS HANDICAP INVENTORY (DHI)"
Parussulo, E. Z. ;
Nishino, L. K. ;
Lopes, C. M. ;
Paiva, S. F. ;
Introdução: indivíduos que possuem o sintoma da tontura são mais propícios a sofrerem quedas, e podem ter sua independência física acometida. Na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), os códigos R42 (tontura e desequilíbrio) e o H81 (vertigem), são utilizados, porém inespecíficos. Estudos mostram que pessoas com o mesmo CID-10 apresentam diferentes números de quedas por ano, divergência nos aspectos físicos, funcionais e emocionais e diferentes queixas em relação a tontura. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) surge para tentar suprir a necessidade de avaliar, além da doença, a participação, as atividades, funções e estruturas do corpo, as condições de saúde e os fatores ambientais e pessoais do impacto da doença nas vidas dos indivíduos. O DHI é um questionário amplamente utilizado para avaliar o impacto da tontura em indivíduos com desequilíbrio e vertigem. A introdução dos códigos da CIF poderia ter um impacto positivo para compor por meio do DHI, as condições de funcionalidade dos indivíduos com tontura. Objetivo: realizar a adaptação do protocolo Diziness Handicap Inventory (DHI) para o modelo da CIF. Métodos: foram analisadas as perguntas do questionário do DHI e selecionado o código da CIF que mais se encaixava. Com as respostas do questionário do DHI: 0 para não, 2 para as vezes e 4 para sim e os níveis de classificação de cada código da CIF com os valores de 0 para não há problema, 2 para problema moderado e 4 para problema completo. Resultado: O código d4105 foi utilizado nas perguntas 1 e 25; o código b1522 foi utilizado nas perguntas 2, 9, 10, 15, 20, 21 e 23; o código d920 foi utilizado na pergunta 3; o código d4503 foi utilizado nas perguntas 4 e 19; na pergunta 5 foram utilizados os códigos d4100 e d4104; na pergunta 6 foi utilizado o código d750; na pergunta 7 foi utilizado o código d166; o código d640 foi utilizado nas perguntas 8 e 14; na pergunta 11 foi utilizado o código b1304; na pergunta 12 foi utilizado o código d4551; na pergunta 13 foi utilizado o código d4201; na pergunta 16 foi utilizado o código d450; na pergunta 17 foi utilizado o código d4502; na pergunta 18 foi utilizado o código b1400; na pergunta 22 foi utilizado o código d760 e na pergunta 24 foi utilizado o código d8451. Conclusões: foi possível realizar a adaptação do protocolo DHI para a CIF.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1706
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1706
ACHADOS AUDIOLÓGICOS EM INDIVÍDUOS COM FISSURAS LABIOPALATINAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Madruga, J. M. M. ;
Cavalcanti, H. G. ;
Cordeiro, A. Q. B. ;
Silva, S. M. ;
Silva, S. A. ;
INTRODUÇÃO: A fissura labiopalatina é uma anomalia congênita que compromete o terço médio da face, sendo caracterizada pela falta de fusão dos processos faciais, que tem início a partir da 4ª semana de vida intra-uterina. Dentre os comprometimentos funcionais pode-se destacar as alterações auditivas, em que grande parte da literatura é unânime em afirmar que a fissura labiopalatina acarreta problemas audiológicos e otológicos. Com base nessa consideração, esse relato visa esclarescer e relatar os dados observados: foram chamados indivíduos com idades entre sete e dezessete anos que não haviam realizado exames audiológicos prévios e que apresentavam fissuras labiopalatinas. OBJETIVOS: O objetivo se divide em realizar exames audiológicos básicos, incluindo audiometria tonal, audiometria vocal e timpanometria. Através desses procedimentos, buscamos observar os achados audiológicos e, consequentemente, verificar de que maneira as alterações auditivas decorrentes da fissura labiopalatina impactam a comunicação desses indivíduos, e em descrever a experiência na implementação de um protocolo de rastreio auditivo em indivíduos com fissuras labiopalatinas, visando identificar a prevalência e o tipo de perda auditiva, bem como suas implicações na comunicação, ou seja, fica claro a premissa de propor intervenções precoces, pois com base nos resultados do rastreio, será possível sugerir intervenções audiológicas e terapias que possam ser implementadas para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados. METODOLOGIA: Antes da realização dos exames, foi obtido o consentimento informado dos responsáveis legais dos participantes, explicando os objetivos do estudo e a importância do rastreio auditivo. Os participantes foram submetidos a uma bateria de exames audiológicos básicos, que incluíram: Audiometria Tonal: Para avaliar a capacidade auditiva em diferentes frequências; Audiometria Vocal: Para verificar a compreensão da fala em diferentes níveis de intensidade; Timpanometria: Para avaliar a função da membrana timpânica e da cadeia ossicular, identificando possíveis disfunções da orelha média. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Os resultados preliminares indicaram uma prevalência de perdas auditivas, especialmente do tipo mista e condutiva, entre os participantes. A análise revelou que as dificuldades auditivas estavam diretamente relacionadas à comunicação, impactando a autoestima e a integração social dos indivíduos. A experiência na implementação deste protocolo de rastreio auditivo em indivíduos com fissuras labiopalatinas demonstrou a importância de uma abordagem multidisciplinar e da realização de exames audiológicos regulares. A identificação precoce de perdas auditivas e a intervenção adequada são fundamentais para melhorar a comunicação e a qualidade de vida desses jovens. Os responsáveis foram orientados sobre a importância do acompanhamento contínuo da saúde auditiva e sobre como identificar sinais de dificuldades auditivas em casa. A continuidade do acompanhamento e a sensibilização de profissionais de saúde são essenciais para garantir que todos os indivíduos com FLP recebam o suporte necessário.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1430
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1430
ACHADOS DO QUESTIONÁRIO SPEECH, SPATIAL AND HEARING (SSQ) EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA
ALMEIDA, M. C. O. ;
ANDRADE, K. C. L. ;
FARIAS, K. V. ;
CORDEIRO, A. Q. B. ;
ALMEIDA, I.L.M. ;
CAVALCANTI, H. G. ;
Introdução: Como existe alta prevalência de perda auditiva em idosos, muito tem estudado sobre o declínio auditivo concomitante à alterações cognitivas em idade avançada. A triagem auditiva possibilita diagnóstico auditivo precoce e consiste de método rápido e seguro para identificação de possíveis alterações auditivas, encaminhamentos de forma democratizada e com equidade na assistência. É essencial incorporar instrumentos de fácil aplicação na prática clínica para avaliar as limitações auditivas em situações do dia a dia, refletindo a percepção do indivíduo diante das dificuldades comunicativas causadas pela perda auditiva. Os questionários de autoavaliação,como o Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ), são ferramentas recomendadas para investigar a percepção do indivíduo sobre sua audição. Objetivo: Analisar os achados do questionário Speech, Spatial ando Qualities (SSQ) em idosos com perdas auditivas. Método: A pesquisa recebeu aprovação sob o parecer de número 5.480.390 do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Trata-se de uma pesquisa analítica observacional transversal. Os exames foram realizados em idosos da associação social e em uma clínica particular no interior. Os procedimentos de coleta de dados foram realizados em dois dias consecutivos para minimizar o cansaço dos participantes. No primeiro dia, Inicialmente foi realizada o teste Mini Mental e depois conduzida a avaliação audiológica com audiometria utilizando o audiômetro AD629 da marca Interacoustic em cabine acústica. O grau da perda auditiva foi determinado pela média quadritonal de 500Hz, 1KHz, 2KHz e 4KHz sendo considerado audição normal com valores ≤ 20dB em ambas as orelhas. No segundo dia, aplicou-se a versão reduzida do SSQ, composta por 12 itens agrupados em três domínios: audição para fala, audição espacial e qualidades auditivas. A leitura foi realizada conjuntamente pelo pesquisador. As respostas, indicando a dificuldade do participante, foram registradas de 0 a 10, sendo 0 para "de modo algum" e 10 para "se aplica perfeitamente"., seguido da divisão de dois momentos, o primeiro realização da audiometria tonal, seguida pelo segundo momento que foi marcação do Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ), na versão reduzida com 12 itens, em português brasileiro associando esses achados numa população de 134 idosos. Resultados : A média de idade foi de 69,56 anos (mínimo de 60 anos e máximo de 89 anos). Na análise descritiva observou-se que a média da pontuação total do SSQ foi de 6,80. A maioria dos idosos apresentaram dificuldade na interpretação das questões 9 e 10, necessitando de explicações adicionais para a compreensão. Os escores das questões 9 e 10 obtiveram médias menores em todos os sujeitos do estudo. Podemos observar uma correlação negativa, em relação ao SSQ e idade, o que significa que os valores das mesmas são inversamente proporcional, ou seja, quando uma variável aumenta, a outra diminui. Conclusão: Os idosos com perda auditiva apresentam escores baixos, maiores dificuldades quanto as questões 9 e 10 e quanto maior a idade menor era a média do SSQ.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1695
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1695
AÇÕES EDUCATIVAS SOBRE OS EFEITOS DO RUÍDO OCUPACIONAL EM UM HOSPITAL MILITAR
Pereira, H. R. ;
Bitu, C. S. ;
Araújo, E. S. ;
Introdução: O ruído é uma causa de desgaste conhecida dentro do âmbito hospitalar e sua ocorrência deriva, em muitas ocasiões, das ações dos próprios funcionários, além dos monitores cardíacos, campainhas, bomba de infusão, alarmes, máquina de sucção que também colaboram para o aumento do nível de ruído hospitalar. É sabido que os efeitos do ruído incluem a perda auditiva temporária ou permanente e outros efeitos auditivos e extra-auditivos, como: dor de cabeça, tontura, fadiga, zumbido, dificuldade de concentração, tensão muscular, elevação da pressão arterial, náuseas, aceleração dos batimentos cardíacos, irritabilidade, impotência e estresse. Além disso, o ruído excessivo pode aumentar o risco de acidentes de trabalho. Alinhado a este contexto, a campanha do Dia Internacional sobre o Ruído no Brasil (INAD Brasil) de 2024 trouxe o tema “Ruído no trabalho e seus efeitos sobre a saúde, tendo como lema: “Ruído no trabalho? Prevenção é a solução!”. Ao considerar a relevância do tema, a realização de ações educativas relacionadas desempenha um papel relevante na prevenção dos riscos do ruído. Objetivo: Relatar a experiência de práticas educativas sobre a conscientização dos efeitos do ruído ocupacional junto aos profissionais de saúde de um Hospital Militar, fomentando a conscientização para a mudança de hábito. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, caracterizado por um relato de experiência sobre ações educativas relacionadas aos impactos do ruído ocupacional em um Hospital Militar e desenvolvidas pelo serviço de fonoaudiologia da unidade. As atividades foram desenvolvidas em março de 2024 e a iniciativa incluiu aplicação de um questionário prévio, rodas de conversa com debates em grupo, promovendo a troca de conhecimentos sobre o tema entre os profissionais de saúde. Foram feitas análise de materiais educativos, exibição de painéis informativos pelo ambiente hospitalar e distribuições de cartilhas educativas, enfatizando os efeitos do ruído na saúde ocupacional e estratégias de prevenção. Resultados: As ações ocorreram em três encontros previamente organizados, com a participação de 30 profissionais de saúde, incluindo oito enfermeiros, 14 técnicos de enfermagem, quatro fisioterapeutas e quatro médicos. A interação foi significativa, com resultados satisfatórios em relação aos objetivos propostos, tendo engajamento e interesse dos participantes. Considerou-se que as ações educativas foram viáveis e alcançaram resultados exitosos, mas evidenciaram a necessidade de continuidade e ampliação das estratégias de conscientização sobre o ruído ocupacional. Conclusão: A execução de práticas educativas sobre a conscientização dos efeitos do ruído ocupacional junto aos profissionais de saúde de um Hospital Militar foi uma estratégia viável e interessante para ampliar a conscientização para a mudança de hábito. Iniciativas dessa natureza são fundamentais para fomentar a reflexão crítica dos profissionais, promover maior conscientização no ambiente hospitalar e contribuir para um ambiente de trabalho mais saudável.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1597
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1597
ACURÁCIA DIAGNÓSTICA DO CLICK ORDERING LATERALIZATION TEST (COLT) PARA IDENTIFICAÇÃO DO TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO EM CRIANÇAS
Colette, E.D. ;
Leite Filho, C. A. ;
Rabelo, C.M. ;
Schochat, E. ;
Introdução
A lateralização sonora é essencial para a compreensão de um ambiente acústico complexo. Porém, apesar de sua fundamental importância no processamento auditivo, ainda não há testes comportamentais validados para avaliá-la. O Click Ordering Lateralization Test (COLT) foi proposto para avaliar a lateralização por meio da mensuração da menor diferença de tempo interaural (DTI) percebida pelo indivíduo. Contudo, sua acurácia diagnóstica ainda não foi investigada, sendo este um passo essencial para que o COLT possa se inserir no contexto clínico.
Objetivo
Determinar a acurácia diagnóstica do COLT para identificação do TPA em crianças entre 8 e 14 anos de idade.
Metodologia
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 6.315.693). Foram incluídas 26 crianças com idades entre 8 e 14 anos, sem diagnósticos de transtornos psiquiátricos, neurológicos ou do neurodesenvolvimento e com resultados dentro dos critérios de normalidade à audiometria convencional e à imitanciometria. Participantes com queixas escolares e/ou de linguagem foram submetidos à bateria mínima de avaliação do processamento auditivo e, seguindo os critérios propostos pela American Academy of Audiology, alocados ao grupo TPA (GTPA, n = 14), enquanto os demais passaram no Teste Dicótico de Dígitos e foram alocados ao Grupo Controle (GC, n = 12). Todas as crianças foram submetidas ao COLT, realizado a 50 dBNS. Foram apresentadas duas faixas-teste com 54 itens cada, compostos por tone bursts binaurais com duração de 10 ms e DTI variando entre 0 e 230 ms. Cada DTI foi apresentado seis vezes e solicitou-se aos voluntários que indicassem se o estímulo foi ouvido primeiro à esquerda, à direita ou nos dois lados ao mesmo tempo. Analisaram-se a porcentagem de acertos e o limiar de lateralização, sendo este o menor DTI para o qual o indivíduo obteve cinco ou mais acertos, mantendo esta taxa nos DTIs subsequentes. Para a análise dos dados, foram utilizados modelos lineares mistos controlados para idade e gênero, bem como curvas Receiver Operating Characteristic (ROC), a partir das quais foram extraídas sensibilidade, especificidade e outras medidas de acurácia diagnóstica. A significância estatística foi fixada em 5% (p ≤ 0,05).
Resultados
Verificou-se pior desempenho para o GTPA tanto para taxa de acertos (GTPA = 76,0 ± 10,4% e GC = 87,7 ± 7,2%, p = 0,005) quanto para limiar de lateralização (GTPA = 200 ± 64 ms e GC = 136 ± 59 ms, p = 0,006). Os valores de área sob a curva variaram entre 0,81 e 0,85 (p ≤ 0,007), enquanto as medidas de sensibilidade ficaram entre 71 e 79% e as medidas de especificidade, entre 83 e 92%, com acurácia total variando entre 81 e 82%. Considerando uma prevalência estimada de TPA de 5%, os valores preditivos positivo e negativo variaram, respectivamente, entre 20 e 31% e entre 98 e 99%.
Conclusão
O COLT demonstrou ser um teste com alta acurácia diagnóstica, sendo capaz de distinguir entre crianças com e sem TPA.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1581
ISSN 1983-1793X
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ADAPTAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO SOBRE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA EM ESCOLARES PARA INCLUSÃO DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Braga Junior, J. ;
Brito, M. L. M. S. ;
Ferreira, S. M. ;
Garcia, F. A. ;
Millan, A. E. ;
Scharlach, R. C. ;
Introdução: O ruído prejudica a saúde e o aprendizado das crianças, especialmente em escolas, e deve ser reduzido. Iniciativas como o programa Dangerous Decibels® ajudam a conscientizar sobre os riscos do som intenso. A inclusão de estudantes com deficiências, como os com Transtorno do Espectro Autista, depende de recursos adequados e tecnologias assistivas. No entanto, ainda há uma falta de materiais didáticos adaptados, incluindo na fonoaudiologia, destacando a necessidade de ações integradas para promover a inclusão. Objetivo: Relatar a experiência de adaptar um material didático sobre promoção e prevenção de perda auditiva em escolares para inclusão de estudantes da educação especial. Métodos: Trata-se de um relato de experiência realizado em uma escola pública no sul do Brasil, em 2024, pelo setor de fonoaudiologia em parceria com as docentes de educação especial da instituição. Inicialmente, foi realizado um estudo detalhado sobre as informações presentes em cada etapa da ação educativa do Dangerous Decibels®, destacando os principais conteúdos para o aprendizado e adaptando a abordagem de forma inclusiva. A ação educativa é composta pelas seguintes etapas: 1) Introdução ao problema; 2) O que são decibels perigosos e três maneiras de proteger a sua audição; 3) O que é som?; 4) Como ouvimos?; 5) Como prejudicamos a nossa audição?; 6)Que som é este?; 7) Quão intenso é muito intenso?; 8) Medindo os decibels; 9) Como usar protetores auditivos; 10) Agite Seu Mundo: Hora de Agir!. A adaptação foi feita utilizando um recurso de baixa tecnologia: uma prancha de comunicação alternativa. Esse material foi desenvolvido em um documento de texto no computador, impresso em papel A4 e posteriormente plastificado. Além disso, foram confeccionados cartões avulsos com velcro, possibilitando ao profissional realizar a modelagem enquanto explicava o conteúdo. Todo o material foi analisado e produzido em conjunto com as docentes de educação especial responsáveis pelos estudantes da turma-alvo da ação, garantindo que as adaptações fossem ajustadas às necessidades específicas dos alunos. Resultados: Para a ação, foram retiradas as etapas 6 e 10 devido à dificuldade de adaptação para a linguagem da comunicação alternativa. O material, composto por imagens e palavras-chave, totalizou três páginas frente e verso. A adaptação considerou os elementos teóricos principais e a necessidade de um material prático e de duração reduzida, adequando-se às limitações de atenção dos estudantes com deficiência. Infelizmente, a aplicação do material não pôde ser realizada, pois os estudantes faltaram à aula no dia da ação na escola, impossibilitando a realização e ajustes necessários. Conclusão: É fundamental ajustar os conteúdos para atender às necessidades individuais dos alunos, promovendo a inclusão escolar como um direito essencial. A adaptação de materiais didáticos facilita o aprendizado e contribui para um ambiente escolar mais justo e acessível, permitindo que todos os estudantes, especialmente os com deficiência ou outras especificidades, desenvolvam seu potencial sem limitações.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1548
ISSN 1983-1793X
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ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM TESTE DE PERCEPÇÃO DE FALA COM ESTÍMULO PADRONIZADO COM CRIANÇAS
AGOSTINHO, A.L.T. ;
ZAMBERLAN-AMORIM, N.E. ;
ALMEIDA, A.A. ;
CASTRO, M.P. ;
REIS, A.C.M.B. ;
Introdução: Os testes de percepção de fala são de extrema importância para o diagnóstico audiológico e possibilitam avaliar a efetividade do processo de reabilitação e intervenção fonoaudiológica. A aplicação da maioria destes testes é realizada a viva-voz, o que pode acabar variando a constância do sinal apresentado e a produção da amostra de fala utilizada pelo teste. Assim, este estudo surgiu da hipótese de que a padronização, por meio da aplicação do material gravado, pode contribuir positivamente no processo de avaliação e monitoramento da percepção auditiva da fala em crianças. Objetivos: Verificar a aplicabilidade do teste de percepção de fala com figuras realizado por meio da aplicação padronizada com material digitalizado e comparar a aplicação do Teste de Percepção de Fala com Figuras a viva-voz com a versão digitalizada/gravada em crianças sem queixas auditivas. Comparar os resultados encontrados neste estudo de crianças sem queixas auditivas com os obtidos em crianças com deficiência auditiva, usuárias de dispositivos auditivos, dados relativos à primeira etapa do trabalho. Metodologia: Trata-se de parte de um estudo observacional, prospectivo, transversal, realizado com amostra de conveniência, composta por 44 crianças sem queixas auditivas, de ambos os sexos, na faixa etária entre 2 e 5 anos de idade. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, processo n° 17597/2013. Após os responsáveis assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, iniciou-se a coleta de dados em uma escola do interior de São Paulo. Os procedimentos de coleta envolveram a aplicação do Teste de Percepção de Fala com Figuras a viva-voz e a aplicação do Teste de Percepção de Fala com Figuras por meio do material digitalizado/gravado. Os dados foram analisados por meio de uma análise exploratória e com teste t-Student. Resultados: Dos participantes normo-ouvintes, trinta e sete (84,1%) obtiveram 100% de acerto em ambos os métodos de aplicação. No caso dos demais participantes, sete sujeitos (15,9%) apresentaram erros em um dos métodos de aplicação, ou em ambos, sendo oito erros na aplicação a viva-voz e sete erros na aplicação digitalizada. Ao comparar os resultados do Grupo A (crianças sem queixas auditivas) e grupo B
(crianças com deficiência auditiva usuárias de dispositivos auditivos), por meio dos dois
métodos de aplicação do teste, houve evidência estatística (p=0,001) entre os achados, possuindo uma diferença significativa de melhores resultados para o grupo A em relação ao grupo B. Conclusões: Os resultados das aplicações padronizadas e realizados a viva-voz em crianças sem queixas auditivas não apresentaram evidência estatística, e por isso surge a necessidade de que mais pesquisas sejam realizadas, para verificar a confiabilidade do instrumento. Comparando os resultados entre os dois grupos estudados, nota-se que há uma diferença significativa entre os resultados, com piores resultados para o grupo de crianças com deficiência auditiva usuárias de dispositivos auditivos.
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Página(s): p.1554
ISSN 1983-1793X
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ADESÃO DOS PACIENTES AO SISTEMA CROS
Medeiros, V. N. ;
Almeida, R. C. M. ;
Santos, B. B. F. C. ;
Azevedo, Y. N. M. ;
Albuquerque, K. M. F. ;
Soares, E. M. ;
Santos, R. L. C. ;
Padilha, A. P. ;
Rocha, D. S. C. G. ;
Andrade, W. T. L. ;
Introdução: O sistema Contralateral Routing of Signal (CROS) é uma alternativa de intervenção auditiva que tem como objetivo aprimorar a percepção monoaural e reduzir as dificuldades associadas à perda auditiva bilateral assimétrica ou unilateral. Essa tecnologia consiste na instalação de um microfone na orelha com maior grau de perda auditiva, que transmite o som, via tecnologia wireless, para um receptor localizado na orelha com melhor audição, atuando, dessa forma, para um melhor processamento binaural da informação. Objetivo: Investigar a satisfação dos pacientes com audição assimétrica usuários de aparelho de amplificação sonora individual (AASI) com tecnologia CROS de um Centro Especializado em Reabilitação (CER) do estado da Paraíba. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, observacional e transversal. Os dados foram coletados por meio da aplicação do questionário Satisfaction with Amplification in Daily Life (SADL) com pacientes usuários do sistema CROS adaptados no CER. Dos 39 usuários do sistema CROS adaptados no ano de 2024, 7 responderam ao questionário, dos quais 3 usavam o sistema CROS e 4 usavam o sistema BICROS, todos possuíam perda auditiva bilateral assimétrica e tinham idade entre 35 e 69 anos. O questionário consiste em 15 perguntas acerca da satisfação em relação ao uso do AASI em situações e atividades de vida diária. A pergunta de número 14 (satisfação em relação ao valor do aparelho) foi excluída, pois o AASI é fornecido pela instituição de forma gratuita. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com Seres Humanos, mediante parecer nº 3.942.852, em conformidade com o que preconiza a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Resultados: Todos os participantes referiram melhora na inteligibilidade de fala em comparação ao tempo em que não usavam AASI e 71,4% relataram que vale a pena utilizar o AASI, respondendo com “sempre”, e 28,6% responderam com “quase sempre”. Além disso, 85,7% dos pacientes também sentem que o uso do aparelho melhorou sua autoconfiança. No entanto, 42,9% responderam que às vezes ficam frustrados quando o AASI capta sons que os impedem de ouvir o que querem (14,3% responderam “médio” e 28,6% “muito pouco”). Quando perguntados se o som do AASI é natural, as respostas foram sempre (14,3%), quase sempre (42,9%), às vezes (14,3%) e médio (28,6%), sendo “às vezes” uma resposta considerada mais positiva que “médio”, adaptados do inglês “considerably” e “medium”, respectivamente. Conclusões: Os pacientes obtiveram uma experiência, em geral, positiva com o uso do sistema CROS de amplificação.
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Página(s): p.1711
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES DA AUDIÇÃO E DE EQUILÍBRIO CONGÊNITAS EM UM RATO WISTAR: UM RELATO DE CASO.
MACEDO, M. B. ;
BALDISSERA, C. S. ;
SAUL, D. A. ;
MACHADO, M. S. ;
DALLEGRAVE, E. ;
MALYSZ, T. ;
Introdução: O estudo da ototoxicidade em modelos animais requer planejamento do desenho experimental, incluindo o cálculo do número de animais necessários. Nesse contexto, para a obtenção de resultados válidos, o pesquisador deve levar em conta que alguns animais podem apresentar alterações congênitas de audição e/ou equilíbrio, o que poderá reduzir o número amostral e interferir significativamente na análise estatística. Embora de extrema relevância, a literatura sobre essa temática ainda é escassa. Objetivo: Descrever um relato de caso de um rato macho da linhagem Wistar que apresenta alterações da função coclear e do sistema nervoso auditivo central avaliadas por Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOAPD) e pelo Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE). As alterações de equilíbrio foram avaliadas pelo Teste da Trave Estreita. Metodologia: Um rato Wistar macho (70 dias) foi submetido às avaliações de EOAPD e PEATE sob anestesia (Cetamina 50mg/kg associada a Xilazina 10mg/kg, por via intraperitoneal). Para as EOAPD foram avaliadas as respostas para as frequências de 4, 6, 8, 10 e 12 kHz em ambas as orelhas utilizando o equipamento Otoread Clinical, da marca Interacoustics®, considerando-se 6dB como nível mínimo de relação sinal ruído. Para avaliação por PEATE, foi utilizado o equipamento de canal único Smart EP (IHS®), utilizando estímulo clique apresentado a 80 dB em polaridade rarefeita. O Teste da Trave Estreita (1 m de comprimento e elevada) avalia o equilíbrio e a coordenação motora do animal, mensurando o tempo total (máximo de 60s) para atravessar, número de quedas e número de deslizes das patas traseiras, sendo este, realizado em 3 dias de treino e o 4º para o teste. CEUA 623/2023. Resultados: A otoscopia demonstrou ausência de alterações de orelha externa (verificada por veterinário). Os resultados das EOAPD na orelha direita estavam ausentes nas frequências de 4, 6 e 10kHz e presentes em 8 e 12kHz. Já na orelha esquerda as EOAPD estavam ausentes nas frequências 4, 8 e 10kHz e presentes em 6 e 12kHz. Na avaliação do PEATE houve presença das ondas III e V e ausência da onda I, bilateralmente. As latências absolutas da onda III foram: 1,35ms à direita (0,90-1,68ms controle histórico) e 1,48ms à esquerda (0,90-1,13ms controle histórico). As latências absolutas da onda V foram: 2,25ms à direita (1,65-2,40ms controle histórico) e 2,48ms à esquerda (1,68-1,93ms controle histórico). Já as latências interpico III-V foram: 0,9 ms à direita (0,67-0,93ms controle histórico) e 1,0 ms à esquerda (0,65-1,0 ms controle histórico). Quanto ao Teste da Trave Estreita, o tempo médio total das tentativas reduziu no teste (17,33) em comparação com os treinos (57,46). Não houve quedas nem nos treinos, nem no teste. Quanto ao número médio de deslizes, houve redução entre a pré (0,67) e pós-avaliação, considerando que não houve nenhum deslize na pós-avaliação. Conclusão: É importante considerar a possibilidade de perdas amostrais devido a essas alterações para o planejamento adequado e a condução ética dos experimentos. A partir de estudos deste grupo de pesquisa, estima-se que essas alterações estejam presentes em 1 a cada 94 ratos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1724
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES NA ORELHA MÉDIA: UM ESTUDO SOBRE SUA PREVALÊNCIA EM PACIENTES DE UM SERVIÇO PÚBLICO DE AUDIOLOGIA NO SUL DO BRASIL
Dalla Santa, G. N. ;
MOREIRA, H. G. ;
Andrade, I. V. M. ;
Brandt, A. C. A. ;
Bühring, G. T. ;
Toillier, F. C. ;
Lourenço, I. P. Á. ;
Garcia, M. V. ;
Introdução: A avaliação audiológica básica visa determinar a integridade do sistema auditivo, além de identificar características de uma possível perda auditiva e patologia. Dessa forma, envolve exames essenciais para um diagnóstico e manejo clínico eficazes, contribuindo para o topodiagnóstico das lesões que possam atingir estruturas auriculares. A realização dos exames e a interpretação dos seus resultados são fundamentais para avaliar a integridade da orelha média e identificar possíveis alterações. Objetivo: Verificar a prevalência de alterações de orelha média em um serviço público de audiologia vinculado a uma instituição de ensino superior na região sul do país. Metodologia: Estudo de caráter retrospectivo e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 56038322.1.0000.5346. Estudo realizado no período de março a dezembro de 2024, durante o qual foram avaliados 234 sujeitos, 96 do sexo masculino e 138 do sexo feminino, com idades de 4 a 93 anos, com ou sem queixas otológicas. Destes, 120 foram atendidos na prática clínica regular, e 114 na liga acadêmica. Foram desconsiderados 49 sujeitos que não possuíam dados para análise. Todos os participantes foram submetidos a anamnese semi-estruturada, inspeção visual do meato acústico externo, audiometria tonal liminar, logoaudiometria e medidas de imitância acústica. Destaca-se que a realização da imitanciometria foi possível em 221 sujeitos. As avaliações foram tabuladas em uma planilha, analisadas e os resultados descritos. Resultados: Foram incluídos 183 indivíduos, dos quais evidenciou-se que 15,3% (28 sujeitos) possuíam alguma alteração de OM e 84,7% (155 sujeitos) não possuíam nenhum tipo. A principal alteração foi otite, identificada em 78,6% (22 sujeitos), seguida por retração na membrana timpânica, presente em 7,1% (2 sujeitos), colesteatoma em 3,6% (1 sujeito), timpanoesclerose em 3,6% (1 sujeito), perfuração da membrana timpânica em 3,6% (1 sujeito) e otite associada a colesteatoma em 3,6% (1 sujeito). Em relação à análise da timpanometria, observou-se que na orelha esquerda, houve maior ocorrência de curva A, presente em 62,8% (115 sujeitos), seguida pelas curvas Ar em 9,8% (18 sujeitos), Ad em 6,6% (12 sujeitos), B em 6,6% (12 sujeitos) e C em 4,9% (9 sujeitos). Além disso, 4,4% (8 sujeitos) não apresentaram curva e 4,9% (9 sujeitos) não realizaram. Na orelha direita, também houve maior ocorrência de curva A, registrada em 60,7% dos casos (111 sujeitos), seguida pelas curvas Ar em 10,9% (20 sujeitos), Ad em 5,5% (10 sujeitos), B em 8,2% (15 sujeitos) e C em 7,1% (13 sujeitos). Ainda, 2,7% (5 sujeitos) não apresentaram curva e 4,9% (9 sujeitos) não realizaram. Conclusão: A análise revelou que houve maior prevalência de otite média. Apesar da prevalência geral de alterações de OM ter sido baixa, o diagnóstico e a correção precoce do fator etiológico de base tende a ser importante para restauração ou minimização dos danos relacionados à acuidade auditiva periférica. Diante disso, essa verificação é essencial para reconhecer potenciais problemas auditivos e auxiliar em um tratamento mais eficaz.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1601
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1601
AMBLIAUDIA NO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA ANÓDICA POR CORRENTE CONTÍNUA: RELATO DE CASO
Silva, S.A ;
Cunha, V.L ;
Figueiredo, S. F ;
Melo, N.C ;
Medeiros, V.N ;
Miranda, A.C ;
Lima, D.O ;
Rosa, M.D ;
INTRODUÇÃO: Dentre as categorias diagnósticas do TPAC, destaca-se a ambliaudia, caracterizada por assimetria anormal entre as duas orelhas durante tarefas de integração binaural. A estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) é uma técnica de neuromodulação não invasiva que busca melhorar a comunicação e as habilidades auditivas em indivíduos com TPAC. OBJETIVO: Relatar caso de ambliaudia no PAC e avaliar impacto da ETCC. METODOLOGIA: Estudo prospectivo aprovado com parecer de n° 6.737.887. Foi realizada avaliação audiológica básica, do PAC com a aplicação do SAB, FISHER e dos Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico. Testes realizados: Padrão de Frequência (PPS), Limiar Diferencial de Mascaramento (MLD), Pediátrico de Inteligibilidade de Fala (PSI), Dicótico de Dígitos (TDD), Fala no Ruído (FR) e GAP IN NOISE (GIN). Realizou ETCC durante 5 semanas, 30 minutos sessão, em intensidade de 2 mA, 10 dias com intervalo de 48 horas entre sessões. Resultados: O PAC de EJS, 9 anos,estudante da 4° série de uma escola pública, preferência manual da mão esquerda e histórico de otite de repetição registrou: PPS, 0% acertos na nomeação e 33% imitação; PSI, em S/R -15dB, obteve 50% de acertos na orelha direita e 30% na orelha esquerda; FR, 72% de acertos na orelha direita e 76% na orelha esquerda; GIN 8 ms; TDD, na integração binaural, 83% de acertos na orelha direita e 27% na orelha esquerda. Na separação binaural, 100% acertos na orelha direita e 95% na orelha esquerda. MLD, 10 de acerto. Obteve 13 pontos no SAB e 15 pontos no Q-Fisher Total. Na avaliação eletrofisiológico apresentou baixa amplitude e atraso nas latências interpicos. Após ETCC: PPS, 20% de acertos nomeação e 40% imitação; PSI, 100% em S/R -15dB; FR, 84% de acertos na orelha direita e 88% na orelha esquerda; GIN, 2 ms; TDD, na integração binaural, 87,5% de acertos na orelha direita e 85% na orelha esquerda. Na separação binaural, 62,5% de acertos na orelha direita e 55% na orelha esquerda. MLD, 10. Obteve 43 pontos no SAB, 6 pontos no Q-Fisher Total. A avaliação eletrofisiológica pós estimulação atestou integridade e aumento de amplitude. CONCLUSÕES: A ETCC pode ser uma intervenção promissora para TPAC com melhora das habilidades auditivas e sincronia neural.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1631
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1631
ANÁLISE COMPARATIVA DE VOCABULÁRIO DE ESCOLARES OUVINTES E COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Macedo, G.S ;
Novaes, B.C.A.C. ;
Mendes, B.C.A. ;
Introdução: A perda auditiva, mesmo que leve, limita o acesso à informação auditiva necessária para desenvolver a fala e a linguagem, além das habilidades sociais e acadêmicas subsequentes da criança. A linguagem possui um papel fundamental nas interações sociais, na aprendizagem e no desenvolvimento, é através dela que o ser humano demonstra o conhecimento que adquiriu após organizar a percepção, recepção e estruturação das informações. O vocabulário está diretamente relacionado ao desenvolvimento da linguagem oral e é um dos indicadores do nível de linguagem da criança. Além disso, apresenta forte relação com o desempenho acadêmico, pois crianças que desenvolvem um vasto vocabulário na pré-escola tendem a ter melhores resultados de linguagem, leitura e habilidades cognitivas.Objetivo: analisar os diferentes níveis de vocabulário entre crianças ouvintes e crianças com deficiência auditiva inseridas em escola regular. Método: esta pesquisa foi aprovada pelo
Comitê de Ética nº5.441.206. Foram analisadas 33 crianças com deficiência auditiva (que compõe o grupo teste) de ambos os sexos com idade entre 7 e 12 anos, matriculadas em escola regular do 1º ao 5º ano do ensino fundamental I, o grupo controle foi composto por 33 crianças ouvintes. Foi utilizado o teste Peabody-PPVT4 para avaliar o vocabulário receptivo – consiste em apresentar 4 imagens, na qual o sujeito deve selecionar a imagem que melhor corresponde ao significado da palavra dita. Cada grupo de palavras apresenta um determinado grau de dificuldade e é possível comparar a idade cronológica do sujeito com a idade equivalente de acordo com seu desempenho no teste. Os resultados foram correlacionados as características audiológicas dos sujeitos, como tipo e grau de perda auditiva nível de inteligibilidade de fala (SII) e uso de horas do AASI. Resultados: Todos os sujeitos do GT possuem perda auditiva neurossensorial bilateral com prevalência de grau moderado (60%). O valor médio do SII 65 na melhor orelha foi de 59,4 (máximo 82, mínimo 33), já o do SII 55 foi de 45 (máximo 77, mínimo 23). O desempenho dos sujeitos na habilidade de vocabulário receptivo -- a pontuação média obtida de escore padrão dos sujeitos do GT foi de 56 pontos (mínimo 20 e máximo 117 pontos), que equivale a -3DP e do GC de 109 pontos (mínimo 70 e máximo 144 pontos), com média para +1 DP. Conclusão: os perfis individuais das idades cronológica e equivalente em cada grupo demonstram que, no GC, os sujeitos tendem a ter idade equivalente maior que a cronológica, ocorrendo o oposto no GT.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1684
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE COMPARATIVA ELETROFISIOLÓGICA E ANATÔMICA ENTRE RATO WISTAR E HUMANOS: IMPLICAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
Silva, M. G. P. ;
Morya, E. ;
Araújo, E. S. ;
As pesquisas básicas na área da saúde são fundamentais para o avanço científico, pois permitem uma análise detalhada dos processos biológicos. Para isso, é necessário conhecer as estruturas anatômicas e avaliar a viabilidade de testes clínicos em espécies utilizadas em laboratório, a fim de elaborar um protocolo mais preciso, além de evitar o uso de procedimentos inadequados. A utilização desses dados experimentais permite a comparação com os dados clínicos existentes na literatura em humanos, viabilizando sua aplicação em contextos clínicos e contribuindo para o avanço de pesquisas futuras. Objetivo: comparar estruturas anatômicas e dados eletrofisiológicos da audição de ratos Wistar com registros clínicos humanos, avaliando sua viabilidade em estudos experimentais. Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), sob protocolo nº 2024-02-ISD. O estudo utilizou uma fêmea de rato da espécie Wistar (Rattus norvegicus), saudável e sem indicativo de alteração de orelha externa/média, com três meses de idade (equivalente a 18-25 anos para humanos) e peso de 265 gramas. Inicialmente procedeu-se a anestesia, utilizando Isoflurano (1%). Em seguida, foi realizado o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) com equipamento Eclipse (Interacoustics). Foram posicionados eletrodos superficiais: um na região frontal, um atrás de cada pavilhão auricular e o eletrodo terra na pata direita. Utilizou-se 21.1 cliques/segundo, total de 2000 estímulos, em 80 dBNAn e apresentados com fone de inserção 3A nas diferentes polaridades. Para análise anatômica, procedeu-se a eutanásia por perfusão intralabiríntica. Os ossos temporais, contendo as bulas timpânicas, foram removidos, fixados em paraformaldeído (PFA) a 4% por uma hora e, em seguida, dissecados para expor os ossículos e a cóclea. Resultados: Na análise do PEATE, observou-se reprodutibilidade dos registros, similaridade entre as orelhas e foi possível identificar as ondas I, II, III e IV, apresentando latência absoluta de 1,67 ms, 2,27 ms, 3,40 ms e 4,80 ms, respectivamente. A onda de maior amplitude foi a onda I, seguida da onda II. Quando comparados aos resultados de humanos, nota-se que embora as latências sejam similares, na faixa etária estudada ainda não foi registrado de forma evidente a onda V, de maior amplitude nos humanos. Além disso, o registro de microfonismo coclear foi evidente no animal, o que ressalta a importância do uso da polaridade alternada para melhor identificação da onda I. Em relação à anatomia, verificou-se a presença de uma estrutura abaulada denominada bula timpânica, que contém as estruturas da orelha média, incluindo a membrana timpânica e os ossículos: martelo, bigorna e estribo. Após a remoção da membrana timpânica, foi possível observar a cóclea, a qual apresenta dois giros e meio. Conclusão: As estruturas anatômicas e os dados eletrofisiológicos da audição de ratos Wistar apresentam características comparáveis aos registros clínicos humanos, com identificação de ondas equivalentes e latências similares, porém é necessário cautela na interpretação dos resultados. Apesar das diferenças na amplitude das ondas predominantes, os resultados indicam a viabilidade do uso de ratos Wistar em estudos experimentais relacionados à audição.
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Página(s): p.1707
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DA APLICABILIDADE DE UM SISTEMA DE TELEDIAGNÓSTICO PARA A LAUDAGEM DE TRIAGENS AUDITIVAS EM UM NÚCLEO DE TELESSAÚDE
Vital, S. B. V. ;
Ferreira, J. V. M. ;
Pinto, R. M. ;
Santos, M. G. S. ;
Santos, I. P. S. ;
Moraes, A. H. F. ;
Valentim, R. A. M. ;
Brazorotto, J. S. ;
Balen, S. A. ;
Araújo, A. D. S. N. ;
Introdução: No Brasil, especialmente após a regulamentação da telefonoaudiologia, há um avanço na aplicação da telessaúde e pesquisas de desenvolvimento são importantes para o emprego de soluções efetivas para a promoção e prevenção de agravos em saúde. Em relação à triagem auditiva, destaca-se a importância das ferramentas de saúde digital e de sistemas que gerenciem o cuidado em saúde auditiva, possibilitando que os serviços cheguem aos lugares mais remotos e de difícil acesso. Objetivos: Descrever os processos de desenvolvimento e análise da aplicabilidade do sistema de telediagnóstico de um Núcleo de Telessaúde para laudagens de triagem auditiva. Metodologia: Estudo descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer de número 6.275.455. O sistema de telediagnóstico em triagem auditiva foi desenvolvido para inserção de exames por profissionais da saúde denominados solicitantes, que estejam em qualquer lugar do país, para que seja realizada uma laudagem por profissional especialista. O cadastro e inserção dos exames no sistema iniciam pelo número do CPF do sujeito, feito por solicitante, seguindo para a laudagem por outro fonoaudiólogo, com cadastro de especialista, que emite um laudo para os encaminhamentos necessários ao paciente. Além disso, permite a visualização por qualquer profissional de forma individualizada, propiciando que exames prévios e mais atuais sejam consultados e acompanhados por outros profissionais cadastrados e autorizados. O sistema apresenta como ferramentas acesso à agenda eletrônica, visualização de todos os telediagnósticos, além de busca por exame ou nome ou CPF, com filtros de data inicial e final em que foram solicitados, executados e laudados. Para analisar a aplicabilidade deste sistema, uma amostra de conveniência composta por 127 sujeitos, com idade entre 6 e 64 anos (30,5±16,3), sendo 77,9% do sexo feminino, foi avaliada. Os procedimentos de triagem realizados presencialmente e encaminhados para laudagem foram: anamnese audiológica, meatoscopia, screening audiométrico, reteste audiométrico, imitanciometria, emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente (EOAT) e por produto de distorção (EOAPD) e o teste de dígitos no ruído (TDR) nos modos diótico e antifásico. Destes procedimentos, apenas as meatoscopias não foram inseridas no sistema para laudagem. Resultados: Foram inseridos no sistema 847 exames, sendo estes: 127 anamneses, 127 screenings audiométricos, 89 retestes audiométricos, 127 imitanciometrias, 127 EOAT e 127 EOAPD, e 123 TDR diótico e antifásico. Como o sistema foi desenvolvido com base nos itens de avaliação da ficha audiológica preenchida presencialmente, observou-se a necessidade de ajustes como a adequação dos campos em que são inseridos valores numéricos para caixas de seleção, de acordo com a necessidade para números inteiros ou decimais. Além disso, profissionais de saúde de outras áreas foram liberados como solicitantes para a inserção de exames no sistema. Conclusões: verificou-se a aplicabilidade do sistema de telediagnóstico para laudagem de triagens auditivas. O sistema demonstrou ser intuitivo para a inserção dos exames por profissionais da saúde devidamente cadastrados e para a laudagem por profissionais especializados, o que pode otimizar a escalabilidade dos processos de cuidado em saúde auditiva, permitindo acesso real à população a tais serviços.
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Página(s): p.1657
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1657
ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMA DE TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
MATTOS, W. M. ;
A perda auditiva é mais prevalente que outros distúrbios já rastreados ao nascimento. Esforços têm sido feitos para identificação e tratamento precoces de perdas auditivas por meio de programas de triagem auditiva neonatal. Objetivo: Estudo prospectivo com objetivo caracterizar o processo de implantação do Programa de Triagem Auditiva Neonatal (PTAN) num Hospital Universitário. Analisar a investigação diagnóstica de perda auditiva em recém-nascidos. Apresentar propostas para aprimoramento do PTAN. Materiais e Métodos: Foram estudados recém-nascidos (RNs) submetidos à TAN por emissões otoacústicas transientes (EOAT), reflexo cócleo-palpebral (RCP) e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE). Resultados: Foram testadas 625 crianças. Na primeira etapa passaram 458 RNs e falharam 155. Retornaram na segunda etapa 122 RNs, sendo que 8 o fizeram por apresentar fator de alto risco para PA. Encaminhados para investigação diagnóstica 12 RNs (1,9%). Dos 5 que retornaram para PEATE, observou-se PA em dois RNs. Conclusão: O programa testou 81,7% dos candidatos. O índice de adesão ao programa foi 68,2%. Na primeira etapa falharam 26,7% dos RNs. A implantação do programa está em andamento e necessita constantemente de análise das dificuldades, visando solucioná-las a fim de tornar a Triagem Auditiva Neonatal Universal uma realidade.
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Página(s): p.1403
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1403
ANÁLISE DA INTERAÇÃO FAMÍLIA-CRIANÇA: UMA MEDIDA PARA GUIAR A ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA REABILITAÇÃO AUDITIVA
Martins, G. S. ;
Brazorotto, J. S. ;
Introdução: A interação família-criança é fundamental para o desenvolvimento da linguagem. Para crianças com deficiência auditiva, é crucial estar em um ambiente rico em experiências linguísticas, com os cuidadores desempenhando um papel essencial como facilitadores por meio de interações positivas. Assim, a análise da interação pode ser relevante para identificar necessidades de intervenção e guiar a atuação fonoaudiológica na reabilitação auditiva. Objetivo(s): Identificar necessidades de intervenção em 50 díades por meio da análise das interações entre famílias e crianças com deficiência auditiva, além de correlacionar a competência do cuidador na interação com o desempenho auditivo e linguístico das crianças. Metodologia: Estudo descritivo-analítico, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 3.440.683. Participaram 50 famílias e crianças com deficiência auditiva de um serviço de saúde auditiva do Sistema Único de Saúde. Foram incluídas crianças com perda auditiva de graus leve a profundo, usuárias de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) ou Implante Coclear (IC). Das 50 crianças, 6 possuem perda auditiva unilateral e 44 bilateral, 39 fazem uso de AASI e 11 de IC. Para a análise da interação e a classificação da competência comunicativa do cuidador, foram realizadas, inicialmente, filmagens de até 10 minutos de uma situação de brincadeira livre entre a família e a criança. Os vídeos foram gravados em sala de terapia, com brinquedos adequados à faixa etária da criança. Após os registros, as interações foram analisadas por dois juízes independentes, utilizando um formulário adaptado da Escala de Índice de Comportamentos que Promovem a Comunicação. Para classificar o desempenho auditivo e linguístico das crianças, foram utilizadas as categorias de audição e linguagem, atribuídas por seus fonoaudiólogos. Em seguida, foi realizada a análise descritiva dos dados para identificar as necessidades de intervenção na interação. Além disso, aplicou-se a análise de correlação de Spearman entre a competência comunicativa do cuidador e as categorias de audição e linguagem, controlando variáveis como a escolaridade do cuidador e a renda familiar. Resultados: Entre as famílias avaliadas, 80% demonstraram nenhuma ou pouca competência comunicativa na interação, 16% apresentaram boa competência e 4% evidenciaram competência excelente. As necessidades de intervenção na interação que emergiram como prioritárias foram: a intrusividade, o monitoramento da compreensão da criança pelo interlocutor, o uso de estratégias de comunicação e o emprego de estruturas linguísticas para a expansão lexical e sintática. Ainda, foi observada correlação positiva fraca entre a competência comunicativa do cuidador e as categorias de audição (0,291 com p < 0.05) e de linguagem (0,313, com p < 0.05). Conclusões: O estudo constatou que a maioria das famílias apresentou baixa competência comunicativa. A análise das interações em vídeo permitiu identificar as principais necessidades de intervenção para capacitar os pais a serem facilitadores de linguagem para seus filhos. Observou-se uma correlação positiva, embora fraca, entre a competência comunicativa do cuidador e o desempenho nas categorias de audição e linguagem de crianças com deficiência auditiva, ressaltando a relevância da análise da interação para o direcionamento da intervenção fonoaudiológica na reabilitação auditiva.
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Página(s): p.1494
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1494
ANÁLISE DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS NO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL DE IDOSOS: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Ferreira, E. F. ;
Lima, C. V. S. ;
Silva,S. A. ;
Cunha, V. L. C. ;
Lima, D. O. ;
Rosa, M. R. D. ;
INTRODUÇÃO: O Processamento Auditivo Central (PAC) trata-se da capacidade do cérebro em interpretar, organizar e dar significado aos estímulos sonoros recebidos pelos ouvidos, sendo um processo essencial para a compreensão da fala e outros sons. As funções executivas, que englobam habilidades como atenção, memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e controle inibitório, exercem influência direta sobre o PAC, uma vez que a integração das informações auditivas requer processos cognitivos superiores para filtrar, organizar e utilizar essas informações de forma adequada. O envelhecimento compromete tanto as funções executivas quanto o PAC, resultando em dificuldades de processamento auditivo, principalmente em ambientes ruidosos, e na diminuição da capacidade de processar e compreender as informações auditivas de maneira eficaz. OBJETIVO: Analisar a relação entre as funções executivas e o PAC em idosos. METODOLOGIA: trata-se de uma revisão de escopo. Os artigos foram selecionados nas bases de dados: PUBMED, SCIELO, LILACS e BVS, considerando publicações dos últimos 5 anos e os descritores: Aging; Executive Function; Auditory Perception; Aged; Hearing; Cognitive Dysfunction. Os critérios de inclusão foram avaliação do PAC e análise das funções executivas em idosos. Resultados: Foram encontrados 36 artigos, sendo 2 duplicados e 33 excluídos , totalizando 3 estudos para o desenvolvimento da pesquisa. A análise das funções executivas no PAC em idosos revela uma correlação significativa entre o declínio cognitivo, envelhecimento e dificuldades auditivas. Os estudos investigam o impacto do comprometimento das funções executivas no processamento auditivo, podendo intensificar dificuldades auditivas em situações cotidianas. Pesquisa com australianos idosos (PubMed) mostrou que o grau de deficiência auditiva periférica está diretamente relacionado com déficits nas habilidades cognitivas, e o desempenho em tarefas de PAC. Além disso, idosos com comprometimento do PAC apresentaram pior desempenho em tarefas auditivas, destacando que as funções executivas desempenham um papel crucial no processamento e compreensão auditiva. CONCLUSÃO: Com o envelhecimento, ocorre comprometimento tanto das habilidades auditivas quanto das funções cognitivas como atenção, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva, essenciais para o processamento e compreensão auditiva. Estes resultados destacam a necessidade de estratégias de intervenção que considerem tanto a reabilitação auditiva quanto o fortalecimento das funções executivas, promovendo uma abordagem integrada para minimizar os impactos do envelhecimento no processamento auditivo e na qualidade de vida dos idosos.
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Página(s): p.1609
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1609
ANÁLISE DAS LATÊNCIAS E AMPLITUDES DOS POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS CORTICAIS DE MULHERES COM E SEM MIGRÂNEA VESTIBULAR: UM ESTUDO PILOTO
BARBOSA, J.T.F.S. ;
NOVAES, T. F. A. ;
LOPES, A. D. S. ;
ANDRADE, K. C. L. ;
MENEZES, P. L. ;
Introdução: A migrânea vestibular é uma variante da migrânea em que os sintomas principais são vestibulares. Dentre os sintomas otoneurológicos, encontram-se as vertigens, perda auditiva, zumbido e sensação de plenitude auricular. É a segunda causa mais comum de vertigem episódica não posicional, responsável de cerca de 10% das doenças que podem causar tontura. Sua fisiopatologia permanece controversa, entretanto, estudos sugerem que a sobreposição das vias trigeminais e vestibulares influenciam na ativação de aferentes nociceptivos vestibulares e cranianos. Neste contexto, os potenciais evocados auditivos corticais são uma forma de acessar o sistema nervoso central destas mulheres, tendo em vista a sua precisão temporal e a não invasividade do seu método, tornando-os ideais para investigar as alterações funcionais cíclicas do cérebro migranoso. Objetivo: Avaliar os achados de latências e amplitudes dos potenciais evocados auditivos corticais em mulheres com e sem migrânea vestibular. Métodos: Estudo analítico observacional transversal aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer no 6.595.774. Participaram deste estudo cinco mulheres com migrânea vestibular e cinco mulheres sem migrânea vestibular. Todas as participantes apresentaram limiares auditivos dentro da normalidade e foram expostas aos estímulos de fala /da e /ba/, sendo a sílaba /da/ o estímulo de fala frequente e a sílaba /ba/ o estímulo raro. Os estímulos de fala foram apresentados seguindo o paradigma oddball. Resultados: Participaram deste estudo dez mulheres, sendo cinco do grupo controle e cinco do grupo estudo, pareadas por idade, sendo a média de idade de 40 anos (±2,82). No grupo estudo, as médias das latências para P1, N1 e P2 na orelha direita foram, respetivamente, 73,60 (±19,87) ms, 101,19(±0) ms e 135,54 (±2,94) ms. As médias das amplitudes para P1, N1 e P2 foram, respetivamente, 0,98 (±0,95) µV, -2,97 (±1,32) µV e 0,76 (±1,61) µV. Na orelha esquerda, as médias das latências de P1, N1 e P2 foram, respetivamente, 65,79 (±0) ms, 102,75 (±6,61) ms e 138,66 (±8,83) ms, e as amplitudes foram, respetivamente, 2,11 (±1,32) µV, -2,81 (± 0,09) µV e 1,39 (±2,16) µV. No grupo controle, as médias das latências para P1, N1 e P2 na orelha direita foram, respetivamente, 62,67 (±0) ms, 95,46 (±3,68) ms e 131,38 (±17,66) ms. As médias das amplitudes para P1, N1 e P2 foram, respetivamente, -0,15 (± 2,59) µV, -3,32 (±1,27) µV e 0,63 (± 4,97) µV. Na orelha esquerda, as médias das latências de P1, N1 e P2 foram, respetivamente, 60,59 (±0) ms, 85,05 (±0,73) ms e 129,81 (±27,23) ms. As médias das amplitudes foram, respetivamente, 0,22 (±2,33) µV, -3,56 (±-3,56) µV e 0,76 (±4,15) µV. Conclusão: A média das latências das orelhas direita e esquerda foram maiores e as amplitudes menores no grupo com migrânea vestibular, quando comparadas ao grupo controle.
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Página(s): p.1619
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1619
ANÁLISE DAS RESPOSTAS CORTICAIS AO ESTÍMULO DE FALA DE UMA CRIANÇA EM TRANSIÇÃO DA BIMODALIDADE PARA O IMPLANTE COCLEAR BILATERAL: ESTUDO DE CASO
Gomes, L. F. ;
Martins, G. S. ;
Morya, E. ;
Balen, S. A. ;
Brazorotto, J. S. ;
Introdução: A avaliação da hemodinâmica cerebral através do Functional Near-Infrared Spectroscopy (fNIRS) é ferramenta viável para avaliar o desenvolvimento cortical de crianças usuárias de IC, com contribuições para análises de prognóstico e do monitoramento de seu desenvolvimento. Objetivo(s): Caracterizar as respostas de hemodinâmica cerebral do lobo temporal ao estímulo de fala em uma criança usuária de IC bilateralmente, utilizando o fNIRS. Metodologia: Estudo de caso de uma criança do sexo feminino, aprovado no Comitê de Ética sob parecer 5.989.435. Com diagnóstico de deficiência auditiva sensorioneural de grau profundo bilateralmente, idade cronológica de oito anos e idade auditiva de cinco anos, criança foi usuária de Aparelho de Amplificação Sonora Individual bilateral por cerca de 12 meses, sendo encaminhada para Implante Coclear (IC) unilateral na Orelha Esquerda (OE) em 2018 e para IC na Orelha Direita (OD) em 2024. Frequenta regularmente a reabilitação auditiva Aurioral, duas vezes por semana, há cinco anos, com categorias de audição 6 e de linguagem 5. O fNIRS foi aplicado na condição IC bilateral, em momentos pré e pós-intervenção, sendo que no momento pré a criança tinha 7 dias de ativação do IC na OD e no momento pós, 30 dias. O treinamento auditivo baseado no Método Aurioral ocorreu ao longo de duas semanas, com 5 sessões de 50 minutos cada. Foram trabalhadas as habilidades auditivas apenas com o IC à OD ligado e a criança utilizou em sua rotina ambos os implantes. Sobre o fNIRS, utilizou-se o equipamento NIRXSport1 com estímulos de fala /ba/ e /da/ do português nativo do Brasil, falante masculino, gravado (44,1 Hz, 16 bits, 300ms cada consante-vogal), em campo livre, 70 dB NA, ICs ligados, num paradigma de habituação e desabituação para identificar detecção e discriminação auditiva. Optodos (oito de emissão e oito de detecção) formando 20 canais foram posicionados na região temporal de ambos os hemisférios cerebrais. A criança manteve-se sentada de forma passiva e vigilante durante 60 minutos, enquanto assistia a um desenho com cores e sem som. A média por canal, regiões de interesse e condição foram exportadas para análise estatística, considerando o nível de significância de 5%. Resultados: Através do teste t pareado, identificou-se uma diferença significativa entre as aplicações pré e pós-intervenção no estímulo /ba/ (p = 0,001), com um efeito de grande magnitude (Cohen's d = 6,453). Os resultados indicam que o desempenho no estímulo /ba/ foi superior no pré-intervenção em relação ao pós-intervenção. Já na comparação dos estímulos /ba/, /da/ e /bl/ (tempo de silêncio), utilizando o teste de Kruskal-Wallis, não foi encontrada diferença significativa (p = 0,392). Também não houve diferenças entre as regiões anterior, média e posterior do lobo temporal bilateralmente (p = 0,750). Conclusões: A criança apresentou respostas fisiológicas no córtex temporal bilateralmente na presença de estímulos de fala. O grande tamanho do efeito do estímulo /ba/ na pré-intervenção comparado à pós-intervenção pode ter evidenciado a ocorrência do processo de adaptação ao segundo IC. O acompanhamento com o IC bilateral com o fNIRS está em continuidade neste caso.
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Página(s): p.1662
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1662
ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO SNAP-IV EM INDIVÍDUOS COM TPAC: UMA ANÁLISE DESCRITIVA
Silva, S.A ;
Cunha, V.C ;
Figueiredo, D.F ;
Melo, N.O ;
Medeiros, V.N ;
Miranda, A.C ;
Lima, D.O ;
Rosa, M.R ;
INTRODUÇÃO: O Processamento Auditivo Central (PAC) é uma função do sistema nervoso auditivo central, responsável pela percepção, análise e interpretação dos estímulos sonoros. Alterações nesse sistema podem resultar no Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), caracterizado por déficits no processamento neural dos estímulos auditivos. Esse transtorno compromete habilidades como a discriminação auditiva, a localização sonora e o reconhecimento de padrões auditivos, além de estar associado a dificuldades de linguagem, aprendizagem e comorbidades, como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O questionário SNAP-IV, baseado nos critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, é utilizado na triagem de sintomas de TDAH, avaliando desatenção, hiperatividade e impulsividade. Sua aplicação pode ser relevante para reconhecer déficits atencionais presentes em outros transtornos, como o TPAC. A dificuldade em sustentar a atenção, um dos principais sintomas do TDAH, compromete a concentração em tarefas e a inibição de distrações, impactando negativamente o desempenho acadêmico e o cotidiano. O SNAP-IV fornece informações para o manejo clínico entre TDAH e TPAC ao identificar padrões de comportamento que indicam dificuldades atencionais. OBJETIVO: Analisar o desempenho do questionário SNAP-IV em indivíduos com TPAC. METODOLOGIA: Estudo quantitativo descritivo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 6.737.887), com 22 participantes. Os responsáveis responderam a uma anamnese para fornecer dados de identificação. Em seguida, realizou-se uma avaliação audiológica básica para excluir alterações periféricas da audição. Após a confirmação de resultados normais nas avaliações audiométricas, foi conduzida a avaliação comportamental do PAC e aplicado o questionário SNAP-IV. A bateria de avaliação do PAC incluiu os testes de Padrões de Frequência (PPS), Limiar Diferencial de Mascaramento (MLD), Pediátrico de Inteligibilidade de Fala (PSI), Dicótico de Dígitos (DD), Fala no Ruído (FR) e o GAP IN NOISE (GIN) para avaliar todas as habilidades auditivas. RESULTADOS: Com base na subdivisão do questionário SNAP-IV, a análise revelou que 95,5% dos participantes se enquadraram na categoria de desatenção, com uma média de 15,86 pontos. Todos os indivíduos apresentaram sintomas de hiperatividade, com média de 10 pontos. Na categoria combinada, 86,4% dos participantes apresentaram sintomas tanto de desatenção quanto de hiperatividade. A alta porcentagem de indivíduos com pontuação significativa em desatenção sugere uma possível relação com dificuldades de processamento auditivo, uma vez que o TPAC envolve dificuldades em manter a atenção auditiva especialmente em ambientes ruidosos. Embora a hiperatividade não seja diretamente relacionada ao TPAC, a impulsividade observada em alguns casos de TDAH pode ser agravada pelo esforço necessário para processar informações auditivas. A elevada ocorrência de sintomas combinados aponta para a presença de dificuldades auditivas e atencionais, uma característica comum em indivíduos com TPAC. CONCLUSÕES: O questionário SNAP-IV mostrou ser uma ferramenta relevante na identificação de dificuldades atencionais em indivíduos com TPAC. A prevalência elevada de sintomas de desatenção e hiperatividade reforça a sobreposição entre os déficits atencionais característicos do TPAC e os sintomas de TDAH. Assim, questionários que avaliam habilidades atencionais são importantes no contexto clínico para compreensão das alterações no PAC e os déficits de atenção.
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Página(s): p.1634
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1634
ANÁLISE DO “AUDITORY PROCESSING DOMAINS QUESTIONNAIRE” EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Braga Junior, J. ;
Pereira, L. D. ;
Dias, K. Z. ;
Moraes, G. R. ;
Pinheiro, M. M. C. ;
Introdução: O uso de questionários na prática clínica tem se mostrado útil para complementar as avaliações pois permite a coleta de informações qualitativas sobre o comportamento auditivo do paciente em diferentes contextos. O Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ) é um dos instrumentos recomendado pois permite distinguir dificuldades relacionadas à audição, linguagem e atenção. No entanto, ainda são poucos os estudos que investigam sua aplicação, especialmente no contexto brasileiro. Objetivo: Analisar o desempenho de crianças e adolescentes com o transtorno do processamento auditivo central (TPAC) no questionário APDQ. Métodos: Trata-se de um estudo analítico e multicêntrico, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob o número 5.268.520. Os participantes foram divididos em dois grupos: Grupo Controle (GC): 30 indivíduos com desenvolvimento típico e desempenho adequado na avaliação comportamental do processamento auditivo central; e Grupo Estudo (GE): 38 indivíduos com alteração de pelo menos um dos testes da bateria mínima do PAC, indicando diagnóstico de TPAC e com ausência de comorbidades. A amostra incluiu indivíduos de ambos os sexos, com idades entre sete e 17 anos, falantes nativos de português do Brasil, sem patologias de orelha média e com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade bilateralmente. O APDQ foi aplicado aos responsáveis, que responderam as 50 questões do questionário, distribuídas em três domínios: processamento auditivo (PA), atenção (ATT) e linguagem (LGG). Cada questão é pontuada de 4 a 0, resultando em um escore total de até 200 pontos, que reflete a ausência de prejuízos nos domínios avaliados. O questionário inclui uma planilha em Excel, intitulada Database, que calcula os percentis para cada domínio. Analisaram-se o desempenho nos domínios, a pontuação total, os percentis e os desfechos obtidos nos dois grupos. Para a análise estatística, adotou-se um nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: Observou-se que o GC obteve uma pontuação total média de 171 e, nos domínios, os valores foram PA = 96,8, LGG = 39,2 e ATT = 31,8; Pontuações superiores ao GE, que foi de 111, e nos domínios: PA = 62,2, LGG = 24,0 e ATT = 22,3. A diferença entre os grupos foi significante (p=0,001) e o questionário se mostrou eficaz na diferenciação entre os grupos. Em relação aos percentis, o GE apresentou valores indicativos de maior risco de alterações nos três domínios (LGG = 54%, PA = 52% e ATT = 48%), enquanto o GC apresentou percentis dentro do esperado (LGG = 93%, ATT = 83% e PA = 86%). Quanto aos desfechos, 70% do GC foi classificado com “escuta normal”, enquanto no GE, 31,6% apresentaram “dificuldade de aprendizagem, escuta e linguagem” e 26,3% “alto risco de TPAC”, com diferença significante entre os grupos (p=0,001). Apenas um indivíduo do GE foi classificado como “escuta normal". Conclusão: O questionário foi eficaz em identificar queixas auditivas e na diferenciação entre a presença ou ausência do TPAC, classificando corretamente a maioria dos indivíduos. O APDQ mostrou-se um importante instrumento para ser utilizado na prática clínica.
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Página(s): p.1526
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1526
ANÁLISE DOS POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS CORTICAL E COGNITIVO EM INDIVÍDUOS COM AFASIA
Silva, J. H. V. ;
Vitor, N. B. A. ;
Alexandre, V. G. A. ;
Castro, J. M. F. ;
Oliveira, M. M. S. ;
Cavalcante, M. E. F. ;
Silva, P. H. C. ;
Pinheiro, N. S. ;
INTRODUÇÃO: A afasia é um distúrbio de linguagem causado por lesões cerebrais que podem ser decorrentes de acidentes vasculares cerebrais, traumas, tumores, infecções ou doenças neurodegenerativas, resultando em déficits na comunicação humana. Esse distúrbio afeta e compromete o funcionamento das regiões corticais envolvidas no processamento linguístico, como as áreas de Broca e de Wernicke, causando problemas na compreensão, expressão, fala, leitura e escrita. Os potenciais evocados auditivos cortical e cognitivo são essenciais para identificar alteração no processamento auditivo central que podem impactar na linguagem, auxiliar no diagnóstico e no planejamento terapêutico por meio da análise das respostas neurais a estímulos sonoros. OBJETIVO: Analisar, com base na literatura, os achados dos potenciais evocados auditivos cortical e cognitivo em indivíduos com afasia. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura subsidiada pela pergunta norteadora: “Quais os achados dos potenciais evocados auditivos cortical e cognitivo em indivíduos com afasia?” A pesquisa foi realizada nas seguintes bases de dados: National Library of Medicine (PubMed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS - LILACS), Science Direct, Scopus e Scientific Electronic Library (SciELO), utilizando os descritores (DeCS/MeSH) “Potenciais evocados auditivos” e “Afasia”, combinados por meio do operador booleano “AND”. Foram considerados como critérios de elegibilidade: estudos primários, que analisaram os resultados dos potenciais evocados auditivos cortical e cognitivo em indivíduos com afasia, sem restrições de idioma e publicados nos últimos 10 anos. Excluíram-se estudos nos quais os indivíduos possuíam comorbidades, eram usuários de aparelhos auditivos ou possuíam alterações de orelha externa e/ou média. Para seleção dos artigos foi utilizado como protocolo, a leitura de título, resumo e artigo completo. RESULTADOS: Foram encontrados um total de 132 artigos, no entanto, após a leitura do título 126 foram excluídos. Dos seis restantes, três foram descartados após a análise dos resumos e da leitura completa dos artigos. Sendo assim, três artigos foram selecionados para compor esta revisão. Os estudos selecionados contavam com indivíduos de ambos os sexos, com uma média de idade de 45 a 58 anos. Os tipos de afasias mais incidentes foram a de expressão e de compreensão, tendo como principal causa o Acidente Vascular Encefálico. Os indivíduos presentavam alterações cognitivas, dificuldades no processamento auditivo central, especialmente em tarefas verbais, e discriminação auditiva. Houve maior latência de P1, quando comparado a idade dos indivíduos, a maioria apresentaram potencial exógeno N1 e P2 dentro das latências esperadas. Contudo, apresentaram menor amplitude de P3, tanto para estímulos tone burst, quanto para estímulos de fala. Não houve correlação da amplitudes e latências das ondas por tempo da lesão. Foram observadas correlações dos achados dos potenciais evocados em pacientes afásicos com a idade, escolaridade e gênero. CONCLUSÃO: Portanto, dentre os achados eletrofisiológicos em indivíduos afásicos tendo como base o potencial evocado auditivo cortical e o P300 destaca-se: maior latência de P1, potencial exógeno N1 e P2 dentro das latências esperadas e menor amplitude de P3 tanto para estímulo tone burst quanto para estímulo de fala, fator que pode estar ligado a dificuldades na atenção e cognição.
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Página(s): p.1419
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1419
ANEMIA FALCIFORME E SAÚDE AUDITIVA: ENFOQUE NAS ALTERAÇÕES COCLEARES E AUDITIVAS
Silva,T. L. N. ;
Arruda, L. C. ;
Silva, G. M. P. ;
Chagas, E. N. ;
Oliveira,S. B. S. C. ;
Vasconcelos, C. V. C. ;
Silva, N. S. da ;
Introdução: A anemia falciforme é uma doença hereditária causada por alterações na hemoglobina, levando à deformação dos glóbulos vermelhos em forma de foice. Essas células falciformes comprometem o fluxo sanguíneo, provocando isquemia e danos a diversos órgãos, incluindo a cóclea, estrutura essencial do sistema auditivo. Estudos recentes apontam uma relação significativa entre a anemia falciforme e a perda auditiva, predominantemente neurossensorial, resultado de hipóxia coclear associada a crises vaso-oclusivas. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo investigar os efeitos da anemia falciforme na saúde auditiva, avaliando a prevalência e os tipos de perda auditiva e explorando possíveis alterações no sistema vestibular. Metodologia: Este estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura conduzida entre outubro e dezembro de 2024, utilizando a estratégia PCC (População, Conceito e Contexto). Foram incluídos artigos publicados a partir de 2015, disponíveis em português, inglês ou espanhol, com texto integral acessível. A População abrangeu pacientes com anemia falciforme de ambos os sexos, com idades entre 8 e 45 anos. O Conceito focou em alterações audiológicas, como perdas auditivas neurossensorial, condutiva e mista, além dos métodos diagnósticos utilizados, como audiometria tonal, emissões otoacústicas e potenciais evocados auditivos. O Contexto envolveu estudos clínicos comparando pacientes com anemia falciforme e indivíduos saudáveis, realizados em clínicas e hospitais especializados. A busca foi realizada nas bases de dados PubMed, LILACS e Scopus, utilizando operadores booleanos AND e OR, para combinar os termos de busca. Na PubMed, a estratégia foi estruturada como: ("sickle cell anemia" OR "sickle cell disease" OR "drepanocytosis") AND ("hearing loss" OR "hearing impairment" OR "hearing" OR "auditory evoked potentials" OR "otoacoustic emissions"). Para LILACS e Scopus, a chave de busca foi adaptada de forma semelhante. Excluíram-se artigos fora do escopo, como estudos com animais, artigos de opinião, resenhas e publicações que não abordassem diretamente a relação entre anemia falciforme e alterações auditivas. Os dados extraídos dos estudos selecionados foram sistematicamente comparados para identificar diferenças significativas entre os grupos, permitindo uma compreensão abrangente das implicações audiológicas e vestibulares em pacientes com anemia falciforme. Resultados: A pesquisa identificou 319 artigos relacionados ao tema. Após análise dos resumos e leitura integral, quatro estudos atenderam aos critérios de inclusão e exclusão. Os artigos selecionados destacaram que pacientes com anemia falciforme apresentaram limiares auditivos significativamente elevados em todas as frequências, com a perda auditiva neurossensorial predominando (22,2%), seguida por perdas condutivas e mistas. O sistema vestibular não demonstrou alterações significativas, sugerindo que a cóclea é o principal local afetado. Os episódios vaso-oclusivos e a hipóxia foram apontados como os principais mecanismos subjacentes às alterações auditivas observadas. Conclusão: A revisão reforça que a anemia falciforme está associada a um risco aumentado de perda auditiva, especialmente do tipo neurossensorial, o que evidencia a necessidade de monitoramento audiológico contínuo e intervenções precoces para preservar a qualidade de vida desses pacientes. Apesar da ausência de alterações vestibulares significativas, os achados destacam a importância de abordagens clínicas integradas para o manejo adequado das complicações auditivas em indivíduos com anemia falciforme.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1467
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1467
APLICABILIDADE DO AUDITORY PROCESSING DOMAINS QUESTIONNAIRE (APDQ) EM UM GRUPO DE UNIVERSITÁRIOS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE.
Delecrode, C. R. ;
Alves, L. O. ;
Cardoso, A. C. V. ;
Introdução: Questionários e escalas são recomendados para auxiliar na triagem de indivíduos em risco de Transtorno de Processamento Auditivo Central (TPAC), pois proporcionam conhecimento sobre a comunicação e seu impacto funcional no desempenho do indivíduo, porém, no Brasil, há uma carência de tais instrumentos com rigor metodológico. A aplicação de um instrumento, como o The Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ), pode auxiliar os profissionais quanto ao encaminhamento de indivíduos com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) para o diagnóstico do TPAC. Objetivo(s): Identificar o risco para transtorno de processamento auditivo central através de um questionário e avaliar as habilidades auditivas. Método: o trabalho foi aprovado, sobnúmero 0674/2013, pelo Comite de Ética da instituição de realização da pesquisa. Participaram deste estudo 11 jovens universitários com diagnóstico de TDAH, na faixa etária entre 18 e 26 anos, de ambos os sexos. Para atingir o objetivo proposto aplicou-se o questionário The Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ). Além disso, foi realizada avaliação audiológica básica e comportamental do processamento auditivo central (Teste de Padrão de Frequência, Random Gap Detection Test (RGDT), Teste Dicótico de Dígitos, Masking Level Difference (MLD), Teste de Fala com Ruído e Identificação de Sentenças Sintéticas com Mensagem Competitiva Ipsilateral). Resultados: A análise dos escores dos participantes no questionário APDQ mostrou que todos apresentaram algum risco para o TPAC, sendo que 100% dos participantes apresentaram desempenho inferior para o domínio atenção, 82% para o domínio processamento auditivo e 54,5% para o domínio linguagem. Na avaliação comportamental do processamento auditivo, todos os participantes apresentaram alteração em, pelo menos, um dos testes aplicados, sendo que os testes com maior índice de alteração foram o Teste Dicótico de Dígitos (82,2%) e o de Padrão de Frequência (72,7%). No entanto, 100% dos participantes apresentaram desempenho compatível com a normalidade para o Teste de Fala com Ruído. Conclusão: O APDQ mostrou- se um instrumento de triagem confiável, na identificação de indivíduos com TDAH e risco para TPAC considerando que os participantes que apresentaram desempenho inferior, em pelo menos um dos domínios do APDQ, tiveram alteração em uma das habilidades auditivas avaliadas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1560
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1560
APLICAÇÃO DA ACUPUNTURA EM PACIENTES COM SINTOMAS DE ZUMBIDO: REVISÃO DE LITERATURA
Moura, T. ;
Heupa, A. B. ;
Lüders, D. ;
Introdução: O zumbido é uma percepção auditiva sem fonte externa, associada a interações complexas entre o sistema nervoso e o sistema límbico. Alterações na cóclea podem iniciar esse processo, causando desequilíbrio nas vias auditivas periféricas e gerando atividade neuronal anômala, amplificada pelo sistema nervoso central. O zumbido pode ser causado por diversos fatores, como doenças otológicas, neurológicas, metabólicas e o uso de substâncias, mas seus mecanismos fisiopatológicos ainda são mal compreendidos, dificultando o tratamento. As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) incluem a acupuntura, técnica criada na China há cinco mil anos. Uma abordagem no tratamento do zumbido considera a estimulação de pontos próximos a nervos periféricos, gerando impulsos elétricos que equilibram o sistema neurofisiológico e a função do núcleo olivococlear, promovendo regeneração, normalizando funções orgânicas e aliviando dor. Objetivo: Analisar estudos que aplicaram e avaliaram técnicas da acupuntura no alívio do sintoma de zumbido de pacientes adultos. Método: Revisão de literatura com busca de estudos na PubMed, Lilacs e Google Scholar. Como estratégia de busca foram utilizados os termos “zumbido” e “acupuntura” como descritores principais (MeSh Terms: “tinnitus” AND “acupunture”). Foram incluídos estudos primários, randomizados ou não, que aplicaram e avaliaram a técnica de acupuntura em pacientes com queixa de zumbido, nos idiomas inglês, português e espanhol, sem limite em relação ao ano de publicação. Foram excluídos estudos de caso com apenas um paciente, estudos secundários, revisões, protocolos, editoriais, livros, resumos de anais científicos, notícias e sites. Resultados: A busca encontrou 284 estudos (216 na Pubmed, 7 na Lilacs e 61 no Google Scholar). Após exclusão dos duplicados e leitura de títulos e resumos, 85 estudos foram lidos na íntegra e após aplicação dos critérios de elegibilidade, 25 estudos foram incluídos na presente revisão. Publicados entre 1982 e 2024, seis estudos brasileiros e 19 internacionais, publicados em inglês (seis na China e os demais na Dinamarca, Coreia, Suécia, Taiwan, Emirados Árabes, Irã, Reino Unido, Estados Unidos e Peru). As amostras variaram de 3 a 107 pacientes, com média de 10 sessões. Na avaliação dos resultados, a maioria aplicou o questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI) (52%) e Escala Visual Analógica (EVA) (44%). Dois estudos (8%) realizaram emissões otoacústicas antes e após o tratamento. Como métodos de tratamento, a maioria utilizou a acupuntura sistêmica comparada a um grupo controle (n=12), os demais compararam efeitos antes e após o tratamento (n=10) ou com duas técnicas de acupuntura (n=3). Apenas três estudos não demonstraram efeitos significativos no tratamento, quatro estudos não aplicaram análise estatística, mas referiram resultados positivos, e dezoito estudos (72%) demonstraram efeitos significativamente positivos no tratamento do zumbido. Conclusão: Os estudos analisados demonstraram os efeitos positivos da acupuntura no tratamento do zumbido, colaborando também na melhora da qualidade de vida do paciente. Nota-se grande variabilidade metodológica destes estudos, o que dificulta a reprodutibilidade. Assim, recomenda-se estudos com metodologias padronizadas e revisões sistemáticas com análise de risco de viés e metanálise, a fim de trazer a possibilidade do fortalecimento desta técnica na área da Saúde.
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Página(s): p.1498
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1498
APLICAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE (CIF) NA PRÁTICA AUDIOLÓGICA
Moura, T. ;
Heupa, A. B. ;
Lüders, D. ;
Introdução: A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) é um sistema que descreve a saúde e os aspectos relacionados a ela, com o objetivo de fornecer uma linguagem padronizada que possibilite a comparação de informações sobre condições de saúde entre diferentes países, serviços e períodos. Essa classificação é muito utilizada por profissionais de saúde para orientar suas práticas. Na Audiologia, a CIF tem um papel relevante no diagnóstico e na reabilitação auditiva, ao guiar o trabalho do profissional na saúde da comunicação humana. Esta classificação deve ser ajustada ao contexto clínico, pois fatores físicos, psicológicos e sociais podem afetar a saúde e a qualidade de vida do paciente. Sua aplicação permite uma análise individualizada, considerando as necessidades específicas de cada caso, possibilitando aos profissionais o desenvolvimento de planos terapêuticos eficazes, com estratégias adequadas às reais necessidades na área da Audiologia. Objetivo: analisar estudos brasileiros que aplicaram a CIF na área da Audiologia. Metodologia: Revisão de literatura com busca de estudos brasileiros na PubMed, LILACS, SciELO, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e Google Scholar, sem seleção de data. Como estratégia de busca foram utilizados os termos (DeCS/MeSH) “Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde" e “Audiologia”. Foram incluídos estudos primários (analíticos ou descritivos) que analisaram e descreveram a forma como a CIF é utilizada na área da audiologia. Foram excluídos estudos secundários, revisões, editoriais, livros, resumos de anais científicos e notícias. Resultados: A busca encontrou 136 estudos (102 na PubMed, 20 na LILACS, 5 na SciELO e 9 na BDTB), além da seleção dos 100 primeiros estudos mais relevantes no Google Scholar. Após exclusão dos duplicados e leitura de título de resumo, permaneceram 19 estudos para leitura na íntegra. Com a aplicação dos critérios de elegibilidade, foram selecionados 11 estudos para análise, publicados entre 2013 e 2024, sendo seis teses/dissertações e cinco artigos publicados em revistas cientificas. Os estudos com amostras de pacientes ou profissionais (n=9) aplicaram questionários, sendo sete validados e dois elaborados pelos pesquisadores. Os outros dois estudos relacionaram dados de prontuários com a CIF. Cinco estudos relacionaram a CIF com o perfil de pacientes com perda auditiva (usuários ou não de dispositivos eletrônicos), três estudos relacionaram a CIF com perfil de pacientes com zumbido, e os outros três estudos aplicaram a CIF para avaliar questões relacionadas às habilidades auditivas. Todos os estudos consideraram a aplicação da CIF válida e positiva para a Audiologia, com destaque ao auxílio para a compreensão da singularidade de cada paciente no diagnóstico (n=5) e na reabilitação (n=2), na importância dessa classificação como auxiliar no planejamento terapêutico (n=3) e no fortalecimento de políticas públicas voltadas à saúde auditiva (n=1). Conclusão: as 11 publicações brasileiras na área da Audiologia que incluíram a CIF nas suas pesquisas demonstraram que esta classificação pode complementar o diagnóstico audiológico é e a reabilitação do paciente com alterações auditivas. Os resultados desta análise abrem novos caminhos para pesquisas na área da Audiologia e incentivam publicações na utilização da CIF como ferramenta de pesquisa.
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Página(s): p.1633
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1633
APLICAÇÃO DO TESTE DE DÍGITOS NO RUÍDO EM CAMPO SONORO PARA CRIANÇAS USUÁRIAS DE AASI - ESTUDO PILOTO
Boldrin, A. C. R. B. ;
Oliveira, A. L. G. R. ;
Santos, L. C. ;
Brazorotto, J. S. ;
Balen, S. A. ;
Ferrari, D. V. ;
Introdução: Na população pediátrica, a avaliação da percepção de fala no ruído como medida de resultado é essencial para compreender o desempenho auditivo em situações comunicativas mais próximas de ambientes reais, verificar se objetivos terapêuticos foram alcançados, orientar a tomada de decisão clínica, dentre outros. No entanto, há uma carência de testes desta natureza no português brasileiro. O Teste de Dígitos no Ruído (TDR) utiliza trios de dígitos apresentados em ruído estacionário para determinar o limiar de reconhecimento de fala (LRF). É um procedimento de conjunto fechado, rápido e requer baixa competência linguística e memória. Objetivo: Analisar a viabilidade de aplicação do TDR em campo sonoro para a avaliação da percepção de fala no ruído em crianças. Metodologia: Estudo observacional transversal (aprovação ética - parecer: 7.316.451). Participaram 8 crianças (3 a 6 anos de idade), com deficiência auditiva sensorioneural (n=7) e mista (n=1), unilateral moderada (n=1) ou bilateral (n=7), de grau leve (n=1), moderada (n=2), severa (n=3) e profunda (n=1). Todas eram usuárias de aparelho de amplificação sonora individual (AASI) por pelo menos 1 ano. O TDR e o HINT-Brasil foram aplicados (ordem contrabalanceada) em uma sala acusticamente tratada, sendo o sinal e ruído apresentados na mesma caixa acústica posicionada em 0º azimute e a um metro de distância do participante. O nível inicial de apresentação da fala e ruído foi igual a 70 dBA (relação sinal/ruído = 0 dB), posteriormente apenas o nível do estímulo de fala variou em degraus de 4 a 2 dB, conforme acerto ou erro do participante. Ao final, o LRF foi calculado pelo software de aplicação de cada procedimento. O tempo para aplicação dos testes foi cronometrado. Resultados: A administração dos testes foi possível para oito (TDR) e cinco (HINT) crianças. O tempo médio de aplicação do HINT e TDR foi, respectivamente, de 5,7 e 6,2 minutos. Como esperado, LRF mais favoráveis foram obtidas para o TDR (variação de -2 a 17,7 dB) do que para o HINT (variação de 5,98 a 19,55 dB. LRF melhores foram obtidos para crianças com perda auditiva leve e moderada. A influência de outras variáveis como o uso diário do AASI e habilidades comunicativas verbais serão discutidas. Conclusão: Os resultados preliminares sugerem que a administração do TDR pode ser viável para crianças a partir de 3 anos, usuárias de AASI. Será dada continuidade ao estudo para avaliação de uma amostra maior e comparação com outros testes de percepção da fala.
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Página(s): p.1608
ISSN 1983-1793X
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APLICAÇÕES CLÍNICAS DO SENA© E A AUTOPERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS SOBRE A ESTRUTURA E DINÂMICA DAS SESSÕES: RESULTADOS PRELIMINARES
Maia, B.R. ;
Toiller , F.C. ;
Santana, B.H.O.S. ;
Expósito, J. G. ;
Moreira, H.G. ;
Garcia, M.V ;
Introdução: O Sistema de Estimulação Neuroauditiva-SENA© é um software que possui o objetivo de melhorar a qualidade da audição Ele utiliza estímulos modificados em sua estrutura harmônica. O sistema possui diversas aplicações clínicas, incluindo pacientes em uso de dispositivos auditivos, terapias de reabilitação auditiva, transtornos do desenvolvimento, zumbido e transtorno da percepção dos sons. Objetivo: Descrever as diferentes aplicações clínicas vivenciadas como o SENA© e a autopercepção dos indivíduos sobre a estruturação das sessões. Metodologia: Estudo de caráter descritivo, longitudinal, aprovado pelo CEP, sob o número 56038322100005346. Foram convidados a participar do SENA© crianças, adultos e idosos, totalizando uma amostra com 15 sujeitos, atendidos de julho a dezembro de 2024. Estes apresentavam diferentes diagnósticos, dentre eles Hiperacusia, Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) associado a queixas cognitivas, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Zumbido (TZ) e Perda Auditiva com recrutamento. O protocolo original do SENA© é composto pela aplicação da estimulação 10 dias, sendo eles 5 dias seguidos, descansa 2 e estimula mais 5 dias consecutivos. Devido a uma dificuldade operacional do serviço, mudamos o método de aplicação.Aplicamos o SENA 45 minutos durante 6 semanas, 1 vez por semana. Ainda, foram utilizadas em todos os pacientes, concomitante ao tempo de aplicação do SENA, as estratégias de distração propostas pelo software, sendo elas:quebra-cabeça, pintura, vídeos sem legenda(de preferência do participante), jogos de encaixe, jogos de computador/tablet/celular, bordado e estratégias de treino visual cognitivo. Previamente ao início da sessão, todos foram orientados que não poderiam dormir, conversar, ler ou mastigar. Resultados: O SENA© foi aplicado em casos de hiperacusia(2 crianças e 2 adultos), transtorno do processamento auditivo central (TPAC) associado a queixas cognitivas (3 adultos), transtorno de déficit de atenção com hiperatividade(TDAH) (1 adulto), transtorno do zumbido(TZ) (7 adultos) e perda auditiva com recrutamento(1 idoso). Durante a aplicação, os adultos relataram sonolência ao assistir filmes ou vídeos e tiveram preferência em atividades manuais com menor nível de complexidade, como pintura, quebra-cabeças e jogos de encaixe. As crianças com hiperacusia necessitaram de um momento inicial de brincadeira sem estímulos, seguido do posicionamento dos fones ainda desligados. Posteriormente, durante a brincadeira, o estímulo foi gradualmente introduzido, com o objetivo de evitar possíveis desconfortos e dificuldades na adesão ao procedimento. Ainda, uma das crianças apresentou preferência por atividades somente no celular, enquanto a outra demonstrou maior adesão ao brincar com brinquedos de sua preferência. Com exceção dos pacientes com zumbido, todos os demais apresentaram redução das suas queixas frente à proposta de aplicação. A aplicabilidade no TZ ainda necessita de estudos para compreender a efetividade terapêutica. Todos os sujeitos e famílias acharam positiva a mudança de método para seis sessões, uma vez por semana. Conclusão: O SENA© é uma técnica promissora, com satisfação e benefício da maioria dos usuários e possui uma grande aplicabilidade na clínica fonoaudiológica frente a diferentes sintomas e diagnósticos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1574
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1574
APRENDENDO SOBRE A AUDIÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A PRÁTICA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Lima, L. G. M. B. ;
Cáceres, A. M. ;
Medeiros, W. N. F. ;
Introdução: A extensão é um dos pilares que compõem a tríade de uma universidade, juntamente com o ensino e a pesquisa. Logo, por meio da extensão universitária, o aluno durante a formação em saúde consegue se aproximar da comunidade, proporcionando aquisição de conhecimentos sobre assuntos ligados ao processo saúde-doença e das boas práticas em saúde. Nesse sentido, o ambiente escolar e as crianças se tornam elementos de grande potencial para promover conhecimento à saúde, pois são verdadeiros agentes na divulgação de conhecimento tanto para sua família como para pessoas de sua rede de convívio. Haja visto, que segundo o censo escolar de 2002, cerca de 61 mil estudantes da educação básica possuem deficiência relacionada a surdez, é de extrema importância que o fonoaudiólogo que atue no contexto educacional, ao identificar as crianças com essa deficiência, esteja realizando práticas informativas de forma lúdica, a fim proporcionar maior inclusão e disseminar a informação sobre os cuidados com a saúde auditiva. Objetivos: Sensibilizar as crianças de uma turma da educação infantil a respeito dos cuidados necessários com a audição, além de promover a familiarização com o aparelho de amplificação sonora individual. Metodologia: Este relato de experiência descreve uma oficina realizada com uma turma da educação infantil de um colégio de aplicação vinculado a uma universidade federal. A oficina fez parte das atividades de um projeto de extensão universitária cujo objetivo é elaborar e implementar estratégias que estimulem o desenvolvimento da linguagem no ambiente da educação infantil que foi conduzida por uma fonoaudióloga docente e dois extensionistas com a parceria das professoras responsáveis pela turma. A proposta da oficina surge a partir da preocupação de uma mãe, que possui uma criança matriculada nesta turma, com deficiência múltiplas, entre estas: a deficiência auditiva. Nesse contexto, tendo em vista que a criança encontra-se em adaptação do uso do Aparelho de Amplificação Sonoro Individual (AASI), a responsável expressou preocupação diante das professoras, caso outro criança pudesse manipular, causando assim prejuízos. A partir desta problemática, foi elaborado uma intervenção com a turma.Foi usado um protótipo de orelha aumentada, pelúcias representando suas respectivas partes, bem como um AASI. Resultados: Durante a atividade, foram abordadas temáticas sobre as estruturas da orelha e do ouvido. As crianças exploraram materiais para entender melhor o assunto, compartilharam experiências sobre a audição e falaram sobre colegas que usam aparelho auditivo ou têm sensibilidade auditiva. Observou-se para além do momento da oficina a ausência de problemas relacionados ao uso do aparelho pela criança mencionada. Conclusão: A oficina permitiu que crianças na primeiríssima infância pudessem compreender a importância dos cuidados com a audição e a aceitação do aparelho de amplificação sonora individual em ambiente da educação infantil. Proporcionou uma importante aprendizagem para os extensionistas de Fonoaudiologia, que vivenciaram o impacto positivo de intervenções lúdicas na saúde auditiva e a importância de criar atividades que favoreçam a escuta ativa e a socialização das crianças, além de destacar a relevância da presença do fonoaudiólogo no ambiente escolar.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1640
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1640
ASSOCIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DA AUDIÇÃO E DE EQUILÍBRIO EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA
Tonelotti, F.T.F. ;
Barbui, T.R.M ;
Orliz, F.V.B. ;
Frizzo, A.C.F. ;
Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno global que ocorre de forma acelerada em países em desenvolvimento, contribuindo para o aumento da prevalência de doenças crônicas. Nesse contexto, a perda auditiva relacionada ao envelhecimento, mais conhecida como presbiacusia se destaca como uma das três condições de saúde mais comuns entre idosos, que pode ocasionar alterações anatomofisiológicas no sistema auditivo central, afetando funções de audição e equilíbrio, além de aumentar significativamente o risco de quedas, afetando a qualidade de vida desta população. Objetivo: Investigar se as alterações na audição são associadas ao equilíbrio corporal em idosos. Material e Método: O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número: 61895922.1.0000.5406. Realizou-se um estudo transversal, com uma amostra composta por idosos com perda auditiva, atendidos no setor de Audiologia do Centro Especializado em Reabilitação. A coleta de dados foi conduzida por meio do teste de equilíbrio Mini-BESTest e do exame de Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE). Os dados foram analisados utilizando o software SPSS, versão 24.0. Resultados: Foram avaliados 10 idosos, com média de idade de 74,5 anos, baixo grau de escolaridade. Foi observado correlação positiva entre a interlatência I-III e a pontuação total do MiniBESTest (r = -2.96; p= 0.025 – Correlação de Pearson). Conclusão: Este estudo confirmou a associação entre perda auditiva e alterações no equilíbrio em idosos. Observou-se que 50% apresentaram déficits no Mini-BESTest, evidenciando alterações de equilíbrio nessa população. Alterações nas interlatências I-III do PEATE, especialmente na orelha esquerda foram associadas ao pior desempenho no equilíbrio, comprovando a associação das alterações de audição e equilíbrio na população estudada.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1481
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1481
ASSOCIAÇÃO ENTRE HIPERSENSIBILIDADE AUDITIVA E GRAU DE SEVERIDADE DO TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO
Moccellin, J. M. ;
Borges, V. M. S. ;
Sleifer, P. ;
Introdução: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por alterações na interação social, comunicação, comportamentos repetitivos e déficits sensoriais. Déficits no processamento sensorial estão presentes em 90% dos indivíduos com TEA, um dos prejuízos pode ser a hipersensibilidade auditiva, que são respostas excessivas ou incomuns a estimulação auditiva, podendo estar relacionada a alterações no sistema auditivo central. Objetivos: Verificar possível associação entre grau de severidade de TEA e presença de hipersensibilidade auditiva e realizar a caracterização da amostra de crianças e adolescentes com TEA atendidos no ambulatório de um hospital universitário. Metodologia: Estudo transversal, observacional e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (número 46039). Para a classificação do grau de severidade de TEA foi aplicado pelo médico neuropediatra o Autism Screening Questionnaire (ASQ), questionário para triagem de presença invasiva do desenvolvimento, fornecendo um diagnóstico baseado em observação comportamental. Os indivíduos foram classificados em dois grupos com o ponto de corte de 22 pontos, sendo considerado severidade alta acima desta pontuação. Resultados: A amostra foi constituída de 121 crianças, de ambos os sexos, com diagnóstico de TEA. Dessas, 95,3% eram do sexo masculino e a média de idade foi 6,57 (DP ± 2,28) anos. Verificou-se que a média de idade da confirmação do diagnóstico foi de 3,47 (DP ± 1,72) anos. Além disso, 93,65% possuíam queixa de alteração da linguagem e 87,31% apresentaram queixas de hipersensibilidade auditiva. Para verificar associação entre grau de severidade de TEA e presença de hipersensibilidade auditiva, realizou-se o cálculo do risco relativo, que resultou em 1,3 (IC 0,88-2,24). Conclusão: Verificou-se elevada prevalência de queixa de hipersensibilidade auditiva dos indivíduos do estudo. Não houve associação entre hipersensibilidade auditiva e severidade de TEA.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1495
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1495
ATUAÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA E FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO VESTIBULAR
Iaruchewski, N.F.S. ;
Husch, H.H. ;
Soldera, C.L.C. ;
Introdução: A Reabilitação Vestibular (RV) é uma abordagem multidisciplinar eficaz para tratar disfunções do sistema vestibular, como tontura, vertigens e desequilíbrio, auxiliando na restauração da qualidade de vida. Os profissionais mais especificamente habilitados para trabalhar com a Reabilitação Vestibular são os fisioterapeutas e os fonoaudiólogos, pois possuem o conhecimento e a expertise necessários para avaliar, diagnosticar e tratar os distúrbios do sistema vestibular por meio de técnicas e exercícios específicos. Compreender como esses profissionais abordam esse tratamento é fundamental para otimizar a eficácia das intervenções e promover uma reabilitação mais eficiente. A presente pesquisa pode contribuir para o aprimoramento das práticas clínicas e para a formação profissional nessas áreas. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo verificar a atuação de fonoaudiólogos e fisioterapeutas na reabilitação vestibular. Métodos: Trata-se de um estudo transversal observacional realizado entre março e agosto de 2024. O projeto deste estudo foi apreciado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e aprovado sob parecer n° 6.709.302. Com relação à amostra, os critérios de inclusão utilizados para o grupo de estudo foram: profissionais com registro profissional nos respectivos Conselhos de classe (CREFONO e CREFITO) ativos, que atuassem na área de reabilitação vestibular há um (1) ano ou mais, de ambos os sexos, residentes do Brasil. A divulgação do estudo e captação dos participantes foi realizada de forma online, por meio de folder eletrônico, distribuído via internet (publicação em redes sociais). Aqueles que tiveram interesse, participaram da pesquisa realizada via questionário eletrônico (Google Formulários), respondida por meio de computador, celular ou tablet com acesso à internet. O questionário, elaborado pelos pesquisadores, continha questões acerca de dados pessoais, formação acadêmica, tempo de atuação na área, disciplinas específicas acerca da temática cursadas na graduação, cursos e especializações realizados, procedimentos de avaliação pré e pós-intervenção, protocolos utilizados, quais especialidades médicas encaminhavam os pacientes, duração e local de tratamento, número de pacientes atendidos mensalmente, utilização de recursos tecnológicos associados e forma de orientação ao paciente e familiares. Resultados: A amostra foi composta por 46 profissionais, sendo 23 fisioterapeutas e 23 fonoaudiólogos e apresentou predominância de mulheres (82,3%) e a média de idade dos participantes foi de 38,6 anos. Houve associação significativa no tempo de atuação entre os fonoaudiólogos e mais de dez anos e fisioterapeutas até cinco anos (p=0,032). Acerca da presença da temática da RV em disciplinas, houve associação significativa entre a fonoaudiologia e a presença (p=0,001). Houve associação de fonoaudiólogos e encaminhamentos médicos e fisioterapeutas com busca espontânea (p=0,001). Em relação a quantidade de sessões houve associação entre fonoaudiólogos em 4 a doze sessões (p<0,001), e fisioterapeutas maior que doze (p=0,047). Conclusão: O tempo de atuação e a formação dos fonoaudiólogos na reabilitação vestibular é mais frequente em comparação aos fisioterapeutas, Os fonoaudiólogos recebem mais encaminhamentos médicos, os fisioterapeutas recebem mais busca espontânea. Os fonoaudiólogos estão associados ao tempo de quatro a doze sessões, enquanto os fisioterapeutas estão associados ao tempo maior do que doze sessões.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1439
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1439
ATUAÇÃO DE UM PROJETO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA SOBRE AUDIOLOGIA CLÍNICA EM UMA AULA DE REVISÃO DE MASCARAMENTO NA DISCIPLINA DE AUDIOLOGIA I
Cezar, L. G. C. ;
Silveira, I. F. ;
Maraninchi, F. M. ;
Silveira, A. A. N. S.51 ;
Soldera, C. L. C. ;
Machado, M. S. ;
Boscolo, C. C. ;
Introdução: O mascaramento auditivo é uma técnica que participa dos procedimentos para a avaliação auditiva. Tendo em vista que os alunos da disciplina de Audiologia I apresentam dificuldades para o entendimento da técnica, o Programa de Iniciação à Docência de Audiologia Clínica propôs uma atividade para auxiliar os alunos com o conteúdo. Objetivos: Relatar as atividades realizadas por um Programa de Iniciação à Docência de Audiologia Clínica durante uma aula de revisão sobre mascaramento auditivo aos alunos da disciplina de Audiologia I. Metodologia: O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição sob número: 3.915.477. Foram organizadas atividades que abordaram a teoria de maneira dinâmica e inovadora. Dessa forma, foram criados casos clínicos para que os alunos pudessem utilizar o conhecimento de maneira prática. Os alunos tinham a informação da anamnese inicial e a partir dela completavam o restante do exame de acordo com os achados. Resultados: Foi criado um GoogleForms para que os participantes pudessem avaliar a atividade e a eficácia da mesma. O questionário foi composto por 5 perguntas e disponibilizado ao final da aula para que os alunos respondessem em sala de aula. Foram obtidas 12 respostas, onde na primeira pergunta que era sobre a relevância dos casos clínicos para o aprendizado 9 responderam que era muito relevante e 3 relevante. Na segunda pergunta, os participantes tinham que dar uma nota de 0 a 10 indicando a contribuição da resolução dos casos para a compreensão prática dos conceitos. 6 participantes deram a nota 10, 3 deram a nota 8, 2 deram a nota 9 e 1 deu a nota 7. A terceira pergunta era referente a fixação do conteúdo, 11 pessoas responderam que foi possível através da atividade e 1 respondeu mais ou menos. As demais perguntas foram referentes a sugestões de atividades futuras. Conclusão: A realização de atividades de revisão realizadas por um projeto de iniciação a docência se mostraram eficazes para a aprendizagem dos discentes de fonoaudiologia a respeito do mascaramento auditivo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1458
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1458
ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NO TRATAMENTO DO ZUMBIDO: DA ABORDAGEM À ALTA
Garcia, M.V. ;
Silva, J.B ;
Cavalheiro, A.S. ;
Lourenço, I.P.A ;
Maia, B.R. ;
Moreita, H.G. ;
Introdução: No tratamento do transtorno do zumbido (TZ), o cuidado e amparo de uma equipe multiprofissional tornam-se fundamentais, tendo em vista que o sintoma possui múltiplos geradores e amplificadores e necessita de uma avaliação e intervenção completa e individualizada. A alta clínica é indicada quando o sintoma deixa de impactar negativamente a qualidade de vida do paciente, evidenciando o alcance dos objetivos terapêuticos e a promoção do bem-estar. Objetivo: Descrever o processo de alta clínica para indivíduos com TZ. Método: Estudo longitudinal, realizado em indivíduos com transtorno de zumbido em um ambulatório especializado, desenvolvido e aprovado pelo CEP, sob o número 56038322100005346. Participaram do estudo, sujeitos de ambos os sexos, com queixas de TZ, com múltiplas percepções e excluídos aqueles com zumbido vascular. Foram incluídos 40 indivíduos com Escala Visual Analógica (EVA) maior ou igual a 5, diagnosticados com o sintoma, no período de julho a dezembro de 2024. Os sujeitos foram submetidos à avaliação audiológica básica constituída por um protocolo de investigação clínica do zumbido e como procedimento de mensuração da efetividade terapêutica, foi utilizada a EVA para verificar o grau de incômodo em intensidade e volume do zumbido. Como procedimentos de intervenção, foram selecionadas as seguintes técnicas: aconselhamento fonoaudiológico, liberação miofascial, auriculoterapia, mobilização neural, exercícios respiratórios e de mobilidade, método pilates, terapia antioxidante (extrato de açaí e melatonina) e terapia sonora (uso de aparelhos auditivos), com o objetivo de modificar os hábitos amplificadores do sintoma. Cada paciente recebeu uma ou mais técnicas das descritas, conforme a necessidade clínica. Para receberem alta, os indivíduos necessitavam assumir EVA com valor igual ou inferior a 3. Resultados: Em relação às técnicas, 100% receberam terapias associadas, com predomínio da técnica de Liberação Miofascial, aplicada em 83% dos indivíduos. De acordo com EVA, dos 40 sujeitos atendidos, 18 (45%) apresentaram uma redução significativa na intensidade e no volume do zumbido (pré: 8, pós: ≤ 3), recebendo alta clínica. Os demais permanecem em acompanhamento, todos com evolução positiva no processo terapêutico. Conclusão: A alta clínica foi alcançada para quase metade dos sujeitos em atendimento, em menos de 4 meses de intervenção.
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Página(s): p.1559
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1559
AUDIÇÃO EM PACIENTE COM SÍNDROME DE ALPORT: UM ESTUDO DE CASO
Teixeira, A.R. ;
Aquino, M.L. ;
Unchalo, A.L.S. ;
SELAIMEN, F.A. ;
Geyer, L.B. ;
Picinini, T.A. ;
Introdução: A Síndrome de Alport (SA) é uma mutação genética rara que altera a produção do colágeno do tipo IV que está presente na membrana basal do sistema renal, revestindo o glomérulo. Este mesmo colágeno também está presente em estruturas visuais e auditivas. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar um caso de alterações auditivas em um indivíduo diagnosticado com a Síndrome de Alport. Metodologia: O estudo de caso refere-se a um adulto, do sexo masculino, de 36 anos, sem histórico da SA diagnosticada na família. Seu primeiro sintoma foi perda auditiva durante a adolescência. A partir do diagnóstico audiológico, houve busca, pela médica otorrinolaringologista da causa da perda auditiva, chegando-se ao diagnóstico final de SA. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (Parecer nº 7.307.701) e o participante da pesquisa assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados: O paciente realizou biópsia renal e avaliação genética, sendo identificada que a variante ChrX:107.863.584 G>A promoveu a substituição do aminoácido glicina na posição 869 por arginina, ou seja, os resultados da avaliação genética constataram a mutação no gene COL4A5 na posição chrX:107.863.584 localizado no cromossomo X. A avaliação audiológica realizada em 2006 demonstrou perda auditiva neurossensorial, de grau moderado. Neste mesmo ano foi feita seleção e adaptação de dispositivos eletrônicos de amplificação sonora (DEAS), modelo intracanal, digital. Em 2009 realizou transplante renal, sendo que até o momento utiliza medicações relacionadas ao transplante, mas nenhuma delas sendo considerada ototóxica. Em 2010 retornou ao setor de audiologia, mas não houve progressão da perda e manteve-se o mesmo DEAS em uso. Em 2022, após um longo período sem realizar avaliações, retornou ao setor de audiologia, pois o DEAS apresentava falha técnica. Relatou que neste intervalo de tempo houve alguns problemas no funcionamento do aparelho, mas que havia feito o conserto na assistência técnica. No referido momento, foi informado que não haveria mais possibilidade de conserto e então retornou para a reposição do DEAS. A nova audiometria revelou perda auditiva moderadamente severa. Neste momento houve reposição do dispositivo, sendo feita a opção por um modelo retroauricular com receptor no canal. Em 2024 o paciente retornou para nova avaliação audiológica, sendo constatada ausência de progressão da perda auditiva (manteve-se em moderadamente severa). A análise dos limiares de audibilidade feitas via ganho funcional, bem como a análise utilizando-se medidas com microfone sonda evidenciaram que a audibilidade com os DEAS atuais encontrava-se dentro do alvo prescrito, utilizando-se a regra prescritiva NAL-NL1. Conclusão: O presente estudo de caso, evidencia a importância do diagnóstico da perda auditiva, contribuindo para que a doença de base do paciente fosse identificada e que o mesmo pudesse ter acesso não só a reabilitação auditiva de qualidade, mas também a tratamentos importantes que puderam mantê-lo vivo e com qualidade de vida, todos realizados via sistema único de saúde.
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Página(s): p.1474
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1474
AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA DE P300 EM INDIVÍDUOS COM TEA.
Albernas, R. S. ;
Massih, C. G. P. A. ;
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado pelo déficit na comunicação, prejuízos na interação e na relação interpessoal, além disso, apresenta desordens sensoriais que podem levar a déficits nas funções cognitivas devido às alterações no processamento perceptivo, inclusive o auditivo. O Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência (PEALL), também chamado de P300, é um teste que analisa a atenção, memória e a cognição dos pacientes. Trata-se de um procedimento auditivo, eletrofisiológico, objetivo e não invasivo, fundamental para entender o funcionamento e integridade dos processamentos auditivos centrais e das habilidades cognitivas do indivíduo com TEA. Objetivo: Analisar os achados das avaliações P300 realizadas em pacientes com TEA descritos na literatura científica, identificando alterações neurofisiológicas e sua correlação com aspectos cognitivos e comportamentais. Metodologia: Foi conduzida uma revisão sistemática seguindo as diretrizes PRISMA, ou seja, que busca novas conclusões através de materiais previamente elaborados. Foram analisados artigos em inglês, português e espanhol, nas bases de dados do PubMed, Scopus, Web of Science e Lilacs, com buscas realizadas com publicações entre 2020 e 2024, utilizando os descritores: “Transtorno do Espectro Autista” e “Potenciais Evocados P300”. Os critérios de inclusão foram: estudos originais com avaliação do P300 em indivíduos com TEA, uso de paradigmas auditivos ou visuais para elicitar o P300 e foram excluídos estudos com populações mistas sem análise específica de TEA, revisões narrativas e artigos incompletos. A qualidade metodológica foi avaliada utilizando a ferramenta CASP (Critical Appraisal Skills Programme), muito usada para análise qualitativa de revisões sistemáticas. Resultados: Foram identificados 367 estudos, dos quais 11 atenderam aos critérios de inclusão. Os resultados demonstraram que indivíduos com TEA apresentam alterações significativas no P300, incluindo latência aumentada e amplitude reduzida em comparação com grupos controles. Essas alterações foram mais frequentemente associadas a déficits no processamento auditivo e na atenção sustentada. Estudos também sugeriram correlação entre a severidade dos sintomas do TEA e as alterações no P300, indicando que essa medida pode refletir diferenças no processamento neural subjacente ao transtorno. Contudo, a heterogeneidade nos protocolos de elicitação e nas análises estatísticas dificulta a universalização dos resultados. Conclusões: O P300 se mostra uma ferramenta audiológica promissora para avaliar as alterações neurofisiológicas em pacientes com TEA, fornecendo insights sobre o processamento auditivo e cognitivo. Os resultados do P300 demonstram dados importantes sobre o monitoramento e acompanhamento da evolução nos tratamentos de treinamento auditivo de pacientes com TEA, com comorbidades de transtornos do processamento auditivo central (TPAC) e déficits de atenção. No entanto, a falta de padronização dos protocolos e nas metodologias de análise destaca a necessidade de mais estudos que utilizem abordagens consistentes e controladas. Dessa forma, investigações futuras devem explorar o potencial do P300 como biomarcador para o diagnóstico e monitoramento terapêutico no TEA, contribuindo para uma abordagem mais personalizada e eficaz no manejo desse transtorno.
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Página(s): p.1716
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA EM PACIENTES COM ZUMBIDO: CORRELAÇÃO ENTRE AS MEDIDAS DE AUTOPERCEPÇÃO E CARACTERÍSTICAS PSICOACÚSTICAS
Vieira, P.M.O ;
Simões, H.O. ;
Lunardelo, P.P. ;
Carneiro, C.G. ;
Zanchetta, S ;
Introdução: O zumbido é um sintoma auditivo caracterizado por uma sensação sonora constante ou intermitente nos ouvidos sem fonte externa geradora, variando em intensidade, frequência e localização. Pode ser transitório ou crônico. Sua etiologia é multifatorial, associada a causas otológicas, metabólicas, somatopsíquicas, hormonais, cardiovasculares e genéticas, impactando a qualidade de vida. A avaliação do zumbido é crucial, envolvendo diferentes estratégias como medidas autorrelatadas, psicoacústicas e eletrofisiológicas. Objetivos: Os objetivos foram comparar os limiares tonais para altas frequências, caracterizar o autorrelato de percepção do zumbido bilateral em adultos, investigar suas características psicoacústicas e correlacionar os resultados das duas ferramentas de avaliação. Métodos: Trata-se de um estudo clínico, observacional e transversal (CEP nº 6.741.178), no qual participaram 20 sujeitos adultos de ambos os sexos, com idade entre 21 e 64 anos, normo-ouvintes com zumbido. Os procedimentos foram a aplicação do questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI), Escala Visual Analógica (EVA), Audiometria de Altas Frequências (AAF) e avaliação psicoacústica do zumbido (sonoridade, pitch, nível de sensação - NSZ, nível mínimo de mascaramento - NMM e a inibição residual - IR). Resultados: Os participantes relataram incômodo moderado, evidenciando impactos na qualidade de vida. Predominaram zumbidos tonais de frequência aguda, sem diferenças significativas entre as orelhas para as medidas psicoacústicas do zumbido. Foi encontrada uma correlação positiva entre o impacto funcional do zumbido e a dificuldade em mascará-lo, indicando maior limitação funcional nos casos mais severos. Conclusão: Na presente casuística é possível concluir que a AAF é uma medida importante para investigar em pacientes com zumbido; o autorrelato sobre o impacto na qualidade de vida esteve correlacionado com as medidas de IR e NSZ; as medidas psicoacústicas pitch e NSZ, IR e NMM apresentaram a correlação entre seus resultados. Por último, foi possível identificar que a IR da OE foi frequentemente correlacionada com os diferentes domínios do autorrelato.
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Página(s): p.1569
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1569
AVALIAÇÃO AUDITIVA DE CRIANÇAS NOTIFICADAS COM SÍFILIS CONGÊNITA QUANDO HOUVE ESCASSEZ DE PENICILINA NO BRASIL
Vasconcelos, B. D. P. ;
Araujo, M. L. A. ;
Almeida, R. P. ;
Nobre, R. A. ;
Vasconcelos, L. D. P. G. ;
Oliveira, E. L. G. ;
Montenegro, S. ;
Bernardo, A. K. S. ;
Silva, A. P. A. ;
INTRODUÇÃO: A sífilis congênita (SC) caracteriza-se pela transmissão da bactéria Treponema Pallidum da mãe não tratada ou inadequadamente tratada para o bebê e é considerada um problema de saúde pública e pode comprometer a saúde das crianças a curto e longo prazo. No Brasil, entre os anos de 2013 a 2023 foram notificados 319.806 casos de SC, dos quais 29,7% foram no Nordeste. A taxa de incidência nacional foi de 10,3 casos por mil nascidos vivos (NV). No Ceará e em Fortaleza a taxa de incidência foi de 13,3 e 20,5 por mil NV respectivamente, superando a taxa nacional. Uma das sequelas que as acometem é a perda auditiva. Apesar de não ser muito bem definida na literatura científica, estudos mostram que esta infecção pode provocar a perda auditiva neurossensorial que é caracteriza pela lesão na orelha interna, podendo ser nas células da cóclea ou no nervo auditivo. OBJETIVO: Avaliar a audição de crianças notificadas com sífilis congênita (SC). MÉTODO: Estudo quantitativo, descritivo realizado no setor de fonoaudiologia do Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) da cidade de Fortaleza, Ceará. Foram incluídas crianças notificadas com SC que nasceram no ano de 2015, quando houve escassez de penicilina no Brasil e residentes nas Regionais de Saúde II e VI. As crianças foram convocadas a comparecer ao referido serviço onde foi realizado o exame de emissões otoacústicas evocadas transientes. A análise estatística foi no programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 23. Foi realizada análise descritiva apresentada por meio de tabelas com frequências absolutas e relativas e medidas de dispersão. Este estudo é parte de uma pesquisa intitulada: Condições clínicas e avaliação do estado de saúde de crianças notificadas com sífilis congênita em 2015, durante o desabastecimento de penicilina no Brasil aprovada pelo Comitê de Ética sob Parecer No 7.177.404. RESULTADOS: No ano de 2015 foram notificadas em Fortaleza 469 casos de SC dos quais 172 (36,7%) foram nas regionais II e VI. Destas, foram localizadas e convocadas 107 e compareceram para avaliação audiológica 75, das quais, 64 (85,3%) realizaram o exame. As mães que frequentaram o pré-natal foram 69 (92,0%) e foram tratadas 22 (29,3%). Todas as crianças receberam algum tipo de tratamento com penicilina ou ceftriaxona. O resultado do exame de emissões otoacústicas evocadas transientes foi presente para 59 (85,5%) no teste na orelha direita e 62 (89,9%) na orelha esquerda. CONCLUSÃO: Crianças notificadas em 2015 com SC na sua grande maioria apresentaram resultados presentes no exame de emissões otoacústicas evocadas transientes.
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Página(s): p.1455
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDITIVA EM ADULTOS: UMA ANÁLISE PRÉ E PÓS COVID-19
Santos. E.F. ;
Roggia, S.M. ;
Souza, L.F. ;
Rosa, L.A. ;
Silva. D.P.C ;
Scharlach. R.C. ;
Introdução: A Covid-19 trouxe comprometimentos à saúde da população mundial. O SARS-CoV-2, vírus causador da infecção, pode afetar diretamente a orelha interna, ou causar resposta inflamatória prejudicando a função auditiva, levando o indivíduo a apresentar sintomas cocleovestibulares. Objetivo: Caracterizar o perfil audiométrico de adultos pré e pós covid-19. Metodologia: Estudo descritivo, observacional, cego simples, de delineamento longitudinal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 5.969.536. Amostra do tipo não probabilística por conveniência, de adultos que realizaram avaliação auditiva antes da pandemia (2018/2019) e passaram por nova avaliação em 2023/2024. As avaliações realizadas foram: audiometria tonal liminar, audiometria de altas frequências, logoaudiometria, imitanciometria e aplicação de questionário sobre ter contraído a Covid-19 e queixas auditivas. Ao final das avaliações os participantes foram distribuídos em dois grupos: Covid-19 e Controle. Os dados da avaliação foram analisados e comparados considerando o momento da avaliação e os grupos. O valor de significância estatística foi de 5%. Resultados: A amostra foi composta por 22 participantes, sendo 16 (72,72%) pertencentes ao grupo Covid-19. A maioria era do sexo masculino (63,63,7%), com média de idade de 32,94 anos (dp=9,41) para o grupo Covid-19 e de 31,00 anos (dp=5,40) para o grupo controle, considerando a segunda avaliação. Quanto às características da contaminação pelo vírus, 100% dos integrantes do grupo Covid-19 relataram que não houve nenhuma complicação da saúde, não sendo necessária internação, fazendo uso apenas de medicações para melhora dos sintomas apresentados, sendo os mais frequentes: febre, cefaleia, calafrios, fadiga, congestão nasal e mialgia. No que se refere às sequelas pós infecção foram citados por alguns dos participantes: perda de olfato, rinite e queda de cabelo. Com relação às avaliações auditivas, as análises estatísticas mostraram que os dois grupos estudados se comportaram de maneira semelhante. Os limiares auditivos médios mostraram-se menores ou iguais a 20dBNA para os dois grupos e nos dois momentos de avaliação. Independentemente do grupo, houve diferença entre os momentos em relação aos limiares de 2, 3, 4, 9, 10, 11,2, 12,5, 14, 16 e 20 kHz, com pior média de limiares na segunda avaliação. É válido notar que esta piora foi mais acentuada para as frequências a partir de 9 kHz, porém inferior a 5dBNA. O índice de reconhecimento de fala (IRF) foi normal e sem diferença entre os grupos. Verificou-se boa mobilidade do sistema tímpano ossicular e não houve diferença entre os grupos quanto à ausência dos reflexos acústicos. Quanto à ocorrência de sintomas cocleovestibulares referidos pelos participantes do grupo Covid-19 não houve diferença considerando o momento da avaliação. O sintoma zumbido foi o mais frequente relatado pelo grupo nos dois momentos de avaliação (37,5%). Conclusões: Apesar da diferença observada entre os limiares auditivos médios obtidos pré e pós Covid-19 esta não foi superior a 5dBNA e foi verificada tanto no grupo Covid-19 quanto controle. Adultos que contraíram a Covid-19 apresentaram boa sensibilidade auditiva, IRF dentro da normalidade e boa mobilidade do sistema tímpano ossicular, sugerindo que, para essa amostra, a Covid-19 não afetou o sistema auditivo periférico.
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Página(s): p.1555
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1555
AVALIAÇÃO AUDITIVA EM FRENTISTAS DE POSTOS DE GASOLINA: PRÉ-ANÁLISE DE DADOS
Santos, M. H. L. ;
Felix, M. G. S. ;
Santos, R. K. S. ;
Camboim, E. D. ;
Fernandes, L. C. B. C. ;
Introdução: A exposição ocupacional a vapores de gasolina e solventes orgânicos representa uma preocupação global para os trabalhadores de postos de combustíveis devido aos riscos potenciais à saúde, incluindo danos ao sistema auditivo periférico e central. A exposição a esses solventes orgânicos sugerem distúrbios auditivos geralmente de origem central com limiares auditivos normais ou podem também incluir diminuição da percepção auditiva em frequências específicas e alterações nos reflexos acústicos, indicando possíveis disfunções auditivas retrococleares. Objetivo: Avaliar a audição de frentistas de postos de gasolina de uma mesma avenida da cidade de Maceió. Método: 6.965.064. Resultados: Os sintomas auditivos mais relatados pelos profissionais foram zumbido (33,3%), otalgia (16,6%) e prurido (22,2%). O GE apresentou curva timpanométrica do tipo A (85,7%) e tipo AD (14,3%); com relação aos limiares auditivos tonais, 71,4% esteve dentro do padrão de normalidade e 28,6% apresentou perda neurossensorial; no Potencial evocado Auditivo do Tronco Encefálico (PEATE), 100% da amostra teve respostas normais; já na análise das Emissões Otoacústicas Produto de Distorção (EOAPD), 100% da amostra apresentou resposta ausentes em pelo menos uma das orelhas. O GC apresentou curva timpanométrica do tipo A em 100% da amostra; com relação aos limiares auditivos tonais, 100% dos participantes apresentou resultado dentro da normalidade; No PEATE, 100% dos resultados apresentaram-se normais; e na análise das EOAPD, 100% da amostra teve respostas presentes. Observou-se ainda que as amplitudes das EOAPD são maiores no GC em relação ao GE. Conclusão: Foi possível concluir no presente estudo que os frentistas apresentaram alteração auditiva nos testes da audiometria tonal, timpanometria e EOAPD em comparação com outros trabalhadores não expostos a produtos químicos.
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Página(s): p.1600
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1600
AVALIAÇÃO AUDITIVA EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRATAMENTO ONCOLÓGICO : REVISÃO DE LITERATURA
Conceição, L.S.V ;
Lima, N.G ;
INTRODUÇÃO: No tratamento contra o câncer são encontrados diversos medicamentos ototóxicos, entre eles está à cisplatina, conhecida por causar danos ao sistema auditivo, sendo clinicamente intratável ou inevitável. O objetivo deste estudo é descrever por meio de uma revisão de literatura as alterações auditivas através de exames audiológicos em pacientes submetidos ao tratamento oncológico. MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho constituiu-se de uma revisão de literatura através da seleção de artigos nas bases de dados SciELO, BVS, PERIÓDICOS CAPES e Google Scholar, utilizando a combinação de dois ou três descritores como: Quimioterapia e Perda Auditiva; Radioterapia e Ototoxicidade e Perda Auditiva. Foram excluídos desta revisão artigos duplicados, revisão de literatura, artigos sem relação com a temática, e relacionadas a patologia do sistema auditivo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os oito artigos que obedeceram aos critérios de inclusão e exclusão da pesquisa foram dispostos em tabelas separadas pelas características geais e por exames realizados. CONCLUSÃO: Por meio deste trabalho foi possível observar que a ototoxicidade relacionada à cisplatina pode ocorrer desde a sua primeira dose, causando danos irreversíveis para a audição.
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Página(s): p.1681
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1681
AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA FALA DE CRIANÇAS COM PERDA AUDITIVA
Silva, N.C.M ;
Goulart, M.L.M ;
Pinheiro, M.M.C ;
Introdução: A perda auditiva na infância afeta significativamente o desenvolvimento auditivo, a aquisição da linguagem e o desempenho acadêmico e social das crianças. A detecção precoce e a reabilitação com dispositivos como o Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) e o Implante Coclear (IC) são essenciais para promover o desenvolvimento cognitivo e linguístico. No entanto, a avaliação da percepção de fala, especialmente em ambientes ruidosos, continua a ser um desafio. O Teste de Reconhecimento Auditivo de Sentenças em Português - Infantil (RASP-infantil) surge como uma contribuição importante para suprir a carência de materiais de avaliação auditiva contextualizados na língua portuguesa e culturalmente adaptados para a população infantil brasileira. Objetivo: Avaliar a percepção da fala de crianças com perda auditiva. Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva e observacional, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEPSH), sob o nº 5.637.71. O estudo foi conduzido em três etapas. Primeiramente, selecionou-se uma locutora, gravou-se o teste e integrou-se a um software. Na segunda etapa, foram recrutadas as crianças com perda auditiva de grau severo a profundo.. E na última etapa, o teste de Reconhecimento Auditivo de Sentenças em Português (RASP) infantil foi aplicado a dois grupos: o grupo estudo (GE) que foi constituído por seis crianças com perda auditiva de grau severo a profundo usuárias de Implante Coclear, com idades entre seis e doze anos, e seis crianças normo-ouvintes com idades correspondentes constituíram o grupo controle (GC). Os grupos foram avaliados quanto ao desempenho de Reconhecimento de Sentenças no Silêncio, o limiar da relação sinal-ruído (S/R) e a porcentagem de reconhecimento de fala em ruído fixo (+10 dB para o GE e 0 dB para o GC). Também foram analisados os erros mais frequentes cometidos nas listas do teste, como omissões de numerais e nomes próprios. Resultado: A locutora escolhida demonstrou alta inteligibilidade e clareza na fala, com mínima interferência do sotaque. As sentenças gravadas foram incorporadas ao software perSONA para a aplicação do teste, passando por edições e melhorias. Os resultados mostraram que o reconhecimento de fala foi superior no GC, tanto em condições de silêncio quanto em ambientes ruidosos, em comparação ao GE. Em média, o GE obteve um desempenho no silêncio de 80%, enquanto o GC alcançou 98%. Para a relação sinal-ruído, o GE apresentou uma média de +6 dB, em comparação a -1,5 dB do GC. Já na condição de ruído fixo, o GE alcançou aproximadamente 70%, enquanto o GC obteve 95% . Os erros mais frequentes no GE incluíram omissões de numerais e nomes próprios. Os erros mais frequentes nas respostas do GE foram omissões de numerais e nomes. Conclusão: Os resultados obtidos estão alinhados com a literatura existente, evidenciando que crianças com perda auditiva enfrentam maiores dificuldades para reconhecer a fala em ambientes ruidosos. O teste RASP infantil revelou-se uma ferramenta eficaz para fonoaudiólogos, sendo útil tanto para a prática clínica quanto para pesquisas na área de percepção da fala.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1683
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1683
AVALIAÇÃO DE INCÔMODO EM PACIENTES COM ZUMBIDO PRÉ E PÓS BUSCA PELA INIBIÇÃO RESIDUAL
SPERI, MRB ;
SILVA, ARA ;
VASCONCELOS, VB ;
Introdução: O zumbido é a percepção consciente de sons na ausência de estímulo sonoro externo, sendo uma queixa cada vez mais frequente. Embora existam vários métodos de avaliação do zumbido, incluindo a verificação da presença do efeito de inibição residual após estimulação sonora, não há um instrumento padrão para quantificar esse efeito antes e depois da estimulação sonora. Objetivo: O estudo teve como objetivo descrever as respostas da inibição residual após exposição acústica por 60 segundos e comparar o grau de incômodo do zumbido por meio da aplicação da Escala Visual Analógica (EVA) antes e depois do procedimento, para análise da percepção do zumbido. Método: Foi realizado um estudo piloto que adotou um delineamento quase-experimental com medidas repetidas de natureza quali-quantitativa com participantes com queixa de zumbido maiores de 18 anos, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer 327.959. Realizou-se aplicação de protocolos THI, EVA, avaliação audiológica básica, acufenometria, pesquisa pelo nível mínimo de mascaramento (NMM) e teste de inibição residual. Resultados: Participaram da pesquisa 13 indivíduos com idade entre 20 e 73 anos. A análise descritiva indicou uma redução na média do incômodo do zumbido indicado na EVA, antes e depois da exposição ao ruído em banda estreita na frequência na qual o zumbido era percebido, porém a comparação feita com o teste t mostrou que essa redução não foi estatisticamente significativa. Não foi encontrada correlação significativa entre uma categoria de impacto registrada no Tinnitus Handicap Inventory - THI e a exposição ao ruído. Foi possível observar mudança na categoria de incômodo do zumbido indicada na EVA por 38,5% participantes, esse resultado não foi significativo. Não foi encontrada diferença entre idade, sexo biológico, tipo e o pitch do zumbido e a predisposição à melhora ou piora do zumbido depois da exposição ao ruído por 60 segundos. Conclusão: O estudo revelou que não houve diferença estatisticamente significante entre a média de incômodo referido na escala EVA pré e pós busca pela inibição residual e demais variáveis. Os achados estão alinhados com a literatura quanto à prevalência de sexo, queixa de zumbido, bem como à ausência de significância entre idade e respostas após exposição sonora. Por outro lado, não apresentou mudança significativa após estimulação sonora, o que pode ser associado a amostra reduzida.
Zumbido, Avaliação, Inibição Residual, Escala Visual Analógica, Percepção.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1642
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1642
AVALIAÇÃO DE SATISFAÇÃO E IMPACTO PROFISSIONAL EM AÇÕES MULTIDISCIPLINARES PARA O MANEJO DO SINTOMA ZUMBIDO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
SILVA, V. D. ;
CUNHA, V. L. C ;
SILVA, S. A. ;
ROSA, M. R. D ;
Introdução: O atendimento multidisciplinar é fundamental para o sucesso no manejo dos casos de zumbido. Este por sua vez se refere a percepção de um som sem que exista externamente uma fonte geradora. Frequentemente se associa com comorbidades auditivas, neurológicas, emocionais e outras. Nesses contextos, o aconselhamento e a orientação dos pacientes são essenciais, assim como a participação em atividades diversas que possibilitem o entendimento do sintoma, opções de tratamento e de atividades educativas que melhorem seu desempenho nas atividades de vida diária e qualidade do sono. Para tal, foi elaborado o “Dia Z” como ferramenta de apoio aos pacientes e também de aprimoramento para os estudantes, pós-graduandos e profissionais que fazem parte e colaboram com um setor de atendimento público a pacientes com zumbido. Objetivo: Avaliar a satisfação de estudantes e profissionais quanto à participação nas atividades de aconselhamento do “Dia Z” e os impactos dessa estratégia para o seu crescimento profissional. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de uma avaliação da satisfação dos estudantes e profissionais participantes de aconselhamentos em grupo para pacientes com zumbido, que foram realizados em uma Instituição de Ensino Superior - IES pública. As ações realizadas na culminância do “Dia Z” foram previamente divulgadas, por meio de redes sociais, distribuição de panfletos informativos e contato direto com o público alvo. Dentre elas, além do aconselhamento, foram realizadas a prática de atividades direcionadas ao sintoma zumbido, como a auriculoterapia e mindfulness com profissionais capacitados, assim como momentos de escuta ativa e empática por parte dos graduandos e profissionais para com o público. Após o evento, foi aplicado um questionário online, via Google Forms, para identificar o nível de satisfação e o impacto identificado pelos participantes baseado no Net Promoter Score- NPS, neste, os resultados obtidos foram classificados em zonas de satisfação, que variam em: excelência; qualidade; aperfeiçoamento ou crítica, e os entrevistados como promotores, detratores ou neutros. . Para tal, foram elaborados itens com perguntas claras, avaliadas em uma escala de 0 a 10, contendo perguntas como o quão satisfeito, o quanto tais ações modificaram o seu fazer profissional, o quanto indicaria para outros colegas e possíveis sugestões de melhorias. Resultados: Obteve-se a participação de 12 indivíduos, sendo 9 estudantes e 3 profissionais e pós-graduandos, 50% deles participaram 1 vez da ação do dia Z, 25% participou 2 vezes e 25% 3 vezes ou mais. 91,7% dos participantes avaliou com 10 pontos às atividades propostas, 66,7% pontuou com 10 a participação, e 100% pontuaram com 10 para afirmar que indicaria para outros profissionais e pacientes. Em relação a pontuação geral no NPS, 100% dos participantes são classificados como promotores. Conclusão: O estudo evidenciou que a estratégia de realização dos "Dias Z" foi robusta, proporcionando resultados positivos com qualidade atestada pelos participantes desta extensão universitária em uma IES pública. Os dados demonstram a relevância das atividades para o manejo do zumbido e destacam o impacto positivo das ações multidisciplinares no desenvolvimento profissional no contexto da extensão universitária.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1632
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1632
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE INDIVÍDUOS USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR NO MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT HEARING IMPAIRMENT (MOCA-HI)
Goulart, M.L.M ;
Alves, N.V.M ;
Freiberger, F. ;
Pinheiro, M.M.C. ;
Introdução: A perda auditiva é uma condição comum que pode impactar negativamente a função cognitiva dos afetados. A literatura apresenta uma associação entre perda auditiva (PA) e declínio cognitivo, destacando a necessidade de avaliar o desempenho cognitivo em pacientes com perda auditiva. O estudo teve o objetivo de avaliar o desempenho de indivíduos usuários de implante coclear (IC) e de indivíduos com perda auditiva,sem reabilitação auditiva, no Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI). Objetivo: Avaliar e comparar desempenho de indivíduos usuários de IC com indivíduos com perda auditiva sem reabilitação auditiva no Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI). Metodologia: estudo transversal e descritivo, utilizando uma amostra não probabilística por conveniência, aprovado pelo comitê de ética e pesquisa sob parecer número 7.087.647. Fizeram parte da população do estudo, 15 indivíduos adultos e idosos com perda auditiva sensorioneural de grau leve a severo sem reabilitação auditiva (SRA), ou seja, sem uso de nenhum dispositivo eletrônico auditivo e 16 adultos e idosos usuários de IC. Os grupos eram homogêneos em relação à escolaridade. Foram analisados e comparados fatores sociodemográficos e audiológicos com o rastreio cognitivo realizado por meio do MoCA-HI. Foi utilizado estatística inferencial e adotou-se um nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: O grupo IC obteve maior pontuação na maior parte das provas do MoCA-HI, com diferença estatística significante na pontuação do teste referente a habilidade evocação tardia (p-valor= 0,041) e na pontuação prevista para indivíduos com 12 ou mais anos de escolaridade (p-valor= 0,039), comparado ao grupo SRA. No grupo IC, o tempo de uso do IC teve uma correlação moderada positiva com o escore total do MoCA-HI (p-valor= 0,026 e r=0,554), não houve diferença estatisticamente significante da idade e escolaridade com as habilidades avaliadas no MoCA-HI. Os usuários de IC bilateral tiveram maior pontuação total no MoCA-HI em comparação aos usuários bimodais e unilaterais, com diferença estatisticamente significativa com p-valor=0,049. Entre os fatores demográficos, no grupo SRA, a escolaridade teve uma correlação positiva forte com as habilidades visuo-espaciais (p-valor= 0,003 e r=0,706) e o escore total (p-valor= 0,012 e r=0,631). Já a idade apresentou uma correlação moderada negativa com o desempenho visuo-espacial (p-valor= 0,050 e r=-0,514). Além disso, no Grupo SRA, os indivíduos com perda auditiva de grau leve tiveram melhor desempenho na prova de abstração (p-valor=0,049) e também apresentaram pontuação total mais alta no MoCA-HI em relação aos indivíduos com maior grau de perda auditiva (p-valor= 0,581). Conclusão: Os indivíduos com IC tiveram um desempenho superior aos indivíduos SRA na maior parte das provas do MoCA-HI, especialmente em evocação tardia e na pontuação total. Os indivíduos com maior tempo de uso do IC tiveram melhor pontuação total no MOCA-HI, significando que a reabilitação auditiva com IC pode causar maior preservação da cognição. Houve influência do grau da perda auditiva na pontuação total do MoCA-HI.
Palavras-chave: Perda Auditiva, audição, Implante Coclear e cognição.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1637
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1637
AVALIAÇÃO DO EFEITO INIBIDOR DA VIA EFERENTE NA DOENÇA FALCIFORME
Lima, V. R. O. ;
GIL, D. ;
INTRODUÇÃO: A Doença Falciforme (DF) é uma das enfermidades genéticas e hereditárias mais comuns no mundo. A alteração molecular faz com que ocorra uma mudança na forma dos glóbulos vermelhos tornando-os semelhantes a uma foice. A deficiência auditiva nesses indivíduos pode se dar devido à sensibilidade da cóclea à vaso-oclusão que pode gerar isquemia e anoxia coclear. O efeito inibidor da via eferente (EIVE) ou supressão das emissões otoacústicas é caracterizado pela redução da amplitude da resposta na presença de ruído contralateral que ocorre devido à ação do sistema eferente olivococlear medial pela introdução de ruído, cuja presença, reduz a contração das células ciliadas externas, diminuindo a amplitude de resposta das EOA. Esse mecanismo contribui para auxiliar na diferenciação entre perdas auditivas periféricas e centrais. OBJETIVO: Analisar o efeito inibidor da via eferente na doença falciforme. MÉTODO: A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa institucional sob o parecer de número: 6.540.720. Foram selecionados pacientes de 6 a 60 anos com DF, que apresentassem curvas timpanométricas do tipo A e emissões otoacústicas transientes presentes em todas as frequências. Os pacientes selecionados foram submetidos às medidas de imitância acústica, emissões otoacústicas transientes e supressão das emissões otoacústicas. RESULTADOS: Foram avaliados 31 indivíduos, num total de 62 orelhas. Destas, foram excluídas 11 orelhas direitas e 14 esquerdas por não apresentarem os critérios necessários para avaliação do efeito inibidor da via eferente. Na orelha direita, 11 (55%) apresentaram supressão ausente, enquanto 9 (45%) presente. Na orelha esquerda, 9 (52,9%) tiveram supressão ausente e 8 (47,1%) presente. Ao comparar a presença do efeito de supressão das orelhas direita e esquerda, foi possível observar diferença significativa na distribuição entre as orelhas (p = 0,004799), demonstrando que existe uma assimetria entre as orelhas, a favor da orelha direita. CONCLUSÃO: A partir dos resultados obtidos, concluímos que indivíduos com doença falciforme apresentaram resultados alterados na pesquisa do EIVE, sugestivos de alterações cocleares. A orelha esquerda demonstrou ser mais comprometida do que a orelha direita na pesquisa do efeito inibidor da via eferente, evidenciando a importância da pesquisa da função coclear nestes indivíduos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO