40º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

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(DES)CENTRALIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA AUDITIVA PÚBLICA NO ESTADO DA PARAÍBA: UMA ANÁLISE DOS CENTROS DE REABILITAÇÃO AUDITIVA POR MACRORREGIÕES
Lopes, V.V. ; Santos, B.B.F.C. ; Rocha, K.P. ; Medeiros, V.N. ; Lima, A.M.O. ; Azevedo, Y.N.M. ; Araújo, M.J.C.L.V. ; Lucena, B.T.L. ; Rocha, D.S.C.G. ; Andrade, W.T.L. ;

Introdução: A operacionalização da diretriz da descentralização em saúde tem produzido impactos na equidade, eficiência e eficácia dos serviços ofertados, sendo influenciados pelos fatores contextuais e processos de implementação. Diante dessa perspectiva de gestão no estado da Paraíba, três Centros de Reabilitação (CER) realizam a distribuição de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI): os das macrorregiões de Araruna (CER II), de João Pessoa e de Sousa (ambos CER IV). Apesar disso, ainda existem lacunas a serem minimizadas, principalmente no que diz respeito aos serviços de reabilitação auditiva. Vale salientar, ainda, que a inexistência de serviços públicos de implante coclear na Paraíba demanda investimentos adicionais em serviços de alta complexidade e de aprimoramento da formação de profissionais. Objetivo: Identificar se está ocorrendo a descentralização dos serviços de assistência auditiva pública no estado da Paraíba, analisando os serviços de reabilitação nas diferentes macrorregiões do estado. Metodologia: O estudo teve caráter descritivo e exploratório, com abordagem quantitativa, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa mediante parecer nº 3.942.852. A coleta de dados foi realizada a partir da análise de documentos oficiais fornecidos por um CER IV da macrorregião de João Pessoa e é uma fundação estadual especializada em atendimento à pessoa com deficiência. Os dados coletados incluíram o número de pessoas assistidas pelo serviço, o número de AASI dispensados no ano de 2024 e a macrorregião da qual o usuário pertence. Resultados: Dos 1205 AASI dispensados pelo CER IV em questão, 79,50% foram dispensados para usuários que, de fato, residem nesta macrorregião, 7,05% foram dispensados a usuários que residem na macrorregião de Araruna, 2,57% foram dispensados a usuários que residem na macrorregião de Sousa e 10,79% foram dispensados a usuários da macrorregião de Campina Grande. Em relação ao CER II da macrorregião de Araruna, a dispensação de AASI começou no ano de 2024, por isso, diversos usuários já estavam em processo de adaptação no CER IV de João Pessoa antes de começar a dispensação no próprio CER II de Araruna. A macrorregião de Campina Grande também é um CER IV, mas não realiza a dispensação de AASI, no entanto, a cidade conta com um convênio municipal para a dispensação, abrangendo municípios pactuados. Contudo, não engloba toda a região conforme preconiza a dispensação através de um CER. Conclusão: De forma geral, a descentralização dos serviços de assistência auditiva vem produzindo mudanças e os outros CER estão conseguindo suprir as demandas dos usuários. No entanto, a descentralização ainda não está acontecendo na macrorregião que compreende o CER IV de Campina Grande pois, ainda que haja um convênio para dispensação de AASI, ele não atende toda a região. Diante desse contexto, esforços devem ser realizados no sentido de ampliar a oferta de serviços de adaptação de AASI, a fim de possibilitar o atendimento ainda mais próximo possível da residência do usuário. Além disso, deve ser ofertada a reabilitação auditiva, tendo em vista a sua importância para a adequação da adaptação do AASI pelo usuário.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1562
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1562


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Prezado (a) coordenador(a) do Programa Saúde na Escola,
Meu nome é Angela Dos Santos Costa, sou doutoranda no Programa de Pós-Graduação
em Distúrbios da Comunicação Humana da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal
de São Paulo (UNIFESP) e tenho as ações do Programa Saúde na Escola (PSE) como um dos
objetos principais de pesquisa.
Sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Alessandra Spada Durante e coorientação do Prof.° Dr.
Thiago Bulhões da Silva Costa, essa pesquisa objetiva analisar como a ciência de dados pode ser
utilizada para promover e/ou fortalecer ações de políticas públicas baseadas em evidências dentro
do PSE.
A pesquisa abrange as ações do PSE em todo o território nacional, portanto, já
solicitamos à coordenação nacional do PSE, em Brasília, dados sobre o programa em nível
nacional. E, a fim de obtermos dados regionais complementares que não são, necessariamente,
lançados no sistema nacional, a coordenação nacional nos forneceu seu contato.
Assim, gostaria de solicitar sua colaboração quanto ao envio de informações sobre as
ações do PSE realizadas em sua unidade federativa, no período de abril/2013 a 2024,
considerando as seguintes informações:
● Atividade realizada;
● Local da atividade (escola ou estabelecimento de saúde);
● Turno de realização da atividade (Manhã, tarde, noite);
● Profissionais envolvidos;
● N° de participantes;
● N° de avaliações alteradas (se for o caso); e,
● Público-alvo.
Sua participação poderá contribuir significativamente para o fortalecimento das ações do
PSE baseadas em evidência em sua unidade federativa e em âmbito nacional, possibilitando a
identificação de pontos fortes e pontos de atenção, que possam ser objeto de estudo de gestores do
PSE.
Rua Botucatu, 802 – Vila Clementino – São Paulo – CEP 04023-900
Fone (011) 3385-417
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1392
ISSN 1983-1793X
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A APLICABILIDADE DA REALIDADE VIRTUAL COMO FERRAMENTA NA REABILITAÇÃO VESTIBULAR DE INDIVÍDUOS COM DISTÚRBIOS VESTIBULARES: REVISÃO INTEGRATIVA
Silva, M. K. S. ; Pimentel, M. F. ; Duarte, D. S. B. ; Britto, D. B. L. A. ;

INTRODUÇÃO: O equilíbrio corporal é mantido pelo sistema vestibular, localizado no ouvido interno, que detecta movimentos da cabeça e a posição do corpo em relação à gravidade, sendo fundamental para o controle postural e ocular. Quando há distúrbios nesse sistema, como tontura, vertigem e/ou desequilíbrio, a qualidade de vida dos indivíduos é significativamente afetada, prejudicando suas atividades cotidianas e autonomia, especialmente em adultos e idosos. A reabilitação vestibular neste contexto tem se mostrado uma estratégia eficaz para promover a compensação e restauração funcional dos pacientes. Recentemente, a realidade virtual emergiu como uma tecnologia inovadora no campo da saúde, proporcionando um ambiente controlado e interativo para simulação de exercícios. OBJETIVO: Descrever os principais resultados da aplicação da realidade virtual como ferramenta na reabilitação vestibular de indivíduos com distúrbios vestibulares. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada em janeiro de 2025, com a seguinte pergunta condutora: “Quais os principais resultados da aplicação da realidade virtual como ferramenta na reabilitação vestibular de indivíduos com distúrbios vestibulares.?". Para isso, foram utilizados descritores registrados nas plataformas Descritores em Ciências da Saúde e Medical Subject Headings, os termos foram cruzados com os operadores booleanos “AND” e “OR”, combinando as seguintes Palavras-chave: “Vestibular System”, “Vestibular Diseases”, “Rehabilitation” e “Virtual Reality”. As buscas foram realizadas nas bases de dados National Library of Medicine, Biblioteca Virtual em Saúde, SciELO. Foram incluídos artigos originais, publicados em qualquer idioma e ano, com indivíduos com distúrbios vestibulares e que realizaram realidade virtual como ferramenta na reabilitação vestibular. Foram excluídos: estudos com animais, capítulos de livros, editoriais, Trabalhos de Conclusão de Curso, dissertações e teses. RESULTADOS: Inicialmente foram encontrados 230 artigos na base de dados. Após a leitura dos títulos e resumos foram excluídos um total de 198 artigos, ficando para leitura de artigos completos um total de 32 artigos, 24 foram excluídos baseados nos critérios de exclusão, restando para análise oito artigos. Os estudos destacaram que o uso da realidade virtual na reabilitação vestibular promove a compensação vestibular e melhora a integração sensorial, estimulando a reorganização do sistema nervoso central e a coordenação motora. Além dos benefícios funcionais, a tecnologia se diferencia por aumentar a motivação dos pacientes, tornando os exercícios mais atrativos e favorecendo maior adesão ao tratamento. Outra vantagem é a personalização dos exercícios, que são ajustados conforme as necessidades específicas, com monitoramento contínuo do progresso, garantindo uma reabilitação mais eficiente e direcionada. CONCLUSÕES: A realidade virtual é uma ferramenta eficaz na reabilitação vestibular, promovendo integração sensorial, neuroplasticidade e tratamentos personalizados. Com maior adesão dos pacientes, destaca-se como uma ferramenta promissora para melhorar a qualidade de vida de indivíduos com distúrbios vestibulares.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1623
ISSN 1983-1793X
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A DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE AUDITIVA EM AMBIENTES VIRTUAIS
Nader, M.J.M ; Matos, H.G.C ; Garrido, S.T ; Cardoso, M.J.F ; Alvarenga, K.F ; Jacob, L.C.B ;

Introdução: A saúde auditiva refere-se à prevenção, identificação e manejo de condições relacionadas à audição, visando preservar a função auditiva e promover a comunicação efetiva e melhorar a qualidade de vida. A comunicação eficaz em saúde auditiva é fundamental para fortalecer a promoção dessa áreat. As mídias sociais podem favorecer ambientes digitais colaborativos, voltados ao compartilhamento e à disseminação de informações sobre saúde auditiva. O Instagram e a Wikipédia são exemplos de plataformas digitais amplamente acessadas. O Instagram é uma plataforma comercial de compartilhamento de conteúdo pessoal, serviços e entretenimento. A Wikipédia é uma enciclopédia digital colaborativa e sem fins lucrativos mantida por voluntários. Objetivo: Avaliar comparativamente a divulgação de informações em saúde auditiva no Instagram e na Wikipédia. Metodologia: Trata-se de um estudo de intervenção aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, parecer n.º 6.822.885. Foram elaborados 18 conteúdos sobre saúde auditiva para difusão no Instagram. Os temas foram definidos a partir de um levantamento das principais temáticas abordadas em campanhas de saúde auditiva. Para isso, foi criada e monitorada uma conta no Instagram durante um período de 10 meses. Os conteúdos foram publicados em diferentes formatos: enquetes e perguntas nos stories (publicações temporárias), publicações de fotos e vídeos no feed, e Reels (vídeos curtos). Posteriormente, os conteúdos foram adaptados como verbetes para a Wikipédia, com um total de quatro novos e sete verbetes editados. Foi realizada a coleta de dados quantitativos referentes ao acesso e interação com os conteúdos, incluindo curtidas, visualizações, comentários, métricas de usuários alcançados e compartilhamentos. Para as edições e visualizações dos verbetes, utilizou-se o Programs & Events Dashboard. Todos os conteúdos foram revisados pela equipe de pesquisa. Os dados coletados foram tabulados e analisados de forma descritiva. Resultados: A conta no Instagram contabilizou 192 novos seguidores ao longo do estudo. Os Reels destacaram-se pelo desempenho superior, alcançando até 2.846 visualizações (temática de zumbido), indicando que esta modalidade de compartilhamento é uma estratégia eficaz para amplificar o alcance e impacto do conteúdo. Em comparação, os posts no feed apresentaram menor alcance, com um máximo de 321 contas acessando o conteúdo. Na etapa de edição e criação de verbetes na Wikipédia, observou-se uma variação de bytes adicionados aos conteúdos, que variou de 803 (verbete “perda auditiva induzida por ruído”) a 9.299 bytes (verbete de “perdas auditivas mínimas”), sendo que alguns dos verbetes editados foram criados do zero. Conclusões: O uso de ferramentas digitais como o Instagram e a Wikipédia podem ser estratégico para a disseminação de informações em saúde auditiva, explorando os diferenciais de cada plataforma, com potencialidade em alcançar diferentes públicos , dinâmica e acessível, ampliando os conhecimentos sobre essa temática.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1672
ISSN 1983-1793X
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A EFETIVIDADE DO TREINAMENTO AUDITIVO ACUSTICAMENTE CONTROLADO NO TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL: ESTUDO DE CASO
Silva, IV ; MF, Colella-Santos ;

Introdução: A avaliação comportamental do Processamento Auditivo Central (PAC) tem sido uma importante ferramenta para crianças e adolescentes com dificuldade escolar. O objetivo deste estudo foi verificar a eficácia de um programa de Treinamento Auditivo comparando o desempenho inicial, nos testes de avaliação do processamento auditivo, com o desempenho após o Treinamento Auditivo Acusticamente Controlado (TAAC). Métodos: Este estudo faz parte de um projeto maior, aprovado pelo Comitê de Ética da instituição (parecer nº 6.216.032). Foi selecionado um indivíduo de 14 anos de idade, do sexo feminino, encaminhada por dificuldades escolares e queixas compatíveis com alterações no processamento auditivo, além de atenção e memória. A paciente foi submetida à avaliação comportamental do processamento auditivo central pré e pós Treinamento Auditivo Acusticamente Controlado(TAAC). Inicialmente foi realizada a avaliação audiológica básica constituída pela audiometria tonal liminar, logoaudiometria e imitanciometria(timpanometria e reflexos acústicos). Para avaliação do PAC, pré e pós TAAC, foram selecionados os testes de Localização Sonora, Sequencialização Sonora com Sons Verbais e Não-Verbais, Fala com Ruído Branco, dicótico não verbal (TDNV), Dicótico Consoante-Vogal (TDCV), Dicótico de Dígitos (TDD), Dicótico de Dissílabos Alternados (SSW), Reconhecimento de Frases com Mensagem Competitiva (SSI), Random Gap Detection Test (RGDT) e Teste de Padrão de Duração (TPD). Foi aplicado também o questionário Scale of Auditory Behaviors (SAB) pré e pós TAAC. A partir da análise dos resultados da avaliação do PAC, verificou-se que a paciente possuía Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) do tipo Global. Neste cenário, a adolescente foi convidada para realizar o TAAC, composto por oito sessões de 45 minutos. Por meio da plataforma afinando o cérebro, foram estimuladas as habilidades de Figura-Fundo (escuta monótica), Resolução temporal, Integração Binaural e Ordenação Temporal (atividades bottom-up). Além disso, em todas as sessões foram incluídas atividades top-down com enfoque em organização e memória auditiva verbal. Resultados: A paciente apresentou resultados normais na avaliação audiológica básica. No pré TAAC, as habilidades auditivas alteradas foram: Figura-Fundo para sons não linguísticos (TDNV - atenção livre) e linguísticos (TDD - orelha direita - e TDCV - atenção livre), e Ordenação Temporal (TPD). No questionário SAB, obteve a pontuação 16. Após o TAAC, a paciente normalizou todas as habilidades auditivas alteradas. Além disso, observou-se melhora no desempenho de habilidades auditivas previamente normais: Integração e Separação Binaural (SSW, e SSI em tarefa dicótica e monótica (MCI) na relação -10 e -15 dB), Figura-Fundo para sons verbais (TDCV - atenção direcionada direita e esquerda) e Resolução Temporal (RGDT). No questionário SAB sua pontuação subiu para 43. A família relatou melhora nas notas escolares, especialmente em Língua Portuguesa e Matemática, e na atenção. Conclusão: O programa de TAAC utilizado neste estudo mostrou-se eficaz nesta paciente com TPAC, uma vez que resultou em diferenças significativas no desempenho pré e pós-terapia nos testes, podendo ser verificada através da avaliação comportamental e do questionário SAB. O Treinamento Auditivo Acusticamente Controlado foi eficaz, pois possibilitou a normalização e aprimoramento das habilidades auditivas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1676
ISSN 1983-1793X
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A ESTRUTURAÇÃO DO CURSO DE FONOAUDIOLOGIA E O ENSINO DA AUDIOLOGIA NA REDE PRIVADA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Santos, TFC ;

INTRODUÇÃO: A profissão de fonoaudiólogo tem atuação voltada à comunicação humana e foi regulamentada no Brasil em 1981. A profissão cresce gradativamente e ganha reconhecimento no país com o aumento das ofertas de trabalho e de concursos públicos voltados à Fonoaudiologia. Divididas em diversas áreas, a fonoaudiologia é a ciência responsável pelos estudos da audição, sendo esta chamada de Audiologia. O fonoaudiólogo é treinado para diagnosticar, gerenciar e/ou tratar distúrbios da audição, zumbido, ou problemas de equilíbrio, em todas as fases da vida, desde o recém-nascido ao idoso. OBJETIVO: Apresentar por meio do relato de experiência, a estruturação do curso de fonoaudiologia, com enfoque no ensino da audiologia, na rede privada da cidade de Aracaju-SE. MÉTODO: Foi realizada uma pesquisa e um planejamento inicial: pesquisa do mercado de trabalho da demanda de profissionais fonoaudiólogos no estado. Foi realizado a identificação do público alvo bem como o seu perfil. Definiu-se os objetivos do curso bem como grade curricular e carga horária de cada matéria proposta. Todas as conformidades legais e regulatórias do MEC foram seguidas, quanto as normas, matriz curricular, carga horária e projeto pedagógico do curso. Foram definidos o corpo docente e a metodologia de ensino (metodologia ativa), além da infraestrutura e recursos educacionais necessários. RELATO DE EXPERIÊNCIA: O curso foi estruturado para a formação de profissionais fonoaudiólogos, sendo este o primeiro curso de fonoaudiologia de uma universidade privada do estado de Sergipe. O ensino da Audiologia iniciou-se com a base de Acústica Física, sendo passado aos alunos as características físicas da onda sonora e os fenômenos sonoros que a envolve, bem como sua relação com a audição e fonação. A primeira turma teve o desafio da matéria de Audiologia Básica com uma carga horária extensa, de 60 horas, sendo dividida entre teórica e prática. Como primeira turma, esta não teve ao seu alcance um laboratório de audiologia composto pelos instrumentos necessários para a parte prática. Por se tratar de uma instituição de ensino privada, ainda era necessário maior capital para montagem de um laboratório. Em conjunto com a coordenação e a docente responsável, em busca de oferecer uma melhor formação, a solução proposta foi dividir a turma em pequenos grupos, e ofertar as aulas práticas em uma clínica particular da cidade. Ao concluir uma boa procura e matriculas para o curso, houve a montagem do laboratório de audiologia para a segunda turma formada da instituição, melhorando assim a sua formação. Para o docente, o maior desafio foi adequar o ensino padrão da audiologia com um sistema de ensino centrado no aluno, sendo esta matéria envolvida com casos e raciocínio clínico desde o primeiro dia do curso, ainda que sem acesso irrestrito aos equipamentos necessários. CONCLUSÃO: A formação de um curso de fonoaudiologia exige um bom planejamento e dedicação de gestores e docentes. Para o ensino da audiologia, a aquisição de equipamentos para o diagnóstico auditivo é de suma importância para a formação de fonoaudiólogos, mas o seu ensino não deve ser centrado em seu uso.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1719
ISSN 1983-1793X
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A IMPORTÂNCIA DA REABILITAÇÃO AUDITIVA NA QUALIDADE DE VIDA DA PESSOA IDOSA COM PERDA AUDITIVA
Mitestainer, C. B. ; Couto, C. M. ;

Introdução: O envelhecimento pode resultar na perda auditiva denominada presbiacusia. Esta provoca mudanças nas vias auditivas centrais e no desempenho das capacidades cognitivas e influencia negativamente nas competências interpessoais do sujeito. Em contrapartida, os impactos da reabilitação auditiva neste processo são positivos e podem amenizar essas alterações em idosos. O aparelho de amplificação sonora individual é um dos instrumentos da reabilitação auditiva. Objetivos: Investigar o impacto do uso do aparelho de amplificação sonora individual na qualidade de vida e nas habilidades cognitivas da pessoa idosa com perda auditiva. Métodos: Pesquisa de caráter transversal, descritivo, explicativo e qualitativo, a qual estudou os efeitos da reabilitação auditiva na qualidade de vida dos idosos e em suas habilidades cognitivas, através das seguintes etapas: i) Aplicação do Mini Exame do Estado Mental (MEEM); ii) Aplicação do Questionário Internacional – Aparelho de Amplificação Sonora Individual (QI-AASI). A amostra da pesquisa foi composta por cinco participantes. Resultados: Os participantes da pesquisa demonstraram avaliação positiva sobre o uso do aparelho de amplificação sonora individual, inclusive relacionada à qualidade de vida e não apresentaram risco cognitivo no teste de rastreio.
Conclusão: o uso do aparelho de amplificação sonora individual propiciou benefícios relacionados ao aspecto cognitivo e qualidade de vida. O uso diário e prolongado do dispositivo está relacionado com a boa adaptação e satisfação do indivíduo com este, o que influencia no desempenho em habilidades linguísticas e cognitivas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1521
ISSN 1983-1793X
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A IMPORTÂNCIA DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL E O MONITORAMENTO AUDITIVO NA IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DE PERDAS AUDITIVAS EM BEBÊS: REVISÃO INTEGRATIVA
Silva, M. K. S. ; Pimentel, M. F. ; Duarte, D. S. B. ; Britto, D. B. L. A. ;

INTRODUÇÃO: A audição desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da comunicação, linguagem e habilidades sociais, especialmente nos primeiros anos de vida. A triagem auditiva neonatal é uma estratégia universal e preventiva que visa identificar precocemente perdas auditivas em recém-nascidos. Contudo, por si só, a triagem não é suficiente para monitorar possíveis alterações auditivas que possam surgir após o período neonatal. Nesse contexto, o monitoramento auditivo contínuo é um complemento indispensável, garantindo o diagnóstico precoce e a implementação de medidas terapêuticas adequadas. OBJETIVO: Descrever a importância da triagem auditiva neonatal e do monitoramento contínuo na identificação precoce de perdas auditivas em bebês. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada em janeiro de 2025, com a seguinte pergunta condutora: “Como a triagem auditiva neonatal e o monitoramento auditivo contribuem para a identificação precoce de perdas auditivas em bebês?” Para isso, foram utilizados descritores registrados nas plataformas Descritores em Ciências da Saúde e Medical Subject Headings, os termos foram cruzados com os operadores booleanos “AND” e “OR”, combinando as seguintes Palavras-chave: “Neonatal Screening”, “Hearing”, “Monitoring” e “Hearing Loss”. As buscas foram realizadas nas bases de dados National Library of Medicine, Biblioteca Virtual em Saúde, SciELO. Foram incluídos artigos originais, publicados em qualquer idioma e ano, que abordassem a triagem auditiva neonatal e o monitoramento auditivo como ferramenta de identificação precoce das perdas auditivas em bebês. Foram excluídos: estudos com animais, capítulos de livros, editoriais, Trabalhos de Conclusão de Curso, dissertações e teses. RESULTADOS: Inicialmente foram encontrados 289 artigos na base de dados. Após a leitura dos títulos e resumos foram excluídos um total de 241 artigos, ficando para leitura de artigos completos um total de 48 artigos, 39 foram excluídos baseados nos critérios de exclusão, restando para análise nove artigos. Os estudos indicaram que a triagem auditiva neonatal mostrou-se eficaz na identificação precoce de perdas auditivas, especialmente utilizando exames como otoemissões acústicas e potenciais evocados auditivos de tronco encefálico. No entanto, a triagem isolada apresenta limitações na detecção de distúrbios auditivos tardios ou progressivos, particularmente em bebês de risco, como prematuros ou com histórico de infecções. Desta forma, a realização do monitoramento auditivo contínuo em bebês com indicadores de risco para deficiência auditiva é considerado crucial para identificar alterações auditivas que surgem após o período neonatal, fundamental para que haja o diagnóstico precoce. Quando combinada com a triagem, essa abordagem possibilita a adoção de intervenções, como a indicação de aparelhos de amplificação sonora individual ou implantes cocleares, com efeitos positivos no desenvolvimento da linguagem e na qualidade de vida das crianças. CONCLUSÕES: A triagem auditiva neonatal aliada ao monitoramento contínuo é uma abordagem eficaz para a identificação precoce de perdas auditivas em bebês. A detecção e intervenção precoces são essenciais para minimizar os impactos da deficiência auditiva no desenvolvimento da linguagem e na qualidade de vida das crianças, sendo a implementação de programas universais de triagem e o acompanhamento regular em grupos de risco fundamentais para a promoção da saúde auditiva infantil.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1690
ISSN 1983-1793X
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A IMPORTÂNCIA DE UMA CARTILHA SOBRE PEATE NO DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO PRECOCE EM PERDAS AUDITIVAS NEONATAIS – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Cordeiro, A. Q. B. ; Cavalcanti, H. G. ; Almeida, M. C. O. ; Pereira, A. M. S. ; Madruga, J. M. C. ; Freitas, E. V. L. ; Monteiro, M. F. N. ; Araújo, L. S. ; Nascimento, L. S. T. ; Araújo, L. S. ;

INTRODUÇÃO: O Potencial Evocado do Tronco Encefálico (PEATE) é um exame neurofisiológico essencial para avaliar a audição e a integridade do sistema nervoso central, frequentemente realizado em crianças e recém-nascidos. Além de ser totalmente seguro e não invasivo, o exame deve ser realizado enquanto o paciente está dormindo, garantindo maior precisão nos registros. Ele pode ser aplicado em qualquer faixa etária, sendo uma ferramenta essencial para a clínica audiológica. Muitas pessoas não possuem instrução adequada sobre os fatores etiológicos e os impactos das perdas auditivas no desenvolvimento infantil. A necessidade de promover conhecimento foi o pilar para a criação da cartilha, com o objetivo de orientar os responsáveis sobre a preparação e as informações essenciais para a realização do exame. Pois, para alguns responsáveis, esse procedimento pode não ser algo comum em seu cotidiano. OBJETIVO: Promover informações de forma clara, objetiva e acessível aos pais e responsáveis sobre o PEATE, destacando sua relevância para o diagnóstico de perdas auditivas em bebês e crianças. METODOLOGIA: A metodologia utilizada foi de caráter informativo e colaborativo. A cartilha foi elaborada por discentes participantes de um projeto de extensão voltado para o diagnóstico audiológico infantil de uma Universidade Federal, com o objetivo de orientar pais e responsáveis de bebês e crianças atendidos na clínica-escola para realização do PEATE e outros exames auditivos. Inicialmente, realizou-se uma pesquisa na literatura científica e conversa informal com os pacientes para identificar informações essenciais e principais dúvidas. A cartilha aborda o conceito, objetivos, preparo, execução, orientações pós-exame e perguntas frequentes, utilizando linguagem acessível, textos curtos e ilustrações para facilitar o entendimento. Posteriormente, o conteúdo foi revisado pelos supervisores e enviado aos responsáveis antes da realização do exame. RESULTADOS E CONCLUSÕES: A implementação de uma cartilha informativa voltada para a realização do PEATE revela resultados positivos na conscientização e participação das famílias, acerca da importância do diagnóstico e intervenção precoce em perdas auditivas neonatais. A linguagem acessível, combinada com ilustrações e exemplos práticos, tornou mais fácil a compreensão de conceitos técnicos, favorecendo um entendimento mais preciso dos procedimentos necessários para o acompanhamento auditivo infantil. Com a cartilha, a adesão ao exame foi maior, visto que não houveram faltas e todos os bebês fecharam o diagnóstico auditivo, o que contribui para a intervenção precoce e um melhor prognóstico. Essa iniciativa fortaleceu os vínculos entre os discentes, os familiares e os pacientes atendidos no projeto de extensão, promovendo uma relação de confiança e acolhimento fundamental. Constatou-se, ainda, que o conteúdo foi fundamental para promover informação e disseminar conhecimento acessível em saúde. O material facilitou a compreensão de aspectos essenciais do exame, como etapas, objetivos e preparação, além de esclarecer dúvidas pré-existentes. Iniciativas como essa são indispensáveis para ampliar o acesso à informação de forma clara e objetiva, contribuindo para o engajamento da população aos serviços audiológicos. Sendo assim, a próxima etapa será a validação da cartilha, para que possa continuar havendo eficácia no diagnóstico audiológico infantil.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1432
ISSN 1983-1793X
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A INFECÇÃO PELOS ARBOVÍRUS ZIKA E/OU CHIKUNGUNYA EM ADULTOS ESTÃO ASSOCIADAS A MODIFICAÇÕES NA FREQUENCY-FOLLOWING RESPONSE (FFR) COM ESTÍMULO DE FALA, INDEPENDENTEMENTE DA PRESENÇA DE RUÍDO?
Venâncio, L. G. A. ; Muniz, L. F. ; Silva, J. D. Da. ; Leal, M. De C. ; Neto, S. Da. S. ;

Introdução: Alterações nas vias auditivas periféricas têm sido relatadas em crianças infectadas pelos arbovírus Zika (ZIKV) e Chikungunya (CHIKV), no entanto, pouco se sabe sobre os efeitos dessas infecções no processamento auditivo central de adultos, especialmente em contextos de ruído durante a percepção da fala.
Objetivo: Investigar o impacto de infecções prévias por ZIKV e/ou CHIKV nas respostas da Frequency-Following Response (FFR) a estímulos de fala, com e sem ruído, em adultos, comparando-os com indivíduos sem histórico dessas infecções.
Método: Estudo transversal com 85 adultos de ambos os sexos, distribuídos em dois grupos: 65 indivíduos com infecção laboratorialmente confirmada por ZIKV e/ou CHIKV e 20 indivíduos sem histórico dessas infecções (grupo de comparação). Todos apresentavam audição periférica normal. A FFR foi registrada utilizando a sílaba sintética /da/, em condições sem ruído e com ruído apresentado 4 ms antes da sílaba, com apresentação monoaural, no ouvido direito, por meio de fones de inserção ER-3A conectados ao equipamento Intelligent Hearing System. A montagem dos eletrodos seguiu o padrão vertical (M1 e M2 [-], Fz [+], Fpz [terra]). Os picos V, A, C, D, E, F e O foram identificados, analisando-se os domínios do tempo e frequência. Aplicou-se o teste de Wilcoxon pareado para comparar as condições, verificando a normalidade com o teste de Shapiro-Wilk e adotando nível de significância de 5%.
Resultados: Comparações intragrupos revelaram diferenças em várias medidas do FFR, incluindo latências, amplitudes, parâmetros do complexo VA, correlações cruzadas e métricas espectrais. Diferenças estatisticamente significantes foram observadas para a relação sinal-ruído, correlação estímulo-resposta transiente, pitch error e pitch strength, pelo teste de Wilcoxon na presença de fala com ruído. Esses achados indicam que infecções por arbovírus podem modificar a eficiência e a precisão do processamento neural de estímulos verbais.
Conclusão: Adultos com histórico de infecção por ZIKV e/ou CHIKV apresentam respostas neurais no FFR que diferem significativamente de indivíduos não infectados. Esses resultados destacam a relevância de avaliar o impacto de arbovírus no processamento auditivo central, contribuindo para o avanço do conhecimento sobre as consequências neurofisiológicas dessas infecções.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1425
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1425


A INFLUÊNCIA DA PERDA AUDITIVA E DO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL EM ATIVIDADES MUSICAIS
Quental, S. L. M. ; Amaral, M. I. R. ; Couto, C. M. do ;

Introdução: O aparelho de amplificação sonora individual (AASI) deve garantir o conforto e satisfação do usuário nas diversas situações de escuta, incluindo a de música. Contudo, o processamento dos sons musicais por meio deste dispositivo pode ser limitado e prejudicado, o que pode dificultar seu uso durante atividades musicais. Objetivo: Identificar a percepção geral de usuários de AASI músicos a respeito da influência da perda auditiva e do uso do AASI, durante a prática e apreciação musical. Método: Pesquisa de abordagem quantitativa, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer número 6.334.827. A coleta de dados foi feita por meio de um questionário misto elaborado especificamente para esta pesquisa, disponibilizado em plataforma digital. Participaram oito adultos (seis homens e duas mulheres), com média de idade de 59 anos, músicos, usuários de AASI, com perda auditiva bilateral de qualquer grau ou tipo, adquirida após o conhecimento prático em música. O grupo foi composto por cinco músicos profissionais e três amadores, entre instrumentistas, regente de orquestra e cantor lírico. Os resultados das perguntas objetivas são apresentados utilizando-se estatística descritiva e índice percentual e foram elencadas categorias representativas para a pergunta dissertativa. Resultados: A média de tempo de experiência musical foi de 43.7 anos e o tempo de uso de AASI variou entre dois meses a 20 anos, com mediana de cinco anos. Dois participantes (25%) usam AASI em uma orelha e seis (75%) usam em ambas orelhas. Sete participantes (87.5%) usam AASI diariamente e um (12.5%) usa “quando sente a necessidade, incluindo atividades musicais”. A maioria dos participantes (sete, 87.5%) acha que a perda auditiva limita sua atuação na música, sendo que cinco participantes (62.5%) acham que limita “mais ou menos” e dois participantes (25%) acham que limita “um pouco”. A maioria dos participantes (sete, 87.5%) também afirmou que a perda auditiva modificou sua atuação enquanto músicos, sendo que quatro assinalaram que “fizeram algumas adaptações para continuar suas atividades”, um assinalou que “parou de praticar seu instrumento, mas continua apreciando situações musicais”, um relatou que “passou a usar filtro atenuador de dB em bares (...) e ensaio de banda” e um relatou que “passou a ouvir muito menos música (...)”. Em relação à satisfação do uso do AASI nas situações de prática e de apreciação musical, com apoio de escala gradual com cinco opções variando de “muito satisfeito” a “muito insatisfeito”, a média de respostas foi “nem satisfeito nem insatisfeito”. Em relação às impressões sobre o uso do AASI em situações de prática e apreciação musical, as respostas dissertativas correspondem às categorias: “melhora a percepção de altas frequências”, “a transposição de frequências compromete a compreensão musical”, “é melhor usar o fone de ouvido ao AASI” e “prejuízo em localização sonora”, cada uma referida por um participante. Conclusões: Os resultados sugerem que a perda auditiva influencia em certo grau na prática e apreciação musical e o AASI parece proporcionar nível mediano de satisfação para os participantes nessas situações. Destaca-se a limitação desses resultados, decorrente do tamanho e características da amostra.
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Página(s): p.1540
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1540


A INTERAÇÃO FAMÍLIA-CRIANÇA E O DESEMPENHO AUDITIVO E LINGUÍSTICO EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Martins, G. S. ; Tomaz, G. O. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: As interações familiares são fundamentais para o desenvolvimento da linguagem. Pais com competências comunicativas avançadas podem criar um ambiente linguístico enriquecedor, otimizando o aprendizado de crianças com deficiência auditiva e promovendo o desenvolvimento de suas habilidades. Objetivo(s): Investigar se há correlação entre a competência comunicativa do cuidador e o desenvolvimento auditivo e linguístico de crianças com deficiência auditiva, além de comparar os desempenhos entre diferentes faixas etárias. Metodologia: Estudo transversal e descritivo-analítico, aprovado pelo CEP (nº 3.440.683). Participaram 36 famílias e crianças com deficiência auditiva de um serviço de reabilitação auditiva do SUS. Foram incluídas crianças com perda auditiva de graus leve a profundo, adaptadas com tecnologias de acessibilidade auditiva e com idades entre 0 e 12 anos. Para analisar a interação e classificar a competência comunicativa geral do cuidador (CCGC), foram realizadas filmagens de até 10 minutos de uma situação de brincadeira livre entre a família e a criança. Após as filmagens, as interações foram analisadas por dois juízes independentes utilizando um formulário adaptado da Escala de Índice de Comportamentos que Promovem a Comunicação. O desempenho auditivo-linguístico das crianças foi classificado com base nas categorias de audição (CA) e de linguagem (CL), atribuídas por seus fonoaudiólogos. Para a análise dos dados, as crianças foram divididas em dois grupos de acordo com o grau da perda auditiva: leve a moderado e severo a profundo. Foi realizado o teste de correlação de Spearman para avaliar a relação entre CCGC e CA e CL, controlando variáveis como a escolaridade do cuidador e a renda familiar. Posteriormente, os desempenhos das crianças e a CCGC foram comparados entre as faixas etárias de 0-5 anos e 6-12 anos utilizando o teste de Mann-Whitney, sendo testada a hipótese de que crianças mais velhas apresentam resultados superiores em termos de desempenho auditivo-linguístico, além de pais com maior competência comunicativa. Resultados: Das 36 crianças, 10 tinham perda auditiva de grau leve a moderado e 26 severo a profundo. 15 crianças apresentavam idades entre 0-5 anos e 21 entre 6-12 anos. Para o grupo com crianças de grau severo a profundo, observou-se correlação positiva moderada entre CCGC e CA e CL (Rho de Spearman = 0.540 e 0.558, respectivamente, p < 0.01). Além disso, a comparação entre as faixas etárias revelou diferenças significativas, com crianças mais velhas apresentando melhores CA e CL (p < 0.001) e pais com maior CCGC (p = 0.005). Já para o grupo de grau leve a moderado, não houve correlação significativa entre CCGC e CA e CL (p = 0.674). O teste de Mann-Whitney indicou diferenças significativas apenas nos desempenhos de audição e linguagem (p < 0.05). Conclusões: Houve correlação significativa entre a competência comunicativa do cuidador e as categorias de audição e linguagem em crianças com perda de grau severo a profundo. Além disso, crianças mais novas apresentaram desempenho auditivo-linguístico significativamente inferior, reforçando a importância de intervenções precoces e com foco na capacitação parental para o desenvolvimento de interações sintonizadas.
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Página(s): p.1646
ISSN 1983-1793X
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A PERDA AUDITIVA NA FAMÍLIA INFLUENCIA NA IDADE DE CHEGADA DA CRIANÇA NO SERVIÇO DE REABILITAÇÃO AUDITIVA INFANTIL?
Silva, C. M. G. ; Nascimento, M. E. ; Silva, S. L. A. ; Bezerra, J. S. A. ; Bezerra, A. H. C. ; Xavier, I. Y. Q. ; Silva, E. P. F. ; Gomes, L. F. ; Santos, I. R. D. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: O diagnóstico tardio da deficiência auditiva pode impactar significativamente o
desenvolvimento infantil. Logo, para intervenções precoces e efetivas, é importante aliar a
Triagem Auditiva Neonatal Universal a ações que efetivem a trajetória da triagem à intervenção.
As informações sobre os fatores de risco para a deficiência auditiva podem conscientizar a
população e aumentar a sua adesão no acompanhamento da audição de sua criança. Embora
a história familiar de deficiência auditiva seja um fator de risco significativo para a perda
auditiva em crianças, há escassez de estudos sobre a relação desta informação e a chegada
das famílias para o processo de diagnóstico audiológico na infância. Objetivo(s): Analisar se
há diferença na idade de chegada ao serviço de reabilitação auditiva do Sistema Único de
Saúde (SUS) entre crianças de famílias com ou sem casos de pessoas com deficiência auditiva
na família. Metodologia: Estudo retrospectivo, aprovado em Comitê de Ética institucional sob o
número do parecer 7.316.303, que contou com a análise quantitativa e qualitativa de 39
prontuários com dados completos de crianças que já receberam alta ou se desligaram do
programa de reabilitação de um serviço de reabilitação do SUS, que ingressaram no serviço no
período entre 2003 e 2019. A informação sobre deficiência auditiva na família foi coletada da
anamnese, portanto, referida pelo informante. Os dados foram tabulados em uma planilha do
Excel® e na análise adotou-se p significativo < 0,05. Considerando a distribuição dos dados no
teste Shapiro-Wilk (famílias com casos de deficiência auditiva: p = 0,165; e sem casos: p =
0,036), realizou-se a análise não paramétrica pelo teste de Mann-Whitney. Resultados: As
crianças sem casos de perda auditiva na família (n=22) chegaram ao serviço aos 56 meses e
aquelas com casos de deficiência auditiva (n=17) aos 46 meses. Não foi observada diferença
estatisticamente significativa entre os grupos (p = 0,799). Entre os familiares com deficiência
auditiva foram relatados irmãos, primos, tios ou tias paternos e maternos. Conclusões: O fato
de ter um membro da família com deficiência auditiva não influenciou na idade de ingresso da
criança no serviço de saúde auditiva na amostra analisada. Dada a complexidade dos fatores
que podem contribuir para a chegada ao diagnóstico audiológico em tempo oportuno, é
imprescindível sua análise para o fortalecimento da intervenção precoce.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1505
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1505


A RELAÇÃO ENTRE A PERDA AUDITIVA E A DEPRESSÃO EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Zolio, R. S. ; Carlos, C. H. O. ; Matos, A. H. F. ; Silva, I. V. S. ; Borges, L. R. ;

Introdução: A comunicação humana é pautada em sua capacidade de expressar ideias e compreendê-las através da relação entre a fala e audição com seu interlocutor. Com o envelhecimento humano, tem-se a natural degradação de sua capacidade auditiva, a presbiacusia. A dificuldade de compreender as pessoas em sua volta pode desencadear o isolamento social, levando ao consequente desenvolvimento da depressão. Objetivo: Identificar a relação entre a perda auditiva e a depressão na população idosa. Metodologia: Este estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura, de caráter analítico-exploratório, realizada por meio da busca e seleção de artigos nas bases de dados da LILACS e SciELO, com o uso dos seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): perda auditiva, depressão, idosos e presbiacusia em português, entre os anos de 2013 e 2023. Resultados: A análise de 2250 sujeitos com perda auditiva (PA) revelou que 93,6% não tinham PA especificada e 6,4% tinham PA especificada, sendo 41% leve, 34% moderada e 25% severa. Entre os sujeitos, 16,3% apresentaram PA e depressão, enquanto 83,7% tinham apenas PA. A prevalência de depressão aumenta com o grau de PA: 71% nos casos leves, 92% nos moderados e 100% nos severos. Conclusão: A perda auditiva em idosos está fortemente relacionada à depressão, aumentando o risco de isolamento social, diminuição da autoestima e redução da qualidade de vida. Portanto, avaliações audiológicas completas e a reabilitação auditiva com a adaptação do aparelho de amplificação sonora individual são recomendados como um dos meios de prevenir a depressão em idosos.
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Página(s): p.1551
ISSN 1983-1793X
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A TELECONSULTA COMO FERRAMENTA DE BUSCA ATIVA PARA A EFETIVAÇÃO DA REABILITAÇÃO AUDITIVA INFANTIL EM UM SERVIÇO DE SAÚDE AUDITIVA
Santos, I. R. D. ; Martins, G. S. ; Morais, A.H.F. ; Valentim, R.A.M. ; Nunes-Araújo, A.D.S ; Balen, S. A. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: O diagnóstico precoce da deficiência auditiva, a garantia de acesso oportuno à reabilitação e a adesão ao processo terapêutico são fatores importantes para o desenvolvimento das crianças com deficiência auditiva. Objetivo: Analisar um fluxo de busca ativa, via teleconsulta, de crianças diagnosticadas com deficiência auditiva em um serviço do SUS. Metodologia: estudo descritivo-analítico, aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer nº 3.440.683. Foram analisados 80 prontuários de crianças de 0 a 11 anos e 11 meses de um serviço de saúde auditiva de alta complexidade do Sistema Único de Saúde, de natureza filantrópica. Embora as crianças participantes tenham recebido o diagnóstico de perda auditiva no serviço, elas não ingressaram no programa de reabilitação oferecido. Após a coleta nos prontuários físicos, 32 prontuários (40%) foram selecionados para atendimentos síncronos por teleconsulta, em plataforma dedicada e segura do Núcleo de Telessaúde. Participantes com comprometimentos associados à perda auditiva não foram incluídos. Na fase de teleconsultas síncronas, foram atualizadas informações de contato, dispositivos auditivos, a manutenção, o acesso às terapias e rastreamento dos fatores que impedem a inserção no processo de reabilitação auditiva, permitindo a análise do perfil clínico, socioeconômico, condições de uso e manutenção dos dispositivos auditivos e os fatores relacionados à não inserção ao programa de reabilitação. Os dados foram tabulados em planilhas do Excel®. Resultados: Das 32 famílias contatadas, 17 (53,1%) não puderam ser localizadas devido à desatualização dos contatos e 15 (46,8%) foram receptivas ao primeiro contato para marcação. Das 15 crianças analisadas, 9 já possuíam dispositivos auditivos adaptados, mas o tempo de uso referido era variado e em 26,32% dos casos, as famílias apresentaram dificuldades, como barreiras logísticas, familiaridade com tecnologias ou restrições de tempo, dificuldades que impactam a adesão e exigem estratégias mais personalizadas para superá-las. A dificuldade dos contatos foi atribuída, em grande parte, ao contexto da pandemia que pode ter enfraquecido o vínculo entre as famílias e o serviço. Também foram identificados fatores de aceitação do uso do AASI e a descontinuidade do uso efetivo por um participante, possivelmente devido a ruptura da continuidade do atendimento. Como desfecho do fluxo de busca ativa estabelecido, cinco (33,3%) das 15 crianças contactadas via teleconsulta foram integradas ao serviço de reabilitação auditiva, após a realização de avaliações e a manifestação do interesse das famílias em ingressar no serviço. Conclusões: O fluxo de busca ativa estabelecido facilitou o acesso à terapia fonoaudiológica especializada para crianças desassistidas e possibilitou conhecer os fatores barreiras para a adesão das famílias ao processo de reabilitação. A teleconsulta é uma ferramenta viável para a busca ativa na reabilitação auditiva infantil.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1712
ISSN 1983-1793X
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A UTILIZAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE (CIF) NO QUESTIONÁRIO PARA TONTURA “DIZZINESS HANDICAP INVENTORY (DHI)"
Parussulo, E. Z. ; Nishino, L. K. ; Lopes, C. M. ; Paiva, S. F. ;

Introdução: indivíduos que possuem o sintoma da tontura são mais propícios a sofrerem quedas, e podem ter sua independência física acometida. Na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), os códigos R42 (tontura e desequilíbrio) e o H81 (vertigem), são utilizados, porém inespecíficos. Estudos mostram que pessoas com o mesmo CID-10 apresentam diferentes números de quedas por ano, divergência nos aspectos físicos, funcionais e emocionais e diferentes queixas em relação a tontura. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) surge para tentar suprir a necessidade de avaliar, além da doença, a participação, as atividades, funções e estruturas do corpo, as condições de saúde e os fatores ambientais e pessoais do impacto da doença nas vidas dos indivíduos. O DHI é um questionário amplamente utilizado para avaliar o impacto da tontura em indivíduos com desequilíbrio e vertigem. A introdução dos códigos da CIF poderia ter um impacto positivo para compor por meio do DHI, as condições de funcionalidade dos indivíduos com tontura. Objetivo: realizar a adaptação do protocolo Diziness Handicap Inventory (DHI) para o modelo da CIF. Métodos: foram analisadas as perguntas do questionário do DHI e selecionado o código da CIF que mais se encaixava. Com as respostas do questionário do DHI: 0 para não, 2 para as vezes e 4 para sim e os níveis de classificação de cada código da CIF com os valores de 0 para não há problema, 2 para problema moderado e 4 para problema completo. Resultado: O código d4105 foi utilizado nas perguntas 1 e 25; o código b1522 foi utilizado nas perguntas 2, 9, 10, 15, 20, 21 e 23; o código d920 foi utilizado na pergunta 3; o código d4503 foi utilizado nas perguntas 4 e 19; na pergunta 5 foram utilizados os códigos d4100 e d4104; na pergunta 6 foi utilizado o código d750; na pergunta 7 foi utilizado o código d166; o código d640 foi utilizado nas perguntas 8 e 14; na pergunta 11 foi utilizado o código b1304; na pergunta 12 foi utilizado o código d4551; na pergunta 13 foi utilizado o código d4201; na pergunta 16 foi utilizado o código d450; na pergunta 17 foi utilizado o código d4502; na pergunta 18 foi utilizado o código b1400; na pergunta 22 foi utilizado o código d760 e na pergunta 24 foi utilizado o código d8451. Conclusões: foi possível realizar a adaptação do protocolo DHI para a CIF.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1706
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS AUDIOLÓGICOS EM INDIVÍDUOS COM FISSURAS LABIOPALATINAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Madruga, J. M. M. ; Cavalcanti, H. G. ; Cordeiro, A. Q. B. ; Silva, S. M. ; Silva, S. A. ;

INTRODUÇÃO: A fissura labiopalatina é uma anomalia congênita que compromete o terço médio da face, sendo caracterizada pela falta de fusão dos processos faciais, que tem início a partir da 4ª semana de vida intra-uterina. Dentre os comprometimentos funcionais pode-se destacar as alterações auditivas, em que grande parte da literatura é unânime em afirmar que a fissura labiopalatina acarreta problemas audiológicos e otológicos. Com base nessa consideração, esse relato visa esclarescer e relatar os dados observados: foram chamados indivíduos com idades entre sete e dezessete anos que não haviam realizado exames audiológicos prévios e que apresentavam fissuras labiopalatinas. OBJETIVOS: O objetivo se divide em realizar exames audiológicos básicos, incluindo audiometria tonal, audiometria vocal e timpanometria. Através desses procedimentos, buscamos observar os achados audiológicos e, consequentemente, verificar de que maneira as alterações auditivas decorrentes da fissura labiopalatina impactam a comunicação desses indivíduos, e em descrever a experiência na implementação de um protocolo de rastreio auditivo em indivíduos com fissuras labiopalatinas, visando identificar a prevalência e o tipo de perda auditiva, bem como suas implicações na comunicação, ou seja, fica claro a premissa de propor intervenções precoces, pois com base nos resultados do rastreio, será possível sugerir intervenções audiológicas e terapias que possam ser implementadas para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados. METODOLOGIA: Antes da realização dos exames, foi obtido o consentimento informado dos responsáveis legais dos participantes, explicando os objetivos do estudo e a importância do rastreio auditivo. Os participantes foram submetidos a uma bateria de exames audiológicos básicos, que incluíram: Audiometria Tonal: Para avaliar a capacidade auditiva em diferentes frequências; Audiometria Vocal: Para verificar a compreensão da fala em diferentes níveis de intensidade; Timpanometria: Para avaliar a função da membrana timpânica e da cadeia ossicular, identificando possíveis disfunções da orelha média. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Os resultados preliminares indicaram uma prevalência de perdas auditivas, especialmente do tipo mista e condutiva, entre os participantes. A análise revelou que as dificuldades auditivas estavam diretamente relacionadas à comunicação, impactando a autoestima e a integração social dos indivíduos. A experiência na implementação deste protocolo de rastreio auditivo em indivíduos com fissuras labiopalatinas demonstrou a importância de uma abordagem multidisciplinar e da realização de exames audiológicos regulares. A identificação precoce de perdas auditivas e a intervenção adequada são fundamentais para melhorar a comunicação e a qualidade de vida desses jovens. Os responsáveis foram orientados sobre a importância do acompanhamento contínuo da saúde auditiva e sobre como identificar sinais de dificuldades auditivas em casa. A continuidade do acompanhamento e a sensibilização de profissionais de saúde são essenciais para garantir que todos os indivíduos com FLP recebam o suporte necessário.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1430
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS DO QUESTIONÁRIO SPEECH, SPATIAL AND HEARING (SSQ) EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA
ALMEIDA, M. C. O. ; ANDRADE, K. C. L. ; FARIAS, K. V. ; CORDEIRO, A. Q. B. ; ALMEIDA, I.L.M. ; CAVALCANTI, H. G. ;

Introdução: Como existe alta prevalência de perda auditiva em idosos, muito tem estudado sobre o declínio auditivo concomitante à alterações cognitivas em idade avançada. A triagem auditiva possibilita diagnóstico auditivo precoce e consiste de método rápido e seguro para identificação de possíveis alterações auditivas, encaminhamentos de forma democratizada e com equidade na assistência. É essencial incorporar instrumentos de fácil aplicação na prática clínica para avaliar as limitações auditivas em situações do dia a dia, refletindo a percepção do indivíduo diante das dificuldades comunicativas causadas pela perda auditiva. Os questionários de autoavaliação,como o Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ), são ferramentas recomendadas para investigar a percepção do indivíduo sobre sua audição. Objetivo: Analisar os achados do questionário Speech, Spatial ando Qualities (SSQ) em idosos com perdas auditivas. Método: A pesquisa recebeu aprovação sob o parecer de número 5.480.390 do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Trata-se de uma pesquisa analítica observacional transversal. Os exames foram realizados em idosos da associação social e em uma clínica particular no interior. Os procedimentos de coleta de dados foram realizados em dois dias consecutivos para minimizar o cansaço dos participantes. No primeiro dia, Inicialmente foi realizada o teste Mini Mental e depois conduzida a avaliação audiológica com audiometria utilizando o audiômetro AD629 da marca Interacoustic em cabine acústica. O grau da perda auditiva foi determinado pela média quadritonal de 500Hz, 1KHz, 2KHz e 4KHz sendo considerado audição normal com valores ≤ 20dB em ambas as orelhas. No segundo dia, aplicou-se a versão reduzida do SSQ, composta por 12 itens agrupados em três domínios: audição para fala, audição espacial e qualidades auditivas. A leitura foi realizada conjuntamente pelo pesquisador. As respostas, indicando a dificuldade do participante, foram registradas de 0 a 10, sendo 0 para "de modo algum" e 10 para "se aplica perfeitamente"., seguido da divisão de dois momentos, o primeiro realização da audiometria tonal, seguida pelo segundo momento que foi marcação do Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ), na versão reduzida com 12 itens, em português brasileiro associando esses achados numa população de 134 idosos. Resultados : A média de idade foi de 69,56 anos (mínimo de 60 anos e máximo de 89 anos). Na análise descritiva observou-se que a média da pontuação total do SSQ foi de 6,80. A maioria dos idosos apresentaram dificuldade na interpretação das questões 9 e 10, necessitando de explicações adicionais para a compreensão. Os escores das questões 9 e 10 obtiveram médias menores em todos os sujeitos do estudo. Podemos observar uma correlação negativa, em relação ao SSQ e idade, o que significa que os valores das mesmas são inversamente proporcional, ou seja, quando uma variável aumenta, a outra diminui. Conclusão: Os idosos com perda auditiva apresentam escores baixos, maiores dificuldades quanto as questões 9 e 10 e quanto maior a idade menor era a média do SSQ.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1695
ISSN 1983-1793X
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AÇÕES EDUCATIVAS SOBRE OS EFEITOS DO RUÍDO OCUPACIONAL EM UM HOSPITAL MILITAR
Pereira, H. R. ; Bitu, C. S. ; Araújo, E. S. ;

Introdução: O ruído é uma causa de desgaste conhecida dentro do âmbito hospitalar e sua ocorrência deriva, em muitas ocasiões, das ações dos próprios funcionários, além dos monitores cardíacos, campainhas, bomba de infusão, alarmes, máquina de sucção que também colaboram para o aumento do nível de ruído hospitalar. É sabido que os efeitos do ruído incluem a perda auditiva temporária ou permanente e outros efeitos auditivos e extra-auditivos, como: dor de cabeça, tontura, fadiga, zumbido, dificuldade de concentração, tensão muscular, elevação da pressão arterial, náuseas, aceleração dos batimentos cardíacos, irritabilidade, impotência e estresse. Além disso, o ruído excessivo pode aumentar o risco de acidentes de trabalho. Alinhado a este contexto, a campanha do Dia Internacional sobre o Ruído no Brasil (INAD Brasil) de 2024 trouxe o tema “Ruído no trabalho e seus efeitos sobre a saúde, tendo como lema: “Ruído no trabalho? Prevenção é a solução!”. Ao considerar a relevância do tema, a realização de ações educativas relacionadas desempenha um papel relevante na prevenção dos riscos do ruído. Objetivo: Relatar a experiência de práticas educativas sobre a conscientização dos efeitos do ruído ocupacional junto aos profissionais de saúde de um Hospital Militar, fomentando a conscientização para a mudança de hábito. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, caracterizado por um relato de experiência sobre ações educativas relacionadas aos impactos do ruído ocupacional em um Hospital Militar e desenvolvidas pelo serviço de fonoaudiologia da unidade. As atividades foram desenvolvidas em março de 2024 e a iniciativa incluiu aplicação de um questionário prévio, rodas de conversa com debates em grupo, promovendo a troca de conhecimentos sobre o tema entre os profissionais de saúde. Foram feitas análise de materiais educativos, exibição de painéis informativos pelo ambiente hospitalar e distribuições de cartilhas educativas, enfatizando os efeitos do ruído na saúde ocupacional e estratégias de prevenção. Resultados: As ações ocorreram em três encontros previamente organizados, com a participação de 30 profissionais de saúde, incluindo oito enfermeiros, 14 técnicos de enfermagem, quatro fisioterapeutas e quatro médicos. A interação foi significativa, com resultados satisfatórios em relação aos objetivos propostos, tendo engajamento e interesse dos participantes. Considerou-se que as ações educativas foram viáveis e alcançaram resultados exitosos, mas evidenciaram a necessidade de continuidade e ampliação das estratégias de conscientização sobre o ruído ocupacional. Conclusão: A execução de práticas educativas sobre a conscientização dos efeitos do ruído ocupacional junto aos profissionais de saúde de um Hospital Militar foi uma estratégia viável e interessante para ampliar a conscientização para a mudança de hábito. Iniciativas dessa natureza são fundamentais para fomentar a reflexão crítica dos profissionais, promover maior conscientização no ambiente hospitalar e contribuir para um ambiente de trabalho mais saudável.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1597
ISSN 1983-1793X
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ACURÁCIA DIAGNÓSTICA DO CLICK ORDERING LATERALIZATION TEST (COLT) PARA IDENTIFICAÇÃO DO TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO EM CRIANÇAS
Colette, E.D. ; Leite Filho, C. A. ; Rabelo, C.M. ; Schochat, E. ;

Introdução
A lateralização sonora é essencial para a compreensão de um ambiente acústico complexo. Porém, apesar de sua fundamental importância no processamento auditivo, ainda não há testes comportamentais validados para avaliá-la. O Click Ordering Lateralization Test (COLT) foi proposto para avaliar a lateralização por meio da mensuração da menor diferença de tempo interaural (DTI) percebida pelo indivíduo. Contudo, sua acurácia diagnóstica ainda não foi investigada, sendo este um passo essencial para que o COLT possa se inserir no contexto clínico.
Objetivo
Determinar a acurácia diagnóstica do COLT para identificação do TPA em crianças entre 8 e 14 anos de idade.
Metodologia
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 6.315.693). Foram incluídas 26 crianças com idades entre 8 e 14 anos, sem diagnósticos de transtornos psiquiátricos, neurológicos ou do neurodesenvolvimento e com resultados dentro dos critérios de normalidade à audiometria convencional e à imitanciometria. Participantes com queixas escolares e/ou de linguagem foram submetidos à bateria mínima de avaliação do processamento auditivo e, seguindo os critérios propostos pela American Academy of Audiology, alocados ao grupo TPA (GTPA, n = 14), enquanto os demais passaram no Teste Dicótico de Dígitos e foram alocados ao Grupo Controle (GC, n = 12). Todas as crianças foram submetidas ao COLT, realizado a 50 dBNS. Foram apresentadas duas faixas-teste com 54 itens cada, compostos por tone bursts binaurais com duração de 10 ms e DTI variando entre 0 e 230 ms. Cada DTI foi apresentado seis vezes e solicitou-se aos voluntários que indicassem se o estímulo foi ouvido primeiro à esquerda, à direita ou nos dois lados ao mesmo tempo. Analisaram-se a porcentagem de acertos e o limiar de lateralização, sendo este o menor DTI para o qual o indivíduo obteve cinco ou mais acertos, mantendo esta taxa nos DTIs subsequentes. Para a análise dos dados, foram utilizados modelos lineares mistos controlados para idade e gênero, bem como curvas Receiver Operating Characteristic (ROC), a partir das quais foram extraídas sensibilidade, especificidade e outras medidas de acurácia diagnóstica. A significância estatística foi fixada em 5% (p ≤ 0,05).
Resultados
Verificou-se pior desempenho para o GTPA tanto para taxa de acertos (GTPA = 76,0 ± 10,4% e GC = 87,7 ± 7,2%, p = 0,005) quanto para limiar de lateralização (GTPA = 200 ± 64 ms e GC = 136 ± 59 ms, p = 0,006). Os valores de área sob a curva variaram entre 0,81 e 0,85 (p ≤ 0,007), enquanto as medidas de sensibilidade ficaram entre 71 e 79% e as medidas de especificidade, entre 83 e 92%, com acurácia total variando entre 81 e 82%. Considerando uma prevalência estimada de TPA de 5%, os valores preditivos positivo e negativo variaram, respectivamente, entre 20 e 31% e entre 98 e 99%.
Conclusão
O COLT demonstrou ser um teste com alta acurácia diagnóstica, sendo capaz de distinguir entre crianças com e sem TPA.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1581
ISSN 1983-1793X
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ADAPTAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO SOBRE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA EM ESCOLARES PARA INCLUSÃO DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Braga Junior, J. ; Brito, M. L. M. S. ; Ferreira, S. M. ; Garcia, F. A. ; Millan, A. E. ; Scharlach, R. C. ;

Introdução: O ruído prejudica a saúde e o aprendizado das crianças, especialmente em escolas, e deve ser reduzido. Iniciativas como o programa Dangerous Decibels® ajudam a conscientizar sobre os riscos do som intenso. A inclusão de estudantes com deficiências, como os com Transtorno do Espectro Autista, depende de recursos adequados e tecnologias assistivas. No entanto, ainda há uma falta de materiais didáticos adaptados, incluindo na fonoaudiologia, destacando a necessidade de ações integradas para promover a inclusão. Objetivo: Relatar a experiência de adaptar um material didático sobre promoção e prevenção de perda auditiva em escolares para inclusão de estudantes da educação especial. Métodos: Trata-se de um relato de experiência realizado em uma escola pública no sul do Brasil, em 2024, pelo setor de fonoaudiologia em parceria com as docentes de educação especial da instituição. Inicialmente, foi realizado um estudo detalhado sobre as informações presentes em cada etapa da ação educativa do Dangerous Decibels®, destacando os principais conteúdos para o aprendizado e adaptando a abordagem de forma inclusiva. A ação educativa é composta pelas seguintes etapas: 1) Introdução ao problema; 2) O que são decibels perigosos e três maneiras de proteger a sua audição; 3) O que é som?; 4) Como ouvimos?; 5) Como prejudicamos a nossa audição?; 6)Que som é este?; 7) Quão intenso é muito intenso?; 8) Medindo os decibels; 9) Como usar protetores auditivos; 10) Agite Seu Mundo: Hora de Agir!. A adaptação foi feita utilizando um recurso de baixa tecnologia: uma prancha de comunicação alternativa. Esse material foi desenvolvido em um documento de texto no computador, impresso em papel A4 e posteriormente plastificado. Além disso, foram confeccionados cartões avulsos com velcro, possibilitando ao profissional realizar a modelagem enquanto explicava o conteúdo. Todo o material foi analisado e produzido em conjunto com as docentes de educação especial responsáveis pelos estudantes da turma-alvo da ação, garantindo que as adaptações fossem ajustadas às necessidades específicas dos alunos. Resultados: Para a ação, foram retiradas as etapas 6 e 10 devido à dificuldade de adaptação para a linguagem da comunicação alternativa. O material, composto por imagens e palavras-chave, totalizou três páginas frente e verso. A adaptação considerou os elementos teóricos principais e a necessidade de um material prático e de duração reduzida, adequando-se às limitações de atenção dos estudantes com deficiência. Infelizmente, a aplicação do material não pôde ser realizada, pois os estudantes faltaram à aula no dia da ação na escola, impossibilitando a realização e ajustes necessários. Conclusão: É fundamental ajustar os conteúdos para atender às necessidades individuais dos alunos, promovendo a inclusão escolar como um direito essencial. A adaptação de materiais didáticos facilita o aprendizado e contribui para um ambiente escolar mais justo e acessível, permitindo que todos os estudantes, especialmente os com deficiência ou outras especificidades, desenvolvam seu potencial sem limitações.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1548
ISSN 1983-1793X
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ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM TESTE DE PERCEPÇÃO DE FALA COM ESTÍMULO PADRONIZADO COM CRIANÇAS
AGOSTINHO, A.L.T. ; ZAMBERLAN-AMORIM, N.E. ; ALMEIDA, A.A. ; CASTRO, M.P. ; REIS, A.C.M.B. ;

Introdução: Os testes de percepção de fala são de extrema importância para o diagnóstico audiológico e possibilitam avaliar a efetividade do processo de reabilitação e intervenção fonoaudiológica. A aplicação da maioria destes testes é realizada a viva-voz, o que pode acabar variando a constância do sinal apresentado e a produção da amostra de fala utilizada pelo teste. Assim, este estudo surgiu da hipótese de que a padronização, por meio da aplicação do material gravado, pode contribuir positivamente no processo de avaliação e monitoramento da percepção auditiva da fala em crianças. Objetivos: Verificar a aplicabilidade do teste de percepção de fala com figuras realizado por meio da aplicação padronizada com material digitalizado e comparar a aplicação do Teste de Percepção de Fala com Figuras a viva-voz com a versão digitalizada/gravada em crianças sem queixas auditivas. Comparar os resultados encontrados neste estudo de crianças sem queixas auditivas com os obtidos em crianças com deficiência auditiva, usuárias de dispositivos auditivos, dados relativos à primeira etapa do trabalho. Metodologia: Trata-se de parte de um estudo observacional, prospectivo, transversal, realizado com amostra de conveniência, composta por 44 crianças sem queixas auditivas, de ambos os sexos, na faixa etária entre 2 e 5 anos de idade. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, processo n° 17597/2013. Após os responsáveis assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, iniciou-se a coleta de dados em uma escola do interior de São Paulo. Os procedimentos de coleta envolveram a aplicação do Teste de Percepção de Fala com Figuras a viva-voz e a aplicação do Teste de Percepção de Fala com Figuras por meio do material digitalizado/gravado. Os dados foram analisados por meio de uma análise exploratória e com teste t-Student. Resultados: Dos participantes normo-ouvintes, trinta e sete (84,1%) obtiveram 100% de acerto em ambos os métodos de aplicação. No caso dos demais participantes, sete sujeitos (15,9%) apresentaram erros em um dos métodos de aplicação, ou em ambos, sendo oito erros na aplicação a viva-voz e sete erros na aplicação digitalizada. Ao comparar os resultados do Grupo A (crianças sem queixas auditivas) e grupo B
(crianças com deficiência auditiva usuárias de dispositivos auditivos), por meio dos dois
métodos de aplicação do teste, houve evidência estatística (p=0,001) entre os achados, possuindo uma diferença significativa de melhores resultados para o grupo A em relação ao grupo B. Conclusões: Os resultados das aplicações padronizadas e realizados a viva-voz em crianças sem queixas auditivas não apresentaram evidência estatística, e por isso surge a necessidade de que mais pesquisas sejam realizadas, para verificar a confiabilidade do instrumento. Comparando os resultados entre os dois grupos estudados, nota-se que há uma diferença significativa entre os resultados, com piores resultados para o grupo de crianças com deficiência auditiva usuárias de dispositivos auditivos.
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Página(s): p.1554
ISSN 1983-1793X
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ADESÃO DOS PACIENTES AO SISTEMA CROS
Medeiros, V. N. ; Almeida, R. C. M. ; Santos, B. B. F. C. ; Azevedo, Y. N. M. ; Albuquerque, K. M. F. ; Soares, E. M. ; Santos, R. L. C. ; Padilha, A. P. ; Rocha, D. S. C. G. ; Andrade, W. T. L. ;

Introdução: O sistema Contralateral Routing of Signal (CROS) é uma alternativa de intervenção auditiva que tem como objetivo aprimorar a percepção monoaural e reduzir as dificuldades associadas à perda auditiva bilateral assimétrica ou unilateral. Essa tecnologia consiste na instalação de um microfone na orelha com maior grau de perda auditiva, que transmite o som, via tecnologia wireless, para um receptor localizado na orelha com melhor audição, atuando, dessa forma, para um melhor processamento binaural da informação. Objetivo: Investigar a satisfação dos pacientes com audição assimétrica usuários de aparelho de amplificação sonora individual (AASI) com tecnologia CROS de um Centro Especializado em Reabilitação (CER) do estado da Paraíba. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, observacional e transversal. Os dados foram coletados por meio da aplicação do questionário Satisfaction with Amplification in Daily Life (SADL) com pacientes usuários do sistema CROS adaptados no CER. Dos 39 usuários do sistema CROS adaptados no ano de 2024, 7 responderam ao questionário, dos quais 3 usavam o sistema CROS e 4 usavam o sistema BICROS, todos possuíam perda auditiva bilateral assimétrica e tinham idade entre 35 e 69 anos. O questionário consiste em 15 perguntas acerca da satisfação em relação ao uso do AASI em situações e atividades de vida diária. A pergunta de número 14 (satisfação em relação ao valor do aparelho) foi excluída, pois o AASI é fornecido pela instituição de forma gratuita. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com Seres Humanos, mediante parecer nº 3.942.852, em conformidade com o que preconiza a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Resultados: Todos os participantes referiram melhora na inteligibilidade de fala em comparação ao tempo em que não usavam AASI e 71,4% relataram que vale a pena utilizar o AASI, respondendo com “sempre”, e 28,6% responderam com “quase sempre”. Além disso, 85,7% dos pacientes também sentem que o uso do aparelho melhorou sua autoconfiança. No entanto, 42,9% responderam que às vezes ficam frustrados quando o AASI capta sons que os impedem de ouvir o que querem (14,3% responderam “médio” e 28,6% “muito pouco”). Quando perguntados se o som do AASI é natural, as respostas foram sempre (14,3%), quase sempre (42,9%), às vezes (14,3%) e médio (28,6%), sendo “às vezes” uma resposta considerada mais positiva que “médio”, adaptados do inglês “considerably” e “medium”, respectivamente. Conclusões: Os pacientes obtiveram uma experiência, em geral, positiva com o uso do sistema CROS de amplificação.
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Página(s): p.1711
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES DA AUDIÇÃO E DE EQUILÍBRIO CONGÊNITAS EM UM RATO WISTAR: UM RELATO DE CASO.
MACEDO, M. B. ; BALDISSERA, C. S. ; SAUL, D. A. ; MACHADO, M. S. ; DALLEGRAVE, E. ; MALYSZ, T. ;

Introdução: O estudo da ototoxicidade em modelos animais requer planejamento do desenho experimental, incluindo o cálculo do número de animais necessários. Nesse contexto, para a obtenção de resultados válidos, o pesquisador deve levar em conta que alguns animais podem apresentar alterações congênitas de audição e/ou equilíbrio, o que poderá reduzir o número amostral e interferir significativamente na análise estatística. Embora de extrema relevância, a literatura sobre essa temática ainda é escassa. Objetivo: Descrever um relato de caso de um rato macho da linhagem Wistar que apresenta alterações da função coclear e do sistema nervoso auditivo central avaliadas por Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOAPD) e pelo Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE). As alterações de equilíbrio foram avaliadas pelo Teste da Trave Estreita. Metodologia: Um rato Wistar macho (70 dias) foi submetido às avaliações de EOAPD e PEATE sob anestesia (Cetamina 50mg/kg associada a Xilazina 10mg/kg, por via intraperitoneal). Para as EOAPD foram avaliadas as respostas para as frequências de 4, 6, 8, 10 e 12 kHz em ambas as orelhas utilizando o equipamento Otoread Clinical, da marca Interacoustics®, considerando-se 6dB como nível mínimo de relação sinal ruído. Para avaliação por PEATE, foi utilizado o equipamento de canal único Smart EP (IHS®), utilizando estímulo clique apresentado a 80 dB em polaridade rarefeita. O Teste da Trave Estreita (1 m de comprimento e elevada) avalia o equilíbrio e a coordenação motora do animal, mensurando o tempo total (máximo de 60s) para atravessar, número de quedas e número de deslizes das patas traseiras, sendo este, realizado em 3 dias de treino e o 4º para o teste. CEUA 623/2023. Resultados: A otoscopia demonstrou ausência de alterações de orelha externa (verificada por veterinário). Os resultados das EOAPD na orelha direita estavam ausentes nas frequências de 4, 6 e 10kHz e presentes em 8 e 12kHz. Já na orelha esquerda as EOAPD estavam ausentes nas frequências 4, 8 e 10kHz e presentes em 6 e 12kHz. Na avaliação do PEATE houve presença das ondas III e V e ausência da onda I, bilateralmente. As latências absolutas da onda III foram: 1,35ms à direita (0,90-1,68ms controle histórico) e 1,48ms à esquerda (0,90-1,13ms controle histórico). As latências absolutas da onda V foram: 2,25ms à direita (1,65-2,40ms controle histórico) e 2,48ms à esquerda (1,68-1,93ms controle histórico). Já as latências interpico III-V foram: 0,9 ms à direita (0,67-0,93ms controle histórico) e 1,0 ms à esquerda (0,65-1,0 ms controle histórico). Quanto ao Teste da Trave Estreita, o tempo médio total das tentativas reduziu no teste (17,33) em comparação com os treinos (57,46). Não houve quedas nem nos treinos, nem no teste. Quanto ao número médio de deslizes, houve redução entre a pré (0,67) e pós-avaliação, considerando que não houve nenhum deslize na pós-avaliação. Conclusão: É importante considerar a possibilidade de perdas amostrais devido a essas alterações para o planejamento adequado e a condução ética dos experimentos. A partir de estudos deste grupo de pesquisa, estima-se que essas alterações estejam presentes em 1 a cada 94 ratos.
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Página(s): p.1724
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES NA ORELHA MÉDIA: UM ESTUDO SOBRE SUA PREVALÊNCIA EM PACIENTES DE UM SERVIÇO PÚBLICO DE AUDIOLOGIA NO SUL DO BRASIL
Dalla Santa, G. N. ; MOREIRA, H. G. ; Andrade, I. V. M. ; Brandt, A. C. A. ; Bühring, G. T. ; Toillier, F. C. ; Lourenço, I. P. Á. ; Garcia, M. V. ;

Introdução: A avaliação audiológica básica visa determinar a integridade do sistema auditivo, além de identificar características de uma possível perda auditiva e patologia. Dessa forma, envolve exames essenciais para um diagnóstico e manejo clínico eficazes, contribuindo para o topodiagnóstico das lesões que possam atingir estruturas auriculares. A realização dos exames e a interpretação dos seus resultados são fundamentais para avaliar a integridade da orelha média e identificar possíveis alterações. Objetivo: Verificar a prevalência de alterações de orelha média em um serviço público de audiologia vinculado a uma instituição de ensino superior na região sul do país. Metodologia: Estudo de caráter retrospectivo e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 56038322.1.0000.5346. Estudo realizado no período de março a dezembro de 2024, durante o qual foram avaliados 234 sujeitos, 96 do sexo masculino e 138 do sexo feminino, com idades de 4 a 93 anos, com ou sem queixas otológicas. Destes, 120 foram atendidos na prática clínica regular, e 114 na liga acadêmica. Foram desconsiderados 49 sujeitos que não possuíam dados para análise. Todos os participantes foram submetidos a anamnese semi-estruturada, inspeção visual do meato acústico externo, audiometria tonal liminar, logoaudiometria e medidas de imitância acústica. Destaca-se que a realização da imitanciometria foi possível em 221 sujeitos. As avaliações foram tabuladas em uma planilha, analisadas e os resultados descritos. Resultados: Foram incluídos 183 indivíduos, dos quais evidenciou-se que 15,3% (28 sujeitos) possuíam alguma alteração de OM e 84,7% (155 sujeitos) não possuíam nenhum tipo. A principal alteração foi otite, identificada em 78,6% (22 sujeitos), seguida por retração na membrana timpânica, presente em 7,1% (2 sujeitos), colesteatoma em 3,6% (1 sujeito), timpanoesclerose em 3,6% (1 sujeito), perfuração da membrana timpânica em 3,6% (1 sujeito) e otite associada a colesteatoma em 3,6% (1 sujeito). Em relação à análise da timpanometria, observou-se que na orelha esquerda, houve maior ocorrência de curva A, presente em 62,8% (115 sujeitos), seguida pelas curvas Ar em 9,8% (18 sujeitos), Ad em 6,6% (12 sujeitos), B em 6,6% (12 sujeitos) e C em 4,9% (9 sujeitos). Além disso, 4,4% (8 sujeitos) não apresentaram curva e 4,9% (9 sujeitos) não realizaram. Na orelha direita, também houve maior ocorrência de curva A, registrada em 60,7% dos casos (111 sujeitos), seguida pelas curvas Ar em 10,9% (20 sujeitos), Ad em 5,5% (10 sujeitos), B em 8,2% (15 sujeitos) e C em 7,1% (13 sujeitos). Ainda, 2,7% (5 sujeitos) não apresentaram curva e 4,9% (9 sujeitos) não realizaram. Conclusão: A análise revelou que houve maior prevalência de otite média. Apesar da prevalência geral de alterações de OM ter sido baixa, o diagnóstico e a correção precoce do fator etiológico de base tende a ser importante para restauração ou minimização dos danos relacionados à acuidade auditiva periférica. Diante disso, essa verificação é essencial para reconhecer potenciais problemas auditivos e auxiliar em um tratamento mais eficaz.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1601
ISSN 1983-1793X
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AMBLIAUDIA NO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA ANÓDICA POR CORRENTE CONTÍNUA: RELATO DE CASO
Silva, S.A ; Cunha, V.L ; Figueiredo, S. F ; Melo, N.C ; Medeiros, V.N ; Miranda, A.C ; Lima, D.O ; Rosa, M.D ;

INTRODUÇÃO: Dentre as categorias diagnósticas do TPAC, destaca-se a ambliaudia, caracterizada por assimetria anormal entre as duas orelhas durante tarefas de integração binaural. A estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) é uma técnica de neuromodulação não invasiva que busca melhorar a comunicação e as habilidades auditivas em indivíduos com TPAC. OBJETIVO: Relatar caso de ambliaudia no PAC e avaliar impacto da ETCC. METODOLOGIA: Estudo prospectivo aprovado com parecer de n° 6.737.887. Foi realizada avaliação audiológica básica, do PAC com a aplicação do SAB, FISHER e dos Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico. Testes realizados: Padrão de Frequência (PPS), Limiar Diferencial de Mascaramento (MLD), Pediátrico de Inteligibilidade de Fala (PSI), Dicótico de Dígitos (TDD), Fala no Ruído (FR) e GAP IN NOISE (GIN). Realizou ETCC durante 5 semanas, 30 minutos sessão, em intensidade de 2 mA, 10 dias com intervalo de 48 horas entre sessões. Resultados: O PAC de EJS, 9 anos,estudante da 4° série de uma escola pública, preferência manual da mão esquerda e histórico de otite de repetição registrou: PPS, 0% acertos na nomeação e 33% imitação; PSI, em S/R -15dB, obteve 50% de acertos na orelha direita e 30% na orelha esquerda; FR, 72% de acertos na orelha direita e 76% na orelha esquerda; GIN 8 ms; TDD, na integração binaural, 83% de acertos na orelha direita e 27% na orelha esquerda. Na separação binaural, 100% acertos na orelha direita e 95% na orelha esquerda. MLD, 10 de acerto. Obteve 13 pontos no SAB e 15 pontos no Q-Fisher Total. Na avaliação eletrofisiológico apresentou baixa amplitude e atraso nas latências interpicos. Após ETCC: PPS, 20% de acertos nomeação e 40% imitação; PSI, 100% em S/R -15dB; FR, 84% de acertos na orelha direita e 88% na orelha esquerda; GIN, 2 ms; TDD, na integração binaural, 87,5% de acertos na orelha direita e 85% na orelha esquerda. Na separação binaural, 62,5% de acertos na orelha direita e 55% na orelha esquerda. MLD, 10. Obteve 43 pontos no SAB, 6 pontos no Q-Fisher Total. A avaliação eletrofisiológica pós estimulação atestou integridade e aumento de amplitude. CONCLUSÕES: A ETCC pode ser uma intervenção promissora para TPAC com melhora das habilidades auditivas e sincronia neural.
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Página(s): p.1631
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE COMPARATIVA DE VOCABULÁRIO DE ESCOLARES OUVINTES E COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Macedo, G.S ; Novaes, B.C.A.C. ; Mendes, B.C.A. ;

Introdução: A perda auditiva, mesmo que leve, limita o acesso à informação auditiva necessária para desenvolver a fala e a linguagem, além das habilidades sociais e acadêmicas subsequentes da criança. A linguagem possui um papel fundamental nas interações sociais, na aprendizagem e no desenvolvimento, é através dela que o ser humano demonstra o conhecimento que adquiriu após organizar a percepção, recepção e estruturação das informações. O vocabulário está diretamente relacionado ao desenvolvimento da linguagem oral e é um dos indicadores do nível de linguagem da criança. Além disso, apresenta forte relação com o desempenho acadêmico, pois crianças que desenvolvem um vasto vocabulário na pré-escola tendem a ter melhores resultados de linguagem, leitura e habilidades cognitivas.Objetivo: analisar os diferentes níveis de vocabulário entre crianças ouvintes e crianças com deficiência auditiva inseridas em escola regular. Método: esta pesquisa foi aprovada pelo
Comitê de Ética nº5.441.206. Foram analisadas 33 crianças com deficiência auditiva (que compõe o grupo teste) de ambos os sexos com idade entre 7 e 12 anos, matriculadas em escola regular do 1º ao 5º ano do ensino fundamental I, o grupo controle foi composto por 33 crianças ouvintes. Foi utilizado o teste Peabody-PPVT4 para avaliar o vocabulário receptivo – consiste em apresentar 4 imagens, na qual o sujeito deve selecionar a imagem que melhor corresponde ao significado da palavra dita. Cada grupo de palavras apresenta um determinado grau de dificuldade e é possível comparar a idade cronológica do sujeito com a idade equivalente de acordo com seu desempenho no teste. Os resultados foram correlacionados as características audiológicas dos sujeitos, como tipo e grau de perda auditiva nível de inteligibilidade de fala (SII) e uso de horas do AASI. Resultados: Todos os sujeitos do GT possuem perda auditiva neurossensorial bilateral com prevalência de grau moderado (60%). O valor médio do SII 65 na melhor orelha foi de 59,4 (máximo 82, mínimo 33), já o do SII 55 foi de 45 (máximo 77, mínimo 23). O desempenho dos sujeitos na habilidade de vocabulário receptivo -- a pontuação média obtida de escore padrão dos sujeitos do GT foi de 56 pontos (mínimo 20 e máximo 117 pontos), que equivale a -3DP e do GC de 109 pontos (mínimo 70 e máximo 144 pontos), com média para +1 DP. Conclusão: os perfis individuais das idades cronológica e equivalente em cada grupo demonstram que, no GC, os sujeitos tendem a ter idade equivalente maior que a cronológica, ocorrendo o oposto no GT.
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Página(s): p.1684
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE COMPARATIVA ELETROFISIOLÓGICA E ANATÔMICA ENTRE RATO WISTAR E HUMANOS: IMPLICAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
Silva, M. G. P. ; Morya, E. ; Araújo, E. S. ;

As pesquisas básicas na área da saúde são fundamentais para o avanço científico, pois permitem uma análise detalhada dos processos biológicos. Para isso, é necessário conhecer as estruturas anatômicas e avaliar a viabilidade de testes clínicos em espécies utilizadas em laboratório, a fim de elaborar um protocolo mais preciso, além de evitar o uso de procedimentos inadequados. A utilização desses dados experimentais permite a comparação com os dados clínicos existentes na literatura em humanos, viabilizando sua aplicação em contextos clínicos e contribuindo para o avanço de pesquisas futuras. Objetivo: comparar estruturas anatômicas e dados eletrofisiológicos da audição de ratos Wistar com registros clínicos humanos, avaliando sua viabilidade em estudos experimentais. Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), sob protocolo nº 2024-02-ISD. O estudo utilizou uma fêmea de rato da espécie Wistar (Rattus norvegicus), saudável e sem indicativo de alteração de orelha externa/média, com três meses de idade (equivalente a 18-25 anos para humanos) e peso de 265 gramas. Inicialmente procedeu-se a anestesia, utilizando Isoflurano (1%). Em seguida, foi realizado o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) com equipamento Eclipse (Interacoustics). Foram posicionados eletrodos superficiais: um na região frontal, um atrás de cada pavilhão auricular e o eletrodo terra na pata direita. Utilizou-se 21.1 cliques/segundo, total de 2000 estímulos, em 80 dBNAn e apresentados com fone de inserção 3A nas diferentes polaridades. Para análise anatômica, procedeu-se a eutanásia por perfusão intralabiríntica. Os ossos temporais, contendo as bulas timpânicas, foram removidos, fixados em paraformaldeído (PFA) a 4% por uma hora e, em seguida, dissecados para expor os ossículos e a cóclea. Resultados: Na análise do PEATE, observou-se reprodutibilidade dos registros, similaridade entre as orelhas e foi possível identificar as ondas I, II, III e IV, apresentando latência absoluta de 1,67 ms, 2,27 ms, 3,40 ms e 4,80 ms, respectivamente. A onda de maior amplitude foi a onda I, seguida da onda II. Quando comparados aos resultados de humanos, nota-se que embora as latências sejam similares, na faixa etária estudada ainda não foi registrado de forma evidente a onda V, de maior amplitude nos humanos. Além disso, o registro de microfonismo coclear foi evidente no animal, o que ressalta a importância do uso da polaridade alternada para melhor identificação da onda I. Em relação à anatomia, verificou-se a presença de uma estrutura abaulada denominada bula timpânica, que contém as estruturas da orelha média, incluindo a membrana timpânica e os ossículos: martelo, bigorna e estribo. Após a remoção da membrana timpânica, foi possível observar a cóclea, a qual apresenta dois giros e meio. Conclusão: As estruturas anatômicas e os dados eletrofisiológicos da audição de ratos Wistar apresentam características comparáveis aos registros clínicos humanos, com identificação de ondas equivalentes e latências similares, porém é necessário cautela na interpretação dos resultados. Apesar das diferenças na amplitude das ondas predominantes, os resultados indicam a viabilidade do uso de ratos Wistar em estudos experimentais relacionados à audição.



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Página(s): p.1707
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ANÁLISE DA APLICABILIDADE DE UM SISTEMA DE TELEDIAGNÓSTICO PARA A LAUDAGEM DE TRIAGENS AUDITIVAS EM UM NÚCLEO DE TELESSAÚDE
Vital, S. B. V. ; Ferreira, J. V. M. ; Pinto, R. M. ; Santos, M. G. S. ; Santos, I. P. S. ; Moraes, A. H. F. ; Valentim, R. A. M. ; Brazorotto, J. S. ; Balen, S. A. ; Araújo, A. D. S. N. ;

Introdução: No Brasil, especialmente após a regulamentação da telefonoaudiologia, há um avanço na aplicação da telessaúde e pesquisas de desenvolvimento são importantes para o emprego de soluções efetivas para a promoção e prevenção de agravos em saúde. Em relação à triagem auditiva, destaca-se a importância das ferramentas de saúde digital e de sistemas que gerenciem o cuidado em saúde auditiva, possibilitando que os serviços cheguem aos lugares mais remotos e de difícil acesso. Objetivos: Descrever os processos de desenvolvimento e análise da aplicabilidade do sistema de telediagnóstico de um Núcleo de Telessaúde para laudagens de triagem auditiva. Metodologia: Estudo descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer de número 6.275.455. O sistema de telediagnóstico em triagem auditiva foi desenvolvido para inserção de exames por profissionais da saúde denominados solicitantes, que estejam em qualquer lugar do país, para que seja realizada uma laudagem por profissional especialista. O cadastro e inserção dos exames no sistema iniciam pelo número do CPF do sujeito, feito por solicitante, seguindo para a laudagem por outro fonoaudiólogo, com cadastro de especialista, que emite um laudo para os encaminhamentos necessários ao paciente. Além disso, permite a visualização por qualquer profissional de forma individualizada, propiciando que exames prévios e mais atuais sejam consultados e acompanhados por outros profissionais cadastrados e autorizados. O sistema apresenta como ferramentas acesso à agenda eletrônica, visualização de todos os telediagnósticos, além de busca por exame ou nome ou CPF, com filtros de data inicial e final em que foram solicitados, executados e laudados. Para analisar a aplicabilidade deste sistema, uma amostra de conveniência composta por 127 sujeitos, com idade entre 6 e 64 anos (30,5±16,3), sendo 77,9% do sexo feminino, foi avaliada. Os procedimentos de triagem realizados presencialmente e encaminhados para laudagem foram: anamnese audiológica, meatoscopia, screening audiométrico, reteste audiométrico, imitanciometria, emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente (EOAT) e por produto de distorção (EOAPD) e o teste de dígitos no ruído (TDR) nos modos diótico e antifásico. Destes procedimentos, apenas as meatoscopias não foram inseridas no sistema para laudagem. Resultados: Foram inseridos no sistema 847 exames, sendo estes: 127 anamneses, 127 screenings audiométricos, 89 retestes audiométricos, 127 imitanciometrias, 127 EOAT e 127 EOAPD, e 123 TDR diótico e antifásico. Como o sistema foi desenvolvido com base nos itens de avaliação da ficha audiológica preenchida presencialmente, observou-se a necessidade de ajustes como a adequação dos campos em que são inseridos valores numéricos para caixas de seleção, de acordo com a necessidade para números inteiros ou decimais. Além disso, profissionais de saúde de outras áreas foram liberados como solicitantes para a inserção de exames no sistema. Conclusões: verificou-se a aplicabilidade do sistema de telediagnóstico para laudagem de triagens auditivas. O sistema demonstrou ser intuitivo para a inserção dos exames por profissionais da saúde devidamente cadastrados e para a laudagem por profissionais especializados, o que pode otimizar a escalabilidade dos processos de cuidado em saúde auditiva, permitindo acesso real à população a tais serviços.
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Página(s): p.1657
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMA DE TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
MATTOS, W. M. ;

A perda auditiva é mais prevalente que outros distúrbios já rastreados ao nascimento. Esforços têm sido feitos para identificação e tratamento precoces de perdas auditivas por meio de programas de triagem auditiva neonatal. Objetivo: Estudo prospectivo com objetivo caracterizar o processo de implantação do Programa de Triagem Auditiva Neonatal (PTAN) num Hospital Universitário. Analisar a investigação diagnóstica de perda auditiva em recém-nascidos. Apresentar propostas para aprimoramento do PTAN. Materiais e Métodos: Foram estudados recém-nascidos (RNs) submetidos à TAN por emissões otoacústicas transientes (EOAT), reflexo cócleo-palpebral (RCP) e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE). Resultados: Foram testadas 625 crianças. Na primeira etapa passaram 458 RNs e falharam 155. Retornaram na segunda etapa 122 RNs, sendo que 8 o fizeram por apresentar fator de alto risco para PA. Encaminhados para investigação diagnóstica 12 RNs (1,9%). Dos 5 que retornaram para PEATE, observou-se PA em dois RNs. Conclusão: O programa testou 81,7% dos candidatos. O índice de adesão ao programa foi 68,2%. Na primeira etapa falharam 26,7% dos RNs. A implantação do programa está em andamento e necessita constantemente de análise das dificuldades, visando solucioná-las a fim de tornar a Triagem Auditiva Neonatal Universal uma realidade.
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Página(s): p.1403
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DA INTERAÇÃO FAMÍLIA-CRIANÇA: UMA MEDIDA PARA GUIAR A ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA REABILITAÇÃO AUDITIVA
Martins, G. S. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: A interação família-criança é fundamental para o desenvolvimento da linguagem. Para crianças com deficiência auditiva, é crucial estar em um ambiente rico em experiências linguísticas, com os cuidadores desempenhando um papel essencial como facilitadores por meio de interações positivas. Assim, a análise da interação pode ser relevante para identificar necessidades de intervenção e guiar a atuação fonoaudiológica na reabilitação auditiva. Objetivo(s): Identificar necessidades de intervenção em 50 díades por meio da análise das interações entre famílias e crianças com deficiência auditiva, além de correlacionar a competência do cuidador na interação com o desempenho auditivo e linguístico das crianças. Metodologia: Estudo descritivo-analítico, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 3.440.683. Participaram 50 famílias e crianças com deficiência auditiva de um serviço de saúde auditiva do Sistema Único de Saúde. Foram incluídas crianças com perda auditiva de graus leve a profundo, usuárias de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) ou Implante Coclear (IC). Das 50 crianças, 6 possuem perda auditiva unilateral e 44 bilateral, 39 fazem uso de AASI e 11 de IC. Para a análise da interação e a classificação da competência comunicativa do cuidador, foram realizadas, inicialmente, filmagens de até 10 minutos de uma situação de brincadeira livre entre a família e a criança. Os vídeos foram gravados em sala de terapia, com brinquedos adequados à faixa etária da criança. Após os registros, as interações foram analisadas por dois juízes independentes, utilizando um formulário adaptado da Escala de Índice de Comportamentos que Promovem a Comunicação. Para classificar o desempenho auditivo e linguístico das crianças, foram utilizadas as categorias de audição e linguagem, atribuídas por seus fonoaudiólogos. Em seguida, foi realizada a análise descritiva dos dados para identificar as necessidades de intervenção na interação. Além disso, aplicou-se a análise de correlação de Spearman entre a competência comunicativa do cuidador e as categorias de audição e linguagem, controlando variáveis como a escolaridade do cuidador e a renda familiar. Resultados: Entre as famílias avaliadas, 80% demonstraram nenhuma ou pouca competência comunicativa na interação, 16% apresentaram boa competência e 4% evidenciaram competência excelente. As necessidades de intervenção na interação que emergiram como prioritárias foram: a intrusividade, o monitoramento da compreensão da criança pelo interlocutor, o uso de estratégias de comunicação e o emprego de estruturas linguísticas para a expansão lexical e sintática. Ainda, foi observada correlação positiva fraca entre a competência comunicativa do cuidador e as categorias de audição (0,291 com p < 0.05) e de linguagem (0,313, com p < 0.05). Conclusões: O estudo constatou que a maioria das famílias apresentou baixa competência comunicativa. A análise das interações em vídeo permitiu identificar as principais necessidades de intervenção para capacitar os pais a serem facilitadores de linguagem para seus filhos. Observou-se uma correlação positiva, embora fraca, entre a competência comunicativa do cuidador e o desempenho nas categorias de audição e linguagem de crianças com deficiência auditiva, ressaltando a relevância da análise da interação para o direcionamento da intervenção fonoaudiológica na reabilitação auditiva.
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Página(s): p.1494
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS NO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL DE IDOSOS: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Ferreira, E. F. ; Lima, C. V. S. ; Silva,S. A. ; Cunha, V. L. C. ; Lima, D. O. ; Rosa, M. R. D. ;

INTRODUÇÃO: O Processamento Auditivo Central (PAC) trata-se da capacidade do cérebro em interpretar, organizar e dar significado aos estímulos sonoros recebidos pelos ouvidos, sendo um processo essencial para a compreensão da fala e outros sons. As funções executivas, que englobam habilidades como atenção, memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e controle inibitório, exercem influência direta sobre o PAC, uma vez que a integração das informações auditivas requer processos cognitivos superiores para filtrar, organizar e utilizar essas informações de forma adequada. O envelhecimento compromete tanto as funções executivas quanto o PAC, resultando em dificuldades de processamento auditivo, principalmente em ambientes ruidosos, e na diminuição da capacidade de processar e compreender as informações auditivas de maneira eficaz. OBJETIVO: Analisar a relação entre as funções executivas e o PAC em idosos. METODOLOGIA: trata-se de uma revisão de escopo. Os artigos foram selecionados nas bases de dados: PUBMED, SCIELO, LILACS e BVS, considerando publicações dos últimos 5 anos e os descritores: Aging; Executive Function; Auditory Perception; Aged; Hearing; Cognitive Dysfunction. Os critérios de inclusão foram avaliação do PAC e análise das funções executivas em idosos. Resultados: Foram encontrados 36 artigos, sendo 2 duplicados e 33 excluídos , totalizando 3 estudos para o desenvolvimento da pesquisa. A análise das funções executivas no PAC em idosos revela uma correlação significativa entre o declínio cognitivo, envelhecimento e dificuldades auditivas. Os estudos investigam o impacto do comprometimento das funções executivas no processamento auditivo, podendo intensificar dificuldades auditivas em situações cotidianas. Pesquisa com australianos idosos (PubMed) mostrou que o grau de deficiência auditiva periférica está diretamente relacionado com déficits nas habilidades cognitivas, e o desempenho em tarefas de PAC. Além disso, idosos com comprometimento do PAC apresentaram pior desempenho em tarefas auditivas, destacando que as funções executivas desempenham um papel crucial no processamento e compreensão auditiva. CONCLUSÃO: Com o envelhecimento, ocorre comprometimento tanto das habilidades auditivas quanto das funções cognitivas como atenção, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva, essenciais para o processamento e compreensão auditiva. Estes resultados destacam a necessidade de estratégias de intervenção que considerem tanto a reabilitação auditiva quanto o fortalecimento das funções executivas, promovendo uma abordagem integrada para minimizar os impactos do envelhecimento no processamento auditivo e na qualidade de vida dos idosos.
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Página(s): p.1609
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DAS LATÊNCIAS E AMPLITUDES DOS POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS CORTICAIS DE MULHERES COM E SEM MIGRÂNEA VESTIBULAR: UM ESTUDO PILOTO
BARBOSA, J.T.F.S. ; NOVAES, T. F. A. ; LOPES, A. D. S. ; ANDRADE, K. C. L. ; MENEZES, P. L. ;


Introdução: A migrânea vestibular é uma variante da migrânea em que os sintomas principais são vestibulares. Dentre os sintomas otoneurológicos, encontram-se as vertigens, perda auditiva, zumbido e sensação de plenitude auricular. É a segunda causa mais comum de vertigem episódica não posicional, responsável de cerca de 10% das doenças que podem causar tontura. Sua fisiopatologia permanece controversa, entretanto, estudos sugerem que a sobreposição das vias trigeminais e vestibulares influenciam na ativação de aferentes nociceptivos vestibulares e cranianos. Neste contexto, os potenciais evocados auditivos corticais são uma forma de acessar o sistema nervoso central destas mulheres, tendo em vista a sua precisão temporal e a não invasividade do seu método, tornando-os ideais para investigar as alterações funcionais cíclicas do cérebro migranoso. Objetivo: Avaliar os achados de latências e amplitudes dos potenciais evocados auditivos corticais em mulheres com e sem migrânea vestibular. Métodos: Estudo analítico observacional transversal aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer no 6.595.774. Participaram deste estudo cinco mulheres com migrânea vestibular e cinco mulheres sem migrânea vestibular. Todas as participantes apresentaram limiares auditivos dentro da normalidade e foram expostas aos estímulos de fala /da e /ba/, sendo a sílaba /da/ o estímulo de fala frequente e a sílaba /ba/ o estímulo raro. Os estímulos de fala foram apresentados seguindo o paradigma oddball. Resultados: Participaram deste estudo dez mulheres, sendo cinco do grupo controle e cinco do grupo estudo, pareadas por idade, sendo a média de idade de 40 anos (±2,82). No grupo estudo, as médias das latências para P1, N1 e P2 na orelha direita foram, respetivamente, 73,60 (±19,87) ms, 101,19(±0) ms e 135,54 (±2,94) ms. As médias das amplitudes para P1, N1 e P2 foram, respetivamente, 0,98 (±0,95) µV, -2,97 (±1,32) µV e 0,76 (±1,61) µV. Na orelha esquerda, as médias das latências de P1, N1 e P2 foram, respetivamente, 65,79 (±0) ms, 102,75 (±6,61) ms e 138,66 (±8,83) ms, e as amplitudes foram, respetivamente, 2,11 (±1,32) µV, -2,81 (± 0,09) µV e 1,39 (±2,16) µV. No grupo controle, as médias das latências para P1, N1 e P2 na orelha direita foram, respetivamente, 62,67 (±0) ms, 95,46 (±3,68) ms e 131,38 (±17,66) ms. As médias das amplitudes para P1, N1 e P2 foram, respetivamente, -0,15 (± 2,59) µV, -3,32 (±1,27) µV e 0,63 (± 4,97) µV. Na orelha esquerda, as médias das latências de P1, N1 e P2 foram, respetivamente, 60,59 (±0) ms, 85,05 (±0,73) ms e 129,81 (±27,23) ms. As médias das amplitudes foram, respetivamente, 0,22 (±2,33) µV, -3,56 (±-3,56) µV e 0,76 (±4,15) µV. Conclusão: A média das latências das orelhas direita e esquerda foram maiores e as amplitudes menores no grupo com migrânea vestibular, quando comparadas ao grupo controle.
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Página(s): p.1619
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DAS RESPOSTAS CORTICAIS AO ESTÍMULO DE FALA DE UMA CRIANÇA EM TRANSIÇÃO DA BIMODALIDADE PARA O IMPLANTE COCLEAR BILATERAL: ESTUDO DE CASO
Gomes, L. F. ; Martins, G. S. ; Morya, E. ; Balen, S. A. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: A avaliação da hemodinâmica cerebral através do Functional Near-Infrared Spectroscopy (fNIRS) é ferramenta viável para avaliar o desenvolvimento cortical de crianças usuárias de IC, com contribuições para análises de prognóstico e do monitoramento de seu desenvolvimento. Objetivo(s): Caracterizar as respostas de hemodinâmica cerebral do lobo temporal ao estímulo de fala em uma criança usuária de IC bilateralmente, utilizando o fNIRS. Metodologia: Estudo de caso de uma criança do sexo feminino, aprovado no Comitê de Ética sob parecer 5.989.435. Com diagnóstico de deficiência auditiva sensorioneural de grau profundo bilateralmente, idade cronológica de oito anos e idade auditiva de cinco anos, criança foi usuária de Aparelho de Amplificação Sonora Individual bilateral por cerca de 12 meses, sendo encaminhada para Implante Coclear (IC) unilateral na Orelha Esquerda (OE) em 2018 e para IC na Orelha Direita (OD) em 2024. Frequenta regularmente a reabilitação auditiva Aurioral, duas vezes por semana, há cinco anos, com categorias de audição 6 e de linguagem 5. O fNIRS foi aplicado na condição IC bilateral, em momentos pré e pós-intervenção, sendo que no momento pré a criança tinha 7 dias de ativação do IC na OD e no momento pós, 30 dias. O treinamento auditivo baseado no Método Aurioral ocorreu ao longo de duas semanas, com 5 sessões de 50 minutos cada. Foram trabalhadas as habilidades auditivas apenas com o IC à OD ligado e a criança utilizou em sua rotina ambos os implantes. Sobre o fNIRS, utilizou-se o equipamento NIRXSport1 com estímulos de fala /ba/ e /da/ do português nativo do Brasil, falante masculino, gravado (44,1 Hz, 16 bits, 300ms cada consante-vogal), em campo livre, 70 dB NA, ICs ligados, num paradigma de habituação e desabituação para identificar detecção e discriminação auditiva. Optodos (oito de emissão e oito de detecção) formando 20 canais foram posicionados na região temporal de ambos os hemisférios cerebrais. A criança manteve-se sentada de forma passiva e vigilante durante 60 minutos, enquanto assistia a um desenho com cores e sem som. A média por canal, regiões de interesse e condição foram exportadas para análise estatística, considerando o nível de significância de 5%. Resultados: Através do teste t pareado, identificou-se uma diferença significativa entre as aplicações pré e pós-intervenção no estímulo /ba/ (p = 0,001), com um efeito de grande magnitude (Cohen's d = 6,453). Os resultados indicam que o desempenho no estímulo /ba/ foi superior no pré-intervenção em relação ao pós-intervenção. Já na comparação dos estímulos /ba/, /da/ e /bl/ (tempo de silêncio), utilizando o teste de Kruskal-Wallis, não foi encontrada diferença significativa (p = 0,392). Também não houve diferenças entre as regiões anterior, média e posterior do lobo temporal bilateralmente (p = 0,750). Conclusões: A criança apresentou respostas fisiológicas no córtex temporal bilateralmente na presença de estímulos de fala. O grande tamanho do efeito do estímulo /ba/ na pré-intervenção comparado à pós-intervenção pode ter evidenciado a ocorrência do processo de adaptação ao segundo IC. O acompanhamento com o IC bilateral com o fNIRS está em continuidade neste caso.
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Página(s): p.1662
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1662


ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO SNAP-IV EM INDIVÍDUOS COM TPAC: UMA ANÁLISE DESCRITIVA
Silva, S.A ; Cunha, V.C ; Figueiredo, D.F ; Melo, N.O ; Medeiros, V.N ; Miranda, A.C ; Lima, D.O ; Rosa, M.R ;

INTRODUÇÃO: O Processamento Auditivo Central (PAC) é uma função do sistema nervoso auditivo central, responsável pela percepção, análise e interpretação dos estímulos sonoros. Alterações nesse sistema podem resultar no Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), caracterizado por déficits no processamento neural dos estímulos auditivos. Esse transtorno compromete habilidades como a discriminação auditiva, a localização sonora e o reconhecimento de padrões auditivos, além de estar associado a dificuldades de linguagem, aprendizagem e comorbidades, como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O questionário SNAP-IV, baseado nos critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, é utilizado na triagem de sintomas de TDAH, avaliando desatenção, hiperatividade e impulsividade. Sua aplicação pode ser relevante para reconhecer déficits atencionais presentes em outros transtornos, como o TPAC. A dificuldade em sustentar a atenção, um dos principais sintomas do TDAH, compromete a concentração em tarefas e a inibição de distrações, impactando negativamente o desempenho acadêmico e o cotidiano. O SNAP-IV fornece informações para o manejo clínico entre TDAH e TPAC ao identificar padrões de comportamento que indicam dificuldades atencionais. OBJETIVO: Analisar o desempenho do questionário SNAP-IV em indivíduos com TPAC. METODOLOGIA: Estudo quantitativo descritivo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 6.737.887), com 22 participantes. Os responsáveis ​​​​responderam a uma anamnese para fornecer dados de identificação. Em seguida, realizou-se uma avaliação audiológica básica para excluir alterações periféricas da audição. Após a confirmação de resultados normais nas avaliações audiométricas, foi conduzida a avaliação comportamental do PAC e aplicado o questionário SNAP-IV. A bateria de avaliação do PAC incluiu os testes de Padrões de Frequência (PPS), Limiar Diferencial de Mascaramento (MLD), Pediátrico de Inteligibilidade de Fala (PSI), Dicótico de Dígitos (DD), Fala no Ruído (FR) e o GAP IN NOISE (GIN) para avaliar todas as habilidades auditivas. RESULTADOS: Com base na subdivisão do questionário SNAP-IV, a análise revelou que 95,5% dos participantes se enquadraram na categoria de desatenção, com uma média de 15,86 pontos. Todos os indivíduos apresentaram sintomas de hiperatividade, com média de 10 pontos. Na categoria combinada, 86,4% dos participantes apresentaram sintomas tanto de desatenção quanto de hiperatividade. A alta porcentagem de indivíduos com pontuação significativa em desatenção sugere uma possível relação com dificuldades de processamento auditivo, uma vez que o TPAC envolve dificuldades em manter a atenção auditiva especialmente em ambientes ruidosos. Embora a hiperatividade não seja diretamente relacionada ao TPAC, a impulsividade observada em alguns casos de TDAH pode ser agravada pelo esforço necessário para processar informações auditivas. A elevada ocorrência de sintomas combinados aponta para a presença de dificuldades auditivas e atencionais, uma característica comum em indivíduos com TPAC. CONCLUSÕES: O questionário SNAP-IV mostrou ser uma ferramenta relevante na identificação de dificuldades atencionais em indivíduos com TPAC. A prevalência elevada de sintomas de desatenção e hiperatividade reforça a sobreposição entre os déficits atencionais característicos do TPAC e os sintomas de TDAH. Assim, questionários que avaliam habilidades atencionais são importantes no contexto clínico para compreensão das alterações no PAC e os déficits de atenção.

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Página(s): p.1634
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DO “AUDITORY PROCESSING DOMAINS QUESTIONNAIRE” EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Braga Junior, J. ; Pereira, L. D. ; Dias, K. Z. ; Moraes, G. R. ; Pinheiro, M. M. C. ;

Introdução: O uso de questionários na prática clínica tem se mostrado útil para complementar as avaliações pois permite a coleta de informações qualitativas sobre o comportamento auditivo do paciente em diferentes contextos. O Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ) é um dos instrumentos recomendado pois permite distinguir dificuldades relacionadas à audição, linguagem e atenção. No entanto, ainda são poucos os estudos que investigam sua aplicação, especialmente no contexto brasileiro. Objetivo: Analisar o desempenho de crianças e adolescentes com o transtorno do processamento auditivo central (TPAC) no questionário APDQ. Métodos: Trata-se de um estudo analítico e multicêntrico, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob o número 5.268.520. Os participantes foram divididos em dois grupos: Grupo Controle (GC): 30 indivíduos com desenvolvimento típico e desempenho adequado na avaliação comportamental do processamento auditivo central; e Grupo Estudo (GE): 38 indivíduos com alteração de pelo menos um dos testes da bateria mínima do PAC, indicando diagnóstico de TPAC e com ausência de comorbidades. A amostra incluiu indivíduos de ambos os sexos, com idades entre sete e 17 anos, falantes nativos de português do Brasil, sem patologias de orelha média e com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade bilateralmente. O APDQ foi aplicado aos responsáveis, que responderam as 50 questões do questionário, distribuídas em três domínios: processamento auditivo (PA), atenção (ATT) e linguagem (LGG). Cada questão é pontuada de 4 a 0, resultando em um escore total de até 200 pontos, que reflete a ausência de prejuízos nos domínios avaliados. O questionário inclui uma planilha em Excel, intitulada Database, que calcula os percentis para cada domínio. Analisaram-se o desempenho nos domínios, a pontuação total, os percentis e os desfechos obtidos nos dois grupos. Para a análise estatística, adotou-se um nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: Observou-se que o GC obteve uma pontuação total média de 171 e, nos domínios, os valores foram PA = 96,8, LGG = 39,2 e ATT = 31,8; Pontuações superiores ao GE, que foi de 111, e nos domínios: PA = 62,2, LGG = 24,0 e ATT = 22,3. A diferença entre os grupos foi significante (p=0,001) e o questionário se mostrou eficaz na diferenciação entre os grupos. Em relação aos percentis, o GE apresentou valores indicativos de maior risco de alterações nos três domínios (LGG = 54%, PA = 52% e ATT = 48%), enquanto o GC apresentou percentis dentro do esperado (LGG = 93%, ATT = 83% e PA = 86%). Quanto aos desfechos, 70% do GC foi classificado com “escuta normal”, enquanto no GE, 31,6% apresentaram “dificuldade de aprendizagem, escuta e linguagem” e 26,3% “alto risco de TPAC”, com diferença significante entre os grupos (p=0,001). Apenas um indivíduo do GE foi classificado como “escuta normal". Conclusão: O questionário foi eficaz em identificar queixas auditivas e na diferenciação entre a presença ou ausência do TPAC, classificando corretamente a maioria dos indivíduos. O APDQ mostrou-se um importante instrumento para ser utilizado na prática clínica.
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Página(s): p.1526
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DOS POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS CORTICAL E COGNITIVO EM INDIVÍDUOS COM AFASIA
Silva, J. H. V. ; Vitor, N. B. A. ; Alexandre, V. G. A. ; Castro, J. M. F. ; Oliveira, M. M. S. ; Cavalcante, M. E. F. ; Silva, P. H. C. ; Pinheiro, N. S. ;

INTRODUÇÃO: A afasia é um distúrbio de linguagem causado por lesões cerebrais que podem ser decorrentes de acidentes vasculares cerebrais, traumas, tumores, infecções ou doenças neurodegenerativas, resultando em déficits na comunicação humana. Esse distúrbio afeta e compromete o funcionamento das regiões corticais envolvidas no processamento linguístico, como as áreas de Broca e de Wernicke, causando problemas na compreensão, expressão, fala, leitura e escrita. Os potenciais evocados auditivos cortical e cognitivo são essenciais para identificar alteração no processamento auditivo central que podem impactar na linguagem, auxiliar no diagnóstico e no planejamento terapêutico por meio da análise das respostas neurais a estímulos sonoros. OBJETIVO: Analisar, com base na literatura, os achados dos potenciais evocados auditivos cortical e cognitivo em indivíduos com afasia. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura subsidiada pela pergunta norteadora: “Quais os achados dos potenciais evocados auditivos cortical e cognitivo em indivíduos com afasia?” A pesquisa foi realizada nas seguintes bases de dados: National Library of Medicine (PubMed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS - LILACS), Science Direct, Scopus e Scientific Electronic Library (SciELO), utilizando os descritores (DeCS/MeSH) “Potenciais evocados auditivos” e “Afasia”, combinados por meio do operador booleano “AND”. Foram considerados como critérios de elegibilidade: estudos primários, que analisaram os resultados dos potenciais evocados auditivos cortical e cognitivo em indivíduos com afasia, sem restrições de idioma e publicados nos últimos 10 anos. Excluíram-se estudos nos quais os indivíduos possuíam comorbidades, eram usuários de aparelhos auditivos ou possuíam alterações de orelha externa e/ou média. Para seleção dos artigos foi utilizado como protocolo, a leitura de título, resumo e artigo completo. RESULTADOS: Foram encontrados um total de 132 artigos, no entanto, após a leitura do título 126 foram excluídos. Dos seis restantes, três foram descartados após a análise dos resumos e da leitura completa dos artigos. Sendo assim, três artigos foram selecionados para compor esta revisão. Os estudos selecionados contavam com indivíduos de ambos os sexos, com uma média de idade de 45 a 58 anos. Os tipos de afasias mais incidentes foram a de expressão e de compreensão, tendo como principal causa o Acidente Vascular Encefálico. Os indivíduos presentavam alterações cognitivas, dificuldades no processamento auditivo central, especialmente em tarefas verbais, e discriminação auditiva. Houve maior latência de P1, quando comparado a idade dos indivíduos, a maioria apresentaram potencial exógeno N1 e P2 dentro das latências esperadas. Contudo, apresentaram menor amplitude de P3, tanto para estímulos tone burst, quanto para estímulos de fala. Não houve correlação da amplitudes e latências das ondas por tempo da lesão. Foram observadas correlações dos achados dos potenciais evocados em pacientes afásicos com a idade, escolaridade e gênero. CONCLUSÃO: Portanto, dentre os achados eletrofisiológicos em indivíduos afásicos tendo como base o potencial evocado auditivo cortical e o P300 destaca-se: maior latência de P1, potencial exógeno N1 e P2 dentro das latências esperadas e menor amplitude de P3 tanto para estímulo tone burst quanto para estímulo de fala, fator que pode estar ligado a dificuldades na atenção e cognição.
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Página(s): p.1419
ISSN 1983-1793X
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ANEMIA FALCIFORME E SAÚDE AUDITIVA: ENFOQUE NAS ALTERAÇÕES COCLEARES E AUDITIVAS
Silva,T. L. N. ; Arruda, L. C. ; Silva, G. M. P. ; Chagas, E. N. ; Oliveira,S. B. S. C. ; Vasconcelos, C. V. C. ; Silva, N. S. da ;

Introdução: A anemia falciforme é uma doença hereditária causada por alterações na hemoglobina, levando à deformação dos glóbulos vermelhos em forma de foice. Essas células falciformes comprometem o fluxo sanguíneo, provocando isquemia e danos a diversos órgãos, incluindo a cóclea, estrutura essencial do sistema auditivo. Estudos recentes apontam uma relação significativa entre a anemia falciforme e a perda auditiva, predominantemente neurossensorial, resultado de hipóxia coclear associada a crises vaso-oclusivas. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo investigar os efeitos da anemia falciforme na saúde auditiva, avaliando a prevalência e os tipos de perda auditiva e explorando possíveis alterações no sistema vestibular. Metodologia: Este estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura conduzida entre outubro e dezembro de 2024, utilizando a estratégia PCC (População, Conceito e Contexto). Foram incluídos artigos publicados a partir de 2015, disponíveis em português, inglês ou espanhol, com texto integral acessível. A População abrangeu pacientes com anemia falciforme de ambos os sexos, com idades entre 8 e 45 anos. O Conceito focou em alterações audiológicas, como perdas auditivas neurossensorial, condutiva e mista, além dos métodos diagnósticos utilizados, como audiometria tonal, emissões otoacústicas e potenciais evocados auditivos. O Contexto envolveu estudos clínicos comparando pacientes com anemia falciforme e indivíduos saudáveis, realizados em clínicas e hospitais especializados. A busca foi realizada nas bases de dados PubMed, LILACS e Scopus, utilizando operadores booleanos AND e OR, para combinar os termos de busca. Na PubMed, a estratégia foi estruturada como: ("sickle cell anemia" OR "sickle cell disease" OR "drepanocytosis") AND ("hearing loss" OR "hearing impairment" OR "hearing" OR "auditory evoked potentials" OR "otoacoustic emissions"). Para LILACS e Scopus, a chave de busca foi adaptada de forma semelhante. Excluíram-se artigos fora do escopo, como estudos com animais, artigos de opinião, resenhas e publicações que não abordassem diretamente a relação entre anemia falciforme e alterações auditivas. Os dados extraídos dos estudos selecionados foram sistematicamente comparados para identificar diferenças significativas entre os grupos, permitindo uma compreensão abrangente das implicações audiológicas e vestibulares em pacientes com anemia falciforme. Resultados: A pesquisa identificou 319 artigos relacionados ao tema. Após análise dos resumos e leitura integral, quatro estudos atenderam aos critérios de inclusão e exclusão. Os artigos selecionados destacaram que pacientes com anemia falciforme apresentaram limiares auditivos significativamente elevados em todas as frequências, com a perda auditiva neurossensorial predominando (22,2%), seguida por perdas condutivas e mistas. O sistema vestibular não demonstrou alterações significativas, sugerindo que a cóclea é o principal local afetado. Os episódios vaso-oclusivos e a hipóxia foram apontados como os principais mecanismos subjacentes às alterações auditivas observadas. Conclusão: A revisão reforça que a anemia falciforme está associada a um risco aumentado de perda auditiva, especialmente do tipo neurossensorial, o que evidencia a necessidade de monitoramento audiológico contínuo e intervenções precoces para preservar a qualidade de vida desses pacientes. Apesar da ausência de alterações vestibulares significativas, os achados destacam a importância de abordagens clínicas integradas para o manejo adequado das complicações auditivas em indivíduos com anemia falciforme.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1467
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1467


APLICABILIDADE DO AUDITORY PROCESSING DOMAINS QUESTIONNAIRE (APDQ) EM UM GRUPO DE UNIVERSITÁRIOS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE.
Delecrode, C. R. ; Alves, L. O. ; Cardoso, A. C. V. ;

Introdução: Questionários e escalas são recomendados para auxiliar na triagem de indivíduos em risco de Transtorno de Processamento Auditivo Central (TPAC), pois proporcionam conhecimento sobre a comunicação e seu impacto funcional no desempenho do indivíduo, porém, no Brasil, há uma carência de tais instrumentos com rigor metodológico. A aplicação de um instrumento, como o The Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ), pode auxiliar os profissionais quanto ao encaminhamento de indivíduos com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) para o diagnóstico do TPAC. Objetivo(s): Identificar o risco para transtorno de processamento auditivo central através de um questionário e avaliar as habilidades auditivas. Método: o trabalho foi aprovado, sobnúmero 0674/2013, pelo Comite de Ética da instituição de realização da pesquisa. Participaram deste estudo 11 jovens universitários com diagnóstico de TDAH, na faixa etária entre 18 e 26 anos, de ambos os sexos. Para atingir o objetivo proposto aplicou-se o questionário The Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ). Além disso, foi realizada avaliação audiológica básica e comportamental do processamento auditivo central (Teste de Padrão de Frequência, Random Gap Detection Test (RGDT), Teste Dicótico de Dígitos, Masking Level Difference (MLD), Teste de Fala com Ruído e Identificação de Sentenças Sintéticas com Mensagem Competitiva Ipsilateral). Resultados: A análise dos escores dos participantes no questionário APDQ mostrou que todos apresentaram algum risco para o TPAC, sendo que 100% dos participantes apresentaram desempenho inferior para o domínio atenção, 82% para o domínio processamento auditivo e 54,5% para o domínio linguagem. Na avaliação comportamental do processamento auditivo, todos os participantes apresentaram alteração em, pelo menos, um dos testes aplicados, sendo que os testes com maior índice de alteração foram o Teste Dicótico de Dígitos (82,2%) e o de Padrão de Frequência (72,7%). No entanto, 100% dos participantes apresentaram desempenho compatível com a normalidade para o Teste de Fala com Ruído. Conclusão: O APDQ mostrou- se um instrumento de triagem confiável, na identificação de indivíduos com TDAH e risco para TPAC considerando que os participantes que apresentaram desempenho inferior, em pelo menos um dos domínios do APDQ, tiveram alteração em uma das habilidades auditivas avaliadas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1560
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1560


APLICAÇÃO DA ACUPUNTURA EM PACIENTES COM SINTOMAS DE ZUMBIDO: REVISÃO DE LITERATURA
Moura, T. ; Heupa, A. B. ; Lüders, D. ;

Introdução: O zumbido é uma percepção auditiva sem fonte externa, associada a interações complexas entre o sistema nervoso e o sistema límbico. Alterações na cóclea podem iniciar esse processo, causando desequilíbrio nas vias auditivas periféricas e gerando atividade neuronal anômala, amplificada pelo sistema nervoso central. O zumbido pode ser causado por diversos fatores, como doenças otológicas, neurológicas, metabólicas e o uso de substâncias, mas seus mecanismos fisiopatológicos ainda são mal compreendidos, dificultando o tratamento. As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) incluem a acupuntura, técnica criada na China há cinco mil anos. Uma abordagem no tratamento do zumbido considera a estimulação de pontos próximos a nervos periféricos, gerando impulsos elétricos que equilibram o sistema neurofisiológico e a função do núcleo olivococlear, promovendo regeneração, normalizando funções orgânicas e aliviando dor. Objetivo: Analisar estudos que aplicaram e avaliaram técnicas da acupuntura no alívio do sintoma de zumbido de pacientes adultos. Método: Revisão de literatura com busca de estudos na PubMed, Lilacs e Google Scholar. Como estratégia de busca foram utilizados os termos “zumbido” e “acupuntura” como descritores principais (MeSh Terms: “tinnitus” AND “acupunture”). Foram incluídos estudos primários, randomizados ou não, que aplicaram e avaliaram a técnica de acupuntura em pacientes com queixa de zumbido, nos idiomas inglês, português e espanhol, sem limite em relação ao ano de publicação. Foram excluídos estudos de caso com apenas um paciente, estudos secundários, revisões, protocolos, editoriais, livros, resumos de anais científicos, notícias e sites. Resultados: A busca encontrou 284 estudos (216 na Pubmed, 7 na Lilacs e 61 no Google Scholar). Após exclusão dos duplicados e leitura de títulos e resumos, 85 estudos foram lidos na íntegra e após aplicação dos critérios de elegibilidade, 25 estudos foram incluídos na presente revisão. Publicados entre 1982 e 2024, seis estudos brasileiros e 19 internacionais, publicados em inglês (seis na China e os demais na Dinamarca, Coreia, Suécia, Taiwan, Emirados Árabes, Irã, Reino Unido, Estados Unidos e Peru). As amostras variaram de 3 a 107 pacientes, com média de 10 sessões. Na avaliação dos resultados, a maioria aplicou o questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI) (52%) e Escala Visual Analógica (EVA) (44%). Dois estudos (8%) realizaram emissões otoacústicas antes e após o tratamento. Como métodos de tratamento, a maioria utilizou a acupuntura sistêmica comparada a um grupo controle (n=12), os demais compararam efeitos antes e após o tratamento (n=10) ou com duas técnicas de acupuntura (n=3). Apenas três estudos não demonstraram efeitos significativos no tratamento, quatro estudos não aplicaram análise estatística, mas referiram resultados positivos, e dezoito estudos (72%) demonstraram efeitos significativamente positivos no tratamento do zumbido. Conclusão: Os estudos analisados demonstraram os efeitos positivos da acupuntura no tratamento do zumbido, colaborando também na melhora da qualidade de vida do paciente. Nota-se grande variabilidade metodológica destes estudos, o que dificulta a reprodutibilidade. Assim, recomenda-se estudos com metodologias padronizadas e revisões sistemáticas com análise de risco de viés e metanálise, a fim de trazer a possibilidade do fortalecimento desta técnica na área da Saúde.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1498
ISSN 1983-1793X
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APLICAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE (CIF) NA PRÁTICA AUDIOLÓGICA
Moura, T. ; Heupa, A. B. ; Lüders, D. ;

Introdução: A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) é um sistema que descreve a saúde e os aspectos relacionados a ela, com o objetivo de fornecer uma linguagem padronizada que possibilite a comparação de informações sobre condições de saúde entre diferentes países, serviços e períodos. Essa classificação é muito utilizada por profissionais de saúde para orientar suas práticas. Na Audiologia, a CIF tem um papel relevante no diagnóstico e na reabilitação auditiva, ao guiar o trabalho do profissional na saúde da comunicação humana. Esta classificação deve ser ajustada ao contexto clínico, pois fatores físicos, psicológicos e sociais podem afetar a saúde e a qualidade de vida do paciente. Sua aplicação permite uma análise individualizada, considerando as necessidades específicas de cada caso, possibilitando aos profissionais o desenvolvimento de planos terapêuticos eficazes, com estratégias adequadas às reais necessidades na área da Audiologia. Objetivo: analisar estudos brasileiros que aplicaram a CIF na área da Audiologia. Metodologia: Revisão de literatura com busca de estudos brasileiros na PubMed, LILACS, SciELO, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e Google Scholar, sem seleção de data. Como estratégia de busca foram utilizados os termos (DeCS/MeSH) “Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde" e “Audiologia”. Foram incluídos estudos primários (analíticos ou descritivos) que analisaram e descreveram a forma como a CIF é utilizada na área da audiologia. Foram excluídos estudos secundários, revisões, editoriais, livros, resumos de anais científicos e notícias. Resultados: A busca encontrou 136 estudos (102 na PubMed, 20 na LILACS, 5 na SciELO e 9 na BDTB), além da seleção dos 100 primeiros estudos mais relevantes no Google Scholar. Após exclusão dos duplicados e leitura de título de resumo, permaneceram 19 estudos para leitura na íntegra. Com a aplicação dos critérios de elegibilidade, foram selecionados 11 estudos para análise, publicados entre 2013 e 2024, sendo seis teses/dissertações e cinco artigos publicados em revistas cientificas. Os estudos com amostras de pacientes ou profissionais (n=9) aplicaram questionários, sendo sete validados e dois elaborados pelos pesquisadores. Os outros dois estudos relacionaram dados de prontuários com a CIF. Cinco estudos relacionaram a CIF com o perfil de pacientes com perda auditiva (usuários ou não de dispositivos eletrônicos), três estudos relacionaram a CIF com perfil de pacientes com zumbido, e os outros três estudos aplicaram a CIF para avaliar questões relacionadas às habilidades auditivas. Todos os estudos consideraram a aplicação da CIF válida e positiva para a Audiologia, com destaque ao auxílio para a compreensão da singularidade de cada paciente no diagnóstico (n=5) e na reabilitação (n=2), na importância dessa classificação como auxiliar no planejamento terapêutico (n=3) e no fortalecimento de políticas públicas voltadas à saúde auditiva (n=1). Conclusão: as 11 publicações brasileiras na área da Audiologia que incluíram a CIF nas suas pesquisas demonstraram que esta classificação pode complementar o diagnóstico audiológico é e a reabilitação do paciente com alterações auditivas. Os resultados desta análise abrem novos caminhos para pesquisas na área da Audiologia e incentivam publicações na utilização da CIF como ferramenta de pesquisa.
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Página(s): p.1633
ISSN 1983-1793X
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APLICAÇÃO DO TESTE DE DÍGITOS NO RUÍDO EM CAMPO SONORO PARA CRIANÇAS USUÁRIAS DE AASI - ESTUDO PILOTO
Boldrin, A. C. R. B. ; Oliveira, A. L. G. R. ; Santos, L. C. ; Brazorotto, J. S. ; Balen, S. A. ; Ferrari, D. V. ;

Introdução: Na população pediátrica, a avaliação da percepção de fala no ruído como medida de resultado é essencial para compreender o desempenho auditivo em situações comunicativas mais próximas de ambientes reais, verificar se objetivos terapêuticos foram alcançados, orientar a tomada de decisão clínica, dentre outros. No entanto, há uma carência de testes desta natureza no português brasileiro. O Teste de Dígitos no Ruído (TDR) utiliza trios de dígitos apresentados em ruído estacionário para determinar o limiar de reconhecimento de fala (LRF). É um procedimento de conjunto fechado, rápido e requer baixa competência linguística e memória. Objetivo: Analisar a viabilidade de aplicação do TDR em campo sonoro para a avaliação da percepção de fala no ruído em crianças. Metodologia: Estudo observacional transversal (aprovação ética - parecer: 7.316.451). Participaram 8 crianças (3 a 6 anos de idade), com deficiência auditiva sensorioneural (n=7) e mista (n=1), unilateral moderada (n=1) ou bilateral (n=7), de grau leve (n=1), moderada (n=2), severa (n=3) e profunda (n=1). Todas eram usuárias de aparelho de amplificação sonora individual (AASI) por pelo menos 1 ano. O TDR e o HINT-Brasil foram aplicados (ordem contrabalanceada) em uma sala acusticamente tratada, sendo o sinal e ruído apresentados na mesma caixa acústica posicionada em 0º azimute e a um metro de distância do participante. O nível inicial de apresentação da fala e ruído foi igual a 70 dBA (relação sinal/ruído = 0 dB), posteriormente apenas o nível do estímulo de fala variou em degraus de 4 a 2 dB, conforme acerto ou erro do participante. Ao final, o LRF foi calculado pelo software de aplicação de cada procedimento. O tempo para aplicação dos testes foi cronometrado. Resultados: A administração dos testes foi possível para oito (TDR) e cinco (HINT) crianças. O tempo médio de aplicação do HINT e TDR foi, respectivamente, de 5,7 e 6,2 minutos. Como esperado, LRF mais favoráveis foram obtidas para o TDR (variação de -2 a 17,7 dB) do que para o HINT (variação de 5,98 a 19,55 dB. LRF melhores foram obtidos para crianças com perda auditiva leve e moderada. A influência de outras variáveis como o uso diário do AASI e habilidades comunicativas verbais serão discutidas. Conclusão: Os resultados preliminares sugerem que a administração do TDR pode ser viável para crianças a partir de 3 anos, usuárias de AASI. Será dada continuidade ao estudo para avaliação de uma amostra maior e comparação com outros testes de percepção da fala.
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Página(s): p.1608
ISSN 1983-1793X
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APLICAÇÕES CLÍNICAS DO SENA© E A AUTOPERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS SOBRE A ESTRUTURA E DINÂMICA DAS SESSÕES: RESULTADOS PRELIMINARES
Maia, B.R. ; Toiller , F.C. ; Santana, B.H.O.S. ; Expósito, J. G. ; Moreira, H.G. ; Garcia, M.V ;

Introdução: O Sistema de Estimulação Neuroauditiva-SENA© é um software que possui o objetivo de melhorar a qualidade da audição Ele utiliza estímulos modificados em sua estrutura harmônica. O sistema possui diversas aplicações clínicas, incluindo pacientes em uso de dispositivos auditivos, terapias de reabilitação auditiva, transtornos do desenvolvimento, zumbido e transtorno da percepção dos sons. Objetivo: Descrever as diferentes aplicações clínicas vivenciadas como o SENA© e a autopercepção dos indivíduos sobre a estruturação das sessões. Metodologia: Estudo de caráter descritivo, longitudinal, aprovado pelo CEP, sob o número 56038322100005346. Foram convidados a participar do SENA© crianças, adultos e idosos, totalizando uma amostra com 15 sujeitos, atendidos de julho a dezembro de 2024. Estes apresentavam diferentes diagnósticos, dentre eles Hiperacusia, Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) associado a queixas cognitivas, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Zumbido (TZ) e Perda Auditiva com recrutamento. O protocolo original do SENA© é composto pela aplicação da estimulação 10 dias, sendo eles 5 dias seguidos, descansa 2 e estimula mais 5 dias consecutivos. Devido a uma dificuldade operacional do serviço, mudamos o método de aplicação.Aplicamos o SENA 45 minutos durante 6 semanas, 1 vez por semana. Ainda, foram utilizadas em todos os pacientes, concomitante ao tempo de aplicação do SENA, as estratégias de distração propostas pelo software, sendo elas:quebra-cabeça, pintura, vídeos sem legenda(de preferência do participante), jogos de encaixe, jogos de computador/tablet/celular, bordado e estratégias de treino visual cognitivo. Previamente ao início da sessão, todos foram orientados que não poderiam dormir, conversar, ler ou mastigar. Resultados: O SENA© foi aplicado em casos de hiperacusia(2 crianças e 2 adultos), transtorno do processamento auditivo central (TPAC) associado a queixas cognitivas (3 adultos), transtorno de déficit de atenção com hiperatividade(TDAH) (1 adulto), transtorno do zumbido(TZ) (7 adultos) e perda auditiva com recrutamento(1 idoso). Durante a aplicação, os adultos relataram sonolência ao assistir filmes ou vídeos e tiveram preferência em atividades manuais com menor nível de complexidade, como pintura, quebra-cabeças e jogos de encaixe. As crianças com hiperacusia necessitaram de um momento inicial de brincadeira sem estímulos, seguido do posicionamento dos fones ainda desligados. Posteriormente, durante a brincadeira, o estímulo foi gradualmente introduzido, com o objetivo de evitar possíveis desconfortos e dificuldades na adesão ao procedimento. Ainda, uma das crianças apresentou preferência por atividades somente no celular, enquanto a outra demonstrou maior adesão ao brincar com brinquedos de sua preferência. Com exceção dos pacientes com zumbido, todos os demais apresentaram redução das suas queixas frente à proposta de aplicação. A aplicabilidade no TZ ainda necessita de estudos para compreender a efetividade terapêutica. Todos os sujeitos e famílias acharam positiva a mudança de método para seis sessões, uma vez por semana. Conclusão: O SENA© é uma técnica promissora, com satisfação e benefício da maioria dos usuários e possui uma grande aplicabilidade na clínica fonoaudiológica frente a diferentes sintomas e diagnósticos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1574
ISSN 1983-1793X
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APRENDENDO SOBRE A AUDIÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A PRÁTICA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Lima, L. G. M. B. ; Cáceres, A. M. ; Medeiros, W. N. F. ;

Introdução: A extensão é um dos pilares que compõem a tríade de uma universidade, juntamente com o ensino e a pesquisa. Logo, por meio da extensão universitária, o aluno durante a formação em saúde consegue se aproximar da comunidade, proporcionando aquisição de conhecimentos sobre assuntos ligados ao processo saúde-doença e das boas práticas em saúde. Nesse sentido, o ambiente escolar e as crianças se tornam elementos de grande potencial para promover conhecimento à saúde, pois são verdadeiros agentes na divulgação de conhecimento tanto para sua família como para pessoas de sua rede de convívio. Haja visto, que segundo o censo escolar de 2002, cerca de 61 mil estudantes da educação básica possuem deficiência relacionada a surdez, é de extrema importância que o fonoaudiólogo que atue no contexto educacional, ao identificar as crianças com essa deficiência, esteja realizando práticas informativas de forma lúdica, a fim proporcionar maior inclusão e disseminar a informação sobre os cuidados com a saúde auditiva. Objetivos: Sensibilizar as crianças de uma turma da educação infantil a respeito dos cuidados necessários com a audição, além de promover a familiarização com o aparelho de amplificação sonora individual. Metodologia: Este relato de experiência descreve uma oficina realizada com uma turma da educação infantil de um colégio de aplicação vinculado a uma universidade federal. A oficina fez parte das atividades de um projeto de extensão universitária cujo objetivo é elaborar e implementar estratégias que estimulem o desenvolvimento da linguagem no ambiente da educação infantil que foi conduzida por uma fonoaudióloga docente e dois extensionistas com a parceria das professoras responsáveis pela turma. A proposta da oficina surge a partir da preocupação de uma mãe, que possui uma criança matriculada nesta turma, com deficiência múltiplas, entre estas: a deficiência auditiva. Nesse contexto, tendo em vista que a criança encontra-se em adaptação do uso do Aparelho de Amplificação Sonoro Individual (AASI), a responsável expressou preocupação diante das professoras, caso outro criança pudesse manipular, causando assim prejuízos. A partir desta problemática, foi elaborado uma intervenção com a turma.Foi usado um protótipo de orelha aumentada, pelúcias representando suas respectivas partes, bem como um AASI. Resultados: Durante a atividade, foram abordadas temáticas sobre as estruturas da orelha e do ouvido. As crianças exploraram materiais para entender melhor o assunto, compartilharam experiências sobre a audição e falaram sobre colegas que usam aparelho auditivo ou têm sensibilidade auditiva. Observou-se para além do momento da oficina a ausência de problemas relacionados ao uso do aparelho pela criança mencionada. Conclusão: A oficina permitiu que crianças na primeiríssima infância pudessem compreender a importância dos cuidados com a audição e a aceitação do aparelho de amplificação sonora individual em ambiente da educação infantil. Proporcionou uma importante aprendizagem para os extensionistas de Fonoaudiologia, que vivenciaram o impacto positivo de intervenções lúdicas na saúde auditiva e a importância de criar atividades que favoreçam a escuta ativa e a socialização das crianças, além de destacar a relevância da presença do fonoaudiólogo no ambiente escolar.
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Página(s): p.1640
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DA AUDIÇÃO E DE EQUILÍBRIO EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA
Tonelotti, F.T.F. ; Barbui, T.R.M ; Orliz, F.V.B. ; Frizzo, A.C.F. ;

Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno global que ocorre de forma acelerada em países em desenvolvimento, contribuindo para o aumento da prevalência de doenças crônicas. Nesse contexto, a perda auditiva relacionada ao envelhecimento, mais conhecida como presbiacusia se destaca como uma das três condições de saúde mais comuns entre idosos, que pode ocasionar alterações anatomofisiológicas no sistema auditivo central, afetando funções de audição e equilíbrio, além de aumentar significativamente o risco de quedas, afetando a qualidade de vida desta população. Objetivo: Investigar se as alterações na audição são associadas ao equilíbrio corporal em idosos. Material e Método: O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número: 61895922.1.0000.5406. Realizou-se um estudo transversal, com uma amostra composta por idosos com perda auditiva, atendidos no setor de Audiologia do Centro Especializado em Reabilitação. A coleta de dados foi conduzida por meio do teste de equilíbrio Mini-BESTest e do exame de Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE). Os dados foram analisados utilizando o software SPSS, versão 24.0. Resultados: Foram avaliados 10 idosos, com média de idade de 74,5 anos, baixo grau de escolaridade. Foi observado correlação positiva entre a interlatência I-III e a pontuação total do MiniBESTest (r = -2.96; p= 0.025 – Correlação de Pearson). Conclusão: Este estudo confirmou a associação entre perda auditiva e alterações no equilíbrio em idosos. Observou-se que 50% apresentaram déficits no Mini-BESTest, evidenciando alterações de equilíbrio nessa população. Alterações nas interlatências I-III do PEATE, especialmente na orelha esquerda foram associadas ao pior desempenho no equilíbrio, comprovando a associação das alterações de audição e equilíbrio na população estudada.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1481
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE HIPERSENSIBILIDADE AUDITIVA E GRAU DE SEVERIDADE DO TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO
Moccellin, J. M. ; Borges, V. M. S. ; Sleifer, P. ;

Introdução: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por alterações na interação social, comunicação, comportamentos repetitivos e déficits sensoriais. Déficits no processamento sensorial estão presentes em 90% dos indivíduos com TEA, um dos prejuízos pode ser a hipersensibilidade auditiva, que são respostas excessivas ou incomuns a estimulação auditiva, podendo estar relacionada a alterações no sistema auditivo central. Objetivos: Verificar possível associação entre grau de severidade de TEA e presença de hipersensibilidade auditiva e realizar a caracterização da amostra de crianças e adolescentes com TEA atendidos no ambulatório de um hospital universitário. Metodologia: Estudo transversal, observacional e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (número 46039). Para a classificação do grau de severidade de TEA foi aplicado pelo médico neuropediatra o Autism Screening Questionnaire (ASQ), questionário para triagem de presença invasiva do desenvolvimento, fornecendo um diagnóstico baseado em observação comportamental. Os indivíduos foram classificados em dois grupos com o ponto de corte de 22 pontos, sendo considerado severidade alta acima desta pontuação. Resultados: A amostra foi constituída de 121 crianças, de ambos os sexos, com diagnóstico de TEA. Dessas, 95,3% eram do sexo masculino e a média de idade foi 6,57 (DP ± 2,28) anos. Verificou-se que a média de idade da confirmação do diagnóstico foi de 3,47 (DP ± 1,72) anos. Além disso, 93,65% possuíam queixa de alteração da linguagem e 87,31% apresentaram queixas de hipersensibilidade auditiva. Para verificar associação entre grau de severidade de TEA e presença de hipersensibilidade auditiva, realizou-se o cálculo do risco relativo, que resultou em 1,3 (IC 0,88-2,24). Conclusão: Verificou-se elevada prevalência de queixa de hipersensibilidade auditiva dos indivíduos do estudo. Não houve associação entre hipersensibilidade auditiva e severidade de TEA.




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Página(s): p.1495
ISSN 1983-1793X
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ATUAÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA E FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO VESTIBULAR
Iaruchewski, N.F.S. ; Husch, H.H. ; Soldera, C.L.C. ;

Introdução: A Reabilitação Vestibular (RV) é uma abordagem multidisciplinar eficaz para tratar disfunções do sistema vestibular, como tontura, vertigens e desequilíbrio, auxiliando na restauração da qualidade de vida. Os profissionais mais especificamente habilitados para trabalhar com a Reabilitação Vestibular são os fisioterapeutas e os fonoaudiólogos, pois possuem o conhecimento e a expertise necessários para avaliar, diagnosticar e tratar os distúrbios do sistema vestibular por meio de técnicas e exercícios específicos. Compreender como esses profissionais abordam esse tratamento é fundamental para otimizar a eficácia das intervenções e promover uma reabilitação mais eficiente. A presente pesquisa pode contribuir para o aprimoramento das práticas clínicas e para a formação profissional nessas áreas. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo verificar a atuação de fonoaudiólogos e fisioterapeutas na reabilitação vestibular. Métodos: Trata-se de um estudo transversal observacional realizado entre março e agosto de 2024. O projeto deste estudo foi apreciado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e aprovado sob parecer n° 6.709.302. Com relação à amostra, os critérios de inclusão utilizados para o grupo de estudo foram: profissionais com registro profissional nos respectivos Conselhos de classe (CREFONO e CREFITO) ativos, que atuassem na área de reabilitação vestibular há um (1) ano ou mais, de ambos os sexos, residentes do Brasil. A divulgação do estudo e captação dos participantes foi realizada de forma online, por meio de folder eletrônico, distribuído via internet (publicação em redes sociais). Aqueles que tiveram interesse, participaram da pesquisa realizada via questionário eletrônico (Google Formulários), respondida por meio de computador, celular ou tablet com acesso à internet. O questionário, elaborado pelos pesquisadores, continha questões acerca de dados pessoais, formação acadêmica, tempo de atuação na área, disciplinas específicas acerca da temática cursadas na graduação, cursos e especializações realizados, procedimentos de avaliação pré e pós-intervenção, protocolos utilizados, quais especialidades médicas encaminhavam os pacientes, duração e local de tratamento, número de pacientes atendidos mensalmente, utilização de recursos tecnológicos associados e forma de orientação ao paciente e familiares. Resultados: A amostra foi composta por 46 profissionais, sendo 23 fisioterapeutas e 23 fonoaudiólogos e apresentou predominância de mulheres (82,3%) e a média de idade dos participantes foi de 38,6 anos. Houve associação significativa no tempo de atuação entre os fonoaudiólogos e mais de dez anos e fisioterapeutas até cinco anos (p=0,032). Acerca da presença da temática da RV em disciplinas, houve associação significativa entre a fonoaudiologia e a presença (p=0,001). Houve associação de fonoaudiólogos e encaminhamentos médicos e fisioterapeutas com busca espontânea (p=0,001). Em relação a quantidade de sessões houve associação entre fonoaudiólogos em 4 a doze sessões (p<0,001), e fisioterapeutas maior que doze (p=0,047). Conclusão: O tempo de atuação e a formação dos fonoaudiólogos na reabilitação vestibular é mais frequente em comparação aos fisioterapeutas, Os fonoaudiólogos recebem mais encaminhamentos médicos, os fisioterapeutas recebem mais busca espontânea. Os fonoaudiólogos estão associados ao tempo de quatro a doze sessões, enquanto os fisioterapeutas estão associados ao tempo maior do que doze sessões.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1439
ISSN 1983-1793X
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ATUAÇÃO DE UM PROJETO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA SOBRE AUDIOLOGIA CLÍNICA EM UMA AULA DE REVISÃO DE MASCARAMENTO NA DISCIPLINA DE AUDIOLOGIA I
Cezar, L. G. C. ; Silveira, I. F. ; Maraninchi, F. M. ; Silveira, A. A. N. S.51 ; Soldera, C. L. C. ; Machado, M. S. ; Boscolo, C. C. ;

Introdução: O mascaramento auditivo é uma técnica que participa dos procedimentos para a avaliação auditiva. Tendo em vista que os alunos da disciplina de Audiologia I apresentam dificuldades para o entendimento da técnica, o Programa de Iniciação à Docência de Audiologia Clínica propôs uma atividade para auxiliar os alunos com o conteúdo. Objetivos: Relatar as atividades realizadas por um Programa de Iniciação à Docência de Audiologia Clínica durante uma aula de revisão sobre mascaramento auditivo aos alunos da disciplina de Audiologia I. Metodologia: O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição sob número: 3.915.477. Foram organizadas atividades que abordaram a teoria de maneira dinâmica e inovadora. Dessa forma, foram criados casos clínicos para que os alunos pudessem utilizar o conhecimento de maneira prática. Os alunos tinham a informação da anamnese inicial e a partir dela completavam o restante do exame de acordo com os achados. Resultados: Foi criado um GoogleForms para que os participantes pudessem avaliar a atividade e a eficácia da mesma. O questionário foi composto por 5 perguntas e disponibilizado ao final da aula para que os alunos respondessem em sala de aula. Foram obtidas 12 respostas, onde na primeira pergunta que era sobre a relevância dos casos clínicos para o aprendizado 9 responderam que era muito relevante e 3 relevante. Na segunda pergunta, os participantes tinham que dar uma nota de 0 a 10 indicando a contribuição da resolução dos casos para a compreensão prática dos conceitos. 6 participantes deram a nota 10, 3 deram a nota 8, 2 deram a nota 9 e 1 deu a nota 7. A terceira pergunta era referente a fixação do conteúdo, 11 pessoas responderam que foi possível através da atividade e 1 respondeu mais ou menos. As demais perguntas foram referentes a sugestões de atividades futuras. Conclusão: A realização de atividades de revisão realizadas por um projeto de iniciação a docência se mostraram eficazes para a aprendizagem dos discentes de fonoaudiologia a respeito do mascaramento auditivo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1458
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1458


ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NO TRATAMENTO DO ZUMBIDO: DA ABORDAGEM À ALTA
Garcia, M.V. ; Silva, J.B ; Cavalheiro, A.S. ; Lourenço, I.P.A ; Maia, B.R. ; Moreita, H.G. ;

Introdução: No tratamento do transtorno do zumbido (TZ), o cuidado e amparo de uma equipe multiprofissional tornam-se fundamentais, tendo em vista que o sintoma possui múltiplos geradores e amplificadores e necessita de uma avaliação e intervenção completa e individualizada. A alta clínica é indicada quando o sintoma deixa de impactar negativamente a qualidade de vida do paciente, evidenciando o alcance dos objetivos terapêuticos e a promoção do bem-estar. Objetivo: Descrever o processo de alta clínica para indivíduos com TZ. Método: Estudo longitudinal, realizado em indivíduos com transtorno de zumbido em um ambulatório especializado, desenvolvido e aprovado pelo CEP, sob o número 56038322100005346. Participaram do estudo, sujeitos de ambos os sexos, com queixas de TZ, com múltiplas percepções e excluídos aqueles com zumbido vascular. Foram incluídos 40 indivíduos com Escala Visual Analógica (EVA) maior ou igual a 5, diagnosticados com o sintoma, no período de julho a dezembro de 2024. Os sujeitos foram submetidos à avaliação audiológica básica constituída por um protocolo de investigação clínica do zumbido e como procedimento de mensuração da efetividade terapêutica, foi utilizada a EVA para verificar o grau de incômodo em intensidade e volume do zumbido. Como procedimentos de intervenção, foram selecionadas as seguintes técnicas: aconselhamento fonoaudiológico, liberação miofascial, auriculoterapia, mobilização neural, exercícios respiratórios e de mobilidade, método pilates, terapia antioxidante (extrato de açaí e melatonina) e terapia sonora (uso de aparelhos auditivos), com o objetivo de modificar os hábitos amplificadores do sintoma. Cada paciente recebeu uma ou mais técnicas das descritas, conforme a necessidade clínica. Para receberem alta, os indivíduos necessitavam assumir EVA com valor igual ou inferior a 3. Resultados: Em relação às técnicas, 100% receberam terapias associadas, com predomínio da técnica de Liberação Miofascial, aplicada em 83% dos indivíduos. De acordo com EVA, dos 40 sujeitos atendidos, 18 (45%) apresentaram uma redução significativa na intensidade e no volume do zumbido (pré: 8, pós: ≤ 3), recebendo alta clínica. Os demais permanecem em acompanhamento, todos com evolução positiva no processo terapêutico. Conclusão: A alta clínica foi alcançada para quase metade dos sujeitos em atendimento, em menos de 4 meses de intervenção.
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Página(s): p.1559
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1559


AUDIÇÃO EM PACIENTE COM SÍNDROME DE ALPORT: UM ESTUDO DE CASO
Teixeira, A.R. ; Aquino, M.L. ; Unchalo, A.L.S. ; SELAIMEN, F.A. ; Geyer, L.B. ; Picinini, T.A. ;

Introdução: A Síndrome de Alport (SA) é uma mutação genética rara que altera a produção do colágeno do tipo IV que está presente na membrana basal do sistema renal, revestindo o glomérulo. Este mesmo colágeno também está presente em estruturas visuais e auditivas. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar um caso de alterações auditivas em um indivíduo diagnosticado com a Síndrome de Alport. Metodologia: O estudo de caso refere-se a um adulto, do sexo masculino, de 36 anos, sem histórico da SA diagnosticada na família. Seu primeiro sintoma foi perda auditiva durante a adolescência. A partir do diagnóstico audiológico, houve busca, pela médica otorrinolaringologista da causa da perda auditiva, chegando-se ao diagnóstico final de SA. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (Parecer nº 7.307.701) e o participante da pesquisa assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados: O paciente realizou biópsia renal e avaliação genética, sendo identificada que a variante ChrX:107.863.584 G>A promoveu a substituição do aminoácido glicina na posição 869 por arginina, ou seja, os resultados da avaliação genética constataram a mutação no gene COL4A5 na posição chrX:107.863.584 localizado no cromossomo X. A avaliação audiológica realizada em 2006 demonstrou perda auditiva neurossensorial, de grau moderado. Neste mesmo ano foi feita seleção e adaptação de dispositivos eletrônicos de amplificação sonora (DEAS), modelo intracanal, digital. Em 2009 realizou transplante renal, sendo que até o momento utiliza medicações relacionadas ao transplante, mas nenhuma delas sendo considerada ototóxica. Em 2010 retornou ao setor de audiologia, mas não houve progressão da perda e manteve-se o mesmo DEAS em uso. Em 2022, após um longo período sem realizar avaliações, retornou ao setor de audiologia, pois o DEAS apresentava falha técnica. Relatou que neste intervalo de tempo houve alguns problemas no funcionamento do aparelho, mas que havia feito o conserto na assistência técnica. No referido momento, foi informado que não haveria mais possibilidade de conserto e então retornou para a reposição do DEAS. A nova audiometria revelou perda auditiva moderadamente severa. Neste momento houve reposição do dispositivo, sendo feita a opção por um modelo retroauricular com receptor no canal. Em 2024 o paciente retornou para nova avaliação audiológica, sendo constatada ausência de progressão da perda auditiva (manteve-se em moderadamente severa). A análise dos limiares de audibilidade feitas via ganho funcional, bem como a análise utilizando-se medidas com microfone sonda evidenciaram que a audibilidade com os DEAS atuais encontrava-se dentro do alvo prescrito, utilizando-se a regra prescritiva NAL-NL1. Conclusão: O presente estudo de caso, evidencia a importância do diagnóstico da perda auditiva, contribuindo para que a doença de base do paciente fosse identificada e que o mesmo pudesse ter acesso não só a reabilitação auditiva de qualidade, mas também a tratamentos importantes que puderam mantê-lo vivo e com qualidade de vida, todos realizados via sistema único de saúde.
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Página(s): p.1474
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA DE P300 EM INDIVÍDUOS COM TEA.
Albernas, R. S. ; Massih, C. G. P. A. ;

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado pelo déficit na comunicação, prejuízos na interação e na relação interpessoal, além disso, apresenta desordens sensoriais que podem levar a déficits nas funções cognitivas devido às alterações no processamento perceptivo, inclusive o auditivo. O Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência (PEALL), também chamado de P300, é um teste que analisa a atenção, memória e a cognição dos pacientes. Trata-se de um procedimento auditivo, eletrofisiológico, objetivo e não invasivo, fundamental para entender o funcionamento e integridade dos processamentos auditivos centrais e das habilidades cognitivas do indivíduo com TEA. Objetivo: Analisar os achados das avaliações P300 realizadas em pacientes com TEA descritos na literatura científica, identificando alterações neurofisiológicas e sua correlação com aspectos cognitivos e comportamentais. Metodologia: Foi conduzida uma revisão sistemática seguindo as diretrizes PRISMA, ou seja, que busca novas conclusões através de materiais previamente elaborados. Foram analisados artigos em inglês, português e espanhol, nas bases de dados do PubMed, Scopus, Web of Science e Lilacs, com buscas realizadas com publicações entre 2020 e 2024, utilizando os descritores: “Transtorno do Espectro Autista” e “Potenciais Evocados P300”. Os critérios de inclusão foram: estudos originais com avaliação do P300 em indivíduos com TEA, uso de paradigmas auditivos ou visuais para elicitar o P300 e foram excluídos estudos com populações mistas sem análise específica de TEA, revisões narrativas e artigos incompletos. A qualidade metodológica foi avaliada utilizando a ferramenta CASP (Critical Appraisal Skills Programme), muito usada para análise qualitativa de revisões sistemáticas. Resultados: Foram identificados 367 estudos, dos quais 11 atenderam aos critérios de inclusão. Os resultados demonstraram que indivíduos com TEA apresentam alterações significativas no P300, incluindo latência aumentada e amplitude reduzida em comparação com grupos controles. Essas alterações foram mais frequentemente associadas a déficits no processamento auditivo e na atenção sustentada. Estudos também sugeriram correlação entre a severidade dos sintomas do TEA e as alterações no P300, indicando que essa medida pode refletir diferenças no processamento neural subjacente ao transtorno. Contudo, a heterogeneidade nos protocolos de elicitação e nas análises estatísticas dificulta a universalização dos resultados. Conclusões: O P300 se mostra uma ferramenta audiológica promissora para avaliar as alterações neurofisiológicas em pacientes com TEA, fornecendo insights sobre o processamento auditivo e cognitivo. Os resultados do P300 demonstram dados importantes sobre o monitoramento e acompanhamento da evolução nos tratamentos de treinamento auditivo de pacientes com TEA, com comorbidades de transtornos do processamento auditivo central (TPAC) e déficits de atenção. No entanto, a falta de padronização dos protocolos e nas metodologias de análise destaca a necessidade de mais estudos que utilizem abordagens consistentes e controladas. Dessa forma, investigações futuras devem explorar o potencial do P300 como biomarcador para o diagnóstico e monitoramento terapêutico no TEA, contribuindo para uma abordagem mais personalizada e eficaz no manejo desse transtorno.
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Página(s): p.1716
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA EM PACIENTES COM ZUMBIDO: CORRELAÇÃO ENTRE AS MEDIDAS DE AUTOPERCEPÇÃO E CARACTERÍSTICAS PSICOACÚSTICAS
Vieira, P.M.O ; Simões, H.O. ; Lunardelo, P.P. ; Carneiro, C.G. ; Zanchetta, S ;

Introdução: O zumbido é um sintoma auditivo caracterizado por uma sensação sonora constante ou intermitente nos ouvidos sem fonte externa geradora, variando em intensidade, frequência e localização. Pode ser transitório ou crônico. Sua etiologia é multifatorial, associada a causas otológicas, metabólicas, somatopsíquicas, hormonais, cardiovasculares e genéticas, impactando a qualidade de vida. A avaliação do zumbido é crucial, envolvendo diferentes estratégias como medidas autorrelatadas, psicoacústicas e eletrofisiológicas. Objetivos: Os objetivos foram comparar os limiares tonais para altas frequências, caracterizar o autorrelato de percepção do zumbido bilateral em adultos, investigar suas características psicoacústicas e correlacionar os resultados das duas ferramentas de avaliação. Métodos: Trata-se de um estudo clínico, observacional e transversal (CEP nº 6.741.178), no qual participaram 20 sujeitos adultos de ambos os sexos, com idade entre 21 e 64 anos, normo-ouvintes com zumbido. Os procedimentos foram a aplicação do questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI), Escala Visual Analógica (EVA), Audiometria de Altas Frequências (AAF) e avaliação psicoacústica do zumbido (sonoridade, pitch, nível de sensação - NSZ, nível mínimo de mascaramento - NMM e a inibição residual - IR). Resultados: Os participantes relataram incômodo moderado, evidenciando impactos na qualidade de vida. Predominaram zumbidos tonais de frequência aguda, sem diferenças significativas entre as orelhas para as medidas psicoacústicas do zumbido. Foi encontrada uma correlação positiva entre o impacto funcional do zumbido e a dificuldade em mascará-lo, indicando maior limitação funcional nos casos mais severos. Conclusão: Na presente casuística é possível concluir que a AAF é uma medida importante para investigar em pacientes com zumbido; o autorrelato sobre o impacto na qualidade de vida esteve correlacionado com as medidas de IR e NSZ; as medidas psicoacústicas pitch e NSZ, IR e NMM apresentaram a correlação entre seus resultados. Por último, foi possível identificar que a IR da OE foi frequentemente correlacionada com os diferentes domínios do autorrelato.
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Página(s): p.1569
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDITIVA DE CRIANÇAS NOTIFICADAS COM SÍFILIS CONGÊNITA QUANDO HOUVE ESCASSEZ DE PENICILINA NO BRASIL
Vasconcelos, B. D. P. ; Araujo, M. L. A. ; Almeida, R. P. ; Nobre, R. A. ; Vasconcelos, L. D. P. G. ; Oliveira, E. L. G. ; Montenegro, S. ; Bernardo, A. K. S. ; Silva, A. P. A. ;

INTRODUÇÃO: A sífilis congênita (SC) caracteriza-se pela transmissão da bactéria Treponema Pallidum da mãe não tratada ou inadequadamente tratada para o bebê e é considerada um problema de saúde pública e pode comprometer a saúde das crianças a curto e longo prazo. No Brasil, entre os anos de 2013 a 2023 foram notificados 319.806 casos de SC, dos quais 29,7% foram no Nordeste. A taxa de incidência nacional foi de 10,3 casos por mil nascidos vivos (NV). No Ceará e em Fortaleza a taxa de incidência foi de 13,3 e 20,5 por mil NV respectivamente, superando a taxa nacional. Uma das sequelas que as acometem é a perda auditiva. Apesar de não ser muito bem definida na literatura científica, estudos mostram que esta infecção pode provocar a perda auditiva neurossensorial que é caracteriza pela lesão na orelha interna, podendo ser nas células da cóclea ou no nervo auditivo. OBJETIVO: Avaliar a audição de crianças notificadas com sífilis congênita (SC). MÉTODO: Estudo quantitativo, descritivo realizado no setor de fonoaudiologia do Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) da cidade de Fortaleza, Ceará. Foram incluídas crianças notificadas com SC que nasceram no ano de 2015, quando houve escassez de penicilina no Brasil e residentes nas Regionais de Saúde II e VI. As crianças foram convocadas a comparecer ao referido serviço onde foi realizado o exame de emissões otoacústicas evocadas transientes. A análise estatística foi no programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 23. Foi realizada análise descritiva apresentada por meio de tabelas com frequências absolutas e relativas e medidas de dispersão. Este estudo é parte de uma pesquisa intitulada: Condições clínicas e avaliação do estado de saúde de crianças notificadas com sífilis congênita em 2015, durante o desabastecimento de penicilina no Brasil aprovada pelo Comitê de Ética sob Parecer No 7.177.404. RESULTADOS: No ano de 2015 foram notificadas em Fortaleza 469 casos de SC dos quais 172 (36,7%) foram nas regionais II e VI. Destas, foram localizadas e convocadas 107 e compareceram para avaliação audiológica 75, das quais, 64 (85,3%) realizaram o exame. As mães que frequentaram o pré-natal foram 69 (92,0%) e foram tratadas 22 (29,3%). Todas as crianças receberam algum tipo de tratamento com penicilina ou ceftriaxona. O resultado do exame de emissões otoacústicas evocadas transientes foi presente para 59 (85,5%) no teste na orelha direita e 62 (89,9%) na orelha esquerda. CONCLUSÃO: Crianças notificadas em 2015 com SC na sua grande maioria apresentaram resultados presentes no exame de emissões otoacústicas evocadas transientes.
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Página(s): p.1455
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDITIVA EM ADULTOS: UMA ANÁLISE PRÉ E PÓS COVID-19
Santos. E.F. ; Roggia, S.M. ; Souza, L.F. ; Rosa, L.A. ; Silva. D.P.C ; Scharlach. R.C. ;

Introdução: A Covid-19 trouxe comprometimentos à saúde da população mundial. O SARS-CoV-2, vírus causador da infecção, pode afetar diretamente a orelha interna, ou causar resposta inflamatória prejudicando a função auditiva, levando o indivíduo a apresentar sintomas cocleovestibulares. Objetivo: Caracterizar o perfil audiométrico de adultos pré e pós covid-19. Metodologia: Estudo descritivo, observacional, cego simples, de delineamento longitudinal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 5.969.536. Amostra do tipo não probabilística por conveniência, de adultos que realizaram avaliação auditiva antes da pandemia (2018/2019) e passaram por nova avaliação em 2023/2024. As avaliações realizadas foram: audiometria tonal liminar, audiometria de altas frequências, logoaudiometria, imitanciometria e aplicação de questionário sobre ter contraído a Covid-19 e queixas auditivas. Ao final das avaliações os participantes foram distribuídos em dois grupos: Covid-19 e Controle. Os dados da avaliação foram analisados e comparados considerando o momento da avaliação e os grupos. O valor de significância estatística foi de 5%. Resultados: A amostra foi composta por 22 participantes, sendo 16 (72,72%) pertencentes ao grupo Covid-19. A maioria era do sexo masculino (63,63,7%), com média de idade de 32,94 anos (dp=9,41) para o grupo Covid-19 e de 31,00 anos (dp=5,40) para o grupo controle, considerando a segunda avaliação. Quanto às características da contaminação pelo vírus, 100% dos integrantes do grupo Covid-19 relataram que não houve nenhuma complicação da saúde, não sendo necessária internação, fazendo uso apenas de medicações para melhora dos sintomas apresentados, sendo os mais frequentes: febre, cefaleia, calafrios, fadiga, congestão nasal e mialgia. No que se refere às sequelas pós infecção foram citados por alguns dos participantes: perda de olfato, rinite e queda de cabelo. Com relação às avaliações auditivas, as análises estatísticas mostraram que os dois grupos estudados se comportaram de maneira semelhante. Os limiares auditivos médios mostraram-se menores ou iguais a 20dBNA para os dois grupos e nos dois momentos de avaliação. Independentemente do grupo, houve diferença entre os momentos em relação aos limiares de 2, 3, 4, 9, 10, 11,2, 12,5, 14, 16 e 20 kHz, com pior média de limiares na segunda avaliação. É válido notar que esta piora foi mais acentuada para as frequências a partir de 9 kHz, porém inferior a 5dBNA. O índice de reconhecimento de fala (IRF) foi normal e sem diferença entre os grupos. Verificou-se boa mobilidade do sistema tímpano ossicular e não houve diferença entre os grupos quanto à ausência dos reflexos acústicos. Quanto à ocorrência de sintomas cocleovestibulares referidos pelos participantes do grupo Covid-19 não houve diferença considerando o momento da avaliação. O sintoma zumbido foi o mais frequente relatado pelo grupo nos dois momentos de avaliação (37,5%). Conclusões: Apesar da diferença observada entre os limiares auditivos médios obtidos pré e pós Covid-19 esta não foi superior a 5dBNA e foi verificada tanto no grupo Covid-19 quanto controle. Adultos que contraíram a Covid-19 apresentaram boa sensibilidade auditiva, IRF dentro da normalidade e boa mobilidade do sistema tímpano ossicular, sugerindo que, para essa amostra, a Covid-19 não afetou o sistema auditivo periférico.
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Página(s): p.1555
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1555


AVALIAÇÃO AUDITIVA EM FRENTISTAS DE POSTOS DE GASOLINA: PRÉ-ANÁLISE DE DADOS
Santos, M. H. L. ; Felix, M. G. S. ; Santos, R. K. S. ; Camboim, E. D. ; Fernandes, L. C. B. C. ;

Introdução: A exposição ocupacional a vapores de gasolina e solventes orgânicos representa uma preocupação global para os trabalhadores de postos de combustíveis devido aos riscos potenciais à saúde, incluindo danos ao sistema auditivo periférico e central. A exposição a esses solventes orgânicos sugerem distúrbios auditivos geralmente de origem central com limiares auditivos normais ou podem também incluir diminuição da percepção auditiva em frequências específicas e alterações nos reflexos acústicos, indicando possíveis disfunções auditivas retrococleares. Objetivo: Avaliar a audição de frentistas de postos de gasolina de uma mesma avenida da cidade de Maceió. Método: 6.965.064. Resultados: Os sintomas auditivos mais relatados pelos profissionais foram zumbido (33,3%), otalgia (16,6%) e prurido (22,2%). O GE apresentou curva timpanométrica do tipo A (85,7%) e tipo AD (14,3%); com relação aos limiares auditivos tonais, 71,4% esteve dentro do padrão de normalidade e 28,6% apresentou perda neurossensorial; no Potencial evocado Auditivo do Tronco Encefálico (PEATE), 100% da amostra teve respostas normais; já na análise das Emissões Otoacústicas Produto de Distorção (EOAPD), 100% da amostra apresentou resposta ausentes em pelo menos uma das orelhas. O GC apresentou curva timpanométrica do tipo A em 100% da amostra; com relação aos limiares auditivos tonais, 100% dos participantes apresentou resultado dentro da normalidade; No PEATE, 100% dos resultados apresentaram-se normais; e na análise das EOAPD, 100% da amostra teve respostas presentes. Observou-se ainda que as amplitudes das EOAPD são maiores no GC em relação ao GE. Conclusão: Foi possível concluir no presente estudo que os frentistas apresentaram alteração auditiva nos testes da audiometria tonal, timpanometria e EOAPD em comparação com outros trabalhadores não expostos a produtos químicos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1600
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1600


AVALIAÇÃO AUDITIVA EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRATAMENTO ONCOLÓGICO : REVISÃO DE LITERATURA
Conceição, L.S.V ; Lima, N.G ;

INTRODUÇÃO: No tratamento contra o câncer são encontrados diversos medicamentos ototóxicos, entre eles está à cisplatina, conhecida por causar danos ao sistema auditivo, sendo clinicamente intratável ou inevitável. O objetivo deste estudo é descrever por meio de uma revisão de literatura as alterações auditivas através de exames audiológicos em pacientes submetidos ao tratamento oncológico. MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho constituiu-se de uma revisão de literatura através da seleção de artigos nas bases de dados SciELO, BVS, PERIÓDICOS CAPES e Google Scholar, utilizando a combinação de dois ou três descritores como: Quimioterapia e Perda Auditiva; Radioterapia e Ototoxicidade e Perda Auditiva. Foram excluídos desta revisão artigos duplicados, revisão de literatura, artigos sem relação com a temática, e relacionadas a patologia do sistema auditivo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os oito artigos que obedeceram aos critérios de inclusão e exclusão da pesquisa foram dispostos em tabelas separadas pelas características geais e por exames realizados. CONCLUSÃO: Por meio deste trabalho foi possível observar que a ototoxicidade relacionada à cisplatina pode ocorrer desde a sua primeira dose, causando danos irreversíveis para a audição.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1681
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA FALA DE CRIANÇAS COM PERDA AUDITIVA
Silva, N.C.M ; Goulart, M.L.M ; Pinheiro, M.M.C ;

Introdução: A perda auditiva na infância afeta significativamente o desenvolvimento auditivo, a aquisição da linguagem e o desempenho acadêmico e social das crianças. A detecção precoce e a reabilitação com dispositivos como o Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) e o Implante Coclear (IC) são essenciais para promover o desenvolvimento cognitivo e linguístico. No entanto, a avaliação da percepção de fala, especialmente em ambientes ruidosos, continua a ser um desafio. O Teste de Reconhecimento Auditivo de Sentenças em Português - Infantil (RASP-infantil) surge como uma contribuição importante para suprir a carência de materiais de avaliação auditiva contextualizados na língua portuguesa e culturalmente adaptados para a população infantil brasileira. Objetivo: Avaliar a percepção da fala de crianças com perda auditiva. Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva e observacional, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEPSH), sob o nº 5.637.71. O estudo foi conduzido em três etapas. Primeiramente, selecionou-se uma locutora, gravou-se o teste e integrou-se a um software. Na segunda etapa, foram recrutadas as crianças com perda auditiva de grau severo a profundo.. E na última etapa, o teste de Reconhecimento Auditivo de Sentenças em Português (RASP) infantil foi aplicado a dois grupos: o grupo estudo (GE) que foi constituído por seis crianças com perda auditiva de grau severo a profundo usuárias de Implante Coclear, com idades entre seis e doze anos, e seis crianças normo-ouvintes com idades correspondentes constituíram o grupo controle (GC). Os grupos foram avaliados quanto ao desempenho de Reconhecimento de Sentenças no Silêncio, o limiar da relação sinal-ruído (S/R) e a porcentagem de reconhecimento de fala em ruído fixo (+10 dB para o GE e 0 dB para o GC). Também foram analisados os erros mais frequentes cometidos nas listas do teste, como omissões de numerais e nomes próprios. Resultado: A locutora escolhida demonstrou alta inteligibilidade e clareza na fala, com mínima interferência do sotaque. As sentenças gravadas foram incorporadas ao software perSONA para a aplicação do teste, passando por edições e melhorias. Os resultados mostraram que o reconhecimento de fala foi superior no GC, tanto em condições de silêncio quanto em ambientes ruidosos, em comparação ao GE. Em média, o GE obteve um desempenho no silêncio de 80%, enquanto o GC alcançou 98%. Para a relação sinal-ruído, o GE apresentou uma média de +6 dB, em comparação a -1,5 dB do GC. Já na condição de ruído fixo, o GE alcançou aproximadamente 70%, enquanto o GC obteve 95% . Os erros mais frequentes no GE incluíram omissões de numerais e nomes próprios. Os erros mais frequentes nas respostas do GE foram omissões de numerais e nomes. Conclusão: Os resultados obtidos estão alinhados com a literatura existente, evidenciando que crianças com perda auditiva enfrentam maiores dificuldades para reconhecer a fala em ambientes ruidosos. O teste RASP infantil revelou-se uma ferramenta eficaz para fonoaudiólogos, sendo útil tanto para a prática clínica quanto para pesquisas na área de percepção da fala.
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Página(s): p.1683
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DE INCÔMODO EM PACIENTES COM ZUMBIDO PRÉ E PÓS BUSCA PELA INIBIÇÃO RESIDUAL
SPERI, MRB ; SILVA, ARA ; VASCONCELOS, VB ;

Introdução: O zumbido é a percepção consciente de sons na ausência de estímulo sonoro externo, sendo uma queixa cada vez mais frequente. Embora existam vários métodos de avaliação do zumbido, incluindo a verificação da presença do efeito de inibição residual após estimulação sonora, não há um instrumento padrão para quantificar esse efeito antes e depois da estimulação sonora. Objetivo: O estudo teve como objetivo descrever as respostas da inibição residual após exposição acústica por 60 segundos e comparar o grau de incômodo do zumbido por meio da aplicação da Escala Visual Analógica (EVA) antes e depois do procedimento, para análise da percepção do zumbido. Método: Foi realizado um estudo piloto que adotou um delineamento quase-experimental com medidas repetidas de natureza quali-quantitativa com participantes com queixa de zumbido maiores de 18 anos, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer 327.959. Realizou-se aplicação de protocolos THI, EVA, avaliação audiológica básica, acufenometria, pesquisa pelo nível mínimo de mascaramento (NMM) e teste de inibição residual. Resultados: Participaram da pesquisa 13 indivíduos com idade entre 20 e 73 anos. A análise descritiva indicou uma redução na média do incômodo do zumbido indicado na EVA, antes e depois da exposição ao ruído em banda estreita na frequência na qual o zumbido era percebido, porém a comparação feita com o teste t mostrou que essa redução não foi estatisticamente significativa. Não foi encontrada correlação significativa entre uma categoria de impacto registrada no Tinnitus Handicap Inventory - THI e a exposição ao ruído. Foi possível observar mudança na categoria de incômodo do zumbido indicada na EVA por 38,5% participantes, esse resultado não foi significativo. Não foi encontrada diferença entre idade, sexo biológico, tipo e o pitch do zumbido e a predisposição à melhora ou piora do zumbido depois da exposição ao ruído por 60 segundos. Conclusão: O estudo revelou que não houve diferença estatisticamente significante entre a média de incômodo referido na escala EVA pré e pós busca pela inibição residual e demais variáveis. Os achados estão alinhados com a literatura quanto à prevalência de sexo, queixa de zumbido, bem como à ausência de significância entre idade e respostas após exposição sonora. Por outro lado, não apresentou mudança significativa após estimulação sonora, o que pode ser associado a amostra reduzida.

Zumbido, Avaliação, Inibição Residual, Escala Visual Analógica, Percepção.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1642
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1642


AVALIAÇÃO DE SATISFAÇÃO E IMPACTO PROFISSIONAL EM AÇÕES MULTIDISCIPLINARES PARA O MANEJO DO SINTOMA ZUMBIDO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
SILVA, V. D. ; CUNHA, V. L. C ; SILVA, S. A. ; ROSA, M. R. D ;

Introdução: O atendimento multidisciplinar é fundamental para o sucesso no manejo dos casos de zumbido. Este por sua vez se refere a percepção de um som sem que exista externamente uma fonte geradora. Frequentemente se associa com comorbidades auditivas, neurológicas, emocionais e outras. Nesses contextos, o aconselhamento e a orientação dos pacientes são essenciais, assim como a participação em atividades diversas que possibilitem o entendimento do sintoma, opções de tratamento e de atividades educativas que melhorem seu desempenho nas atividades de vida diária e qualidade do sono. Para tal, foi elaborado o “Dia Z” como ferramenta de apoio aos pacientes e também de aprimoramento para os estudantes, pós-graduandos e profissionais que fazem parte e colaboram com um setor de atendimento público a pacientes com zumbido. Objetivo: Avaliar a satisfação de estudantes e profissionais quanto à participação nas atividades de aconselhamento do “Dia Z” e os impactos dessa estratégia para o seu crescimento profissional. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de uma avaliação da satisfação dos estudantes e profissionais participantes de aconselhamentos em grupo para pacientes com zumbido, que foram realizados em uma Instituição de Ensino Superior - IES pública. As ações realizadas na culminância do “Dia Z” foram previamente divulgadas, por meio de redes sociais, distribuição de panfletos informativos e contato direto com o público alvo. Dentre elas, além do aconselhamento, foram realizadas a prática de atividades direcionadas ao sintoma zumbido, como a auriculoterapia e mindfulness com profissionais capacitados, assim como momentos de escuta ativa e empática por parte dos graduandos e profissionais para com o público. Após o evento, foi aplicado um questionário online, via Google Forms, para identificar o nível de satisfação e o impacto identificado pelos participantes baseado no Net Promoter Score- NPS, neste, os resultados obtidos foram classificados em zonas de satisfação, que variam em: excelência; qualidade; aperfeiçoamento ou crítica, e os entrevistados como promotores, detratores ou neutros. . Para tal, foram elaborados itens com perguntas claras, avaliadas em uma escala de 0 a 10, contendo perguntas como o quão satisfeito, o quanto tais ações modificaram o seu fazer profissional, o quanto indicaria para outros colegas e possíveis sugestões de melhorias. Resultados: Obteve-se a participação de 12 indivíduos, sendo 9 estudantes e 3 profissionais e pós-graduandos, 50% deles participaram 1 vez da ação do dia Z, 25% participou 2 vezes e 25% 3 vezes ou mais. 91,7% dos participantes avaliou com 10 pontos às atividades propostas, 66,7% pontuou com 10 a participação, e 100% pontuaram com 10 para afirmar que indicaria para outros profissionais e pacientes. Em relação a pontuação geral no NPS, 100% dos participantes são classificados como promotores. Conclusão: O estudo evidenciou que a estratégia de realização dos "Dias Z" foi robusta, proporcionando resultados positivos com qualidade atestada pelos participantes desta extensão universitária em uma IES pública. Os dados demonstram a relevância das atividades para o manejo do zumbido e destacam o impacto positivo das ações multidisciplinares no desenvolvimento profissional no contexto da extensão universitária.
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Página(s): p.1632
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1632


AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE INDIVÍDUOS USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR NO MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT HEARING IMPAIRMENT (MOCA-HI)
Goulart, M.L.M ; Alves, N.V.M ; Freiberger, F. ; Pinheiro, M.M.C. ;

Introdução: A perda auditiva é uma condição comum que pode impactar negativamente a função cognitiva dos afetados. A literatura apresenta uma associação entre perda auditiva (PA) e declínio cognitivo, destacando a necessidade de avaliar o desempenho cognitivo em pacientes com perda auditiva. O estudo teve o objetivo de avaliar o desempenho de indivíduos usuários de implante coclear (IC) e de indivíduos com perda auditiva,sem reabilitação auditiva, no Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI). Objetivo: Avaliar e comparar desempenho de indivíduos usuários de IC com indivíduos com perda auditiva sem reabilitação auditiva no Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI). Metodologia: estudo transversal e descritivo, utilizando uma amostra não probabilística por conveniência, aprovado pelo comitê de ética e pesquisa sob parecer número 7.087.647. Fizeram parte da população do estudo, 15 indivíduos adultos e idosos com perda auditiva sensorioneural de grau leve a severo sem reabilitação auditiva (SRA), ou seja, sem uso de nenhum dispositivo eletrônico auditivo e 16 adultos e idosos usuários de IC. Os grupos eram homogêneos em relação à escolaridade. Foram analisados e comparados fatores sociodemográficos e audiológicos com o rastreio cognitivo realizado por meio do MoCA-HI. Foi utilizado estatística inferencial e adotou-se um nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: O grupo IC obteve maior pontuação na maior parte das provas do MoCA-HI, com diferença estatística significante na pontuação do teste referente a habilidade evocação tardia (p-valor= 0,041) e na pontuação prevista para indivíduos com 12 ou mais anos de escolaridade (p-valor= 0,039), comparado ao grupo SRA. No grupo IC, o tempo de uso do IC teve uma correlação moderada positiva com o escore total do MoCA-HI (p-valor= 0,026 e r=0,554), não houve diferença estatisticamente significante da idade e escolaridade com as habilidades avaliadas no MoCA-HI. Os usuários de IC bilateral tiveram maior pontuação total no MoCA-HI em comparação aos usuários bimodais e unilaterais, com diferença estatisticamente significativa com p-valor=0,049. Entre os fatores demográficos, no grupo SRA, a escolaridade teve uma correlação positiva forte com as habilidades visuo-espaciais (p-valor= 0,003 e r=0,706) e o escore total (p-valor= 0,012 e r=0,631). Já a idade apresentou uma correlação moderada negativa com o desempenho visuo-espacial (p-valor= 0,050 e r=-0,514). Além disso, no Grupo SRA, os indivíduos com perda auditiva de grau leve tiveram melhor desempenho na prova de abstração (p-valor=0,049) e também apresentaram pontuação total mais alta no MoCA-HI em relação aos indivíduos com maior grau de perda auditiva (p-valor= 0,581). Conclusão: Os indivíduos com IC tiveram um desempenho superior aos indivíduos SRA na maior parte das provas do MoCA-HI, especialmente em evocação tardia e na pontuação total. Os indivíduos com maior tempo de uso do IC tiveram melhor pontuação total no MOCA-HI, significando que a reabilitação auditiva com IC pode causar maior preservação da cognição. Houve influência do grau da perda auditiva na pontuação total do MoCA-HI.

Palavras-chave: Perda Auditiva, audição, Implante Coclear e cognição.
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Página(s): p.1637
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO EFEITO INIBIDOR DA VIA EFERENTE NA DOENÇA FALCIFORME
Lima, V. R. O. ; GIL, D. ;

INTRODUÇÃO: A Doença Falciforme (DF) é uma das enfermidades genéticas e hereditárias mais comuns no mundo. A alteração molecular faz com que ocorra uma mudança na forma dos glóbulos vermelhos tornando-os semelhantes a uma foice. A deficiência auditiva nesses indivíduos pode se dar devido à sensibilidade da cóclea à vaso-oclusão que pode gerar isquemia e anoxia coclear. O efeito inibidor da via eferente (EIVE) ou supressão das emissões otoacústicas é caracterizado pela redução da amplitude da resposta na presença de ruído contralateral que ocorre devido à ação do sistema eferente olivococlear medial pela introdução de ruído, cuja presença, reduz a contração das células ciliadas externas, diminuindo a amplitude de resposta das EOA. Esse mecanismo contribui para auxiliar na diferenciação entre perdas auditivas periféricas e centrais. OBJETIVO: Analisar o efeito inibidor da via eferente na doença falciforme. MÉTODO: A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa institucional sob o parecer de número: 6.540.720. Foram selecionados pacientes de 6 a 60 anos com DF, que apresentassem curvas timpanométricas do tipo A e emissões otoacústicas transientes presentes em todas as frequências. Os pacientes selecionados foram submetidos às medidas de imitância acústica, emissões otoacústicas transientes e supressão das emissões otoacústicas. RESULTADOS: Foram avaliados 31 indivíduos, num total de 62 orelhas. Destas, foram excluídas 11 orelhas direitas e 14 esquerdas por não apresentarem os critérios necessários para avaliação do efeito inibidor da via eferente. Na orelha direita, 11 (55%) apresentaram supressão ausente, enquanto 9 (45%) presente. Na orelha esquerda, 9 (52,9%) tiveram supressão ausente e 8 (47,1%) presente. Ao comparar a presença do efeito de supressão das orelhas direita e esquerda, foi possível observar diferença significativa na distribuição entre as orelhas (p = 0,004799), demonstrando que existe uma assimetria entre as orelhas, a favor da orelha direita. CONCLUSÃO: A partir dos resultados obtidos, concluímos que indivíduos com doença falciforme apresentaram resultados alterados na pesquisa do EIVE, sugestivos de alterações cocleares. A orelha esquerda demonstrou ser mais comprometida do que a orelha direita na pesquisa do efeito inibidor da via eferente, evidenciando a importância da pesquisa da função coclear nestes indivíduos.
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Página(s): p.1400
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO DE INDIVÍDUOS INFECTADOS PELO HTLV-1 POR MEIO DA POSTUROGRAFIA E DO VEMP
Rausse, N. C. B. ; Caporali, J. F. M. ; Cruz, J. A. N. ; Almeida, M. J. A. A. ; Labanca, L. ; Silva, T. R. ; Gonçalves, D. U. ;

Intodução: A mielopatia associada ao Vírus Linfotrópico de Células T Humanas tipo 1 (HTLV-1) é uma doença neurológica progressiva que afeta a medula espinhal, podendo levar à fraqueza muscular e alterações na marcha. Com relação à avaliação do equilíbrio corporal destes pacientes, o exame otoneurológico desarmado é um método que não evidencia as manifestações iniciais da mielopatia associada ao HTLV-1 (HAM), visto que a tontura referida na fase inicial do dano medular não causa alterações no exame clínico. Desse modo, o paciente tem a queixa de tontura, mas ainda não vai apresentar as alterações clássicas da lesão medular, como rigidez e dor muscular, lentificação da marcha e quedas. A posturografia e o Potencial Evocado Miogênico Vestibular por estimulação galvânica (g-VEMP) são instrumentos que visam avaliar quantitativamente o equilíbrio corporal e a função do trato vestíbulo espinhal no controle da postura. Objetivo: Avaliar o equilíbrio postural de indivíduos infectados pelo HTLV-1 por meio da posturografia estática e do g-VEMP. Metodologia: trata-se de um estudo observacional transversal, comparativo, aninhado a uma coorte aberta, sob o número do parecer: 2.898.825. Foram incluídos 15 indivíduos negativos para HTLV-1 (G1), 38 indivíduos assintomáticos para HTLV-1 (G2) e 20 indivíduos com HAM (G3), que completaram a avaliação do equilíbrio. Os participantes foram submetidos à posturografia estática, g-VEMP, teste Timed Up and Go, escala de equilíbrio de Berg e a Escala de Eficácia de Quedas – Internacional. Resultados: Os participantes foram comparáveis em termos de idade, índice de massa corporal, sexo e manifestações clínicas como diabetes e hipertensão. Os grupos HAM e HTLV-1 assintomático apresentaram latência aumentada do g-VEMP em relação ao grupo controle (p<0,001), indicando alterações na transmissão de estímulos elétricos pelo trato vestibuloespinhal. Em relação às medidas posturográficas, os indivíduos com HAM apresentaram instabilidade em todas as condições de teste realizadas. Os grupos HTLV-1 assintomático e controle negativo demonstraram melhor estabilidade postural em comparação ao grupo HAM (p<0,001). Os resultados obtidos pelo g-VEMP e pela posturografia sugerem que os indivíduos do grupo HTLV-1 assintomático podem estar em uma fase de transição entre o grupo controle e o HAM. Conclusão: Indivíduos infectados pelo HTLV-1 assintomáticos com índice de equilíbrio prejudicado e g-VEMP alterado podem ser mais suscetíveis ao desenvolvimento de HAM. Estudos longitudinais são necessários para responder a esta questão.
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Página(s): p.1710
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO HANDICAP AUDITIVO EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA SENSORIONEURAL POR MEIO DO HHIE-S
Rolemberg, Y. T. O ; Ramos, I.C.S.P.R ;

Avaliação do Handicap Auditivo em Idosos com Perda Auditiva Sensorioneural por Meio do HHIE-S

Introdução: A perda auditiva impacta na qualidade de vida, principalmente dos idosos. Os questionários de autoavaliação são alternativas de baixo custo e fácil acesso, amplamente utilizados para triagem auditiva em indivíduos com ou sem queixas auditivas. Esses instrumentos oferecem uma abordagem rápida e eficaz para quantificar questões emocionais e sociais percebidas em função da perda auditiva. O Hearing Handicap Inventory for the Elderly Screening Version (HHIE-S) destaca-se por sua linguagem acessível, que facilita a compreensão por pacientes idosos, tornando-se uma ferramenta valiosa nesse contexto. Objetivo: Descrever o grau de handicap auditivo em pacientes com perda auditiva sensorioneural por meio do questionário HHIE-S. Metodologia: Este estudo foi aprovado sob o Número do Parecer: 6.051.318. Foram aplicados questionários HHIE-S em sujeitos idosos, de ambos os sexos, acima de 60 anos e que aceitaram participar da pesquisa. Constatado falha no HHIE-S (≥10), os pacientes foram encaminhados para avaliação audiológica formal. Para este estudo foram elencados os dados dos pacientes com perda auditiva sensorioneural. Resultados: Sete sujeitos com perda auditiva sensorioneural foram elencados. Foi observado que 57,14% (n=4) dos pacientes apresentaram escores do HHIE-S entre 24-40, indicando percepção significativa de handicap auditivo. Outros 42,85% (n=3) apresentaram escores entre 10-26, sugerindo percepção de handicap auditivo leve a moderado. Na análise por orelha, a maioria das perdas auditivas eram de grau leve 57,14% (n=8). Quanto ao índice percentual de reconhecimento de fala (IPRF) 78,57% (n=11) apresentaram alteração em alguma orelha. Quanto as medidas de imitância acústica, 100% (n=14) apresentaram ausência dos reflexos contralaterais, e 78,57% (n=11) ausência de dos reflexos ipsilaterais. Conclusão: Por meio do HHIE-S foi possível notar que independentemente do grau de perda auditiva, todos os pacientes com perda auditiva sensorioneural apresentaram algum grau de comprometimento emocional ou social. Destaca-se que pacientes com perdas auditivas leves a moderadas apresentaram maior handicap auditivo em associação ao Índice Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF). Esses achados confirmam a eficácia do HHIE-S na mensuração do handicap auditivo, evidenciando sua importância como ferramenta de triagem em contextos clínicos.

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Página(s): p.1417
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO EM PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Santos, M. H. L. ; Silva, M. H. S. ; Fernandes, L. C. B. C. ;

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por déficits significativos na comunicação e interação social, além de comportamentos restritos e repetitivos. Pesquisas apontam que respostas sensoriais atípicas em pessoas com TEA, especialmente auditivas, podem ser observadas por meio de potenciais evocados auditivos (PEA). Essas respostas mostram alterações, como aumento da latência da onda V e redução da amplitude do Mismatch Negativity (MMN), indicando disfunções no processamento auditivo. Esses achados são cruciais para a compreensão da etiologia e patogênese do TEA, melhorando diagnósticos e tratamentos relacionados à integração sensorial e comunicação. Objetivo: Analisar por meio de uma revisão integrativa de literatura os resultados obtidos a partir dos potenciais evocados auditivos de curta e longa latência em indivíduos com transtorno de espectro autista. Método: Esta revisão integrativa de literatura, realizada em janeiro de 2025, buscou responder à questão: "Quais as diferenças nos resultados dos potenciais evocados auditivos de curta e longa latência em indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA)?" Utilizando a estratégia PICO, foram analisados artigos observacionais, revisões de literatura e estudos quantitativos sobre a avaliação do PEA em indivíduos com TEA, disponíveis nas bases PubMed e LILACS via BVS. Os descritores utilizados foram "Potencial Evocado Auditivo/Auditory Evoked Potential" e "Autismo/Autism", combinados pelo operador "AND". Incluíram-se 7 estudos, sendo eles primários, texto completo em Inglês ou Português dos últimos cinco anos, excluindo-se teses, dissertações, duplicados ou incompletos. Os dados foram organizados e categorizados para uma análise detalhada dos achados. Resultados: Na busca foram obtidos 830 artigos, sendo 413 no PubMed, 410 na BVS e 7 na LILACS. Após a leitura e seleção foram eleitos 7 artigos para esse estudo. Foram identificados prolongamentos da latência e aumento de fase no PEATE em recém-nascidos posteriormente diagnosticados com TEA, especialmente no ouvido direito, similar às latências prolongadas em bebês mais velhos e crianças com TEA, possivelmente associadas a anormalidades anatômicas no tronco cerebral. A presença de biomarcadores PEATE sugere que o TEA pode estar presente antes do nascimento. Nos potenciais de longa latência, como MMN e P300, observou-se latência reduzida em respostas MMN em crianças autistas, enquanto o P300 mostrou variações na latência e amplitude, sugerindo diferenças no processamento auditivo em comparação com crianças neurotípicas. Conclusão: Conclui-se que os potenciais evocados auditivos, tanto de curta quanto de longa latência, apresentam variações significativas em indivíduos com TEA em comparação aos neurotípicos. O PEATE sugere predisposição neurológica ao TEA antes do nascimento, apesar de inconsistências metodológicas. Os ERPs, como MMN e P300, indicam diferenças sutis no processamento auditivo em crianças com TEA. O PEATE é considerado mais adequado para detecção precoce, oferecendo potencial para intervenções antecipadas e desenvolvimento de diagnósticos baseados em biomarcadores.
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Página(s): p.1671
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM CRIANÇAS COM FISSURA LÁBIO PALATINA
QUEIROZ, J.M ; COLELLA-SANTOS, M.F ;

Introdução: Por meio da audição a criança tem o primeiro contato com a linguagem. Os primeiros anos de vida são fundamentais no desenvolvimento global da criança. Nessa fase, quanto maior a quantidade de estímulos que a criança recebe, maior a riqueza das conexões neurais, contribuindo para o amadurecimento das vias auditivas e estruturas auditivas centrais. Crianças portadoras de Fissura Labiopalatina (FLP) apresentam maior frequência de Otite Média (OM) devido à ausência de barreiras físicas entre a cavidade oral e a nasofaringe, quando ainda não operadas, e também às modificações funcionais da Tuba Auditiva. A OM gera privação sensorial e distorção das mensagens recebidas, prejudicando o Processamento Auditivo Central (PAC). O PAC é o conjunto de atividades cerebrais que sensibilizadas por impulsos fisiológicos decodificam e interpretam os estímulos sonoros. O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) envolve alteração das habilidades auditivas, interferindo no desenvolvimento global da criança, tendo como principal etiologia a OM de repetição. Objetivo: Este trabalho analisou a interferência da FLP nos testes do PAC. Metodologia: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (n°6.752.209). Assim, 60 crianças de seis a dez anos, de ambos os sexos, foram divididas em 2 grupos. O Grupo Controle (GC) foi composto por 30 crianças sem histórico de OM e sem FLP e o Grupo Estudo (GE) foi formado por 30 crianças portadoras de FLP já operada aliada ao histórico de OM de repetição. Os grupos foram submetidos aos seguintes testes: avaliação audiológica básica (audiometria tonal, logoaudiometria e imitanciometria), Teste Dicótico de Dígitos (DD), Teste Pediátrico de Inteligibilidade de Fala/Sentenças Sintéticas (PSI/SSI) e Gap in Noise (GIN) e o questionário de autopercepção e questionário específico direcionado aos responsáveis. Resultado: Nos testes do PAC, o grupo estudo apresentou um pior desempenho em ambas as orelhas quando comparado ao GC. Como critério de diagnóstico do TPAC de pelo menos um teste da bateria alterado, 80% dos participantes do GE foram diagnosticados com TPAC, enquanto para o GC a porcentagem foi de 16,6%. A privação auditiva decorrente dos episódios de OM de repetição compromete a maturação das vias auditivas centrais, prejudicando as habilidades auditivas. Com relação aos resultados nos testes aplicados, no Teste DD, 50% dos valores da orelha direita (OD) estavam abaixo do critério de normalidade e 56,6% na orelha esquerda (OE) para o grupo estudo. No GC os valores foram de 6,6% e 10% para OD e OE, respectivamente. No teste PSI/SSI na relação -15 dB o GE apresentou alteração em 26,6% na OD e 36,6% na OE; no GC essa porcentagem foi de 3,3% na OD e de 6,6% na OE. No teste GIN o GE apresentou menor desempenho bilateralmente com valores de 26,6% para OD e 30% para OE. Com relação aos questionários de autopercepção e ao questionário específico direcionado aos responsáveis, o grupo GE apresentou maior risco de TPAC. Conclusão: A maioria das crianças com FLP e histórico de OM de repetição apresentou TPAC, com maior prejuízo para a habilidade de figura-fundo para sons verbais.
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Página(s): p.1547
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO SISTEMA AUDITIVO PERIFÉRICO E CENTRAL EM LACTENTES COM MÃES POSITIVAS PARA COVID-19 DURANTE O PERÍODO GESTACIONAL
Raimundo, J. Q. ; Colella-Santos, M. F. ;

Introdução: A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2, um novo membro da família de coronavírus. Embora a transmissão respiratória seja a principal via, preocupações surgiram em relação à transmissão vertical, a qual consiste na transmissão do vírus da mãe para o feto por disseminação de partículas virais no líquido amniótico. Objetivo: Analisar os efeitos da exposição vertical ao COVID-19 no sistema auditivo central e periférico de recém-nascidos (estudo I) e verificar se a COVID-19 durante a gestação é um fator de risco para alterações no sistema auditivo da prole ao longo do tempo (estudo II). Metodologia: Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sendo parte de um macroprojeto intitulado "Impactos da Covid-19 no sistema auditivo periférico e central de crianças e adolescentes," parecer nº 5.454.075. O estudo incluiu um Grupo Estudo (GE) e um Grupo Controle (GC). O GE foi composto por 23 lactentes, cujas mães foram infectadas pelo SARS-CoV-2. O GC foi composto por 15 lactentes cujas mães engravidaram após o término da pandemia, com teste negativo para COVID-19 e sem sintomas respiratórios na gestação. Os critérios de exclusão de ambos os grupos englobaram os indicadores de risco para a deficiência auditiva (IRDA) descritos pelo Joint Committee on Infant Hearing (2019) e crianças que apresentaram curva timpanométrica do tipo B. Essa pesquisa foi desenvolvida por meio de estudo de corte transversal (estudo I) e longitudinal (estudo II). No estudo I, foi realizada uma única avaliação nas crianças entre um e 12 meses de idade. Foram realizados os seguintes procedimentos: observação comportamental a estímulos sonoros, timpanometria, emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente (EOAT), emissões otoacústicas evocadas por Produto Distorção (EOAPD) e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE). No estudo II foram aplicados os mesmos procedimentos do estudo I, sendo a primeira avaliação entre 1 a 3 meses e a avaliação sequencial entre 7 a 12 meses. Todos os procedimentos foram realizados em sala acusticamente tratada, e para os eletroacústicos e eletrofisiológicos com a criança em sono natural. Resultados: No estudo I, todos os participantes exibiram valores de latências absolutas dentro dos limites de normalidade para a faixa etária para as ondas I, III e V no PEATE. Entretanto, uma diferença estatisticamente significante foi observada na latência da onda I na orelha esquerda. Além disso, foi identificada uma tendência de respostas ausentes em altas frequências nas EOAT. No estudo II, notou-se uma diminuição da amplitude nas frequências altas ao longo do tempo nas EOAT e nas EOAPD. No que diz respeito à avaliação comportamental, o GC e o GE apresentaram desempenhos semelhantes nas respostas a sons não verbais. No reconhecimento de comandos verbais de nível I e nível II notou-se um maior atraso nas respostas dos lactentes que foram expostos á COVID-19 intrauterino. Conclusão: Não foram encontradas evidências que a exposição vertical ao COVID-19 provoque perdas auditivas. Entretanto, identificou diferenças estatísticas significativas entre o grupo controle e o grupo estudo, com uma piora no funcionamento das células ciliadas do GE ao longo do tempo.
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Página(s): p.1546
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO ELETROFISIOLÓGICA EM ESCOLARES COM DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA
Ubiali, T. ; Carvalho, N. G. ; Lemos, A. C. P. ; Tambascia, B. L. ; Carvalho, B. R. ; Guadagnini, M. F. ; Amaral, M. I. R. ; Mata, C. G. ; Colella-Santos, M. F. ;

Introdução: A literatura relata que dificuldades de leitura e escrita frequentemente podem aparecer associadas ao Transtorno de Processamento Auditivo Central (TPAC). A utilização de testes eletrofisiológicos é recomendada para complementar a avaliação comportamental no diagnóstico do TPAC, pois investigam a atividade neural em resposta a um estímulo acústico, fornecendo medidas objetivas sobre a eficiência, funcionalidade e integridade das vias auditivas centrais. Objetivo: Analisar o desempenho de crianças com e sem dificuldades escolares em leitura e escrita nos testes eletrofisiológicos do processamento auditivo central (PAC). Métodos: Estudo descritivo, comparativo e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética (nº 6.216.032) e realizado em parceria com uma escola da rede pública. Foram incluídos 39 escolares com faixa etária entre 6 e 8 anos de idade, falantes nativos do português brasileiro, com desempenho cognitivo classificado na média ou acima da média da capacidade intelectual, sem alterações auditivas periféricas e que não apresentassem síndromes ou transtornos do neurodesenvolvimento. Os escolares foram divididos em dois grupos de acordo com a performance nos subtestes de leitura e escrita do Teste de Desempenho Escolar (TDE-II): 21 crianças (média de idade 7,52 +0,57 anos, 12 do sexo feminino) com desempenho médio ou superior foram incluídas no grupo controle (GI) e 18 crianças (média de idade 7,72 +0,60 anos, 11 do sexo feminino) que apresentaram desempenho médio-inferior ou inferior nos subtestes de leitura e escrita foram incluídos no grupo com dificuldade escolar (GII). Os procedimentos realizados foram: triagem cognitiva (Teste Matrizes Progressivas Coloridas de Raven), avaliação do desempenho escolar (subtestes de leitura e escrita - TDE-II), avaliação audiológica básica e testes comportamentais e eletrofisiológicos do PAC. Os testes eletrofisiológicos realizados foram: Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico - PEATE, Frequency-Following Response – FFR (/da/ de 40 ms), Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência – PEALL/P300 – evocados a partir do paradigma de oddball por estímulos de fala (frequente/raro = ba/da). Foi utilizado o equipamento IHS, fones de inserção e eletrodos nas posições Cz (ativo), Fpz (terra) e M1/M2 (referência). Resultados: No GI, a única alteração encontrada no PEATE foi a razão da amplitude (AR) V/I (cinco crianças - 23,8%), enquanto no GII dez crianças (55,5%) apresentaram alterações, sendo elas: aumento da latência das ondas III (três crianças) e V (duas crianças) e diminuição da AR-V/I (cinco crianças), porém na comparação entre os grupos não foram encontradas diferenças significativas (p>0,05). No FFR, o GI apresentou latências menores em relação ao GII para todas as ondas, mas sem significância estatística. Em relação ao PEALL, o GII mostrou prolongamento da latência de P1 e diminuição da amplitude P1-N1 na OD, mas sem significância estatística. Conclusão: Apesar de não terem sido evidenciadas diferenças estatísticas entre os grupos, foi possível observar maior número de alterações no grupo de crianças com dificuldade escolar (GII). Desse modo, a avaliação eletrofisiológica deve ser complementar à avaliação comportamental do PAC e pode contribuir para o diagnóstico diferencial do TPAC nessa população.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1611
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1611


AVALIÇÃO DO EQUILÍBRIO E COORDENAÇÃO MOTORA DE RATOS WISTAR EXPOSTOS AO GLIFOSATO
MACEDO, M. B. ; BALDISSERA, C. S. ; SAUL, D. A. ; MACHADO, M. S. ; DALLEGRAVE, E. ; MALYSZ, T. ;

Introdução: O herbicida glifosato é o agrotóxico mais utilizado mundialmente devido ao seu baixo custo, amplo espectro e eficácia. Apesar dos benefícios, a segurança no uso desse composto vendo sendo questionada. Sob essa óptica, a controvérsia dos dados disponíveis na literatura faz com que as agências regulatórias não considerem esse composto como neurotóxico, algo que motiva a realização de mais pesquisas para avaliação dos efeitos sobre o sistema nervoso e, em especial, sobre funções pouco estudadas como o equilíbrio e a coordenação motora. Objetivo: Avaliar os efeitos da exposição inalatória do formulado comercial de glifosato sobre os parâmetros de equilíbrio e coordenação motora de ratos Wistar analisados a partir do Teste da Trave Estreita. Metodologia: Foram utilizados 24 ratos machos da linhagem Wistar com idade de 70±5 dias que foram randomicamente alocados em 3 grupos diferentes: controle [n=8, expostos a água (veículo de diluição da formulação)], controle positivo para lesão vestibulococlear [n=8, tratados com 8mg/kg de cisplatina via intraperitoneal, por 3 dias, 24h antes da eutanásia], glifosato [n=8, expostos a 1/10 da Concentração Letal Inalatória (CL 50 ) do formulado comercial de glifosato (Roundup Original® Mais), (0,318 mg/L)]. A exposição inalatória foi realizada por 4h diárias, 5 vezes por semana, durante 8 semanas, com objetivo de mimetizar o uso ocupacional dessa substância. A escolha da concentração inalatória utilizada de glifosato foi fundamentada em estudos prévios a partir da CL 50 identificada para formulados comerciais. Além disso, o Nível Aceitável de Exposição Ocupacional (NAEO) determinado pela ANVISA também foi ponderado. O equilíbrio e a coordenação motora dos animais foram avaliados por meio do Teste da Trave Estreita. O aparelho consiste em uma trave de 1m elevada a 50cm (28mm espessura) com área de partida e plataforma de saída. O animal atravessa a trave utilizando sua capacidade natural de demonstrar aversão a locais abertos e expostos. No teste são mensurados o tempo total para completar a tarefa (máximo de 60s), número de quedas e número de deslizes das patas traseiras. O Teste da Trave Estreita foi realizado em 4 dias, sendo 3 dias para treino e um para o teste. Os dados foram analisados por ANOVA, seguida de teste post-hoc Tukey. CEUA: 623/2023. Resultados: Houve diferença estatisticamente significativa na variável tempo total para completar a tarefa entre o grupo cisplatina (42,84s ± 23,99s) e os demais, embora o grupo controle (16,78s ± 21,54s) e glifosato (10,97s ± 16,47s) não tenham apresentado diferença estatisticamente significativa entre si (p<0,05). Quanto a variável número de quedas, não houve diferença entre os grupos (p> 0,05). Já em relação ao número de deslize das patas traseiras houve diferença estatisticamente significativa (p<0,05) apenas para o grupo cisplatina (1,91 ± 0,70), sendo o grupo controle (0,4 ± 0,58) e glifosato semelhantes (0,56 ± 0,63). Conclusão: A exposição inalatória de 1/10 da CL 50 de glifosato, mimetizando uso ocupacional, não demonstrou alteração significativa no equilíbrio e na coordenação motora de ratos avaliados no Teste da Trave Estreita.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1725
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1725


AVIÃO E FONOAUDIOLOGIA: AVALIAÇÃO DO SISTEMA VESTIBULAR E DESORIENTAÇÃO ESPACIAL NA AVIAÇÃO
Silva, L.O. ;

A avaliação do sistema vestibular é muito importante para profissionais da aviação, pois o sistema vestibular regula a posição e movimento do corpo e a posição da cabeça, através de um sistema complexo que integra o sistema vestibular periférico, visuais e proprioceptivos. Todos estes estímulos são por sua vez integrados no complexo nuclear vestibular e regulados pelo cerebelo. Mesmo com a força gravitacional no nosso corpo. Porem, para os profissionais da aviação, principalmente no piloto e co-piloto. O avião comercial, em media ele voa em uma altitude de 10 a 12 mil metros acima do nível do mar, com isso, o efeito da gravidade são diferentes, por conta da altitude alta e o efeito da aeronavegabilidade atuando no sistema vestibular. Com isso, com a força da gravidade exercida no sistema vestibular, durante a aeronavegabilidade e altitude, durante uma curva do avião e a posição da cabeça dos pilotos, pode produzir uma sensação de perda de referencia visual do ambiente externo, assim, ficando incapaz de realizar aeronavegabilidade correta, esse fenômeno se chama desorientação espacial, ela já foi responsável por 20% dos acidentes aéreos. Assim, o artigo tem como objetivo demonstrar a importância da avaliação do sistema vestibular e sua atuação nos profissionais da aviação e na aeronavegabilidade, para minimizar a ocorrência da desorientação espacial, assim minimizando acidentes aéreos. Metodologia de pesquisa de revisão bibliográfica, usando artigos científicos da atualidade. Com isso, o resultado do trabalho mostra que o profissional da aviação, fazendo avaliação e tendo mais conhecimento do sistema vestibular e quais ângulos que sua cabeça podem se mover para não ocorrer uma desorientação espacial. Assim evitando acidentes aéreos e uma aeronavegabilidade mais segura.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1460
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1460


BENEFÍCIO DO TREINAMENTO AUDITIVO EM IDOSOS USUÁRIOS DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS AUXILIARES DE AUDIÇÃO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Santos, B. B. F. C ; Almeida, A. P. P ; Lopes, V. V. ; Oliveira, M. H. S ; Azevedo, Y. N. M. ; Araújo, M. J. C. L. V. ; Soares, E. M. ; Oliveira, A. D. M. C. ; Rocha, D. S. C. G. ; Andrade, W. T. L. ;

Introdução: O envelhecimento é um processo natural que pode impactar as funções sensoriais e cognitivas. A perda auditiva relacionada à idade (PARI), também conhecida como presbiacusia, é caracterizada por uma perda auditiva sensórioneural, bilateral, simétrica e progressiva e, geralmente, está associada a prejuízos na comunicação, qualidade de vida e saúde mental. O uso de dispositivos eletrônicos auxiliares de audição (DEAA) é uma alternativa utilizada para minimizar os impactos das alterações, entretanto, estudos indicam que o uso isolado desses dispositivos podem ser insuficientes para uma adequada reabilitação auditiva. Nesse contexto, o treino das habilidades auditivas se torna uma estratégia complementar importante para os usuários de DEAA. Objetivo: Investigar os benefícios do treinamento das habilidades auditivas em pacientes idosos usuários de DEAA. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura com o intuito de responder à seguinte questão norteadora: Quais os benefícios do treinamento auditivo em idosos usuários de DEAA? Para isso, foi realizada uma busca sistemática em bases de dados científicas relevantes, incluindo Medline, Embase, Web of Science e Lilacs, cuja estratégia de busca foi desenvolvida com base em termos-chave relacionados à questão de pesquisa. Além disso, foi aplicado um filtro que limitou a seleção aos estudos publicados entre 2019 e 2024, sendo incluídos apenas os artigos que atendiam a estes requisitos. Resultados: Foram encontrados 88 estudos, dos quais, 10 eram duplicados e foram excluídos. Seguiu-se a triagem dos 78 artigos restantes, dos quais 71 foram excluídos por não atenderem aos critérios estabelecidos. Assim, 7 artigos foram submetidos à leitura completa dos textos, no entanto, apenas 3 atenderam plenamente aos critérios e foram incluídos. Os estudos selecionados demonstraram que os programas de treinamento auditivo são eficazes para melhorar a percepção de fala, habilidades auditivas espaciais e a qualidade de vida de idosos usuários de DEAA. Os resultados evidenciaram ganhos significativos na compreensão da fala no ruído, redução de dificuldades psicossociais e melhorias no desempenho cognitivo. Os programas de reabilitação auditiva variaram em estrutura e duração, com sessões semanais de 30 a 120 minutos, realizadas ao longo de cinco semanas a 12 meses. As abordagens abrangeram treinamento auditivo com palavras, frases e ruído branco, rastreamento de fala, aconselhamento psicossocial e atividades cognitivas. No entanto, alguns estudos não detalharam especificamente como as habilidades auditivas foram trabalhadas nem os recursos ou materiais utilizados nas intervenções. Conclusão: O treinamento auditivo demonstrou benefícios significativos na percepção da fala, memória e qualidade de vida de idosos com deficiência auditiva. No entanto, há uma necessidade urgente de mais estudos que desenvolvam programas de reabilitação auditiva específicos e personalizados para essa população, a fim de maximizar os resultados e garantir uma abordagem mais eficaz e abrangente na reabilitação auditiva para idosos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1553
ISSN 1983-1793X
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CAMINHO PARA A SAÚDE AUDITIVA: JOGOS EDUCATIVOS COMO FERRAMENTA PARA PROMOÇÃO AUTOCUIDADO EM SAÚDE AUDITIVA DE IDOSOS
Silva, J. A. ; Almeida, A. L. A. ; Lima, L. G. M. B ; Nascimento, A. L. F. ; Nobre, D. C. ; Maia, K. L. S. ; Florêncio, L. F. S. ; Mendes, T. C. O. ; Campos, P. D. ;

INTRODUÇÃO: A audição é essencial para a qualidade de vida e, como esperado, ao longo
da vida ela sofre alterações. Tais alterações, quando ignoradas, podem impactar
diretamente na comunicação, socialização e bem estar, principalmente quando falamos
sobre pessoas de idade avançada. A prevenção e a promoção da saúde auditiva são
imprecindíveis para que pessoas idosas consigam viver com mais autonomia. OBJETIVO:
Relatar a criação e aplicação de jogo de tabuleiro como meio de informação para
conscientização e autocuidado em saúde auditiva em idosos. MÉTODOS: O jogo de
tabuleiro foi elaborado dentro de um projeto de extensão do Instituto Envelhecer em
parceria com o curso de Fonoaudiologia. O jogo consiste em um tabuleiro com 30 casas e
48 cartas com perguntas sobre higienização, cuidados com a audição, situações problemas
e charadas para estimulação cognitiva. Em 2024, foram realizadas duas ações para
aplicação do jogo entitulado “caminho para a saúde auditiva”, os participantes foram
divididos em trios ou quartetos para responder as perguntas presentes no jogo enquanto
eram realizadas orientações acerca da saúde auditiva de acordo com cada questão.
RESULTADOS: Cada ação foi realizada com um grupo de, aproximadamente, 20 idosos e
após a aplicação do jogo foram entregues panfletos com o contato da clínica escola de
fonoaudiologia para marcação de avaliação audiológica gratuita. Os idosos se mostraram
interessados nos assuntos abordados, principalmente sobre higiene, além de apontarem
mitos acerca da audição e suas vivências no cotidiano. Eles afirmaram não saber como
realizar a limpeza adequada da orelha, o que consideraram como causa de otites e
irritações auriculares. CONCLUSÃO: Essas constatações ressaltam a importância de
divulgar temas acerca da saúde auditiva, tanto em veículos oficiais nas mídias digitais
quanto nos postos de atenção básica, fazendo com que as ações de promoção da saúde
auditiva da pessoa idosa sejam mais acessíveis e eficazes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1470
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1470


CAMPANHA DE COMBATE E PREVENÇÃO À SURDEZ: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Chies, I.C. ; Moraes, S.R. ; Katsurada, L.H. ; Pereira, M.J.O. ; Fernandes, B.C.S ; Fonseca, J.G.O. ; Rosa, M.C. ; Néri, L.F. ; Vespero, V.A. ; Blasca, W.Q. ;

Introdução: A perda auditiva está presente em indivíduos de diferentes faixas etárias e por diversas causas como: fatores genéticos, exposição a ruídos excessivos, e pelo fator do envelhecimento, entre outros. No entanto, um grande desafio é a desinformação, que dificulta a compreensão sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Por isso, o desenvolvimento de campanhas de conscientização são essenciais para promover a saúde auditiva e reduzir o impacto da surdez na qualidade de vida. Objetivo: Descrever um relato de experiência sobre o desenvolvimento da Campanha de Prevenção e Combate à Surdez por um grupo de alunos do curso de Fonoaudiologia, de uma Instituição de Ensino Superior. Metodologia: Primordialmente, os membros do grupo, sob orientação do tutor responsável, dividiram-se para a realização de três atividades: postagens nas redes sociais, distribuição de panfletos com informações relevantes sobre a perda auditiva: suas causas, efeitos e formas de prevenção, além da gravação de um vídeo sobre o uso incorreto dos fones de ouvido e seus prejuízos para a audição. Tais ações foram realizadas na semana de comemoração do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. Paralelamente, houve a distribuição de panfletos informativos durante uma feira livre da cidade e no campus universitário, visando atingir tanto a comunidade local quanto discentes e profissionais da instituição. Essas atividades foram idealizadas de forma a promover a educação sobre a saúde auditiva e a prevenção da surdez de maneira acessível à população. Resultados: A campanha realizou a produção de sete publicações na plataforma Instagram, com informações acerca do impacto da perda auditiva e uso de fones de ouvido por tempo prolongado, atingindo um público de 2.085 contas registradas, evidenciando a eficácia do uso das mídias digitais na disseminação de informações de saúde. A participação na feira local envolveu a entrega de 150 folhetos, contendo explicações sobre a audição e seus cuidados. A campanha enriqueceu a formação dos membros do programa, que aprofundaram seus conhecimentos sobre a perda auditiva ao realizar pesquisa para elaborar os materiais. A organização do evento proporcionou o engajamento da equipe e o fortaleceu habilidades de comunicação, permitindo explicar de forma acessível a fisiologia da audição, os riscos da exposição ao ruído e consequências da deficiência auditiva, essenciais na formação de futuros profissionais. Além disso, a campanha ofereceu aos organizadores a oportunidade de estabelecer um contato mais próximo com a comunidade, permitindo-lhes compreender de forma melhor as necessidades e queixas das pessoas quanto à audição. Conclusão: A Campanha de Prevenção e Combate à Surdez desenvolvida pelo grupo revelou a importância de ações educativas para a conscientização sobre a perda auditiva, contribuindo para a redução da desinformação e dúvidas nessa área. Ao planejar e executar as ações, os alunos puderam aplicar o aprendizado em um contexto real e interagir com a população, possibilitando um valioso intercâmbio de experiências e conhecimentos entre a comunidade acadêmica e local. Dessa forma, destaca-se o papel fundamental de projetos de extensão na formação de profissionais mais conscientes e preparados e a devolução do investimento à sociedade.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1656
ISSN 1983-1793X
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CAPACITAÇÃO PARENTAL VIA INTERVENÇÃO COM FEEDBACK EM TEMPO REAL PARA FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Barreto, J. S. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: intervenções parentais em programas de reabilitação auditiva podem contribuir para o aperfeiçoamento das habilidades de estimulação dos pais e promover efeitos positivos nas interações entre famílias e crianças com deficiência auditiva. Nesse sentido, a Intervenção com Feedback em Tempo Real (IFTR) inspirada na Parent Child Interaction Therapy (PCIT) é um modelo promissor para a capacitação parental nessa população e destaca-se por treinar o cuidador durante um momento de interação com o filho, através de um sistema de comunicação. Objetivos: analisar a usabilidade de um equipamento de baixo custo para aplicação da IFTR, a efetividade desse modelo de intervenção na interação entre pais e suas crianças com deficiência auditiva e a satisfação das famílias. Metodologia: estudo de método misto com etapa metodológica e de intervenção, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 6.757.095) no qual participaram 5 famílias usuárias de um serviço público de saúde auditiva. Foram realizadas 5 sessões da IFTR com 15 minutos para o feedback em tempo real e utilizou-se dois tipos de equipamentos distribuídos por sorteio para as sessões: um Sistema de Microfone Remoto (E1) e uma solução de baixo custo com um fone de ouvido bluetooth e o aplicativo gratuito Bluetooth Loudspeaker no celular (E2) para a comunicação simultânea entre a pesquisadora, que ficava fora da sala observando a interação por um espelho unidirecional, usando um sistema de escuta e um check-list de estratégias para estimulação de linguagem, e, o familiar que ficava dentro da sala com o dispositivo posicionado no ouvido e uma caixa de materiais selecionados para a interação com a criança. Os 5 minutos finais eram destinados para uma breve reflexão com o cuidador sobre os pontos positivos da interação. A cada sessão as famílias avaliaram o equipamento utilizado por meio da System Usability Scale (SUS) e responderam a um questionário de satisfação ao final da intervenção. Foram coletados vídeos pré e pós intervenção, contendo em média 12 minutos de interação, avaliados pela pesquisadora principal e por 2 juízes cegos calibrados com o protocolo de Análise da Interação Família-Criança. Os dados foram analisados de maneira descritiva, indutiva e qualitativa. Resultados: ambos os equipamentos tiveram avaliações positivas classificando-se entre bom, excelente e melhor imaginável quanto à sua usabilidade, obtendo-se o Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC) de 0,749 (p = 0,028) para E1 e 0,817 (p = 0,009) para E2, indicando confiabilidade intra e interexaminadores. Além disso, com o Método JT constatou-se mudança confiável e significância clínica na competência comunicativa de 4 famílias que demonstravam pouca ou nenhuma competência e apenas em 1 família, que já apresentava uma boa competência, manteve o desempenho no pós-intervenção com melhorias qualitativas no comportamento do cuidador. Todas as famílias reconheceram benefícios e demonstraram-se satisfeitas com a IFTR. Conclusão: Houve mudanças positivas na interação entre as famílias e suas crianças com deficiência auditiva que participaram da intervenção e o equipamento de baixo custo apresentou usabilidade para aplicação da IFTR, sendo uma alternativa acessível para a adoção desse modelo terapêutico em serviços de reabilitação auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1445
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1445


CARACTERÍSTICAS AUDIOMÉTRICAS DA PRESBIACUSIA E PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO: REVISÃO DE ESCOPO
Lopes, G. O. ;

A perda auditiva relacionada à idade, presbiacusia, e a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) são as principais causas de deficiência auditiva adquirida, com características audiométricas que podem se sobrepor. A discriminação entre essas duas condições é essencial para um diagnóstico preciso e intervenções terapêuticas adequadas. Objetivo(s): Mapear as características audiométricas descritas na literatura que diferenciam a presbiacusia da PAIR, visando contribuir para o diagnóstico diferencial e o manejo clínico mais eficaz dessas condições. Metodologia: Seguindo as orientações do PRISMA-ScR, foram realizadas buscas nas bases de dados PubMed e BVS, abrangendo o período de 2019 a 2024. Os descritores utilizados para ambas as bases de dados foram: ("Presbycusis" OR "Noise-Induced Hearing Loss") AND ("Audiometry, Pure-Tone" OR "Hearing Tests"). Foram incluídos estudos publicados em inglês e português, que investigassem características audiométricas em adultos e explorassem diferenças entre presbiacusia e PAIR. Apenas estudos originais foram considerados. Resultados: A revisão incluiu 18 estudos publicados entre 2019 e 2024. Os estudos indicaram que a presbiacusia apresenta padrão audiométrico bilateral e simétrico, com perda progressiva predominante nas altas frequências, diretamente associada ao envelhecimento. Em contrapartida, a PAIR frequentemente se manifesta com perda auditiva nas frequências de 3 a 6 kHz, podendo ser unilateral ou assimétrica, especialmente em indivíduos expostos a ruídos intensos e prolongados. Testes audiométricos avançados, como emissões otoacústicas (EOA) e potenciais evocados auditivos de tronco encefálico (PEATE), foram úteis para avaliar os mecanismos subjacentes. Fatores ocupacionais e duração de exposição foram os principais determinantes da PAIR, enquanto condições metabólicas e cardiovasculares foram mais frequentemente associadas à presbiacusia. Conclusão: Diferenças audiométricas específicas, como padrões de frequências afetadas e simetria da perda auditiva, são fundamentais para distinguir a presbiacusia da PAIR. A realização de testes audiométricos complementares e a consideração de fatores de risco associados contribuem para um diagnóstico diferencial mais preciso. Esses achados reforçam a importância de políticas preventivas e terapêuticas voltadas para populações em processo de envelhecimento e expostas a ambientes ruidosos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1491
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1491


CARACTERÍSTICAS DO ZUMBIDO EM INDIVÍDUOS COM LIMIARES AUDITIVOS NORMAIS: REVISÃO SISTEMÁTICA
SILVEIRA-UNCHALO, A.L. ; DORNELES, M. S. ; PICININI, T. A. ; TEIXEIRA, A. R. ;

Introdução: O zumbido pode ocorrer em até 10 % dos indivíduos com limiares auditivos normais, sendo importantes os estudos para melhorar o manejo clínico nessa situação. Objetivo: Descrever as características psicoacústicas do zumbido em indivíduos com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade. Metodologia: A pesquisa seguiu as diretrizes do checklist PRISMA, com base na questão: “Quais são as características do zumbido em indivíduos com limiares auditivos normais?”. Os descritores foram definidos pelo MeSH e incluíram termos relacionados ao zumbido e limiares auditivos normais. A pesquisa foi realizada nas bases PubMed, SciELO, Embase, Web of Science, Scopus, LILACS e Google Acadêmico, acessadas via CAPES. Considerou-se estudos em português, inglês e espanhol que abordassem a relação entre zumbido e limiares auditivos normais e sem limitador de data. Foram excluídos estudos de casos, editoriais, cartas ao editor e artigos sem dados originais. Resultados: Inicialmente foram obtidos 1473 artigos, sendo 663 excluídos por serem duplocatas. Assim, 810 estudos foram analisados, sendo 797 excluídos após a leitura do título e resumo. Assim, foram incluídos na revisão nove estudos, publicados entre 2008 e 2023. Destaca-se que seis estudos foram realizados no Brasil. A análise evidenciou que as características psicoacústicas do zumbido foram: pitch agudo e loudness com média entre 5,1 a 23,5dBNS. Na maior parte dos estudos houve predomínio de zumbido bilateral e contínuo. Nos casos de zumbido unilateral não se constatou orelha predominante, podendo afetar tanto a orelha direita quanto a esquerda. Conclusão: Os resultados mostraram predominância de zumbido bilateral, contínuo, com pitch agudo e loudness elevado.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1469
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1469


CARACTERÍSTICAS DO ZUMBIDO EM TRABALHADORES EXPOSTOS AO RUÍDO OCUPACIONAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Silveira-Unchalo, A. L. ; Picinini, T. A. ; Freire, E. G. A. ; Holz, A. C. ; Teixeira, A. R. ;

Introdução: O zumbido é um sintoma auditivo caracterizado pela percepção de sons sem uma fonte externa, sendo frequentemente relacionado à exposição ao ruído ocupacional. Esse estudo teve como objetivo analisar as possíveis características do zumbido em trabalhadores expostos ao ruído ocupacional. Método: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, conduzida por duas pesquisadoras que realizaram, de forma independente, a busca e a análise dos artigos. As buscas foram realizadas nas bases de dados PubMed, Embase, Lilacs, Scopus, Web of Science, além do Google Acadêmico, utilizado como fonte de literatura cinzenta. A pergunta de pesquisa foi: "Quais são as características do zumbido em trabalhadores expostos ao ruído ocupacional?". Os descritores utilizados foram selecionados a partir do Medical Subject Headings (MeSH) e dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Foram incluídos estudos em português, inglês e espanhol, sem limitação de data, que tinham como participantes trabalhadores expostos ao ruído ocupacional com presença do zumbido e que continham informações sobre as características do zumbido apresentado pelos mesmos. Foram excluídas revisões, cartas ao editor, editoriais, e artigos de opinião, estudos com ruído não ocupacional e com modelo animais. Os estudos foram incluídos em um aplicativo específico para revisões de literatura (Rayyan), sendo analisados por duas pesquisadoras. Nos casos de divergência, uma terceira pesquisadora foi consultada.Foi utilizado o sistema Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE) para analisar a evidência dos estudos. Resultados: Foram identificados 1.002 artigos, sendo 470 excluídos por serem duplicatas. Dos 532 restantes, 519 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão, resultando em 13 estudos selecionados para leitura completa. Ao final do processo, sete estudos foram incluídos na revisão sistemática. Os estudos indicaram que o zumbido foi predominantemente bilateral, com pitch descrito como alto. O loudness foi classificado como leve, moderado e variando entre 5 e 25 dBNS. O tipo de zumbido foi descrito como "apito" e "assobio/sibilante", com tempo de percepção variando entre 3 e 7 anos. A periodicidade foi majoritariamente intermitente. Conclusão: Conclui-se que o zumbido em indivíduos expostos a ruído ocupacional é bilateral, de pitch alto, loudness de leve a moderado, tonal e intermitente. Monitorar o zumbido e suas características em trabalhadores é essencial para a saúde auditiva e mental. Adicionalmente, os resultados indicam a relevância de implementar programas de saúde ocupacional que integrem ações preventivas, como o uso correto de protetores auditivos, redução do tempo de exposição a ruídos intensos e campanhas educativas. Tais medidas podem não apenas reduzir a prevalência de zumbido, mas também melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, promovendo um ambiente mais seguro e saudável.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1534
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1534


CARACTERIZAÇÃO DA TRAJETÓRIA TERAPÊUTICA DE CRIANÇAS EM UM SERVIÇO DE REABILITAÇÃO INFANTIL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Bezerra, J. S. A. ; Gomes, L. F. ; Nascimento, M. E. ; Bezerra, A. H. C. ; Xavier, I. Y. Q. ; Silva, E. P. F. ; Silva, C. M. G. ; Silva, S. L. A. ; Santos, I. R. D. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: O prognóstico positivo da reabilitação auditiva infantil depende, entre outros fatores, da adesão terapêutica, pois maior frequência e engajamento durante o processo contribuem para resultados mais eficazes no desenvolvimento das habilidades auditivo-linguísticas. Com isso, torna-se primordial compreender os fatores presentes na trajetória de crianças com deficiência auditiva em programas de intervenção. Objetivo(s): Caracterizar a trajetória e frequência no processo de intervenção para crianças e adolescentes com deficiência auditiva em um serviço de reabilitação infantil do Sistema Único de Saúde. Metodologia: estudo retrospectivo, aprovado em Comitê de Ética institucional sob o número do parecer 7.316.303, que contou com a análise de 33 prontuários com dados completos de crianças que já receberam alta ou se desligaram do programa de reabilitação de um serviço de reabilitação do SUS, o qual oferta dois programas de intervenção: programa Aurioral e programa de LIBRAS. Os prontuários foram avaliados quanto ao programa de ingresso das crianças, entre os anos de 2003 e 2019, sua frequência às terapias fonoaudiológicas, número de terapias fonoaudiológicas oferecidas por semana e idade auditiva em anos, na saída do programa. Realizadas as análises descritivas para a caracterização e inferencial, para a verificação de correlações entre as variáveis analisadas. Resultados: em relação às características das crianças avaliadas, 93,9% delas ingressaram no serviço no programa Aurioral e 84,8% saíram no mesmo programa, enquanto 6,1% das crianças ingressaram no programa de LIBRAS e 15,2% saíram no programa de LIBRAS, indicando que três crianças migraram do programa Aurioral para o programa de LIBRAS. Em relação à frequência das crianças, 45,5% tiveram pouca frequência, avaliada pela equipe de reabilitação e 54,5% eram frequentes. A mediana da idade auditiva para as crianças que não tiveram boa frequência no programa de reabilitação foi de seis anos na alta e para as crianças com boa frequência foi de cinco anos. Quanto à matriz de correlações entre as variáveis, as correlações observadas se deram entre o tempo de reabilitação e a idade auditiva (0,891, p < 0,001) e entre o programa de reabilitação frequentado pela criança em seu ingresso e saída (0,601, p < 0,001). Conclusões: A maioria das crianças ingressou e saiu do serviço de reabilitação no programa Aurioral, com idade auditiva entre cinco e seis anos. A frequência delas variou, com metade da amostra pouco frequente ao serviço, sendo que as mais frequentes, tiveram alta do programa um ano antes que crianças pouco frequentes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1500
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1500


CARACTERIZAÇÃO DAS QUEIXAS AUDITIVAS EM INDIVÍDUOS ADULTOS COM INFECÇÕES PELOS ARBOVÍRUS ZIKA E/OU CHIKUNGUNYA E REPERCUSSÃO NO DESEMPENHO COGNITIVO RELACIONADO À CODIFICAÇÃO NEURAL DO ESTÍMULO DE FALA
Venâncio, L. G. A. ; Muniz, L. F. ; Silva, J. D. Da. ; Leal, M. De C. ; Neto, S. Da. S. ;

Introdução: A redução nas capacidades cognitivas tem sido associada a dificuldades perceptivo-auditivas, uma vez que indivíduos com boa memória de trabalho tendem a demonstrar melhor desempenho na percepção de fala em contextos comunicativos desafiadores, como no ruído. No entanto, até o momento não foram observadas alterações significativas na FFR em indivíduos infectados pelos arbovírus Zika (ZIKV) e Chikungunya (CHIKV).
Objetivo: Descrever as queixas auditivas relatadas por adultos com infecção pelos ZIKV e/ou CHIKV, e analisar a relação entre o desempenho cognitivo e as respostas do FFR, comparando essas variáveis com os dados obtidos de indivíduos sem tais infecções.
Método: Estudo transversal com 85 adultos de ambos os sexos, com audição normal, distribuídos em dois grupos: 65 indivíduos com infecção laboratorialmente confirmada por ZIKV e/ou CHIKV e 20 indivíduos sem histórico dessas infecções. A FFR foi eliciada pela sílaba /da/, sem ruído e com ruído apresentado 4 ms antes da sílaba, monoauralmente no ouvido direito, por meio de fones de inserção ER-3A pelo equipamento Intelligent Hearing System. A montagem dos eletrodos seguiu o padrão M1 e M2 [-], Fz [+], Fpz [terra]. Os picos V, A, C, D, E, F e O foram identificados, analisando-se os domínios do tempo e frequência. Para verificar a homogeneidade entre os grupos quanto às queixas auditivas foram aplicados os testes “Quiquadrado” ou “Exato de Fisher”. Para avaliar a relação das queixas nas respostas FFR em ambas as condições e intergrupos foi utilizada a análise da variância multivariada (MANOVA). A associação entre as respostas do exame FFR e o desempenho cognitivo no teste Montreal Cognitive Assessment foram obtidos os coeficientes de correlação linear de Pearson e aplicados modelos de regressão normal linear. O nível de significância estatística adotado foi de 5% (p<0,05).
Resultados: Foram observadas diferenças significantes nas queixas auditivas entre os grupos estudados, evidenciando heterogeneidade. As principais queixas auditivas incluíram: dificuldade de compreensão da fala tanto em silêncio quanto na presença de ruído, dificuldades em situações de conversa simultânea, dificuldades com diferentes tipos de ruído, otalgia, histórico de otite, histórico de secreção no ouvido, zumbido, tontura e problemas de saúde. A MANOVA indicou que as queixas auditivas se associam as respostas do FFR. No entanto, a correlação linear entre as medidas cognitivas e as respostas do FFR foi baixa, exceto para as amplitudes dos picos A e C, além da área do complexo VA em condições com ruído, onde se obteve correlação linear significativamente negativa com a pontuação na prova de nomeação. A análise de variância (ANOVA) não foi suficiente para explicar as respostas do FFR de forma conclusiva.
Conclusão: Adultos com infecção pelos arbovírus Zika e/ou Chikungunya apresentam queixas auditivas específicas, embora, a correlação entre desempenho cognitivo e respostas da FFR tenha sido baixa, a tendência negativa observada entre variáveis auditivas e o desempenho cognitivo, sugerem que as dificuldades auditivas podem afetar a performance em tarefas cognitivas particulares e vice-versa. Esses resultados indicam que a infecção por arbovírus pode impactar o processamento auditivo e cognitivo, requerendo mais pesquisas para aprofundar a compreensão desses efeitos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1426
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1426


CARACTERIZAÇÃO DO FREQUENCY-FOLLOWING RESPONSE EM CRIANÇAS FALANTES DO PORTUGUÊS BRASILEIRO COM ESTÍMULO DE FALA DE LONGA DURAÇÃO
Donadon, C ; Sanches, A. B. ; Libano, G. ; Colella-Santos, M.F. ;

O processamento auditivo central desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da linguagem, aprendizagem e cognição. Nesse contexto, o frequency-following response surge como uma técnica não invasiva e objetiva que permite analisar a codificação neural de estímulos de fala, fornecendo informações precisas sobre os processos subcorticais envolvidos. A sílaba [da] é frequentemente utilizada como estímulo nos protocolos por ser universal e presente na maioria dos inventários fonéticos. Os estímulos longos (170 ms), proporcionam uma representação neural mais rica e precisa do processamento da fala. No entanto, ainda há uma lacuna na literatura sobre a utilização do frequency-following response com estímulos de fala longos (170 ms) em crianças brasileiras. O objetivo do presente estudo foi investigar as características das repostas do frequency-folowing response com estímulo consoante-vogal [da] 170 ms, em crianças falantes nativas do português brasileiro, normo-ouvintes e com desenvolvimento típico considerando os valores de latências absolutas das ondas V, A, D, E, F e O. Trata-se de um estudo analítico observacional transversal, aprovado pelo comitê de ética sob o parecer nº 3.349.549. Participaram do estudo 37 sujeitos, com idade entre 8 e 10 anos e desenvolvimento típico. Realizou-se uma triagem auditiva escolar, composta pela timpanometria e teste de desempenho escolar. Após a triagem, os sujeitos que apresentaram função de orelha média normal e desempenho médio ou superior no teste de desempenho escolar foram submetidos a avaliação auditiva periférica, avaliação comportamental do processamento auditivo central e potencial evocado auditivo de tronco encefálico com estímulo clique. Aqueles com resultados de todas as avaliações dentro da normalidade para faixa etária foram submetidos a realização do frequency-following response com o estímulo [da] 170 ms. Foram analisados os efeitos da idade, sexo e orelha (direita e esquerda) sobre as latências das ondas do frequency-following response. As medidas de tendencia central e dispersão das latências das ondas registradas no frequency-following response diferiram dos achados de pesquisas anteriores. Ao investigar a influência do sexo, constatou-se tamanho de efeito relevante em relação a latência da onda E. Houve diferença entre as orelhas com tamanho de efeito relevante em relação a latência das ondas V, A, D, E e F. Os valores de latência modificaram-se ao longo das idades para cada orelha, com um padrão de redução de latência de 9 para 10 anos para as ondas V e E, enquanto as ondas A e F sugerem um padrão de redução da latência de 9 para 10 anos apenas para a orelha direita e a onda D, por sua vez, apresenta um padrão de redução da latência de 8 para 9 anos apenas para a orelha esquerda. Desta forma, conclui-se que o estudo estabeleceu as características das respostas do frequency-following response para crianças normo-ouvintes falantes do português brasileiro. Os dados fornecem uma base para futuras investigações clínicas e diagnósticos de alterações auditivas em crianças na faixa etária estudada.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1565
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1565


CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL CLÍNICO DE CRIANÇAS COM PERDA AUDITIVA DE UM CENTRO DE REABILITAÇÃO: UMA ABORDAGEM OBSERVACIONAL
LOPES, A. D. S. ; BARBOSA, J. T. F. da S. ; TAVEIRA, K. V. M. ; CAVALCANTI, H. G. ;

Introdução: A perda auditiva é uma condição multifatorial, com etiologia que pode ser atribuída a fatores genéticos, ambientais ou à interação entre ambos. Reconhecida como uma das deficiências mais incapacitantes, impacta profundamente a sociabilidade e o desenvolvimento educacional dos indivíduos. Apesar dos avanços registrados nos últimos anos, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos em seu sistema de regulação, o que compromete a identificação de parâmetros epidemiológicos fundamentais. Essa lacuna prejudica a capacidade de planejar, coordenar e oferecer cuidados de saúde mais consistentes e direcionados à população com deficiência auditiva. Objetivo: Analisar o perfil clínico das crianças com deficiência auditiva atendidas em um centro de reabilitação auditiva. Métodos: Este trabalho é um recorte de um estudo mais amplo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o parecer nº 6.543.801. Trata-se de uma pesquisa observacional e transversal conduzida nos Centros Especializados em Reabilitação (CER) localizados no município de Maceió, Alagoas, Nordeste do Brasil. A amostra foi composta por dados obtidos da análise de prontuários de todas as crianças com até 12 anos de idade atendidas nos CER credenciados para reabilitação auditiva no município, no período de 2012 a 2024. Resultados: A pesquisa incluiu 51 participantes que atenderam aos critérios estabelecidos, sendo 52,9% (n=27) do sexo masculino e 47,1% (n=24) do sexo feminino. A perda auditiva sensorioneural bilateral foi o tipo mais prevalente, atingindo 80,4% dos indivíduos. Os principais fatores de risco identificados foram: internação em UTI neonatal por mais de cinco dias (41,2%, n=21), uso de medicamentos ototóxicos (21,6%, n=11) e baixo peso ao nascer (menos de nascimento). 1500 g) (15,7%, n=8). Observou-se que 35,3% (n=18) dos participantes estão em reabilitação auditiva, enquanto 64,7% (n=33) abandonaram o tratamento. A idade média para o diagnóstico da perda auditiva foi de aproximadamente. Conclusão: Os resultados do estudo destacam a importância de uma atenção ampliada na promoção da saúde auditiva da população infantil desde o período pré-natal. Qualquer intercorrência no sistema auditivo pode resultar em prejuízos significativos à saúde e qualidade de vida dos indivíduos, privando-os do desenvolvimento das habilidades linguísticas necessárias para uma comunicação ampla e irrestrita, o que resulta no isolamento social.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1628
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1628


CARACTERIZAÇÃO DO TEMPO DE USO E ACESSO À INFORMAÇÃO DE FALA (SII) EM CRIANÇAS DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO AUDITIVA
Nascimento, M. E. ; Silva, S. L. A. ; Bezerra, J. S. A. ; Silva, C. M. G. ; Bezerra, A. H. C. ; Xavier, I. Y. Q ; Silva, E. P. F. ; Gomes, L. F. ; Santos, I. R. D. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: O uso efetivo de dispositivos auditivos bem adaptados é um princípio
importante para a reabilitação auditiva de qualidade. Assim, é fundamental que os
programas de reabilitação auditiva infantil observem as recomendações pediátricas
para a adaptação de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI), pois o
contato frequente e de qualidade com os sons é essencial para a evolução das
capacidades linguísticas. As medidas de Speech Index Intelligibility (SII) e do tempo de
uso (datalogging) são importantes no cuidado em reabilitação auditiva. Objetivo(s):
Caracterizar o tempo de uso e acesso à informação de fala por meio do SII em crianças
com deficiência auditiva de um serviço de reabilitação infantil do Sistema Único de
Saúde (SUS). Metodologia: Estudo retrospectivo, aprovado em Comitê de Ética
institucional sob o número do parecer 7.316.303, que contou com a análise quantitativa
e qualitativa de 23 prontuários com dados completos de crianças com deficiência
auditiva sensorioneural bilateral que já receberam alta ou se desligaram do programa
de reabilitação de um serviço de reabilitação do SUS, que ingressaram no serviço no
período entre 2003 e 2019. Foram coletados os dados mais recentes da criança sobre
o número de horas de uso dos AASIs e a porcentagem do SII. Os dados foram
tabulados em planilha do Excel® e posteriormente foram realizadas as análises
descritivas para a caracterização e inferencial, para a verificação de correlações entre
as variáveis analisadas, considerando p significativo < 0,05. Resultados: A média de
tempo de uso diário do AASI na orelha direita foi de 9,1 horas e na orelha esquerda 9,3
horas, com o mínimo de 0 e máximo de 17 horas de uso diário no registro do
datalogging. Em relação ao SII, observou-se uma média de 49% na orelha direita e
53% na orelha esquerda. Considerando a distribuição normal dos dados (Shapiro-Wilk
p > 0,05), foi feita a análise de correlação de Pearson entre os valores de tempo de uso
diário e acesso aos sons de fala. Não foi observada correlação significativa entre SII
Orelha Direita (OD) e o Datalloging da OD (0,062, p=0,389), bem como entre SII da
Orelha Esquerda (OE) e o Datalloging da OE (0,070, p=0,375). Conclusões: o tempo
médio de uso dos AASIs para a amostra estudada ainda está aquém do recomendado
na literatura. O acesso à fala para estas crianças esteve entre 49% e 53% e não foi
observada correlação entre os valores de SII e a medida de datalloging. Outros fatores
devem ser considerados em futuros estudos sobre o uso efetivo de AASIs em crianças.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1503
ISSN 1983-1793X
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CARACTERIZAÇÃO DO USO DE SISTEMAS DE MICROFONE REMOTO EM CRIANÇAS DE UM SERVIÇO DE REABILITAÇÃO AUDITIVA NO SUS
Silva, S. L. A. ; Bezerra, J. S. A. ; Gomes, L. F. ; Santos, I. R. D. ; Bezerra, A. H. C. ; Xavier, I. Y. Q. ; Silva, E. P. F. ; Silva, C. M. G. ; Nascimento, M. E. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: O Sistema de Microfone Remoto (SMR) é uma tecnologia de audição assistiva de
efetividade comprovada para melhorar a acessibilidade auditiva na população com deficiência
auditiva. Fatores como idade, grau da perda auditiva e contexto escolar podem influenciar a
adesão ao uso desses dispositivos. Embora as políticas públicas no Brasil tenham buscado
ampliar o acesso aos SMR, reconhecendo sua importância no apoio ao desenvolvimento
integral das crianças e adolescentes com deficiência auditiva, investigações sobre o uso desta
tecnologia no Brasil são necessárias. Objetivo(s): Caracterizar o uso de Sistemas de
Microfone Remoto em crianças de um Serviço de Reabilitação Auditiva no Sistema Único de
Saúde (SUS), considerando o tempo de privação sensorial e o grau da deficiência auditiva.
Metodologia: Estudo retrospectivo, aprovado em Comitê de Ética institucional sob o número
do parecer 7.316.303, que contou com a análise de 32 prontuários com dados completos de
crianças que já receberam alta ou se desligaram do programa de reabilitação de um serviço de
reabilitação do SUS e que ingressaram no serviço entre 2003 e 2019. Foram analisados dados
referentes à última avaliação da criança, considerando a última audiometria e situação em
relação ao Sistema de Microfone Remoto: se era adaptado e fazia uso do mesmo ou se não
era adaptado. Os dados foram tabulados em planilha Excel® e analisados de forma descritiva e
inferencial, considerando p significativo < 0,05. Resultados: Das 32 crianças, 21 (65%) tinham
o SMR e 11 (35%) não possuíam o sistema. Todas as crianças que tinham o SMR, referiram
utilizá-lo. Na análise referente ao Tempo de Privação Sensorial (TPS), crianças que não tinham
o SMR apresentaram TPS médio de 34,3 meses e as crianças que tinham e usavam o sistema,
média de TPS de 70 meses. Quanto ao grau da deficiência auditiva e a relação com o uso do
SMR, observou-se na análise de orelhas separadas, a associação do uso com a presença de
deficiências auditivas moderadas e severas (Teste Exato de Fisher, p < 0,01). Conclusões:
Crianças com menor TPS não tinham o SMR na amostra analisada, o que pode ser devido à
idade escolar, tendo em vista que os SMR são indicados especialmente nesta etapa, embora
crianças menores, na pré-escola, já possam utilizá-lo e recebê-lo pelo SUS. Mesmo
considerando a indicação do SMR para todos os graus de perdas auditivas, observou-se
associação de sua adaptação com perdas moderadas e severas. É importante que estudos
multicêntricos sejam realizados para um diagnóstico situacional do uso e acompanhamento de
crianças com deficiência auditiva com Sistemas de Microfone Remoto em nosso país.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1504
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1504


CARACTERIZAÇÃO DOS EFEITOS DA FOTOBIOMODULAÇÃO NAS MEDIDAS PSICOACÚSTICAS DO ZUMBIDO EM INDIVÍDUOS NORMO-OUVINTES: UM ESTUDO PRELIMINAR
Cunha, I. F. D. ; Araújo, F. C. M. ;

Introdução: O zumbido é um sintoma caracterizado pela percepção de som na ausência de estímulo externo, afetando cerca de 14% da população mundial. Frequentemente associado à perda auditiva, também é relatado em indivíduos com audição normal, apresentando mecanismos etiológicos multifatoriais que incluem alterações neurofisiológicas e psicológicas. Dentre as intervenções terapêuticas inovadoras, a fotobiomodulação destaca-se como uma técnica que utiliza luz laser de baixa intensidade para promover regeneração celular e modulação fisiológica, mostrando potencial promissor no manejo do zumbido. Objetivo: Caracterizar os efeitos da fotobiomodulação nas medidas psicoacústicas do zumbido em indivíduos com audição normal. Metodologia: Estudo quase-experimental, transversal, com abordagem descritiva quantitativa e qualitativa, de natureza aplicada e analítica, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (parecer nº 6.803.099). Foram recrutados 19 sujeitos com idades entre 19 a 69 anos, dos quais 10 participaram da pesquisa após aplicação dos critérios de exclusão. Os participantes passaram por uma avaliação audiológica completa, incluindo: anamnese, meatoscopia, audiometria tonal convencional e de altas frequências (AAF) de 0,25 Hz a 16 kHz, logoaudiometria, medidas de imitância acústica, PEATE-clique, acufenometria (considerando as medidas psicoacústicas do pitch, limiar auditivo na frequência do zumbido, intensidade do zumbido em dB NA, loudness em dB NS e nível mínimo de mascaramento - NMM) e aplicação do questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI). O protocolo de aplicação da fotobiomodulação foi desenvolvido para este estudo, utilizando comprimentos de onda vermelho (660 nm) e infravermelho (808 nm), aplicados em pontos anatômicos específicos: mastóide, meato acústico externo e artéria radial. O processo terapêutico consistiu em 8 sessões, realizadas duas vezes por semana. Após a última sessão, os participantes foram reavaliados com acufenometria, timpanometria e reaplicação do THI. Realizaram-se análises descritivas para caracterizar detalhadamente os resultados obtidos, com foco na individualidade dos sujeitos e nas mudanças observadas antes e após a intervenção. O teste de Wilcoxon foi usado para análise estatística de comparação do processo terapêutico, adotando-se p<0,05 como nível de significância. Resultados: A amostra final foi composta por indivíduos com média etária de 23,9 anos, 40% do sexo feminino, 90% com zumbido bilateral e 100% com zumbido do tipo agudo. Os participantes possuíam audição normal, com variações nos limiares auditivos em altas frequências. Após intervenção, 30% dos participantes apresentaram modulação do pitch para frequências mais baixas e 40% para as mais altas; 80% dos participantes tiveram uma diminuição dos limiares auditivos na frequência do zumbido; 50% diminuíram o nível de intensidade do zumbido, enquanto 40% apresentaram aumento. A loudness aumentou em 60% dos casos, e 60% apresentaram redução no NMM. A comparação pré e pós intervenção dessas variáveis não apresentou significância estatística. No THI, 70% classificaram o zumbido como desprezível após a terapia, indicando melhora, com relação estatisticamente significativa entre as mudanças no THI e na acufenometria. Conclusão: A terapia com fotobiomodulação reduziu de forma significativa o impacto do zumbido na qualidade de vida dos participantes e ocasionou mudanças nas medidas psicoacústicas do zumbido. Sugere-se a realização de estudos longitudinais e com amostras maiores para explorar os parâmetros metodológicos desta pesquisa.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1639
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1639


COBERTURA ESTIMADA DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL NO BRASIL PARA USUÁRIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Vieira, VF. ;

Introdução: A obrigatoriedade da realização universal da Triagem Auditiva Neonatal (TAN) foi estabelecida no Brasil no ano de 2010. Em 2012, o Ministério da Saúde, visando padronizar os fluxos, a implementação e a organização do procedimento nos serviços de saúde publicaram as diretrizes de atenção à TAN. Apesar de mais de uma década da determinação legal de realização da TAN em todos os bebês nascidos-vivos, observa-se a presença de importantes desafios na efetivação dessa política e, sobretudo, na garantia da democracia sanitária. Sabe-se que a TAN é um instrumento essencial para a detecção precoce da perda auditiva, além de poder orientar o processo de reabilitação audiológica ainda nos primeiros anos de vida, sendo fundamental para mitigar os impactos no desenvolvimento da criança e garantir autonomia e participação social. Objetivo: Realizar a análise da cobertura da Triagem Auditiva Neonatal no Brasil no ano de 2023 a partir das dimensões estaduais. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, realizado com dados secundários disponibilizados nos sistemas de informação do Brasil, o SIA/SUS e SIH/SUS, o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e o Sistema de Informações de Beneficiários da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O cálculo da cobertura da TAN se deu com o total de registro de procedimentos da TAN aprovados por estado no ano de 2023 dividido pelo número de nascidos vivos menos o percentual de cobertura de plano de saúde multiplicado por 100. Resultados: Em comparação aos estudos realizados em anos anteriores, observa-se que a cobertura da TAN apresentou um aumento nacional para 43%, em comparação aos anos de 2020, 2021 e 2022, nota-se o aumento progressivo, mas ainda sem alcance da meta do Plano Nacional de Saúde de 70%. No recorte por UF, foi constatado que os estados com os menores índices de cobertura da TAN são o Amapá (01%), Amazonas (12%), Roraima (12%), Pernambuco (13%) e Pará (16%). Em contrapartida, os estados com melhores índices foram Distrito Federal (112%), Santa Catarina (80%), Mato Grosso do Sul (70%), Rio Grande do Sul (68%) e São Paulo (65%). Nos últimos 10 anos, os estados apresentaram um aumento significativo do percentual de cobertura, em 2014, 18 estados tinham o percentual de cobertura inferiores a 25%, em 2023, esse número reduziu para 08 estados e estão concentrados na Região Norte e Nordeste do Brasil. O aumento da cobertura da TAN no Brasil tem acontecido de forma gradual, esse evento pode estar associado ao processo de organização dos serviços, dos fluxos dentro do território e do próprio processo de financiamento dos equipamentos relacionados a realização do teste. Conclusões: Nota-se que a cobertura da Triagem Auditiva Neonatal no Brasil ainda apresenta importantes lacunas para a efetivação da universalidade no acesso. Para superar tal lacuna, é necessário considerar aspectos como a distribuição de serviços especializados no território, a democracia sanitária, a complexidade logística e geográfica e o financiamento. Populações com direitos vulnerabilizados precisam ter seus aspectos culturais e sociais considerados no diálogo sobre estratégias de enfrentamento a baixa cobertura.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1582
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1582


CODIFICAÇÃO NEURAL AUDITIVA E O DESEMPENHO NA PERCEPÇÃO DE FALA NO RUÍDO
Lucera, M.H ; Lunardelo, P.P ; Simões, H.O ; Zanchetta, S. ;

O Frequency Following Response (FFR) é um potencial evocado auditivo de tronco encefálico que representa a atividade neural durante um estímulo de fala de forma sincronizada. Estudos anteriores apontaram o papel da sincronia neural subcortical no reconhecimento de fala no ruído e na geração da resposta seguida de frequência. O FFR pode refletir a experiência auditiva, entretanto poucos estudos dedicaram-se na busca por correlações entre habilidades auditivas comportamentais e as medidas deste potencial, mesmo que estudos internacionais tenham evidenciado uma correlação entre o FFR e a percepção de fala no ruído, a generalização destes resultados deve ser feita com cautela para falantes nativos de
línguas diferentes, como o português-brasileiro. Isto porque as respostas obtidas no FFR são influenciadas pela experiência linguística, o que inclui a língua materna. Desta forma, o conhecimento sobre como as respostas do FFR se correlacionam com a capacidade de percepção de fala no ruído em falantes nativos do português-brasileiro é o primeiro passo para a compreensão desta relação em populações expostas a diferentes experiências linguísticas. OBJETIVO: Caracterizar o registro do Frequency Following Response (FFR) e a percepção de fala no ruído em adultos
normo-ouvintes, correlacionando-os. METODOLOGIA: Comitê de Ética: nº6.946.581. Participaram 28 indivíduos, entre 18 e 29 anos, sem perda auditiva. Foram realizadas avaliações de elegibilidade: determinação da sensibilidade auditiva e a triagem do estado mental. Os sujeitos com resultados adequados nestas avaliações realizaram as avaliações de pesquisa, a saber: Teste Listas de Sentenças em Português em campo livre, objetivando a obtenção da relação sinal-ruído e o potencial evocado auditivo FFR, com estímulo /DA/. RESULTADOS: Os resultados mostraram que a relação sinal-ruído média foi de -0,73 dB, com valores variando de -4,6 dB a 1,6 dB. No FFR, todas as componentes foram identificadas em 100% dos participantes, exceto a componente C, presente em 96,43%. Foi observada uma correlação significativa e positiva entre a relação sinal-ruído e as latências das componentes A (p = 0,021; r = 0,431) e C (p = 0,014; r = 0,458), e uma correlação significativa e negativa entre a relação sinal-ruído e as amplitudes das componentes A (p = 0,026; r = -0,419) e D (p = 0,042; r = -0,394). CONCLUSÃO: Os resultados do LSP e do FFR determinaram características da presente população, sendo os valores das componentes do teste eletrofisiológico semelhantes aos relatos de estudos com população brasileira. O melhor desempenho na percepção de fala no ruído foi correlacionado a um menor tempo para codificação neural do “voice onset time” e maior recrutamento neural para codificação da estrutura sonora da vogal.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1420
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1420


COMPARAÇÃO ENTRE TOM TURO E RUÍDO DE BANDA ESTREITA NA DETERMINAÇÃO DE LIMIARES AUDITIVOS EM ADULTOS COM ZUMBIDO
Holanda, J.C.G ; Araújo, Deuzimar P. ; Albuquerque, A.G.D.R ; Araújo, E.S ;

Introdução: O zumbido é a percepção de som na ausência de uma fonte sonora externa, afetando 15% a 20% da população brasileira. Trata-se de um sintoma multifatorial que exige avaliação detalhada, incluindo o diagnóstico audiológico, pois a perda auditiva pode estar associada ao zumbido ou este sintoma pode indicar problemas auditivos futuros. Na audiometria tonal liminar (ATL), padrão ouro na avaliação audiológica, é imprescindível a correta determinação dos limiares auditivos para o diagnóstico e a intervenção apropriados. Em indivíduos com zumbido, a escolha adequada do estímulo é fundamental para evitar confusões entre o sintoma e o estímulo na ATL. Ao considerar a aplicabilidade do ruído de banda estreita em populações difíceis de testar, este estudo parte da hipótese de que o ruído de banda estreita permite determinar os limiares auditivos com maior precisão do que o tom puro em indivíduos com zumbido. Objetivo: Comparar o tom puro e o ruído de banda estreita na determinação de limiares auditivos em adultos com zumbido. Métodos: Pesquisa prospectiva, descritiva e transversal, aprovada pelo Comitê de Ética sob parecer 7.060.084. Participaram 35 indivíduos, de ambos os sexos, entre 19 e 82 anos (média 47,5±18,4 anos), divididos em grupo estudo (GE) e grupo controle (GC). O GE foi composto por 25 adultos com zumbido (50 orelhas), sendo 15 com perda auditiva sensorioneural e 10 sem perda auditiva. Por outro lado, constituíram o GC 10 adultos sem zumbido (20 orelhas), sendo cinco com perda auditiva sensorioneural e cinco com limiares auditivos dentro da normalidade. Como critérios de inclusão adotou-se idade mínima de 18 anos e ausência de exposição a sons intensos nas últimas 48 horas. Foram excluídos participantes com cerúmen excessivo, alterações de orelha média e com perda auditiva condutiva ou mista. Realizou-se audiometria tonal liminar com tom puro e ruído de banda estreita, além da aplicação do Tinnitus Handicap Inventory (THI) e da escala visual analógica (EVA) para zumbido. A ordem dos testes foi randomizada e os dados foram analisados com o programa Jamovi, adotando-se p<0,05. Resultados: Os participantes com zumbido (GE) apresentaram menores limiares auditivos com o ruído de banda estreita em comparação com o tom puro (p<0,05), independentemente da presença ou ausência de perda auditiva e do grau e configuração audiométrica. O mesmo resultado foi observado para os indivíduos com perda auditiva do GC (p<0,05), exceto para a frequência de 250Hz (p=0,240). Para os participantes sem zumbido e sem perda auditiva, verificou-se equivalência entre os estímulos (p>0,05). A idade não influenciou os escores do THI (p=0,993) e EVA (p=0,903), mas houve correlação forte entre estas duas medidas de autopercepção do zumbido (p<0,001; r=0,796). Para o GE verificou-se que a diferença dos limiares auditivos com os dois estímulos não se correlacionou com os escores do THI e EVA nas frequências avaliadas (p>0,05). Conclusão: Os limiares auditivos obtidos com o ruído de banda estreita foram inferiores aos registrados com tom puro em indivíduos com zumbido e/ou perda auditiva sensorioneural. Já em participantes sem perda auditiva e sem zumbido, não foi observada diferença entre os estímulos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1688
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1688


COMPORTAMENTO DO ADULTO BRASILEIRO COM AUDIÇÃO NORMAL NO TRIPLE DIGIT TEST EM PORTUGUÊS
Da Silva, J. D. ; Gouveia, M. C. L. ; Buckey, J. C. ; Venâncio, L. G. A. ; Dias, G. T. B. ; Fernandes, R. C. B. ; Da Silva, J. Q. ; Muniz, L. F. ; Fellows, A. ; Niemczak, C. ;

INTRODUÇÃO: O Triple Digit Test (TDT) é um teste auditivo de compreensão de fala que envolve a identificação de combinações de dígitos apresentados em competição com ruído de fundo para calcular o limiar reconhecimento de fala (SRT) em situações ruidosas. O TDT é amplamente utilizado para avaliar as habilidades auditivas de reconhecimento de fala em ruído, essencial para a comunicação eficaz em ambientes ruidosos. Os dígitos são palavras altamente familiares, o que minimiza a influência das habilidades linguísticas e cognitivas no resultado do teste. OBJETIVO: Analisar o comportamento do adulto brasileiro com audição normal ao TDT em português. METODOLOGIA: O estudo foi aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos sob número de parecer 5.219.976. Trata-se de um estudo observacional de corte transversal, realizado em um hospital público. A população da pesquisa foi composta por 192 adultos, de ambos os sexos, com limiares auditivos dentro do padrão de normalidade e sem alterações em orelha média. O TDT foi realizado em ambiente silencioso, por meio do software CREARE, com uso de fones de ouvidos TDH-39, os participantes permaneceram na cabine audiométrica durante a realização dos testes. O TDT foi realizado com intensidade do sinal de 75 dB NPS, ruído competitivo variável em intensidade, a depender de erros e acertos, e em fase positiva e negativa. Foram ofertadas 50 sequências de dígitos em cada tipo de apresentação, bilateral simultânea e isolada por orelha. O SRT foi obtido com base na média das relações sinal-ruído dos últimos 20 estímulos de fase positiva apresentados. A análise dos dados foi realizada utilizando os softwares SPSS 26.0 e Excel 365, foi utilizado o Teste de Normalidade de Shapiro-Wilk para variáveis quantitativas, Mann-Whitney para comparação entre dois grupos e o Coeficiente de Correlação de Spearman´s, todos os testes foram aplicados com nível de significância de 5% (p-valor≤0,05). RESULTADOS: Os achados audiométricos revelaram que os limiares de tons puros foram consistentes entre os ouvidos direito e esquerdo com média de 7,1 dB NA, assim como os limiares do SRT realizado na audiometria vocal que apresentou média de 7,8 dB NA. As taxas de acerto no teste TDT para todas as formas de estimulação variaram entre 55,6% a 91,7%, indicando um desempenho geral satisfatório dos indivíduos na tarefa de reconhecimento de fala em ambiente ruidoso. Quanto às formas de avaliação, o desempenho foi estatisticamente superior na apresentação bilateral (p<0,001), que apresentou melhores taxas de acertos (72,2%) e valores médios em comparação com a análises unilaterais da orelha direita (69,4%) e esquerda (69,4%). No que diz respeito aos achados do SRT foram identificadas respostas estatisticamente melhores na estimulação bilateral (33,0 dB) quando comparadas aos valores obtidos em orelha direita (30,6) e esquerda (30,9). CONCLUSÃO: Adultos brasileiros normo-ouvintes apresentaram bons percentuais de acertos no TDT, evidenciando habilidade de reconhecimento de fala em ambientes ruidosos satisfatória, evidenciando a eficácia do TDT como ferramenta de avaliação auditiva, especialmente na análise bilateral.
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Página(s): p.1698
ISSN 1983-1793X
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CONCESSÃO DE APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: PERSPECTIVAS E OPORTUNIDADES DE ATUALIZAÇÃO
Ferreira, K. M. ; Samelli, A. G. ; Raimundo, J. M. ;

A perda auditiva pode impactar negativamente nas competências linguísticas, cognitivas e sociais do indivíduo. A adaptação de dispositivos auxiliares de escuta tem por objetivo mitigar os efeitos da perda auditiva, sendo o Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) uma das alternativas para esse processo de reabilitação auditiva, que é realizado no Sistema Único de Saúde (SUS). A concessão de AASI pelo SUS foi instituída pela Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva. Nesse instrutivo, foram estabelecidos critérios e diretrizes para a avaliação do candidato ao uso do dispositivo, bem como características eletroacústicas mínimas das próteses auditivas, segundo cada nível de tecnologia apresentado, “A” nível de menor tecnologia, “B” tecnologia intermediária ou “C” nível de maior tecnologia, que devem ser concedidas seguindo um quantitativo de 50%, 35% e 15% nos serviços de saúde auditiva credenciados. O objetivo do estudo foi caracterizar a concessão dos dispositivos de amplificação sonora individuais em um serviço de saúde auditiva de alta complexidade e comparar ao cenário nacional e ao instrutivo federal que regulamenta tal dispensação. Para isso foi elaborado um banco de dados de AASI concedidos em um serviço de saúde auditiva, durante os anos de 2020 a 2023. Além disso, foi realizada análise das concessões de AASI nacionalmente, pelo DataSUS, no mesmo período. Os dados foram tabulados e percentuais totais e relativos foram calculados. Houve maior porcentagem de indicação de AASI, na análise nacional e ambulatorial para: AASI retroauriculares (95,25% e 99,61% dos dispositivos concedidos, respectivamente); de categoria tecnológica C, a nível nacional, e B, no serviço de saúde auditiva avaliado (34,66% e 54,59%, respectivamente). Quanto ao número de canais para as categorias das próteses concedidas pelo ambulatório, foi observada diferença inferior a um canal entre as tecnologias A, B e C (cujos critérios mínimos são: 2, 4 e 6 canais respectivamente). A partir do presente estudo foi possível caracterizar a concessão de AASI de acordo com as variáveis categoria tecnológica, ano de concessão e tipo de dispositivo, a nível nacional e no serviço de saúde auditiva, que apresentaram maior indicação de AASI retroauriculares de categorias C e B, respectivamente, ano após ano. Portanto, é evidente que a política que regulamenta essa concessão se refere a um contexto desatualizado, haja vista a sucessão de avanços tecnológicos que ocorreram na área, tornando necessário que as regulamentações evoluam em sintonia com esses desenvolvimentos.
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Página(s): p.1415
ISSN 1983-1793X
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CONFORTO E SATISFAÇÃO DO USUÁRIO DE MOLDES AURICULARES: PRODUÇÃO CONVENCIONAL E IMPRESSÃO 3D
Rios, J. C. ; Rodrigues, B. F. S. S. ; Mota, A. M. ; Carvalho, L. P. ; Reis, A. -V. S. ; Silva, I. M. C. ; Pereira, V. R. C. ;

Introdução: Os avanços tecnológicos têm transformado significativamente o desenvolvimento de tecnologias assistivas em audiologia. Este estudo comparou a satisfação e conforto de moldes auriculares, confeccionados a partir do método convencional e por impressão 3D. No método manual o molde é confeccionado por protético, enquanto na impressão 3D o processo de confecção é realizado por modelagem em software seguida da impressão, tornando o processo mais rápido. O foco deste estudo está nos moldes finais produzidos por cada método, analisando o conforto, satisfação e a funcionalidade sob a perspectiva dos usuários. Objetivos: Este estudo tem como objetivo comparar moldes auriculares produzidos manualmente por protéticos e por impressora 3D, analisando o conforto, a precisão do encaixe à orelha e a satisfação dos usuários. Buscou-se identificar qual método oferece maior eficácia em termos de usabilidade e qualidade sonora, contribuindo para o desenvolvimento de tecnologias assistivas mais eficientes e inovadoras no campo da audiologia. Metodologia: O estudo foi conduzido com pacientes de um centro de saúde auditiva, comparando moldes auriculares produzidos a partir do pré-molde tradicional e por impressão 3D, visando identificar a abordagem mais eficaz em relação ao conforto e satisfação do molde. Os critérios de inclusão foram: idade acima de 18 anos, de ambos os sexos, perda auditiva superior a 50 dBNA (unilateral ou bilateral), audiometria recente, e uso de moldes concha, invisível simples ou invisível duplo, em silicone ou acrílico. Os critérios de exclusão foram: presença de patologias e/ou cirurgias otológicas. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 7.089.831). Envolveu a produção de moldes por ambos os métodos e a aplicação de um questionário composto por 12 perguntas, de forma cega, sem identificação de qual molde estava sendo avaliado pelo usuário. Os participantes avaliaram aspectos como conforto, precisão e qualidade geral em uma escala de 1 a 10, sendo 1 a melhor pontuação e 10 a pior. A análise comparativa baseou-se nas respostas dos usuários. Resultados: Para a análise dos resultados, foi realizado um cálculo de média para comparação. Os moldes produzidos pelo método tradicional apresentaram resultados superiores em conforto durante o uso, precisão/ encaixe e estética. No entanto, os moldes produzidos pela impressão 3D destacaram-se em conforto na inserção e remoção na orelha, experiência durante fala ou mastigação, qualidade sonora e capacidade de bloquear sons externos. Considerando a média geral de todas as questões, para os moldes tradicionais foi atribuída média de 29,14 pontos e para os moldes por impressão 3D de 24,79 pontos, indicando uma leve vantagem do método digital em critérios relacionados à usabilidade. Conclusão: A análise dos moldes fabricados a partir da impressão 3D evidenciou superioridade em critérios relacionados a conforto, facilidade de manuseio e qualidade sonora. Os resultados indicam que ambos os moldes podem oferecer benefícios para os usuários, entretanto a impressão 3D se apresenta como uma alternativa eficiente e inovadora na audiologia e na reabilitação auditiva.
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Página(s): p.1575
ISSN 1983-1793X
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CONTRIBUIÇÃO DA ANÁLISE DO VOLUME EQUIVALENTE DE ORELHA EXTERNA SOBRE A AVALIAÇÃO ELETROACÚSTICA DA AUDIÇÃO DURANTE A INFÂNCIA
Bruner, A.P. ; Akhtar, U.S. ; Dhar, S. ; Carvallo, R.M.M. ; Durante, A.S. ;

INTRODUÇÃO: Diversas mudanças na orelha externa ocorrem ao longo da infância, especialmente até cerca de três anos de idade e podem modificar as propriedades acústicas da via condutora. O volume equivalente da orelha externa(ECV), uma medida obtida durante a timpanometria, é decisivo na determinação correta da admitância acústica.
OBJETIVO: Analisar a influência do ECV sobre as medidas de imitância acústica de banda larga e emissões otoacústicas por estímulo transiente (EOAT), do nascimento aos onze anos de idade.
METODOLOGIA: Como uma das etapas de umapesquisa com aprovação pelo comitê de ética em pesquisa institucional (nº 5.571.490, CAAE 80030717.4.0000.5479), foram analisados os dados de ECV, absorvância, frequência de ressonância (FR) e EOAT de 220 orelhas de 117 participantes, divididos em cinco grupos etários: recém-nascidos (RN) – 62, lactentes de seis a oito meses (6-8m) – 27, três a cinco anos (3-5a) – 20, seis a oito anos (6-8a) – 54 e nove a onze anos – 57 orelhas. RESULTADOS: Não foram encontradas diferenças significativas entre orelha direita e esquerda, nem em relação ao sexo. Em geral, foram obtidos resultados compatíveis com os padrões de normalidade: média de 0,55 mmho (+ 0,12 mmho) no grupo RN; 0,65 mmho (+ 0,15 mmho) no grupo 6-8m; 0,9 mmho (+ 0,20 mmho) no grupo 3-5a; e 1,0 mmho nos grupos 6-8a e 9-11a (+ 0,22 e 0,25 mmho, respectivamente). Houve aumento significativo em função da idade (p = 0,000), sendo as principais diferenças observadas nas comparações múltiplasdesta medida em recém-nascidos e lactentes 6-8m com as demais faixas etárias (p < 0,03). A diferença pouco expressiva a partir de três anos mostrou que as mudanças devem ser mais graduais a partir desta idade e valores semelhantes a adultosdevem ser encontrados após a puberdade. Na amostra total, houve correlação negativa significante entre o ECV e os índices de absorvância até 300 Hz e entre 2k e 4k Hz (maiores níveis de absorvância para essas frequências foram obtidos em orelhas com menores volumes) e correlação positiva entre o ECV e a FR (com o aumento do ECV, a FR foi mais alta) – p < 0,01 em ambas as análises. Houve influência do ECV sobre os resultados das EOAT, com medidas de menor amplitude nas faixas de frequências de 2k a 4k Hz e menores níveis de sinal/ruído em todas as frequências nas orelhas com maior ECV (p < 0,03 em todas as correlações negativas). CONCLUSÃO: O ECV é fundamental aos métodos de calibração e ao monitoramento da vedação do meato acústico externo, onde o microfone-sonda é inserido, mas também sofre mudanças ao longo do desenvolvimento. Por influenciar as demais medidas, deve ser considerado na interpretação dos resultados de testes eletroacústicos.
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Página(s): p.1493
ISSN 1983-1793X
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CONTRIBUIÇÃO DAS PROVAS DE UNTERBERGER-FUKUDA E CALÓRICA NO DIAGNÓSTICO DE IDOSOS COM QUEIXA DE TONTURA.
Siqueira, A. R. ; Menezes, N. B. ; Oliveira, N. S. ; Santos Filha, V. A. V. ;

Introdução: A tontura é um sintoma frequente entre idosos, amplamente associada a distúrbios do sistema vestibular, que, juntamente com o sistema visual e proprioceptivo, é responsável pela manutenção do equilíbrio. Tais distúrbios impactam na qualidade de vida dos idosos e aumentam o risco de quedas, um dos principais fatores de morbidade e mortalidade nessa faixa etária. O diagnóstico preciso dessas condições é fundamental, e exames como a Prova de Unterberger- Fukuda e a Prova Calórica são comumente usados para avaliar a função vestibular. A Prova de Unterberger- Fukuda consiste em uma marcha sem deslocamento, observando o movimento rotacional com olhos abertos e fechados, avalia o controle vestíbulo-espinhal; enquanto a prova calórica avalia a resposta dos canais semicirculares laterais, individualmente, a estímulos térmicos. A relação entre os resultados dessas provas em idosos ainda é pouco explorada, justificando a realização deste estudo comparativo. Objetivo: caracterizar e comparar os resultados da Prova de Unterberger- Fukuda e da Prova Calórica em idosos com queixa de tontura. Metodologia: Estudo observacional, descritivo e transversal, com análise quantitativa, vinculado a um projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) institucional, sob o número 2.732.475. A amostra foi composta por 45 idosos, com idades entre 60 e 86 anos, atendidos em uma clínica escola. Foram incluídos idosos com queixa de tontura, e excluídos aqueles com condições motoras ou neurológicas que interferissem na realização das provas. Os participantes passaram por anamnese e avaliações otoneurológicas, incluindo a aplicação das provas de Unterberger-Fukuda (PUF) e calórica. Resultados: A média de idade dos participantes foi de 68,76 anos, em sua maioria mulheres (71,11%). Na PUF com olhos abertos, 37 idosos (82,22%) apresentaram desempenho adequado durante a prova, enquanto oito (17,78%) apresentaram desvios, sendo cinco (62,55%) desvio superior a 45°, dois (25%) avanço, e um (12,45%) desvio inferior a 45°. Já PUF com olhos fechados, o desempenho adequado foi observado em 28 idosos (62,22%), e desvios em 17 (37,78%), sendo nove (52,94%) superiores a 45° e oito (47,06%) inferiores a 45°. Na Prova Calórica, 35 idosos (77,78%) apresentaram resultados normais, enquanto 10 (22,22%) apresentaram alterações, dentre os quais três (30%) predomínio labiríntico, três (30%) hiperreflexia, dois (20%) hiporreflexia, e dois (20%) predomínio direcional do nistagmo. Com o intuito de associar os resultados das provas, observou-se que, dos 35 idosos com resultados normais na Prova Calórica L, 27 (77,14%) também apresentaram resultados normais na PUF, enquanto oito (22,86%) apresentaram alterações. Já entre os 10 participantes com alterações na Prova Calórica, oito (80%) apresentaram normalidade na PUF e dois (20%) apresentaram alterações, ou seja, idosos com alteração na PUF tem duas vezes mais chance de ter também alteração na Prova calórica. Conclusão: A maior ocorrência de alterações foi observada na PUF com olhos fechados, sendo o desvio superior a 45° o mais frequente. Além disso, identificou-se associação entre as alterações dessa prova e os resultados da Prova Calórica, sugerindo que ambos os exames podem oferecer informações complementares sobre disfunções vestibulares em idosos com tontura.
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Página(s): p.1579
ISSN 1983-1793X
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CONTRIBUIÇÃO DO P300 NO DIAGNÓSTICO DO TDAH: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Santos, M. H. L. ; Santos, I. V. ; Silva, M. H. S. ; Gomes, M. S. ; Fernandes, L. C. B. C. ;

Introdução: O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é o transtorno de neurodesenvolvimento mais comum em crianças e adolescentes, caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade desde a primeira infância. Estudos sugerem que os déficits cognitivo-comportamentais no TDAH decorrem da integridade reduzida de várias redes neurais, incluindo as redes frontoestriatais e frontoparietais. Métodos de Potenciais Relacionados a Eventos (PRE), especialmente o P300, têm sido empregados para identificar diferenças no funcionamento executivo. A atenuação da amplitude do P300 é uma descoberta consistente em indivíduos com TDAH, refletindo déficits cognitivos e alterações no processamento neural. Embora bastante utilizado no estudo do transtorno, o P300 ainda não é incorporado como critérios de diagnóstico, que permanece baseado na observação clínica, gerando debates na comunidade médica. Objetivo: descrever por meio de uma revisão integrativa de literatura os resultados de estudos que empregaram o P300 no diagnóstico de indivíduos com TDAH. Método: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada em janeiro de 2025 com a seguinte questão norteadora: "O P300 colabora no diagnóstico do TDAH?". Os artigos foram obtidos nas bases PubMed e MEDLINE, abrangendo estudos observacionais, revisões de literatura e de natureza quantitativa. Os descritores utilizados na busca foram "potencial evocado P300" e "transtorno do déficit de atenção com hiperatividade", combinados pelo operador booleano "AND". Foram considerados estudos primários, publicados entre 2019 e 2024, disponíveis integralmente em Inglês ou Português, excluindo teses, dissertações, estudos duplicados ou incompletos. Resultados: Na busca foram obtidos 252 artigos, sendo 52 no PubMed e 157 na Medline. Após a leitura e seleção foram eleitos 5 artigos para esse estudo. Estudos sugerem que a latência P3 pode servir como um marcador neurofisiológico valioso para o diagnóstico do TDAH. A latência prolongada no TDAH está associada ao processamento cognitivo mais lento e déficits de atenção. Além disso, esses pacientes frequentemente exibem amplitudes de onda mais altas no lobo parietal central, indicando padrões neurais distintos. Estudos também confirmam que pacientes com TDAH apresentam amplitudes médias de P300 atenuadas, refletindo déficits em funções executivas e controle inibitório. A amplitude do P300, reduzida em tarefas de atenção sustentada, serve como um biomarcador promissor para o diagnóstico do TDAH. Ainda foi observado, que o P300 pode ser influenciado positivamente por tratamentos estimulantes, como o metilfenidato, que reduz a latência prolongada observada em sujeitos com TDAH. Os estimulantes aumentam a amplitude do P300, indicando maior coordenação da ativação cortical, o que sugere que as alterações morfológicas do P300 estão ligadas ao recrutamento reduzido de neurônios corticais no TDAH. Conclusão: Conclui-se que as alterações na latência e amplitude do P300 estão associadas a déficits cognitivos e de atenção em indivíduos com TDAH, sugerindo seu potencial como ferramenta diagnóstica. O efeito positivo dos estimulantes na normalização dessas alterações reforça o valor do P300 na avaliação da resposta ao tratamento, tornando-o um biomarcador promissor na personalização de intervenções terapêuticas no TDAH.
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Página(s): p.1621
ISSN 1983-1793X
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CORRELAÇÃO ENTRE A SÍNDROME DE APNEIA-HIPOPNEIA OBSTRUTIVA DO SONO E ALTERAÇÕES AUDITIVAS: REVISÃO DE LITERATURA
Golden-Freire, M. L. ; Jakel, A. V. A. ; Silva, B. K. G. ; Rios, E. M. ; Rodrigues, F. V. S. ; Souza, S. M. R. ; Rezende Araújo, A. G. de ;

Introdução: A Síndrome de apneia-hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) é caracterizada por uma pausa na respiração durante o sono, o que faz com que o paciente acorde diversas vezes para desobstruir as vias aéreas como forma de defesa do cérebro. A SAHOS pode ser de grau leve a severo, sendo classificada pelo índice de apneia e hipopneia (IAH). Essas pausas respiratórias podem ocorrer durante o sono, na fase REM, momento em que há um relaxamento e a redução do tônus da musculatura orofaríngea, ocasionando uma oclusão das vias aéreas superiores e diminuindo o fluxo de ar que vai para o pulmão, causando assim, uma perda de saturação de oxigênio na corrente sanguínea, e consequentemente, redução da oxigenação das demais estruturas do corpo humano. Dentre os diversos órgãos que são afetados durante as pausas respiratórias, o sistema auditivo é um dos que podem ser afetados pela falta de oxigenação. Objetivo: Verificar a presença de alterações auditivas em portadores da SAHOS. Metodologia: Revisão integrativa da literatura, nas bases de dados BVS, Pubmed e Scielo, com levantamento de artigos científicos disponíveis na íntegra e de acesso gratuito, em português brasileiro, no período de 2014 a 2024, sendo utilizados os descritores (DeCs) apneia, apneia obstrutiva do sono, síndrome da apneia obstrutiva do sono, audição, processamento auditivo, sono e perda auditiva. Resultados: Análise de 13 artigos, onde 11 apresentaram associações estatisticamente significativas entre a SAHOS e alterações auditivas periféricas e/ou centrais. Conclusão: Há possível correlação entre os portadores de SAHOS e as alterações auditivas, tanto periféricas como centrais, partindo do pressuposto de que a hipóxia característica desta síndrome pode prejudicar o sistema auditivo.
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Página(s): p.1393
ISSN 1983-1793X
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CORRELAÇÃO ENTRE AS CATEGORIAS DE AUDIÇÃO E LINGUAGEM E OS RESULTADOS NA ESCALA REYNELL DE DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Melo, M. R. F. ; Brazorotto, J. S. ;

RESUMO

Introdução: Instrumentos de mensuração do desenvolvimento da linguagem oral em crianças com deficiência auditiva são ferramentas importantes para o direcionamento mais efetivo da terapia fonoaudiológica, assim como a análise da correlação entre o desenvolvimento das habilidades auditivas e da linguagem oral no monitoramento de resultados em programas de reabilitação auditiva. Assim, estudos sobre protocolos de avaliação da linguagem nesta população são relevantes para sua definição em programas de reabilitação. Objetivo: Correlacionar as Escalas de Audição e Linguagem, usualmente utilizadas nos programas de reabilitação para o monitoramento de desenvolvimento e os resultados na Escala Reynell de Desenvolvimento da Linguagem em crianças com deficiência auditiva. Metodologia: Estudo descritivo-analítico, aprovado em CEP Institucional sob parecer: 3.440.683. A Escala de Linguagem Reynell foi aplicada em 20 crianças com deficiência auditiva, sem outras necessidades associadas, usuárias de um serviço de reabilitação auditiva, em terapia Aurioral. As avaliações ocorreram em ambiente controlado e os dados foram analisados de forma descritiva e inferencial, correlacionando os escores obtidos na Reynell às Categorias de Audição e Linguagem atribuídas pelos fonoaudiólogos do serviço. Foi utilizado o teste de Spearman, com p significativo ≤ 0,05. Resultados: Observou-se uma forte correlação positiva entre a pontuação total obtida pelas crianças na Escala Reynell e suas subseções e as categorias de audição (Rho de Spearman 0,901 com p < 0,001) e linguagem (Rho de Spearman 0,843 com p < 0,001). Conclusão: Houve correlação positiva forte entre a Escala Reynell e as Categorias de Audição e Linguagem. A aplicação da escala foi efetiva para a obtenção de informações sobre o desenvolvimento da linguagem na amostra estudada. Estudos que avaliem o desempenho das crianças com deficiência auditiva em testes para a população normo-ouvinte são importantes considerando as expectativas de impacto da tecnologia e do processo terapêutico nesta população.

Palavras-chave: Perda auditiva. Linguagem Infantil. Estudos de Avaliação como Assunto. Fonoaudiologia.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1703
ISSN 1983-1793X
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CORRELAÇÃO ENTRE AS HABILIDADES AUDITIVAS DE ADULTOS E O USO DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS
Frigo, V. ; Cardoso, A. C. V. ; Paschoal, A. V. C. ;

Introdução: O Processamento Auditivo Central (PAC) é essencial para a comunicação eficaz, permitindo interpretar estímulos auditivos complexos, mesmo em ambientes ruidosos. No entanto, mudanças no estilo de vida moderno, como o uso excessivo de dispositivos eletrônicos, podem sobrecarregar o sistema auditivo, especialmente em jovens. A exposição constante a sons artificiais, multitarefas digitais e fones de ouvido em volumes elevados tem sido associada a impactos na plasticidade neural, possivelmente prejudicando habilidades auditivas como a ordenação e a resolução temporal. Apesar disso, o PAC em adultos saudáveis, particularmente jovens adultos, ainda é pouco investigado, mesmo com sinais crescentes de que a sobrecarga digital pode estar influenciando negativamente o desempenho auditivo na vida cotidiana. Objetivo: correlacionar as habilidades auditivas de adultos com o uso contínuo e prolongado de dispositivos eletrônicos. Metodologia: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética, parecer nº 0674/2013. O estudo contou com a participação de 20 adultos, entre 18 e 60 anos. O estudo envolveu tanto a avaliação periférica quanto central da audição. A avaliação comportamental do PAC constou dos seguintes procedimentos: Teste de Padrão de Frequência, Random Gap Detection Test (RGDT), Teste Dicótico de Dígitos, Masking Level Difference, Teste de Fala com Ruído e Identificação de Sentenças Sintéticas com Mensagem Competitiva Ipsilateral. Resultados: A análise dos resultados revelou que as habilidades auditivas mais afetadas foram a ordenação e a resolução temporal, principalmente no grupo de adultos jovens, ou seja, na faixa etária entre 18 e 30 anos, dos quais 58,3% apresentaram alterações nessas habilidades auditivas. Além disso, 30% dos participantes apresentaram alteração nas habilidade de figura-fundo e interação binaural. Conclusão: O presente estudo demonstrou alterações significativas nas habilidades auditivas na população de adultos jovens, contrariando a expectativa de que tais dificuldades seriam mais frequentes em participantes mais velhos. A sobrecarga digital é apontada como um possível fator contribuinte para essas mudanças. Assim, recomenda-se a implementação de estratégias preventivas e de reabilitação auditiva direcionadas a diferentes faixas etárias, visando mitigar os impactos da exposição digital e promover uma melhor qualidade de vida.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1557
ISSN 1983-1793X
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CORRELAÇÃO ENTRE CARACTERÍSTICAS DAS SENTENÇAS E RESPOSTAS NO DESENVOLVIMENTO DE UM TESTE DE RECONHECIMENTO DE FALA
Knamppmann, K. ; Paul, S. ;

Introdução: O reconhecimento de fala em condições adversas, como no caso de usuários de implantes cocleares, é um processo complexo influenciado por diversos fatores, incluindo características das sentenças apresentadas e as propriedades acústicas das vozes dos falantes. Estudos sobre percepção auditiva em condições simuladas têm sido muito utilizados para entender as limitações e desafios enfrentados por pessoas com deficiência auditiva. Tais estudos auxiliam no desenvolvimento de estratégias de reabilitação auditiva e na melhoria dos dispositivos de assistência auditiva. A clareza das sentenças, seu comprimento, estrutura gramatical e vocabulário, bem como as particularidades dos falantes, podem afetar significativamente a compreensão da fala em cenários com restrição auditiva. Essa análise detalhada é essencial para identificar padrões e propor intervenções que otimizem o reconhecimento de fala, tanto para ouvintes normais quanto para usuários de dispositivos auditivos. Objetivo: Analisar como as características das sentenças e dos falantes, em condições simuladas de percepção auditiva com vocoder de 3 canais, influenciam o desempenho no reconhecimento de fala. Metodologia: A pesquisa utilizou 987 sentenças gravadas por quatro falantes, sendo dois homens e duas mulheres, com cada falante gravando entre 230 e 260 sentenças. As sentenças foram processadas por um vocoder de 3 canais para simular condições auditivas de usuários de implante coclear e foram apresentadas a cinco participantes normo-ouvintes de forma aleatória ao longo de quatro dias, com cerca de 45 minutos por sessão e 250 sentenças por dia, em uma sala acusticamente ajustada. Resultados: Verificaram-se diferenças significativas no reconhecimento de fala relacionadas às características das sentenças e aos falantes que as gravaram. Apesar das sentenças serem compostas por estruturas gramaticais simples, do vocabulário cotidiano, erros de reconhecimento foram observados em sentenças de todos os números de palavras. Entretanto, sentenças mais longas, com 10 ou mais palavras, apresentaram médias de reconhecimento de fala mais baixas e maior variabilidade de erros, independentemente dos falantes. Sentenças entre 6 e 8 palavras também mostraram dispersão nos resultados, mas com respostas mais consistentes que sentenças longas. Sentenças curtas, de 3 a 5 palavras, tiveram melhor reconhecimento e menor variância dos erros. Quanto ao reconhecimento das sentenças por falantes, também ocorreram diferenças. Para as sentenças do falante 1 (homem) determinou-se maior variabilidade em sentenças longas e médias, com reconhecimento de 50%-75% nas sentenças curtas. Nas sentenças do falante 2, também homem, o reconhecimento foi o pior (mais erros e sentenças não reconhecidas). As sentenças da falante 3, mulher, tiveram reconhecimento uniforme, com menor dispersão nos erros e maior percentual de acertos, mesmo em sentenças longas. Já nas sentenças da falante 4, também mulher, havia variação em sentenças curtas, mas maior consistência em sentenças médias e desempenho inferior em sentenças longas. Conclusão: Os resultados evidenciam que sentenças longas são mais desafiadoras para o reconhecimento de fala, independentemente do falante e gênero, enquanto sentenças curtas facilitam o desempenho dos participantes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1589
ISSN 1983-1793X
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CUIDADO INTEGRADO NO ZUMBIDO: EXPERIÊNCIA DE UM GRUPO TERAPÊUTICO MULTIPROFISSIONAL PARA A PROMOÇÃO DE AUTONOMIA E QUALIDADE DE VIDA
Silva, N.S.L ; Nascimento, G.F.F ; Carvalho, A.B ; Dias, R.G.T ;

Introdução: O zumbido é caracterizado pela percepção de sons sem estímulo acústico correspondente, afetando significativamente a qualidade de vida. Suas causas podem incluir perdas auditivas, infecções, exposição a ruídos, traumas, alterações metabólicas, podendo ser também idiopáticas. Existem diversas abordagens terapêuticas que podem minimizar os sintomas e o enfrentamento dessa condição requer, além do tratamento clínico, estratégias educacionais e psicossociais que promovam a autonomia e o conhecimento sobre o problema, possibilitando aos pacientes melhor controle sobre sua saúde auditiva e qualidade de vida. Objetivo: Descrever a aplicabilidade de um grupo terapêutico multiprofissional como estratégia reabilitativa para pacientes com zumbido e seus familiares, com o objetivo de promover o enfrentamento da condição, proporcionar informações sobre o zumbido e suas causas, e oferecer suporte para o manejo dos sintomas. Metodologia: Estudo classificado como prospectivo, qualitativo e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº 6.767.314. Participaram adultos e idosos com sintomatologia de zumbido, independentemente da causa. As atividades do grupo terapêutico ocorreram entre março e novembro de 2024, com encontros mensais. Cada encontro envolveu discussões e práticas focadas no enfrentamento da condição e promoção da autonomia dos participantes. Durante os encontros, foram realizadas atividades educativas sobre o zumbido, suas causas e tratamentos, além da aplicação de ferramentas terapêuticas como o diário do zumbido, mindfulness e o manejo de medicamentos. A equipe multiprofissional, composta por fonoaudiólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, otorrinolaringologistas, nutricionistas, farmacêuticos e psicólogos, conduziram os encontros alternadamente, com base nas temáticas propostas. Resultados: O grupo foi composto por uma média de 15 pacientes e seus familiares, com idades entre 40 e 80 anos. Durante os encontros, foram abordados tópicos como as causas do zumbido, a importância da alimentação no controle do sintoma, fatores desencadeantes e agravantes, o uso dos aparelhos auditivos, terapia sonora, ansiedade, estresse e a realização de atividades de relaxamento corporal. Além disso, os pacientes foram incentivados a construir e utilizar um “diário do zumbido”, uma prática que permite o monitoramento dos sintomas e a aplicação das estratégias aprendidas nos encontros, para minimizar os efeitos do zumbido no cotidiano. Os encontros foram organizados em três etapas: exposição educativa, dinâmica relacionada ao tema abordado e momento de troca de experiências entre os participantes. Essa estrutura favoreceu não apenas a aquisição de conhecimento, mas também o fortalecimento do vínculo entre os pacientes e a equipe profissional. Conclusão: O projeto demonstrou a importância de abordagens multiprofissionais no manejo do zumbido, destacando a relevância da educação em saúde e do cuidado centrado no paciente. As estratégias de enfrentamento, o aumento do conhecimento sobre a condição e a promoção de autonomia mostraram-se eficazes para melhorar a qualidade de vida dos participantes. O grupo terapêutico proporcionou um espaço de acolhimento e apoio, permitindo que os pacientes e suas famílias se sentissem mais preparados para lidar com o zumbido e suas repercussões. Essa experiência evidenciou a necessidade de expandir as opções de tratamento e intervenção, integrando o conhecimento científico às práticas clínicas, para promover um cuidado mais humano e eficaz.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1651
ISSN 1983-1793X
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DECODIFICAÇÃO DA FALA EM LACTENTES COM CITOMEGALOVÍRUS CONGÊNITO: ESTUDO TRANSVERSAL PRELIMINAR
SILVA, K. S. S. ; CÂMARA, L. L. P. ; BALEN, S. A ;

INTRODUÇÃO: O citomegalovírus congênito (CMVc) é a principal infecção congênita no mundo e uma das principais causas não genéticas de perda auditiva neurossensorial, além de estar associado a distúrbios do neurodesenvolvimento, em virtude da sua alta potencialidade em afetar o sistema nervoso central. Apesar de sua relevância, ainda existem lacunas no entendimento sobre como o CMVc impacta o desenvolvimento linguístico, cognitivo e social. O Frequency-Following Response (FFR) com estímulo de fala é uma medida eletrofisiológica que permite identificar como a via auditiva central está decodificando os sons de fala, importante preditor para o desenvolvimento da percepção de fala em lactentes. OBJETIVO: Estudar a resposta da via auditiva subcortical com estímulos de fala em lactentes com CMVc e compará-la com a de lactentes sem indicadores de risco para a deficiência auditiva. MÉTODO: Estudo transversal aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 5.323.957). O estudo avaliou dez lactentes com diagnóstico confirmado de CMVc pelo exame da Proteína C Reativa (PCR) de urina e dez lactentes sem indicadores de risco para deficiência auditiva, com idades entre 24 dias e 24 meses. Todos os lactentes foram expostos ao português Brasileiro, apresentaram Emissões Otoacústicas Evocadas por Estímulo Transiente e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico em 80 e 30 dB nNA em ambas as orelhas. O FFR foi conduzido utilizando o estímulo de fala /da/ com duração de 170 ms e velocidade de 3,70/s, com 4.000 sweeps e uma janela de -40 a 270,27 ms. Foi realizada análise no domínio do tempo e da frequência. Os dados não tiveram distribuição normal, desta forma, foi aplicado o Teste Mann-Whitney para comparativo entre os grupos. Utilizou-se o nível de significância de 5%. RESULTADOS: Os lactentes de ambos os grupos apresentaram resultados no RMS pré-estímulo, neuro lag e amplitude espectral da consoante e da vogal na frequência fundamental e harmônicos sem diferenças estatisticamente significantes. CONCLUSÃO: Na amostra estudada a decodificação neural da fala dos lactentes com CMVc demonstrou seguir o padrão típico de lactentes sem indicadores de risco para a deficiência auditiva. Este resultado deve ser analisado como preliminar, sendo necessária a continuidade do estudo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1537
ISSN 1983-1793X
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DEFICIÊNCIA AUDITIVA EM BEBÊS COM INDICADORES DE RISCO: UMA ABORDAGEM NA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL
Lopes, V.V. ; Lima, A.M.O. ; Lima, A.G. ; Santos, R.L.C. ; Medeiros, V.N. ; Santos, B.B.F.C. ; Padilha, A.P. ; Albuquerque, K.M.F. ; Rocha, D.S.C.G. ; Andrade, W.T.L. ;

Introdução: A deficiência auditiva é um dos tipos de deficiência congênita mais comum entre os recém-nascidos. Pesquisas indicam que de 1-6 a cada 1000 nascidos vivos apresentam perda auditiva. Algumas características clínicas, genéticas e medicamentosas, chamadas de indicadores de risco para perda auditiva (IRDA), aumentam a probabilidade da criança desenvolver uma perda auditiva. Segundo o Joint Committee on Infant Hearing (2019), alguns dos principais IRDA perinatais e pós-natais são: antecedentes familiares de surdez, permanência na UTIN por mais de cinco dias, hiperbilirrubinemia, uso de aminoglicosídeos por mais de cinco dias, infecções pré-natais por toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e sífilis, malformações craniofaciais, síndromes genéticas e queixas dos pais ou responsáveis relacionadas a atraso no desenvolvimento auditivo ou de linguagem. Objetivo: Descrever os resultados da triagem auditiva neonatal (TAN) de bebês com IRDA, assim como os IRDA mais prevalentes, em um Centro Especializado em Reabilitação do estado da Paraíba. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal, em que foram acessados os prontuários de 65 bebês com IRDA (34 do sexo masculino e 31 do sexo feminino), com idades entre 1-9 meses, encaminhados para TAN nos anos de 2020 a 2024. A TAN foi realizada por meio de Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE), conforme preconiza o Ministério da Saúde, para os recém-nascidos com IRDA. Os dados obtidos foram: sexo, idade, ocorrência de IRDA e resultado da TAN. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, mediante o parecer nº 3.942.852. Resultados: A TAN foi realizada com maior frequência na idade de 2 meses (30,77%) e 1 mês (21,54%). Com relação ao resultado, 67,69% (44 bebês) apresentaram resultado normal bilateral, 24,62% (16 bebês) exibiram resultado alterado bilateral, enquanto 7,69% (5 bebês) apresentaram alteração unilateral. Os bebês que apresentaram alteração foram encaminhados para diagnóstico otorrinolaringológico, enquanto os que apresentaram resultado normal seguiram para monitoramento auditivo. Não foi identificada diferença na ocorrência de alteração em relação ao sexo (32,35% no sexo masculino e 32,26% no sexo feminino). Em relação à prevalência de IRDA, 52,31% exibiram um único IRDA e 12,31% apresentaram mais de um IRDA. Além disso, os prontuários de 35,38% não informaram o IRDA do bebê. Os IRDA mais frequentemente observados foram: síndromes genéticas (10,77%), permanência em UTI por mais de cinco dias (7,69%), toxoplasmose e histórico familiar (6,15%). Alguns bebês foram encaminhados devido a prematuridade e HIV materno, que não são considerados IRDA de acordo com JCIH (2019). Dentre os 21 bebês que apresentaram alteração uni ou bilateral, 47,62% continuaram a investigação, enquanto 52,38% não continuaram. Conclusão: A TAN foi mais realizada nos primeiros dois meses de vida e demonstrou um alto índice de resultados normais. As síndromes genéticas foram o IRDA mais prevalente. O sexo não foi um fator determinante. O encaminhamento dos casos alterados e o monitoramento dos resultados normais destacam a importância da TAN e do acompanhamento dos bebês com IRDA.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1538
ISSN 1983-1793X
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DESAFIOS NA MANUTENÇÃO DO IMPLANTE COCLEAR EM CRIANÇAS: UM PANORAMA DAS NECESSIDADES DE FAMÍLIAS USUÁRIAS DO SUS
Santos, I. R. D. ; Silva, D.M. ; Lemos, G.A.A. ; Brazorotto, J. S ;

Introdução: Embora exista a previsão de manutenção dos Implantes Cocleares (ICs) aos usuários do Sistema Único de Saúde, é importante que as necessidades dos usuários seja estudada, especialmente na população infantil, visto que o funcionamento e uso efetivos do implante coclear dentro do período ótimo de plasticidade são condições fundamentais para o desenvolvimento das habilidades auditivas e linguísticas das crianças e, os elevados custos das peças e manutenção, a escassez de mão de obra especializada e a falta de sistemas que regulem os processos de manutenção pelo SUS, oferecendo-lhes a transparência necessária, são desafios que comprometem a continuidade do uso e o desenvolvimento adequado das crianças. Objetivo(s): Caracterizar as condições de uso, manutenção e desafios enfrentados pelas famílias no manejo de implantes cocleares em crianças e adolescentes em um contexto de reabilitação infantil do Sistema Único de Saúde (SUS). Metodologia: estudo descritivo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer: 3.440.683, realizado por meio de levantamento de dados junto a 25 responsáveis por crianças e adolescentes com idades entre 01 e 16 anos, usuários de implantes cocleares. Foi aplicado questionário via Google Forms® com perguntas abertas e fechadas, sobre aspectos relacionados ao uso diário dos implantes, manutenção dos dispositivos e principais dúvidas e dificuldades enfrentadas pelas famílias. Resultados: 42,9% da amostra têm média de uso referida de 9 a 12 horas diárias. Em relação à manutenção, 66,7% das famílias enfrentam desafios com a substituição de peças, principalmente cabos, antenas e baterias, com custos elevados e dificuldade em sua reposição, com dependência do SUS ou a necessidade de contratação de planos de saúde para cobrir tais custos. As famílias destacaram a preocupação com a falta de acesso a peças de reposição e ao suporte financeiro para manutenção dos implantes cocleares, além de questionamentos sobre os direitos das crianças no SUS, incluindo o acesso a dispositivos e terapias de reabilitação. Conclusões: Menos da metade da amostra analisada referiu uso diário adequado do IC. As peças que mais comumente necessitaram de reposição foram cabos, antenas e baterias, sendo que foi unânime pelo relato das famílias nas questões abertas, os desafios enfrentados no SUS para a manutenção do IC, com a contratação da saúde suplementar para amenizar os custos e acesso às peças. A manutenção do IC na amostra estudada é um desafio e fator possivelmente estressor para as famílias. Nesse contexto, destaca-se a importância de intervenções que promovam a sua autonomia, o aumento de conhecimento sobre os dispositivos e o seu encorajamento na busca de seus direitos. Além disso, destaca-se como essencial a realização de pesquisas multicêntricas sobre a manutenção do IC, visando o fortalecimento da qualidade das políticas públicas aos usuários de IC no Brasil.
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Página(s): p.1715
ISSN 1983-1793X
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DESCRIÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO DOS TESTES DICÓTICOS COM ESTÍMULO DE FALA NAS PESQUISAS BRASILEIRAS: REVISÃO INTEGRATIVA.
COSTA, P.E.P. ; CASTRO, M. P. ;

Introdução: A investigação da escuta dicótica é um importante procedimento para identificar o desempenho das habilidades auditivas de figura fundo (integração binaural) e de atenção direcionada (separação binaural), durante a avaliação do processamento auditivo central (PAC). Os testes dicóticos auditivos, também, ajudam dimensionar a maturação do sistema nervoso auditivo central, a partir da observação da transferência de informação inter-hemisférica. No Brasil, os testes dicóticos com estímulos de fala utilizados frequentemente na avaliação do PAC são: Teste dicótico de dígitos (TDD), Teste dicótico consoante vogal (TDCV) e Teste dicótico de dissílabos alternados no português (SSW).
Objetivo: Analisar os achados de estudos brasileiros que utilizaram os testes dicóticos com estímulos de fala (TDD e SSW), para identificar e comparar a contribuição destes no diagnóstico e na avaliação do efeito da intervenção dos transtornos do processamento auditivo central (TPAC).
Método: Pesquisa de revisão bibliográfica integrativa sobre a contribuição dos testes TDD e SSW como procedimentos da metodologia de estudos brasileiros, dos últimos 20 anos. Utilizou-se os testes (TDD e SSW) por apresentarem estímulos de fala semelhantes (dissílabos), assim como, semelhança na execução da tarefa (repetir todos os estímulos apresentados, em ambas as orelhas). Amostra de 25 artigos, levantados nas plataformas de base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde - BIREME (Pubmed, Lilacs, Index Psicologia) e do Portal CAPES, a partir da combinação dos descritores: audição, processamento auditivo, TDD e teste SSW, combinados com o boleador “AND”.
Resultados: Identificou-se que os testes TDD e SSW foram utilizados na avaliação do PAC, em diferentes faixas etárias (a partir de 07 anos, adultos e idosos) e em indivíduos com diferentes condições clínicas (sem queixas clínicas; com dificuldades de atenção e memória; transtorno de desenvolvimento de fala e aprendizagem escolar; perda auditiva; autismo; doença de Parkinson; traumatismo crânio-encefálico e doença renal). Os dados demonstraram que ambos os testes auxiliaram na avaliação efetiva da habilidade auditiva de figura fundo (integração binaural), nas diferentes populações estudadas. Apesar dos resultados apresentarem-se alterados, em ambos os testes, em alguns estudos observou-se desempenho inferior no teste SSW, quando comparado com o TDD, aspecto justificado pelo fato do TDD apresentar menor carga linguística e um conjunto fechado ser utilizado na avaliação (números de 04 a 09). Os achados demonstraram que os testes apresentam boa sensibilidade para identificar as alterações da habilidade auditiva de figura fundo (integração binaural) e o efeito dos procedimentos de intervenção do TPAC.
Conclusão: Os testes TDD e SSW são fundamentais no diagnóstico dos TPAC, assim como, na análise dos efeitos da intervenção de treinamento das habilidades auditivas, sendo possível utilizar os respectivos achados, de forma concomitante e não excludente.
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Página(s): p.1583
ISSN 1983-1793X
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DESEMPENHO DE ADULTOS EM DIFERENTES TESTES DE ORDENAÇÃO TEMPORAL
KLEIN, A. C. ; Lunardelo, P. P. ; Quatrini, E. A. P. Q. ; Zanchetta, S. ;

Introdução: Há ausência de valores de referência para testes de processamento auditivo na
população adulta, incluindo os de ordenação temporal, representa uma lacuna importante.
Objetivo: Comparar o desempenho de adultos em diferentes testes de ordenação temporal de
frequência e duração. Método: Estudo observacional, transversal e qualitativo, aprovado pelos
CEP n. 4.730.008 e 4.826.213. Os participantes foram recrutados via panfletos, mídias sociais
e convites das pesquisadoras. Foram incluídos adultos de ambos os sexos, com idade entre 18
e 39 anos, ensino médio completo, autorrelato de boa audição e sem histórico de perda
auditiva ou cirurgia otológica. Além disso, apresentaram limiares tonais abaixo de 20 dB. Foram
realizados os testes de padrão de frequência (TPF) e padrão de duração (TPD) nas versões
AudiTec Inc. e Musiek (TPFa, TPDa, TPFm e TPDm). Os testes foram aplicados binauralmente
com intensidade de 50 dB NA. O TPD foi idêntico em ambas as versões, enquanto o TPFm
usou frequências de 1.122 e 880 Hz (150 ms, intervalo intraestímulos de 200 ms e intervalo
entre sequências de 10 segundos). O TPFa utilizou frequências de 1.430 e 880 Hz (300 ms,
150 ms e 7 segundos entre sequências). Os participantes foram distribuídos igualmente em
dois grupos: G1, que realizou uma versão dos testes, e G2, que realizou a outra. A distribuição
dos sexos foi balanceada entre os grupos. Os resultados foram analisados com base na
porcentagem de acertos. Como os dados não apresentaram distribuição normal, utilizou-se o
teste de Mann-Whitney para amostras não pareadas, com nível de significância de 5%.
Resultados: Foram avaliados 84 indivíduos, dos quais 4 foram excluídos devido a alterações na
audiometria tonal. No G1, a idade média foi de 28,3 ± 5,9 anos (18 a 38 anos), e no G2, de
29,7 ± 5,5 anos (18 a 39 anos). Na comparação entre os testes de padrão de frequência, não
houve diferenças estatisticamente significativas (p = 0,5403). O escore médio do TPFa foi de
91,5 ± 8,9% (73,3% a 100%), enquanto o do TPFm foi de 89,8 ± 9,4% (66,6% a 100%). Na
comparação entre os testes de padrão de duração, também não foram encontradas diferenças
significativas (p = 0,2719). O escore médio do TPDa foi de 94,1 ± 8,3% (66,3% a 100%), e o do
TPDm foi de 90,5 ± 10,3% (63,3% a 100%). Conclusão: Em adultos com até 39 anos, não
foram observadas diferenças no desempenho entre as versões AudiTec Inc. e Musiek dos
testes de ordenação temporal de frequência e duração.
Palavras chaves: Percepção auditiva, Testes auditivos, Adulto
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1401
ISSN 1983-1793X
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DESEMPENHO DE CRIANÇAS COM E SEM DIFICULDADES ESCOLARES EM UMA BATERIA MÍNIMA DO PROGRAMA AUDBILITY
Lemos, A. C. P. ; Carvalho, B. R. ; Tambascia, B. L. ; Carvalho, N. G. ; Guadagnini, M. F. ; Ubiali, T. ; Colella-Santos, M. F. ; Amaral, M. I. R. ;

Introdução: Dada a influência do Transtorno do Processamento Auditivo TPAC na aprendizagem, é essencial que os escolares nos anos iniciais de alfabetização passem por uma triagem eficaz das habilidades auditivas. O programa Audibility passou por estudos iniciais e de validação que o destacaram como eficiente para a triagem das habilidades auditivas e apresentaram uma proposta de bateria mínima, visando a redução do tempo de aplicação. Objetivo: Analisar o desempenho de crianças com e sem dificuldades escolares em um protocolo de bateria mínima de triagem das habilidades auditivas do programa AudBility. Método: Estudo descritivo-analítico e comparativo, de corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética (#6.216.032) e realizado em parceria com uma escola pública. Participaram 120 crianças, sendo 68 (56,67%) meninas, média de idade 7,49+0,76 anos, falantes do português brasileiro, sem alterações cognitivas, síndromes ou transtornos do neurodesenvolvimento, com audição periférica normal e desempenho na média ou acima da média da capacidade intelectual no Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven. Na escola, aplicou-se o Teste de Desempenho Escolar (TDE-II) e o protocolo mínimo de triagem das habilidades auditivas do programa AudBility, que abrange as tarefas de Resolução Temporal (RT), Fechamento Auditivo (FA), Interação Binaural (IB), Ordenação Temporal (OT) e o Questionário de Autopercepção do Processamento Auditivo Central (QAPAC). A partir do TDE II, houve a divisão em dois grupos: Grupo 1- 82 crianças com bom desempenho escolar - percentil maior ou igual a 41% e Grupo 2 - 38 crianças com dificuldade escolar - percentil menor ou igual a 40%. Resultados: Os grupos foram homogêneos quanto a distribuição da idade (p=0,946) e sexo (p>0,999). Não houve diferença significativa na tarefa de RT. Na tarefa de FA, o G2 foi melhor do que o G1 aos 6 anos (TE=0,106) e pior aos 7 anos (TE=0,115), mas não houve diferença estatística e efeito de tamanho relevante para orelha e sexo. Na tarefa de IB, as crianças de seis anos apresentaram maior dificuldade (p=0,004), a orelha direita teve melhor desempenho (p<0,001) e o G2 apresentou pior desempenho (p=0,02). Na tarefa de OT, houve melhor desempenho aos oito anos nos dois grupos (p=0,006) e maior dificuldade do G2 na orelha esquerda, em comparação ao G1 (p=0,004). No QAPAC, o G2 apresentou pior desempenho (p=0,038), os meninos do G2 apresentaram pior pontuação (TE=0,170) (p=0,030) e as crianças do G1 pontuaram melhor aos sete (TE=0,112) e aos oito anos (p=0,015). Conclusão: Os resultados demonstraram pior desempenho de crianças com dificuldade escolar no protocolo de bateria mínima do programa AudBility e evidenciaram influência da idade, orelha e sexo nos grupos estudados.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1591
ISSN 1983-1793X
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DESEMPENHO DO TESTE DE DÍGITOS NOS RUÍDO (TDR) DE ACORDO COM OS ANOS DE ESCOLARIDADE: RESULTADOS PRELIMINARES
Souza, L. E. G. ; Vital, B. S. B. ; Oliveira, M. C. V. N. ; Machado, A. J. L. D. ; Brazorotto, J. S. ; Balen, S. A. ; Nunes-Araújo, A. D. S ;

Introdução: A identificação de alterações audiológicas é crucial para o cuidado em saúde auditiva, com notória possibilidade de contribuição das ferramentas de triagem. O Teste de Dígitos no Ruído (TDR) destaca-se por ser sensível na identificação de possíveis alterações auditivas avaliando a habilidade de reconhecimento de fala no ruído com reduzida demanda linguística. Variáveis socioeconômicas, como os anos de escolaridade, são fatores em estudo na versão para o Português Brasileiro. Objetivo: Analisar o desempenho do Teste de Dígitos no Ruído (TDR) nos modos diótico e antifásico em função dos anos de escolaridade autorreferidos. Metodologia: Estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 6.275.455), realizado com 133 sujeitos avaliados em ambiente de ensino em uma Capital. Amostra estabelecida por conveniência. A coleta foi realizada por pesquisadores treinados, de outubro a dezembro de 2024. Foi realizada triagem audiométrica (audiômetro AD229b), com critério passa-falha de 20 dB NA nas frequências de 500, 1000, 2000, 4000 e 6000 Hz; TDR nos modos antifásico e diótico (aparelho Motorola Z3 play com fones de ouvido intra auriculares que acompanham o dispositivo), e a pergunta acerca dos anos de escolaridade do indivíduo (para as crianças, a pergunta foi direcionada ao seu responsável). Os anos de escolaridade foram categorizados em grupos - grupo 1 até 10 anos, grupo 2 até 20 anos, grupo 3 até 30 anos e grupo 4 maior que 30 anos de escolaridade autorreferidos. Os procedimentos foram realizados em ambiente silencioso e reservado. Todos os sujeitos receberam o resultado da triagem auditiva escrito, junto com as orientações de saúde e conservação auditiva; aqueles que falharam na triagem foram encaminhados para a Rede de Saúde. Análise de dados descritiva e inferencial, com teste Wilcoxon e Kruskal-Wallis. Resultados: 20 sujeitos foram excluídos por não completar os procedimentos, sendo a amostra constituída por 113 sujeitos de 6 a 64 anos (30,8 ± 16,4), e 4 a 45 anos de escolaridade autorreferidos (17,2 ± 8,7). O limiar de reconhecimento de fala no ruído na condição diótica teve mediana -8,6 dB (Q25 -10,7; Q75 -5,9), e na condição antifásica -9,6 dB (Q25 -13,4; Q75 -6,6) com diferença significante entre esses resultados (p<0,000; Z=-5,69). Os grupos de escolaridade autorreferida foram compostos por 28 indivíduos no grupo 1, 47 no grupo 2, 31 no grupo 3 e 7 no grupo 4. Foi observado efeito dos grupos tanto no desempenho do TDR diótico (p<0,000; X²(3)=29,41) quanto antifásico (p<0,000; X²(3)=18,70). Ao observar as comparações em pares, na condição diótica a diferença estatisticamente significativa foi encontrada entre os grupos 1 e 3 (p<0,0001), 1 e 2 (p=0,003), e 1 e 4 (p=0,013); na condição antifásica foi observada diferença entre os grupos 1 e 3 (p<0,000). Conclusão: Constatou-se neste estudo que quanto mais anos de escolaridade melhor o limiar de reconhecimento de fala no ruído mensurado pelo TDR, especialmente, na condição diótica.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1692
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1692


DESEMPENHO EM VOCABULÁRIO RECEPTIVO E LEITURA DE CRIANÇAS COM PERDA AUDITIVA
Macedo, G.S. ; Novaes, B.C.A.C ; Andrade, N.J. ; Mendes, B.C.A. ;

Introdução: promover o desenvolvimento de habilidades auditivas e linguísticas de crianças com perda auditiva usuárias de AASI ou IC levando a melhores condições de desempenho acadêmico, inclusão social e qualidade de vida, implica em avaliar os processos de intervenção com vistas a planejar e transformar a rede de reabilitação conforme avaliação de resultados. Torna-se necessário analisar o desenvolvimento da linguagem e alfabetização em crianças com perda auditiva, incluindo os estudos de semântica, morfologia e sintaxe, sendo importante considerar as dimensões da alfabetização e as maneiras pelas quais a perda auditiva, o tipo e grau da perda, época de diagnóstico e uso de dispositivos eletrônicos podem interferir no vocabulário e na leitura. Objetivo: analisar os diferentes níveis de desempenho de vocabulário e leitura de crianças com perda auditiva. Método: esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética nº 5.441.206. Foram analisadas 15 crianças com perda auditiva, de ambos os sexos com idade entre 8 e 11 anos, alfabetizadas e matriculadas em escola regular do 1º ao 5º ano do ensino fundamental I. Foi utilizado o teste Peabody-PPVT4 para avaliar o vocabulário receptivo – consiste em apresentar 4 imagens, na qual o sujeito deve selecionar a imagem que melhor corresponde ao significado da palavra dita. Cada grupo de palavras apresenta um determinado grau de dificuldade e é possível comparar a idade cronológica do sujeito com a idade equivalente de acordo com seu desempenho no teste. A leitura foi avaliada pelo Teste de Leitura: Compreensão de Sentenças – TELCS - composto por 40 frases que possuem uma sequência de cinco palavras com quatro alternativas para que o sujeito assinale com X a alternativa que melhor corresponde ao sentido da sentença. O tempo para o teste ser realizado é de cinco minutos. Resultados: a amostra foi composta por 10 meninos (67%) e 5 meninas (33%) com média de 9 anos de idade; a maioria (73%) tem perda auditiva neurossensorial bilateral de grau moderado. 27% dos sujeitos apresentaram bom desempenho no teste de vocabulário receptivo com a idade equivalente maior ou igual à idade cronológica; 73% apresentou desempenho abaixo do esperado para sua idade quando comparado idade equivalente com a idade cronológica; no teste de leitura, 27% da amostra apresentou desempenho dentro do esperado para sua idade e ano escolar e 73% apresentou dificuldade e/ou transtorno de leitura de acordo com sua idade e ano escolar. Entretanto, ao permitir que o sujeito realizasse o teste no tempo necessário para sua compreensão, os resultados foram alavancados, classificando-os com desempenho de leitura dentro ou acima do esperado para sua idade e ano escolar, precisando do acréscimo em média de 3’5’’. Vale lembrar que o teste possui tempo determinado para a realização da tarefa (5’). Conclusão: Crianças com perda auditiva podem apresentar bom desempenho em leitura se forem feitas adaptações de acordo com as necessidades de cada criança, como neste caso, que foi concedido tempo hábil para decodificação, compreensão e interpretação de texto.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1533
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1533


DESENVOLVIMENTO DE UM ESTÍMULO ACÚSTICO PARA EVOCAR O ACOUSTIC CHANGE COMPLEX
ALCÂNTARA, Y. B. ; LUIZ, A. L. F. ; ROMBOLA, I. T. ; BARBUI, T. R. M. ; GROSE, J. H. ; FRIZZO, A. C. F. ;

INTRODUÇÃO: O Acoustic Change Complex é um exame eletrofisiológico que permite avaliar a qualidade da discriminação auditiva no córtex auditivo. Este potencial é eliciado por meio de uma modificação nos parâmetros tradicionais de registro do Potencial Evocado Auditivo Cortical com uma alteração no estímulo sonoro em andamento, que pode envolver alterações na frequência, intensidade, periodicidade, gaps, pitch, entre outras variações em estímulos verbais. OBJETIVO: Desenvolver um estímulo para evocar o Acoustic Change Complex que seja compatível com um equipamento de potencial evocado auditivo amplamente utilizado por pesquisadores brasileiros. METODOLOGIA: Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer 3.032.201. Paradigmas usuais de registro desse potencial envolvem estímulos de duração longa, houve a necessidade de criar um estímulo adaptado para evocar a resposta no equipamento Bio-logic Evoked Potential System (EP), que permite a inserção de arquivos customizados de até 500 ms. A modulação de ƒ₀ foi escolhida para ser a mudança no estímulo em andamento pois a variação de ƒ₀ é uma importante pista acústica para a percepção de fala no ruído e identificação do falante. Além disso foi desenvolvido um estímulo controle, sem a variação de ƒ₀. A expectativa era que o estímulo experimental evocasse o Acoustic Change Complex devido à mudança de tom, mas que essa resposta não estivesse presente para o estímulo controle. Para avaliar se a resposta foi gerada, consideramos a morfologia da resposta eliciada com os estímulos. Para o teste dos estímulos foi realizada a coleta de dados em 20 adultos ouvintes entre 21 e 48 anos, em intensidade fixa de 80 dB NPS, com polaridade alternada, 0,3 estímulos por segundo, num total de 150 varreduras apresentados por fone de inserção. Eletrodos posicionados em Cz, Fpz e A1. RESULTADOS: Dois estímulos acústicos customizados foram criados, cada um com duração total de 500 ms. Para o estímulo experimental os primeiros 300 ms consistiram em harmônicos de 1 a 12, com ƒ₀ = 150Hz que mudam suavemente por 10 ms para um complexo harmônico com ƒ₀ = 180Hz (20% de mudança) com duração de 190 ms. A transição consistiu em deslizamentos de frequência. O estímulo controle foi desenvolvido com um envelope semelhante, mas consistia num complexo harmônico estável com ƒ₀ = 150 Hz constante pelos 500 ms. Após o teste com adultos e a análise da grande média das ondas pudemos observar que ambos os estímulos evocaram respostas robustas de onset P1-N1-P2 e que, conforme o esperado, somente o estímulo experimental evocou os componentes P1-N1-P2 do Acoustic Change Complex. CONCLUSÃO: A pesquisa resultou na criação de dois estímulos acústicos compatíveis com o equipamento Bio-logic Evoked Potential (EP) System, sendo um deles capaz de eliciar o Acoustic Change Complex para a discriminação de ƒ₀ em adultos ouvintes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1587
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1587


DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE PARA ESTIMULAR A HABILIDADE DE RESOLUÇÃO TEMPORAL EM INDIVÍDUOS COM TPAC: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Silva, S . A ; Araújo, L . A ; Medeiros, L . M ; Junior, E . D ; Madruga, K . F ; Cunha, V. C ; Lima. D . O ; Rosa, M . D ;

INTRODUÇÃO: O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é uma condição caracterizada por alterações de origem neurobiológica ou déficits nas habilidades de recepção, análise e processamento das informações transmitidas pela via auditiva. Dentre as habilidades, a resolução temporal é a capacidade de identificar intervalos de tempo entre estímulos sonoros ou discriminar o menor intervalo entre dois sinais audíveis, fundamental para a percepção de estímulos auditivos de rápida variação. Alterações nessa habilidade impactam o processamento fonológico dos sons da língua, justificando o uso do treinamento auditivo como abordagem terapêutica. OBJETIVO: Descrever a criação de um software para estimular a habilidade de resolução temporal em indivíduos com TPAC. METODOLOGIA: O programa foi desenvolvido em TypeScript pela sua flexibilidade e recursos técnicos, utilizando o React como framework principal para criar aplicações web modulares. A biblioteca howler.js foi integrada para reproduzir sons em diversos navegadores com um único código base. Na segunda etapa, a criação e gravação de estímulos sonoros foi conduzida utilizando aplicativos específicos para reprodução de instrumentos virtuais, garantindo precisão e consistência na produção dos sinais. Os áudios foram gerados em toques simples e duplos de instrumentos musicais, com controle específico sobre a duração, intensidade e frequência dos estímulos.Os áudios foram editados para normalização de intensidade, remoção de ruídos e ajustes que garantem uniformidade acústica e intervalos temporais isolados. O sistema foi publicado através da plataforma Firebase, do Google, que oferece serviços de hospedagem para aplicações web, podendo ser utilizado em IOS e Android. Encontra-se na etapa de teste de usabilidade. RESULTADOS: O programa foi registrado e patenteado sob o Certificado de Registro de Programa de Computador. Este registro junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) com código BR512024001993-6 assegura a proteção jurídica do software. Espera-se que o software estimule a habilidade de resolução temporal com uma abordagem terapêutica lúdica e engajamento dos pacientes. Além disso, busca-se identificar fatores determinantes para a adesão ao tratamento, avaliar a influência da percepção pessoal dos indivíduos sobre o processo terapêutico e evidenciar os benefícios do uso de ferramentas tecnológicas na reabilitação auditiva, reforçando o potencial do software como instrumento eficaz para o tratamento de indivíduos com TPAC. CONCLUSÕES: O software representa um avanço no campo da reabilitação auditiva, integrando tecnologias modernas para oferecer uma abordagem terapêutica eficiente e lúdica. A utilização de ferramentas como TypeScript, React e howler.js, aliadas a estratégias de prototipação incremental, permitiu a criação de um sistema que contribui para o estímulo da habilidade de resolução temporal e a reorganização neural em indivíduos com TPAC. Além de promover o engajamento dos pacientes, o software possibilita uma análise do progresso terapêutico que são fatores determinantes para a adesão ao tratamento.

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Página(s): p.1615
ISSN 1983-1793X
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DESENVOLVIMENTO DE UMA PLANILHA AUTOMATIZADA PARA REGISTRO DO TESTE DIFERENCIAL DE MASCARAMENTO (MLD): UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Barbosa, M. V. S. ; Silva, S. S. ; Araújo, L. S. ; Madruga, J. M. C. ; Medeiros, L. M. ; Silva, S. A. ; Lima, D. O. ; Rosa, M. R. D. ;

Introdução: O Processamento Auditivo Central (PAC) refere-se à maneira como o cérebro interpreta e processa informações auditivas, bem como à atividade neurobiológica envolvida na criação de sinais elétricos relacionados à audição. Dentre os mecanismos auditivos, destaca-se a Interação Binaural, a habilidade de selecionar estímulos apresentados em uma orelha sem considerar informações da orelha oposta, e/ou identificar estímulos distintos apresentados simultaneamente nas duas orelhas. A avaliação desses processos depende das diferenças de tempo, intensidade e frequência interaural, resultando na habilidade de fusão e síntese, que correspondem aos mecanismos de processamento espacial. Para testar essa habilidade, o Limiar Diferencial de Mascaramento (MLD) é amplamente utilizado. O teste se baseia no fenômeno de liberação do mascaramento, descrito pela primeira vez em 1948 para tons puros. O desenvolvimento de ferramentas que facilitem a avaliação e diagnóstico é imprescindível para dados analíticos e favorecer a interpretação. Objetivo: Relatar o desenvolvimento de planilha para registro do teste MLD e geração automática de resultados para avaliação da habilidade de interação binaural. Metodologia: Para a criação da planilha, foi utilizado o programa Google Planilhas. Primeiramente, foram digitadas combinações (funções) e distribuídas informações de forma lógica, permitindo que o desempenho do paciente em cada limiar apresentado durante o teste forneça um resultado final. Esse resultado é então comparado com uma tabela de acertos, e o valor do limiar é aplicado em um cálculo que indica automaticamente se o paciente passou ou não no exame. Para melhor compreensão, foi desenvolvido um e-book na plataforma Canva explicando o PAC e a habilidade de interação binaural, o teste de avaliação, e como utilizar a planilha de forma específica e didática, incluindo um link de acesso. Conclusão: O desenvolvimento de uma planilha automatizada para a avaliação do Teste de Limiar Diferencial de Mascaramento (MLD) representa um avanço significativo na análise da habilidade de Interação Binaural, crucial para a investigação do Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), se combinado com outros testes da bateria do PAC proposta por Pereira e Schochat (1997). A utilização do Google Planilhas, juntamente com a criação de um e-book explicativo, proporciona aos profissionais uma ferramenta prática e eficiente para registrar e interpretar os resultados dos testes de MLD. Essa metodologia facilita o processo de avaliação e garante maior precisão e agilidade na obtenção dos resultados, permitindo um diagnóstico mais eficaz das habilidades auditivas dos pacientes. A implementação de tecnologias acessíveis e didáticas é fundamental para o aprimoramento contínuo dos métodos diagnósticos na audiologia, beneficiando tanto os profissionais quanto os pacientes.
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Página(s): p.1678
ISSN 1983-1793X
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DESENVOLVIMENTO DE UMA PLATAFORMA ONLINE DE TREINAMENTO AUDITIVO PARA CRIANÇAS
OLIVEIRA, T. C. G. ; RIBEIRO, Y. F. ; Marinho, W. S. ;

Introdução: A era digital oferece novas possibilidades para a educação e a reabilitação. Neste contexto, o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao processamento auditivo nas primeiras fases da vida é fundamental para o aprendizado da linguagem e maturação cognitiva. Assim, o trabalho propõe uma ferramenta inovadora para o treinamento auditivo infantil, plataforma online que utiliza recursos tecnológicos para criar um ambiente de aprendizado personalizado e engajador. A plataforma tem como objetivo potencializar o desenvolvimento das habilidades auditivas das crianças, contribuindo para o seu sucesso escolar e social. Objetivo: Desenvolver e implementar uma plataforma online gratuita e acessível, com atividades lúdicas e interativas, visando aprimorar as habilidades auditivas de crianças. Metodologia: Trata-se de projeto de continuidade no desenvolvimento de plataforma online interativa para o treinamento auditivo de crianças, financiado com bolsa PIBITI. A metodologia compreende as seguintes etapas: 1) Planejamento das novas atividades: definição dos objetivos de aprendizagem, público-alvo, conteúdo e recursos necessários; 2) Seleção de ferramentas: análise e seleção das ferramentas tecnológicas mais adequadas para a criação de atividades interativas e gamificadas, considerando a acessibilidade e a compatibilidade com diferentes dispositivos; 3) Design instrucional: desenvolvimento de atividades lúdicas e desafiadoras no Wordwall e software Audacity, adaptadas às diferentes habilidades auditivas, linguísticas e cognitivas; 4) Implementação: criação da plataforma utilizando a ferramenta escolhida, com design visual atrativo e interface intuitiva; 5) Teste e avaliação: realização de testes com um grupo de crianças para avaliar a usabilidade, a efetividade e a acessibilidade da plataforma; 6) Divulgação: disseminação da plataforma através de canais online e off-line, sites especializados e eventos da área. Resultado: Foram desenvolvidas sete atividades interativas e lúdicas, com o objetivo de estimular habilidades essenciais para o desenvolvimento cognitivo e comunicativo. As atividades abrangem um amplo espectro de habilidades, incluindo: identificação de sons do cotidiano, discriminação auditiva, associação auditiva, sequenciamento e memória auditiva, atenção auditiva, discriminação e conscientização fonológicas. Estamos na etapa de implementação, a meta é alcançar o mínimo de 15 atividades, capazes de estimular diferentes habilidades do processamento auditivo. Após a conclusão desta etapa, o projeto será submetido ao comitê de ética para aprovação e posterior divulgação da plataforma. Conclusão: O projeto teve êxito em criar atividades interativas e acessíveis destinadas ao treinamento do processamento auditivo em crianças de diferentes idades. As atividades criadas apresentam grande potencial para estimular diversas habilidades auditivas essenciais ao desenvolvimento linguístico e cognitivo na infância. As plataformas e os softwares empregados na edição dos estímulos asseguraram a qualidade e a interatividade das atividades. A etapa de teste, avaliação e ajustes será cuidadosamente cumprida visando garantir a qualidade e a eficácia do produto final.
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Página(s): p.1558
ISSN 1983-1793X
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DESENVOLVIMENTO DO TESTE DE PERCEPÇÃO DE FALA PARA APLICATIVO
Santana, S H. L. ; Agostinho, A. L. T. ; Castro, M.P. ; Reis, A.C.M.B. ;

Introdução: O crescimento das adaptações e criações de recursos tecnológicos aplicados para avaliação e terapia estão sendo recorrentes na Fonoaudiologia. Estudos indicam que, a utilização de recursos tecnológicos favorece a adesão e motivação das crianças, rompe barreiras físicas e geográficas e auxiliam na aplicabilidade do teste. Tem também como aplicabilidade uma forma simplificada, o que pode facilitar o uso por outros profissionais, como ferramenta de rastreamento auditivo infantil, além de beneficiar pacientes em reabilitação auditiva remota, permitindo ao fonoaudiólogo monitorar e ajustar o panejamento a distância. Objetivo: Adaptação virtual do teste de Percepção de fala com apoio de figuras (TPFF) em formato de aplicativo com áudio gravado/padronizado na voz feminina. Metodologia: Aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da instituição de origem (parecer no 1.386.416 - CAAE: 21338113.4.0000.5440). Trata-se de um estudo observacional, prospectivo, transversal, com objetivo de verificação da adaptação e validação de conteúdo do instrumento gravado e adaptado em formato de aplicativo. A 1ª etapa consistiu-se na construção do aplicativo realizada por meio do programa “PocketCode”, o layout do aplicativo foi desenvolvido a partir de imagens do banco de dados gratuitos da plataforma online de design “Canva”; descrição do funcionamento e; a validação de conteúdo do aplicativo, realizada com n amostral de 20 fonoaudiólogos experientes em avaliação infantil e em exercício profissional há no mínimo 3 anos. A 2ª etapa consistiu na verificação da aplicabilidade do aplicativo. A amostra foi de conveniência e foram incluídas 20 crianças normo-ouvintes, na faixa etária de 2 a 12 anos de idade, de ambos os sexos, em desenvolvimento típico. Foram excluídas crianças com alterações cognitivas e/ou mentais diagnosticadas e as que no dia da avaliação apresentassem sinais e/ou sintomas que atrapalhassem nas respostas do teste, ou crianças que não quisessem colaborar e/ou participar do teste. O teste foi aplicado por uma pessoa leiga na área da fonoaudiologia por meio de um aparelho celular Samsung A30 com uma tela de 6,4 polegadas, próprio da aplicadora, com volume padronizado. Para análise dos dados obtidos, foi realizada uma análise exploratória dos dados, com o objetivo básico de sumarizar os valores, organizando e descrevendo os dados por meio de tabelas com medidas descritivas. Resultados: A avaliação por especialistas considerou o aplicativo válido para a prática da avaliação da percepção de fala em crianças, com níveis satisfatórios em conteúdo, linguagem, ilustrações, apresentação, tempo de resposta e pergunta. As crianças também acharam o aplicativo satisfatório, destacando a facilidade do teste e a dimensão no celular. Não foram encontradas diferenças significativas entre os formatos de aplicação. A avaliação pela aplicadora leiga mostrou resultados semelhantes à avaliação realizada pelos fonoaudiólogos, considerando o aplicativo fácil de usar, mas sugerindo um maior tempo de resposta entre as palavras. Conclusão: Os objetivos do trabalho foram alcançados ao adaptar o TPFF para um aplicativo com áudio gravado e viva-voz. Não houve diferença nos resultados entre as duas formas de aplicação, e o uso do aplicativo foi considerado viável tanto para os profissionais quanto para as crianças.
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Página(s): p.1502
ISSN 1983-1793X
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DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DE ATIVIDADES TERAPÊUTICAS PARA TREINAMENTO AUDITIVO
DIAS, A. L. C. S. ; GARCIA, T. R. ; Latt, S. M. B. ;

A audição desempenha papel essencial na comunicação humana, sendo processada por sistemas periféricos e centrais. Alterações no processamento auditivo podem ocorrer de duas formas principais: como Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), em indivíduos com audição periférica normal, ou como consequência de uma perda auditiva, que inevitavelmente impacta as habilidades auditivas. Ambas as condições dificultam a interpretação de sons e comprometem funções como fechamento auditivo, discriminação e figura-fundo auditiva. O envelhecimento, associado à redução de neurotransmissores como o GABA, também agrava essas dificuldades, especialmente na inibição de ruídos. Estudos indicam que músicos idosos preservam melhor essas funções devido ao maior engajamento auditivo. Este estudo tem como objetivo criar e aplicar atividades terapêuticas para treinamento auditivo em indivíduos de 18 a 90 anos, incluindo idosos e usuários de próteses auditivas com TPAC, e investigar as diferenças entre TPAC decorrente da idade e TPAC associado a perdas auditivas metabólicas ou condições como diabetes e uso de medicamentos ototóxicos. Essas condições afetam habilidades como fechamento auditivo, discriminação de graves e agudos, figura-fundo auditiva e memória auditiva. As atividades foram desenvolvidas em apresentações interativas utilizando áudios modulados no software Audacity, com variações controladas de frequência, intensidade e duração. A ordenação temporal será trabalhada com estímulos de tons longos e curtos em diferentes sequências, enquanto a figura-fundo auditiva será estimulada por tarefas de compreensão de fala em meio a ruídos diversos. O fechamento auditivo envolverá a identificação de palavras incompletas ou distorcidas. A interação binaural, por sua vez, utilizará sons alternados entre os dois ouvidos para localização e identificação sonora. A hierarquia das habilidades auditivas guiará a progressão terapêutica, abordando inicialmente a detecção, seguida por discriminação, reconhecimento, compreensão, memória auditiva e atenção auditiva. Além disso, será dada ênfase às diferenças entre TPAC em idosos e perdas auditivas metabólicas, destacando a relação com condições sistêmicas. A aplicação prática visa avaliar a eficácia dessas atividades na reabilitação auditiva, promovendo melhorias na comunicação e na qualidade de vida dos participantes. Os resultados esperados incluem o aprimoramento das habilidades auditivas e uma maior autonomia funcional, reforçando a relevância de intervenções fonoaudiológicas terapêuticas baseadas em evidências. Conclui-se que o treinamento auditivo é uma ferramenta eficaz na reabilitação de indivíduos com TPAC, em especial os idosos, mitigando os impactos do envelhecimento no processamento auditivo central e na comunicação.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1590
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1590


DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DE UMA SOLUÇÃO TECNOLÓGICA PARA AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES EM AUDIOLOGIA
Araújo, Deuzimar P. ; Araújo, E.S ;

Introdução: A avaliação é um elemento fundamental do processo de ensino e aprendizagem, pois permite identificar os pontos do conteúdo abordado que foram bem assimilados e aqueles que demandam aprimoramento. A adaptação para o ensino remoto trouxe à tona novos desafios no processo avaliativo, evidenciando dificuldades significativas, mesmo com a incorporação de tecnologias emergentes voltadas para apoiar a educação. Esses desafios ressaltam a importância de desenvolver estratégias inovadoras e eficazes para garantir a qualidade da avaliação em diferentes modalidades de ensino. Objetivo: Desenvolver uma solução tecnológica para avaliação do conteúdo de audiometria tonal e logoaudiometria e analisar sua aplicabilidade no processo de aprendizagem de estudantes de graduação. Metodologia: Trata-se de um estudo metodológico com aplicação em estudo piloto, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, parecer No 4.704.133. No simulador audiométrico, previamente desenvolvido, incorporou-se um algoritmo que permite escolher pacientes virtuais disponíveis ou utilizar as novas opções: “Criar paciente” e “Acessar paciente externo”. A opção “Criar paciente”, exclusiva para professores, conecta-se ao aplicativo “Gerapac”, que possibilita gerar arquivos de pacientes virtuais com os resultados da audiometria tonal e da logoaudiometria sem necessidade de codificação. Já a opção “Acessar paciente externo” permite carregar arquivos gerados no “Gerapac”. Esta ferramenta, compatível com o simulador, foi desenvolvida nas linguagens Javascript e PHP. Na segunda etapa, a solução foi aplicada por uma docente experiente em uma disciplina teórica com 36 estudantes e em um estágio com seis alunos. Foram gerados casos individuais com diferentes diagnósticos audiológicos e, por meio da comparação com os gabaritos verificou-se a exequibilidade do uso da ferramenta e aplicabilidade para o processo de avaliação. Resultados: A interface do “Gerapac” apresenta caixas de seleção com opções de intensidades, variando em cinco dBNA, para as frequências de 250 a 8000 Hz em cada orelha, tanto para os limiares de condução aérea quanto de condução óssea. Também há caixas de seleção para o limiar de reconhecimento de fala (LRF) ou limiar de detecção de voz (LDV) e o resultado do índice percentual de reconhecimento de fala (IPRF). Inclui também um campo para nomear o arquivo e um botão para baixar o arquivo em formato .csv. Assim, em poucos minutos qualquer pessoa com expertise em audiologia é capaz de concluir a etapa de criação do paciente virtual. Após acessar, no simulador, os arquivos gerados, todos os estudantes realizaram diagnósticos audiológicos completos e coerentes com as respostas automatizadas programadas. A comparação com os gabaritos permitiu à docente identificar erros e lacunas de aprendizado, incluindo aspectos como o supermascaramento ou mascaramento insuficiente. Ressalta-se que ao abrir o arquivo .csv em qualquer outro programa, o estudante não tem nenhuma informação sobre os limiares auditivos programados, tendo em vista que o arquivo fica criptografado, sem informações sobre o caso. Conclusões: A solução tecnológica desenvolvida apresentou funcionalidade prática e dinâmica, favorecendo a avaliação aplicada e mostrou-se uma estratégia promissora para complementar métodos avaliativos tradicionais. Estudos futuros poderão explorar adaptações para diferentes públicos e contextos educacionais, ampliando seu impacto.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1691
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1691


DEVICE FOR PRODUCING INFRASOUND: EFFECTS OF INFRASOUND ON THE AUTONOMIC NERVOUS SYSTEM
Sharma, T ; Perini, BP ; Samelli, AG ;

Introduction: The autonomic nervous system regulates key body functions, such as heart rate, blood pressure, and sweating. Noise exposure can affect the normal functioning of these systems, causing non-auditory health effects. Infrasounds (<20Hz), which cannot be detected by the human ear, are produced daily by many sources, such as vehicles, machines, heating/cooling devices, and household appliances, among others. Some studies have suggested that infrasound can affect the autonomic nervous system, potentially influencing organ function and health. However, more research is needed to understand how infrasound affects these involuntary functions. Objective measures such as heart rate variability, respiratory rate, and electrodermal activity can help assess these physiological effects during exposure to infrasound in the laboratory. However, there are no commercially available speakers or subwoofers that emit frequencies low enough to allow these experiments to be performed. Therefore, to study the non-auditory effects of infrasound in humans through electrophysiological measurements, it is necessary to produce such devices. Objective: To design, produce, and validate a subwoofer that emits infrasound for laboratory use. Methodology: A ported subwoofer was designed (using the online software "SubBox"), which allows for the generation of more vibration and increases the production of lower frequencies. It was produced with a 12-inch speaker and an amplifier to increase the output, which also increases the gain at lower frequencies. After the device was produced, digitally generated sounds were used by a notebook to reproduce the subwoofer for emission of frequencies below 20 kHz. Calibration was performed by a professional electronic engineer. Results: Our findings indicated that the device was capable of producing sounds at frequencies as low as 12 Hz, reaching sound pressure levels of up to 100 dB. Conclusion: The device designed and validated in this research was capable of producing infrasound and, therefore, can be used in the laboratory to study the effects of infrasound on the autonomic nervous system.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1402
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1402


DIABETES MELLITUS E PERDA AUDITIVA: ANÁLISE PARCIAL DE UM ESTUDO PROSPECTIVO LONGITUDINAL
Guesser, V. M. ; Padilha, F. Y. O. M. M. ; Samelli, A. G. ;

Introdução: A Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) afeta diversos órgãos, incluindo o órgão de Corti, responsável pela audição. A microangiopatia coclear, neuropatia do VIII nervo e dano mitocondrial são consideradas três condições multifatoriais que podem levar a perda auditiva no DM2. A hiperglicemia, que ocorre principalmente devido a deficiência na ação da insulina, induz ao estresse oxidativo, inflamação e danos estruturais. A presença de receptores e sinalizadores de insulina e transportadores de glicose nas estruturas cocleares indicam possibilidade da influência dos mecanismos fisiopatológicos da DM2 na audição. As investigações do efeito do DM2 na audição mostram associação significativa porém ainda há controvérsias. A presente pesquisa tem como objetivo verificar a associação entre diabetes mellitus autorreferida e perda auditiva. Métodos: Estudo transversal com dados coletados entre 2022 e 2024, provenientes de um estudo prospectivo longitudinal realizado no Brasil. Foram coletadas informações relacionadas aos dados sociodemográficos (sexo e idade); presença de DM2 e hipertensão arterial sistêmica (HAS) (sim/não); idade do participante ao receber o diagnóstico de DM2; e dificuldade para ouvir (sim/não). Foi considerada presença de perda auditiva (sim/não) quando pelo menos uma das frequências testadas (250 a 8kHz) apresentou limiar auditivo ≥ 25dbNA na audiometria tonal liminar. A análise de dados para verificar a associação entre as variáveis qualitativas foi realizada por meio do teste quadrado de Pearson, considerando um nível de significância 5% (p<0,05). A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob número CAAE 15171019.7.0000.0065. Resultados: Participaram do estudo 204 homens e 221 mulheres com idade entre 57 e 88 anos (média de idade 62,8 anos). Dos 425 participantes, 109 (25,6%) afirmaram ter DM2, com média de idade ao receber o diagnóstico de 50,2 anos; e 327 (76,9%) foram diagnosticados com perda auditiva. Não houve associação significativa entre DM2 e perda auditiva (p=0.276). Nas análises adicionais, houve associação significativa entre perda auditiva e HAS (p=0.03), dificuldade para ouvir (p=0.001) e sexo (p=0.001), com maior prevalência de perda auditiva no sexo masculino (52,3%). Conclusão: O presente estudo verificou que não houve associação significativa entre DM2 e perda auditiva. Entretanto, indivíduos do sexo masculino, que relatam dificuldade para ouvir e que possuem diagnóstico de HAS apresentaram maior prevalência de perda auditiva, corroborando com a literatura científica previamente publicada. Limitações do estudo: a DM2 é autorreferida, impedindo a ausência de vieses relacionados a esse método de coleta de dados. A amostra é composta por trabalhadores de uma universidade com acesso facilitado a serviços de saúde dentro do próprio campus, facilitando o diagnóstico precoce e acompanhamento adequado para controle da DM2.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1397
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1397


DIAGNÓSTICO AUDIOLÓGICO EM UM ADOLESCENTE COM SÍNDROME DE DOWN - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Lima, L. G. M. B. ; Araújo, F. C. M. ; Silva, F. G. M. ; Dantas, C. L. L. ;

Introdução: O estágio supervisionado dentro da graduação, tem como proposta possibilitar que os discentes possam desenvolver habilidades clínicas lidando com situações reais, voltado para o atendimento de pacientes para avaliação e diagnóstico Objetivos: Relatar e descrever a experiência de aprendizagem durante o atendimento de um adolescente com Síndrome de Down no estágio supervisionado em diagnóstico audiológico. Sabe-se que a experiência prática associada aos conteúdos teóricos proporcionam um melhor processo de aprendizagem. Metodologia: Relato de experiência vivenciado enquanto discentes do quarto período do curso de fonoaudiologia, atuando no estágio supervisionado em diagnóstico audiológico, que trata sobre avaliação audiológica (detecção e diagnóstico), ocorreu durante o semestre 2024.2, no curso de graduação em Fonoaudiologia. Resultados: O atendimento ocorreu no mês de novembro de 2024, na clínica escola de audiologia. Foi atendido um paciente do sexo masculino, com 15 anos de idade, diagnosticado com Sindrome de Down, encaminhado para diagnóstico audiológico. Em um indivíduo adolescente é esperado a realização de uma audiometria básica, mas levando em consideração as alterações associadas aos quadros da síndrome de Down, que podem apresentar alterações de fala, linguagem, alterações, comportamentais e cognitivas, se fez necessário flexibilizar o processo de atendimento, sendo possível ampliar o entendimento clínico no manejo com o paciente e aplicação de conhecimentos teóricos e práticos de forma integrada contribuindo de forma direta na formação como fonoaudióloga. Foi possível aperfeiçoar a conduta clínica, e aprimorar a flexibilidade e criatividade, uma vez que as condições cognitivas, emocionais e comportamentais do paciente demandam ajustes contínuos na abordagem. A experiência de o atendimento com um paciente real, diante da complexidade do caso, contribuiu para consolidar de forma concreta as teorias. Foi possível observar o uso de métodos de avaliação infantil em indivíduos adultos por motivos de comprometimento das alterações no desenvolvimento, ampliando meu conhecimento na área de atendimento audiológico. Proporcionou um importante aprendizado para os alunos de Fonoaudiologia, que puderam vivenciar na prática o impacto de um bom preparo para atender adequadamente pacientes com síndromes. Conclusão: A experiência contribui de forma significativa na formação, pois possibilitou aos alunos de fonoaudiologia compreender na prática, como as alterações cognitivas e emocionais podem impactar no atendimento fonoaudiológico de forma geral. O atendimento proporcionou relacionar a teoria com a prática em audiologia, tornando possível palpar os conhecimentos de sala de aula vivenciando-os na prática, aprimorando as minhas competências clínicas, contribuindo significativamente com minha formação acadêmica e pessoal. Essa vivência trouxe para minha formação como fonoaudióloga uma grande instrução ao flexibilizar o atendimento, que proporcionou um aprendizado único onde foi possível a integração de conhecimentos teóricos e práticos não só dá audiologia, mas também informações da área de linguagem, ao observar com um olhar clínico os níveis de interação que o indivíduo desempenhava com seus pares. Esse atendimento foi muito rico em experiências interdisciplinares, no qual foi necessário visualizar o paciente no seu total, não nos limitando somente aos saberes audiológicos, mas integrando conhecimentos teóricos e práticos de outras disciplinas.


DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1595
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1595


DIFERENÇAS DE DESEMPENHO NA CONDIÇÃO FÍSICA ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM HIPOACUSIA E NORMOUVINTES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA COM META-ANÁLISE
MV Díaz-Franco ; Alexis Caniuqueo-Vargas ; Carlos A Castillo-Sarmiento ; Beatriz Rodriguez-Martin ;

Introdução: São conhecidas as diferenças entre a condição física de crianças normouvintes e de crianças com hipoacusia, mas, até onde sabemos, nenhum estudo resumiu estas diferenças analisando o impacto da hipoacusia na condição física. Objetivo: Portanto, o objetivo foi determinar as diferenças de desempenho na condição física entre crianças e adolescentes com hipoacusia e normouvintes. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática com meta-análise baseada no PRISMA. A busca contemplou artigos que compararam a condição física entre crianças com hipoacusia e normouvintes, nas bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science até maio de 2024, utilizando a escala de Newcastle-Ottawa para sua avaliação. Foram calculadas as médias padronizadas do tamanho do efeito médio entre os grupos com hipoacusia e normouvintes, utilizando o modelo de efeitos aleatórios. O teste Q e I² determinaram a heterogeneidade estatística entre os estudos. Resultados: Cinco estudos (n=484) foram analisados. As variáveis de força, desempenho físico, velocidade, agilidade, equilíbrio, marcha e balanço (30, 94, 252, 20 e 88 participantes, respectivamente) evidenciaram diferenças significativas entre os grupos com hipoacusia e normouvintes, com um efeito médio grande sobre a diminuição da condição física a favor das crianças e adolescentes com hipoacusia (ES -2.35 [IC 95%: -3.34 a -1.37], Z= 4.68 [p = 0.00001]) e uma heterogeneidade severa. Conclusões: As crianças com hipoacusia apresentam uma condição física inferior em força, agilidade, velocidade e equilíbrio em comparação com crianças normouvintes, limitando o efeito protetor em relação à saúde. Portanto, o incremento da prática regular de atividade física poderia diminuir essas diferenças, favorecendo o estado de saúde.
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Página(s): p.1396
ISSN 1983-1793X
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DISFUNÇÃO VESTIBULAR EM MULHERES NA MENOPAUSA
Vitor,N.B.A. ; Marques, L.R. ; Barros, V. R. ;

Introdução: A menopausa marca o fim da capacidade reprodutiva feminina. As mudanças hormonais associadas a esse período podem afetar o sistema vestibular, levando a sintomas como tontura, vertigem e instabilidade. Essas alterações podem impactar significativamente a qualidade de vida das mulheres nessa fase. A avaliação otoneurológica é crucial para diagnosticar e determinar o tratamento adequado para possíveis lesões no sistema auditivo e vestibular, especialmente em mulheres na menopausa, onde podem surgir sinais de comprometimento vestibular periférico. Objetivo: Verificar a ocorrência de disfunções vestibulares em mulheres na menopausa. Métodos e materiais: Aprovado pelo Comitê de Ética, n° 6.859.994. Estudo descritivo de corte transversal, que será composto por 50 participantes, entre 40 e 55 anos, do gênero feminino. A amostra será dividida em dois grupos. O primeiro (G1) será composto por 25 participantes mulheres na menopausa. O segundo grupo (G2) será composto por 25 participantes mulheres que não estão na menopausa, com idade entre 40 e 55 anos. A coleta é composta por anamnese otoneurológica, manobras de Dix-Hallpike e Head Holl, além de Vectoeletronistagmografia. Os dados serão registrados em planilhas do Excel e analisados com o Teste Qui-Quadrado e Exato de Fisher , com significância de 5% (p=0,050), assim como o Odds Ratio. Resultados: A chance de disfunção vestibular no G1 é aproximadamente 2.4 vezes maior do que no G2, porém, não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos nas variáveis analisadas. Considerações: Os resultados sugerem que, embora a chance de disfunção vestibular no G1 seja maior, a falta de significância estatística e a baixa precisão requerem ampliação da amostra.

Palavras-chave: Menopausa; Vertigem; Eletronistagmografia.
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Página(s): p.1480
ISSN 1983-1793X
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EDITATONA COMO ESTRATÉGIA DE DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO ABERTO EM SAÚDE AUDITIVA NOS PROJETOS WIKIMEDIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Matos, H. G. C. ; Zucki, F ; Cruz, P. C. ; Garbino, J. F. ; Bohn, V. ; Cardoso, M. J. F. ; Lima, F. R. ; Alvarenga, K. F. ; Jacob, L. C. B. ;

Introdução: Editatona é um evento colaborativo que promove a criação e melhoria de conteúdos nos projetos Wikimedia, como na Wikipédia (enciclopédia digital aberta), Wikidata (banco de dados estruturados) e Wikimedia Commons (repositório de arquivos multimídia). Esses eventos objetivam ampliar ou melhorar conteúdos em determinada temática como saúde, ciências ou educação. As editatonas favorecem a difusão e letramento em saúde, mediante comunicação de conhecimentos científicos na internet de forma acessível nos projetos Wikimedia. Objetivo: Relatar a experiência de uma editatona para produção colaborativa de conhecimento aberto em saúde auditiva. Metodologia: Este relato de experiência descreve a organização de uma editatona voltada à edição de conteúdo em saúde auditiva na Wikipédia, Wikidata e Wikimedia Commons. O evento foi coordenado por três instituições de ensino em Fonoaudiologia das regiões sul e sudeste, com apoio de editores brasileiros da comunidade Wikimedia. Essas instituições integram uma rede internacional de colaboração em educação e pesquisa na área de saúde auditiva baseada em projetos Wikimedia. O público-alvo incluiu estudantes de graduação e pós-graduação, professores e profissionais das áreas de saúde e educação. A editatona ocorreu de forma híbrida, sendo presencial com oito horas de duração nas instituições participantes, e por um evento online transmitido pelo Google Meet. O evento foi dividido em dois períodos: (i) capacitação em edição nos projetos Wikimedia; e (ii) edição de conteúdo sobre saúde auditiva em texto, dados estruturados e materiais multimídia. Os participantes receberam treinamento sobre normas de edição, uso de referências bibliográficas, carregamento de arquivos no Wikimedia Commons e edição de dados no Wikidata. O mapeamento de conteúdo foi realizado com as ferramentas PetScan e PagePile, e métodos computacionais como SPARQL e Python para geração de listas automáticas de verbetes e itens. As edições foram realizadas em computadores pessoais ou institucionais, além de dispositivos móveis. O monitoramento das edições ocorreu por meio da plataforma de acompanhamento educacional Programs & Events Dashboard, com registro na campanha global de atividades em saúde auditiva nos projetos Wikimedia. Resultados: A editatona contou com 39 participantes, dos quais 20 eram novos editores na Wikipédia. Foram realizadas 619 edições, com a inserção de 478 referências bibliográficas e 14.763 visualizações até janeiro de 2025. Na Wikipédia, editaram-se 46 verbetes e criaram-se 10 novos, incluindo tópicos como: saúde auditiva, escuta dicótica, sistema olivococlear, eletrococleografia, transtorno do processamento auditivo central, tubo de ventilação, tonotopia, fadiga auditiva e transtorno do espectro da neuropatia auditiva. No Wikidata, foram editados 53 itens e criados 17 novos, abrangendo temas como curvas timpanométricas, inteligibilidade de fala, latenciograma e audiometria de altas frequências. No Wikimedia Commons, ocorreu o registrado de 32 arquivos de mídia em licença aberta, com 15 imagens utilizadas na representação de verbetes e itens de dados. Conclusão: A editatona mostrou-se uma estratégia para ampliar conteúdos sobre saúde auditiva utilizando os projetos Wikimedia. A colaboração em ambientes digitais possibilita a disseminação de conhecimentos científicos, além da realização de atividades educacionais. O uso de plataformas digitais abertas pode contribuir para a construção de um espaço coletivo de produção de informação em saúde auditiva na internet.
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Página(s): p.1721
ISSN 1983-1793X
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EDUCAÇÃO EM SAÚDE E REABILITAÇÃO AUDITIVA: A EXPERIÊNCIA DA EFETIVIDADE DE GRUPOS MULTIPROFISSIONAIS COM USUÁRIOS NA ESPERA PELA DISPENSAÇÃO DE APARELHOS DE AMPLIAÇÃO SONORA INDIVIDUAL
Brito, I.C.R ; Nascimento, G.F.F ; Carvalho, A.B ; Dias, R.C.T ;

Introdução: A perda auditiva é reconhecida como a segunda deficiência mais prevalente no mundo, frequentemente relacionada à presbiacusia, um processo natural associado ao envelhecimento. Essa condição pode impactar significativamente a qualidade de vida das pessoas, especialmente em idades mais avançadas, devido às limitações na comunicação e na interação social. Diante disso, intervenções direcionadas, como a realização de grupos multiprofissionais de Educação em Saúde, têm demonstrado potencial para melhorar o bem-estar e promover maior autonomia das pessoas com deficiência, incluindo a perda auditiva. Objetivo: relatar a experiência de um grupo terapêutico multiprofissional criado para pessoas com deficiência auditiva que aguardam a dispensação do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Metodologia: O estudo caracteriza-se como intervencional, qualitativo e descritivo, vinculado a um projeto de extensão, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob parecer nº 6.767.314. As atividades ocorreram no período de maio de 2023 a dezembro de 2024, com encontros mensais organizados pela equipe para usuários da linha de cuidado em saúde auditiva e seus familiares. O objetivo central desses encontros foi promover a educação em saúde, abordando aspectos relevantes ao cuidado auditivo e à qualidade de vida enquanto os usuários aguardavam a disponibilização dos AASIs. Resultados: Participaram, em média, 20 pessoas por encontro, entre usuários e familiares, com idades variando entre 60 e 90 anos. A maioria dos participantes apresentava perda auditiva associada à presbiacusia ou à exposição prolongada a ruídos. Todos os usuários eram oralizados e empregavam estratégias de comunicação auxiliares para potencializar a compreensão. A equipe multiprofissional era composta por fonoaudiólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos. Os encontros eram conduzidos de maneira alternada pelos profissionais, reforçando a perspectiva interdisciplinar. Os temas abordados incluíram: o entendimento da perda auditiva e suas causas; os benefícios e o funcionamento do AASI; estratégias de comunicação efetiva; interação social; direitos das pessoas com deficiência; saúde mental e qualidade de vida; e prevenção de quedas. Cada encontro foi estruturado em três etapas: uma exposição educativa, uma dinâmica relacionada ao tema abordado e um momento final de troca de experiências entre os participantes. A abordagem utilizada favoreceu não apenas a aquisição de conhecimentos, mas também o fortalecimento do vínculo entre os usuários da linha de cuidado e a equipe de profissionais. Conclusão: O grupo terapêutico se mostrou uma ferramenta eficaz para potencialização do cuidado em saúde auditiva, promovendo o empoderamento dos participantes e incentivando a autonomia em relação ao próprio processo de saúde. Metodologias fundamentadas no Cuidado Centrado na Família e na Educação em Saúde foram essenciais para integrar os usuários em uma rede de apoio, contribuindo para os resultados da reabilitação auditiva. Dessa forma, iniciativas como essa reforçam a importância de intervenções interdisciplinares nos serviços de saúde, promovendo maior qualidade de vida para pessoas com deficiência auditiva.
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Página(s): p.1624
ISSN 1983-1793X
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EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COM ÊNFASE NA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Dutra, M.R.P. ;

Introdução: A Educação Permanente em Saúde é uma estratégia político-pedagógica que toma como objeto os problemas e necessidades emanados do processo de trabalho em saúde e incorpora o ensino, a atenção à saúde e a gestão do sistema com vistas à produção de mudanças neste contexto. A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) proporciona a identificação o mais precocemente possível da deficiência auditiva nos neonatos e lactentes, deve ser realizada até o primeiro mês de vida dos neonatos e preferencialmente nas maternidades.
Objetivo: Apresentar os nós críticos e as estratégias de enfrentamento para os programas de triagem auditiva neonatal no estado do XXX.
Métodos: O I Seminário sobre Integralidade do Cuidado da Deficiência Auditiva na Infância foi realizado nos dias 18 e 19 de agosto de 2024, executado por docentes do curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal XXX e teve participação de 26 fonoaudiólogos vinculados à saúde auditiva no SUS do estado do XXX. Durante o evento foram realizadas as seguintes atividades: exposições técnicas, reflexões individuais e construções coletivas. Foi realizada uma dinâmica com grupos de 5-6 profissionais para elencarem os principais facilitadores e dificultadores dos programas de TAN e em seguida ocorreu a exposição e discussão no coletivo. Também foi elaborada uma matriz com os principais nós críticos e as estratégias de enfretamento a curto, médio e longo prazo.
Resultados: Os principais facilitadores foram realizar a TAN antes da alta hospitalar, monitorar os indicadores de qualidade, quantidade adequada e capacitada de recursos humanos, disponibilidade de equipamentos e insumos, integração das redes de atenção à saúde e familiares e profissionais esclarecidos, enquanto que os dificultadores foram distância geográfica entre os serviços e a residência da família, evasão das famílias, quantidade insuficiente de profissionais, articulações frágeis entre as redes e falhas no sistema de regulação. Na elaboração da matriz as estratégias de enfrentamento a curto prazo foram: compra de equipamentos, ações de educação permanente para fonoaudiólogos e outras categorias profissionais, identificação dos indicadores de risco, análise do número de profissionais X demanda da maternidade, realização de busca ativa, articulação com a equipe do serviço social, comunicação/articulação maternidade com os CER/ serviço de saúde auditiva, definição de fluxos de regulação. Já as estratégias de médio e longo prazo foram compra de equipamento reserva, estruturação e manutenção da educação permanente, registro em sistema eletrônico, ampliação da colaboração entre os centros, inclusão das ações de integração com Atenção Especializada e Atenção Primária à Saúde na rede, regulação definição da regulação da Maternidade para os CER/ serviço de saúde auditiva.
Conclusão: Os nós críticos estão relacionados a diversos aspectos como recursos humanos e técnicos, bem como a articulação das redes de atenção à saúde e as estratégias de enfretamento que envolvem ações de educação permanente e participação dos gestores de diferentes pontos de atenção da rede de atenção à saúde. A partir desse simpósio espera-se a qualificação e o aperfeiçoamento dos programas de TAN, orientando-se para a melhoria do acesso e qualidade da assistência.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1665
ISSN 1983-1793X
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EFEITO DE SUPRESSÃO DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS POR ESTÍMULO TRANSIENTE EM LACTENTES TERMO E PRÉ-TERMO: REVISÃO INTEGRATIVA
Ramos, D.R.A. ; Ribeiro, G.E. ; Silva, D.P.C. ;

Introdução: Lactentes nascidos pré-termo podem apresentar diferenças significativas no desenvolvimento auditivo em comparação aos nascidos a termo. Essas diferenças decorrem do fato do sistema auditivo, especialmente as vias auditivas centrais e o sistema olivococlear medial (SOCM), ainda estarem em processo de maturação no momento do nascimento, o que pode impactar os resultados dos exames auditivos iniciais. Objetivo: Verificar, por meio de uma revisão integrativa, se a prematuridade interfere na resposta do efeito de supressão das emissões otoacústicas por estímulos transientes (EOAT). Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa. Foram incluídos estudos observacionais que avaliaram o efeito de supressão das EOAT em lactentes nascidos a termo e pré-termo. Excluíram-se cartas ao editor, diretrizes, revisões sistemáticas, meta-análises, resumos de congressos e estudos que não compararam o efeito de supressão das EOAT entre essas populações. A literatura científica foi investigada nas bases de dados PubMed, LILACS, Scopus, Web of Science, SciELO, Embase, ProQuest, BDTD, CINAHL e Google Scholar, sem restrição de idioma ou data de publicação. As etapas de seleção e extração dos dados foram realizadas de forma independente e cega por três revisores, com as discordâncias resolvidas em reunião de consenso. Resultados: Foram identificados 311 estudos, dos quais 45 foram excluídos por duplicidade e 249 por não atenderem aos critérios de inclusão. Os artigos restantes foram avaliados na íntegra, resultando na seleção de cinco estudos para esta revisão. Conclusão: Os achados desta revisão integrativa indicam que o efeito de supressão das EOAT é menor em lactentes pré-termo, refletindo o atraso na maturação do SOCM nessa população. Em contrapartida, lactentes nascidos a termo apresentam respostas mais próximas ao padrão adulto. Esses resultados destacam o processo contínuo de desenvolvimento do SOCM, evidenciando sua funcionalidade desde os primeiros dias de vida.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1488
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1488


EFEITO DO RUÍDO NA FREQUENCY-FOLLOWING RESPONSE (FFR) COM ESTÍMULO DE FALA EM JOVENS ADULTOS NORMO-OUVINTES
Venâncio, L. G. A. ; Muniz, L. F. ; Silva, J. D. Da. ; Leal, M. De C. ; Neto, S. Da. S. ;

Introdução: A compreensão de estímulos complexos, como a fala, em ambientes ruidosos, demanda a integridade neurobiológica do sistema auditivo central. Alterações no processamento auditivo temporal têm sido associadas a dificuldades na percepção de fala em tais contextos. O fenômeno de forward masking, caracterizado pelo mascaramento residual que persiste após a cessação do ruído, ilustra essa dificuldade. Esse efeito está relacionado ao tempo de recuperação das fibras nervosas e pode ser objetivamente avaliado por meio da Frequency-Following Response (FFR). Contudo, dados normativos em indivíduos normo-ouvintes ainda são escassos.
Objetivo: Investigar o efeito do ruído nas latências, amplitudes das ondas V, A, C, D, E, F e O, slope e área do complexo VA da FFR, com estímulo de fala, em adultos com normo-ouvintes.
Método: Este estudo transversal incluiu 20 adultos normo-ouvintes (média de idade: 31,70 anos; desvio padrão: 12,39 anos; ambos os sexos). As respostas de FFR foram obtidas com o estímulo /da/ em duas condições: sem ruído e com ruído apresentado 4 ms antes da sílaba. Os estímulos foram aplicados de modo monaural no ouvido direito, utilizando fones de inserção ER-3A e o equipamento Intelligent Hearing System. A montagem vertical dos eletrodos foi composta por M1 e M2 (-), Fz (+) e Fpz (terra). Para análise estatística, aplicou-se o teste de Wilcoxon pareado, verificando a normalidade dos dados pelo teste de Shapiro-Wilk e adotando nível de significância de 5%.
Resultados: Observou-se diferença significante nas latências das ondas V, A, D, E e F, bem como nas amplitudes dessas ondas e da onda C, além do slope e da área do complexo VA. Não foram identificadas diferenças estatisticamente significantes nas latências das ondas C e O, nem na amplitude da onda O. O ruído promoveu um padrão consistente de aumento das latências e redução das amplitudes, slope e área, evidenciando maior suscetibilidade de algumas respostas da FFR à degradação pelo ruído, especialmente devido às características transitórias do estímulo.
Conclusão: Os resultados demonstram que o ruído desencadeia o fenômeno de forward masking nas respostas da FFR, comprometendo a codificação neural de estímulos de fala, mesmo em jovens adultos normo-ouvintes. Esses achados reforçam o ruído como deletério para a percepção de fala, sendo a FFR uma ferramenta útil para avaliar os impactos deste no processamento auditivo de forma a contribuir e ampliar o conhecimento sobre a neurofisiologia da percepção de fala em condições desafiadoras.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1424
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1424


EFEITO DO TREINAMENTO AUDITIVO EM PACIENTES COM QUEIXA DE DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
Melo, N. C. O. ; Figueiredo, D. F. ; Medeiros, V. N. ; Miranda, A. C. ; Cunha, V. L. C. ; Silva, S. A. ; Lima, D. O ; Rosa, M. R. D ;

Introdução: A leitura é um processo complexo que depende da integração de várias habilidades, como a percepção visual e a memória auditiva, ambas fundamentais para uma leitura eficaz. Essas habilidades estão interligadas e desempenham papel essencial no aprendizado. O sequenciamento auditivo e visual está relacionado às propriedades do sistema transiente no cérebro, mediado pelos neurônios do sistema magnocelular. Esses neurônios contribuem para a interação entre o processamento auditivo e a percepção visual, elementos cruciais no processo de aquisição da leitura. O Processamento Auditivo Central (PAC) é responsável por interpretar e organizar os sinais acústicos captados pelo sistema auditivo. Quando existem déficits no PAC, surge o Transtorno de Processamento Auditivo Central (TPAC), que pode prejudicar o desempenho escolar, especialmente em habilidades como leitura e compreensão textual. Uma estratégia eficaz para superar essas dificuldades é o treinamento auditivo (TA), que promove mudanças no sistema nervoso auditivo central. Por meio de exercícios específicos, o TA desenvolve habilidades como discriminação de sons e sequenciamento, ajudando a minimizar os impactos do TPAC. Assim, o PAC e a percepção visual desempenham papéis complementares na leitura e na aprendizagem. Intervenções como o TA são fundamentais para promover o desenvolvimento dessas habilidades e garantir uma base sólida para o aprendizado Objetivo: Investigar a eficácia do TA em pacientes com queixa de dificuldade de aprendizagem. Metodologia: Trata-se de um ensaio clínico não controlado realizado com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com parecer de número 6.196.845 e avaliou o PAC antes e após o TA. O estudo foi realizado na clínica-escola de Fonoaudiologia no setor de Audiologia. E participaram da pesquisa 8 voluntários com queixas de dificuldade de aprendizagem e que apresentaram alteração na avaliação do PAC. As crianças passaram pela avaliação audiológica e pela avaliação do PAC. O grupo selecionado participou de sessões de TA formal em cabine acústica por 8 semanas, com uma sessão semanal de aproximadamente 45 minutos. Resultados: Durante as oito sessões de TA, foi trabalhado o treinamento de todas as habilidades auditivas, independentemente das alterações detectadas na avaliação inicial do PAC, utilizando atividades formais propostas na metodologia deste estudo. O TA tem o potencial de promover uma reorganização neuronal no sistema auditivo e nas conexões com outros sistemas sensoriais relacionados, resultando em uma melhoria das habilidades previamente alteradas. Os resultados encontrados nos testes pré e pós TA indicam uma melhora geral no desempenho auditivo das crianças, com resultados significativos observados nos testes PSI OE, FR OD e OE, PPS e MLD. Ao comparar os resultados deste estudo com trabalhos semelhantes, percebe-se que os achados dos testes realizados após as sessões de TA estão alinhados com outros estudos, os quais demonstram que as habilidades do PAC podem ser treinadas e, consequentemente, aprimoradas. Conclusão: O TA mostrou-se eficaz, com melhorias notáveis na maioria das habilidades auditivas. No entanto, algumas habilidades não demonstraram resultados significativos. Portanto, é necessário revisar o programa de intervenção, possivelmente ampliando o número de sessões, para alcançar uma melhora mais significativa e abrangente em todas as habilidades.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1641
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1641


EFEITO DO TREINAMENTO AUDITIVO MUSICAL (TAM) NA HABILIDADE AUDITIVA DE INTEGRAÇÃO BINAURAL EM CRIANÇAS
Oliveira, M. E. Z. de ; Brambila, M. D ; Santos, R. G. dos ; Gindri, B. de F. S. ; Biaggio, E. P. V. ;

Introdução: O Treinamento Auditivo Musical (TAM) é uma abordagem que utiliza elementos musicais para aprimorar habilidades auditivas. A música, por sua natureza rítmica, melódica e harmônica, atua como um poderoso estímulo neural, promovendo a plasticidade cerebral e facilitando a reabilitação auditiva. Dentre as habilidades auditivas, a integração binaural é uma habilidade fundamental que permite ao cérebro combinar e interpretar sons recebidos pelas duas orelhas, sendo essencial para a compreensão auditiva em ambientes ruidosos. Essa habilidade é fundamental para o desenvolvimento da comunicação e da aprendizagem, especialmente em crianças. Assim, avaliar os efeitos do TAM sobre a integração binaural pode contribuir para o aprimoramento de intervenções clínicas direcionadas ao Processamento Auditivo Central (PAC) Objetivo: verificar o efeito de um protocolo de TAM em crianças na habilidade auditiva de integração binaural. Metodologia: Estudo de caráter experimental longitudinal e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 5.422.177 em conformidade com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Estudo piloto que incluiu 10 crianças de ambos os sexos, com idades entre 7 a 10 anos. Todos foram submetidos a Medidas de Imitanciometria, Audiometria Tonal Liminar e bateria completa do PAC e depois de 10 sessões do Treinamento Auditivo Musical. Esse estudo analisará apenas os resultados do Teste Dicótico de Dígitos (TDD), de forma descritiva. O TDD apresenta dois dígitos em cada orelha simultaneamente. A criança deve repetir os quatro números, independentemente da ordem. O teste é realizado a 50 dBNS, com base na média dos limiares tonais de 500Hz, 1kHz e 2kHz de ambas as orelhas. Para analisar os resultados, soma-se o número de erros, multiplica-se por 2,5% e subtrai-se de 100. Resultados: A partir da análise dos achados pré e pós TAM observou-se que, em relação à média geral, os resultados foram de 77,5% na orelha direita (OD) e 79,75% na orelha esquerda (OE) pré TAM e 86,25% e 89,75% pós, respectivamente. Em relação à análise por faixa etária e por orelha, 30% dos sujeitos melhoraram o seu desempenho na OD pós TAM e 50% dos sujeitos na OE. Também verificou-se que 20% da amostra obteve normalização em apenas uma orelha e 10% bilateralmente. Conclusão: Aparentemente o TAM apresentou efeito restrito nessa habilidade auditiva, neste estudo piloto. Existe a necessidade de novos estudos para entender quais estratégias podem ser mais satisfatórias para a estimulação da habilidade auditiva de integração binaural.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1650
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1650


EFEITO DO TREINAMENTO AUDITIVO MUSICAL (TAM) NAS HABILIDADES AUDITIVAS DE ORDENAÇÃO E RESOLUÇÃO TEMPORAL EM CRIANÇAS
Gindri, B. F. S ; Boaz, A. M ; Sanfelice, D. M ; Garcia, T. S ; Biaggio, E. P. V ;

A eficiência, bem como a efetividade com que o Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC) faz uso da informação auditiva, se refere ao Processamento Auditivo Central (PAC). Quando este processo não se dá de modo adequado, poderá ocorrer o chamado Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), podendo resultar em déficit na comunicação, bem como, em outras funcionalidades. O TPAC é definido, como uma defasagem em um ou mais processos auditivos centrais, sendo caracterizado por uma ou mais alterações nas habilidades auditivas. É importante frisar que dentre estas habilidades estão as de ordenação e resolução temporal, que são fundamentais para a percepção de sons sejam eles verbais ou não verbais. Como forma de tratar o TPAC, o Treinamento Auditivo (TA), é uma ferramenta que vem sendo utilizada na prática clínica, sendo uma das opções de TA, o musical. Objetivos: verificar o efeito de um protocolo de Treinamento Auditivo Musical (TAM) em crianças com alteração nas habilidades auditivas de ordenação e resolução temporal. Metodologia: Fizeram parte deste estudo 10 criança de ambos os sexos com idades entre sete e 10 anos, que foram submetidas a audiometria tonal liminar, medidas de imitância acústica, teste de Padrão de Frequência (TPF), Random Gap Detection Test (RGDT) e posteriormente a 10 sessões de TAM. Com a finalidade de mensurar o seu efeito do TAM, as crianças foram reavaliada, quinze dias após o término da intervenção, com os mesmos testes realizados inicialmente. Os dados foram analisados por estatística não paramétrica utilizando o teste de Wilcoxon Rank Sum Test para amostras pareadas, com nível de significância de 0,05 e todas as análises foram feitas utilizando o software estatístico RStudio. Este estudo foi registrado pelo Comitê de ética em Pesquisa da instituição pertencente, sob o número 057762 e todos os participantes tinham o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado por seus pais ou responsáveis autorizando a participação nesta pesquisa. Resultados: A partir da análise dos achados pré e pós TAM observou-se que os testes TPF (tarefa de nomeação) e RGDT responderam de forma significativa ao tratamento (P<0,05) enquanto na tarefa de murmúrio do TPF, não houve mudança significativa. Ressalta-se que as respostas do TPF (tarefa de nomeação) e do RGDT foram 104,6 % superioriores e 16,1 ms inferiores após o TAM, respectivamente. Conclusão: observou-se diferença estatisticamente significante nos achados do TPF na tarefa de nomeação e no RGDT, após 10 sessões do TAM, já na tarefa de murmúrio do TPF o mesmo não ocorreu, pois não foram encontradas mudanças significativas após a intervenção.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1610
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1610


EFEITO DO TREINAMENTO VISUAL EM PACIENTES COM QUEIXA DE DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM E TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Figueiredo, D. F. ; Melo, N. C. O. ; Medeiros, V. N. ; Miranda, A. C. ; Cunha, V. L. C. ; Silva, S. A. ; Lima, D. O. ; Rosa, M. R. D. ;

INTRODUÇÃO: A leitura e a escrita são habilidades fundamentais para o desenvolvimento acadêmico e estão relacionadas à percepção auditiva e visual, que desempenham papéis essenciais na análise e interpretação de informações sonoras e viso-motoras, respectivamente. A percepção visual, em particular, envolve a capacidade de processar e interpretar estímulos visuais, o que é importante para o reconhecimento de palavras e a coordenação motora necessária à escrita. Já a percepção auditiva está relacionada ao processamento e interpretação dos estímulos auditivos. Alterações na percepção auditiva podem ocasionar o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) e, assim, impactar a compreensão de linguagem e a aprendizagem escolar. Pacientes com queixas de dificuldades de aprendizagem podem apresentar alterações tanto nas habilidades auditivas quanto visuais, o que compromete seu desempenho acadêmico. Dessa forma, o treinamento visual tem se mostrado uma boa estratégia para melhorar as habilidades da percepção visual, ajudando a aprimorar a integração viso-motora, que é essencial para a eficácia da leitura e da escrita. OBJETIVO: Investigar a eficácia do treinamento visual em pacientes com queixa de dificuldade de aprendizagem e TPAC. METODOLOGIA: Ensaio clínico não controlado realizado em uma Clínica-Escola de Fonoaudiologia, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 6.196.854), com a participação de 8 crianças de 7 a 10 anos que apresentavam queixas relacionadas a dificuldades de aprendizagem. Todas as crianças passaram por avaliação comportamental do Processamento Auditivo Central (PAC), sendo incluídas no treinamento visual apenas aquelas com alterações nesta avaliação. A percepção visual foi avaliada pelo Teste Evolutivo de Percepção Visual (DTVP-2), que mensura habilidades viso-motoras e perceptivo-visuais por meio de oito subtestes. Após as avaliações iniciais, as crianças participaram de 8 sessões de um treinamento visual desenvolvido com base em um protocolo. Cada sessão teve duração aproximada de 50 minutos e incluiu 7 atividades voltadas para o desenvolvimento de diferentes habilidades visuais. As atividades foram selecionadas do portal Afinando o Cérebro e dos livros da coleção Atividades Preparatórias para Leitura e Escrita. Ao término das 8 sessões, a eficácia do treinamento foi avaliada por meio de uma nova aplicação do DTVP-2. Os dados obtidos foram analisados no software JAMOVI, utilizando o teste t pareado para comparação do desempenho pré e pós-treinamento. RESULTADOS: As análises mostraram diferenças significativas entre as avaliações pré e pós-intervenção, com melhorias notáveis em cópia e closura visual. Todas as médias dos subtestes do DTVP-2 aumentaram após o treinamento, indicando um impacto positivo geral nas habilidades visuais das crianças. CONCLUSÃO: O treinamento visual levou a avanços significativos em cópia e closura visual, sugerindo que intervenções focadas na percepção visual podem melhorar o desempenho acadêmico. Apesar das melhorias serem mais evidentes em alguns subtestes, outras habilidades visuais também podem se beneficiar, especialmente com mais sessões e ajustes específicos. O estudo destaca a importância de intervenções personalizadas para apoiar crianças com dificuldades de aprendizagem e TPAC.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1655
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1655


EFEITO DO USO PROLONGADO DE JOGOS ELETRÔNICOS NO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO COGNITIVO: UMA SÉRIE DE CASOS
Silva, J. J. C. ; Silva, J. M. G. ; Muniz, L. F ;

Introdução: Os jogos eletrônicos são dispositivos ligados a telas que podem gerar impactos positivos e negativos as funções cognitivas. Dentre os benefícios averiguamos o desenvolvimento das habilidades cognitivas de atenção, raciocínio lógico, aprendizado visuoespacial, memória de trabalho e operacional, além de melhorias na resolutividade de problemas, tomadas de decisão, autocontrole, sensação de prazer e diminuição do estresse, aspectos contribuintes para o processo de aprendizado. Em contrapartida pode gerar aumento na agressividade, prevalência de distúrbios psicológicos, depressão e isolamento social, podendo provocar vício semelhante ao abuso de drogas. Objetivo: Averiguar o efeito do uso prolongado de jogos eletrônicos no Potencial Evocado Auditivo Cognitivo. Metodologia: Trata-se de um estudo primário, analítico, observacional e transversal, efetuado após aprovação do Comitê de Ética com o parecer de número 6.814.776. Composto por oito universitários selecionados por conveniência, de ambos os sexos, com audição dentro dos padrões de normalidade e faixa etária entre dezoito e vinte sete anos distribuídos em dois grupos. Todos os participantes foram submetidos a otoscopia, anamnese, avaliação Neuropsicológica Breve, questionário Scale of Auditory Behaviors, audiometria, imitanciometria, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico e o Potencial Evocado Auditivo Cognitivo. O grupo estudo foi constituído por quatro universitários usuários de jogos eletrônicos e o grupo dois composto por quatro universitários não usuários de jogos eletrônicos. Resultados: A Avaliação Neuropsicológica Breve demonstrou que os usuários de games possuem melhores desempenho nas tarefas de memória semântica de longo prazo, memória de trabalho, memória visual de curto prazo e planejamento linguísticos que avaliam as habilidades de memória, linguagem e funções executivas. Funções diretamente associadas às habilidades de integração, memória e cognição avaliadas do Potencial Evocado Auditivo Cognitivo, culminando em melhorias na morfologia das ondas P1, N1, P2, N2 e P300, menores valores de latência da onda N1, maiores valores de amplitudes nas ondas P1, N1, P2, N2 e P300, e menores valores de slope e área dos componentes P1-N1 e P2-N2 em ambas as orelhas. Conclusão: Contudo, podemos inferir que o Potencial Evocado Auditivo Cognitivo é um exame objetivo e de fácil execução que pode ser utilizado para mapear os benefícios dos games nas funções cognitivas.
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Página(s): p.1708
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1708


EFEITO DOS HORMÔNIOS E DO ESTRESSE NA FUNÇÃO AUDITIVA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Silva, G. V. K. ; Fernandes, C. L. L. ; Oliveira, L. H. P. G. ; Silva, C. D. ; Gomes, R. C. ; Medeiros, F. J. A, ; Martins, L. M. ;

Introdução: O sistema auditivo é responsável pela percepção sonora e equilíbrio, podendo ser impactado por alterações que afetam tanto a audição quanto o equilíbrio. O estresse, ao ativar mecanismos fisiológicos, pode prejudicar a função auditiva, causando sintomas como zumbido e alterações na percepção sonora. Além disso, o estresse influencia a fisiologia auditiva por meio da liberação de hormônios que afetam diretamente o sistema auditivo. Essa interação levanta a necessidade de investigar mais profundamente essa relação para compreender as implicações clínicas do estresse na função auditiva. Objetivo: Analisar o impacto dos hormônios e do estresse no sistema auditivo, através de uma revisão integrativa da literatura. Metodologia: Foram selecionados artigos experimentais e observacionais, com envolvimento dos seres humanos, publicados nas bases Pubmed e BVS. A pesquisa foi realizada em dezembro de 2024, utilizando os descritores "Stress" AND "hormones" OR "Cortisol" AND "Hearing", “Psychological Stress” AND “Hormones” AND “Hearing”. Foram identificados 18 artigos que abordam os temas. Destes, 8 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão, como revisões e estudos com animais. Após a triagem, 10 artigos foram selecionados. Resultados: Através da análise dos estudos foi possível verificar que o estresse está relacionado à perda auditiva, já que as alterações hormonais causadas pelo estresse podem agravar as condições auditivas já existentes ou afetar a função auditiva. A audição é capaz de detectar hormônios que prejudicam a homeostase auditiva. Porém, apesar do estresse ser amplamente estudado em relação às suas consequências fisiológicas, sua influência na audição ainda é pouco explorada. A análise dos 10 artigos selecionados permitiu identificar 14 hormônios frequentemente associados a alterações auditivas induzidas pelo estresse. O cortisol foi o hormônio mais citado, aparecendo em oito dos 10 artigos, especialmente em casos de perda auditiva súbita idiopática e na Doença de Ménière. Outros hormônios, como ACTH, epinefrina, aldosterona, prolactina, serotonina, norepinefrina, IL-1β e catecolaminas, apareceram em um dos 10 estudos, com menor frequência. Os estudos mostraram que o estresse pode agravar condições auditivas, independentemente da idade ou sexo, com destaque para doenças como Doença de Ménière, perda auditiva súbita idiopática, depressão e ansiedade. E os hormônios, como o cortisol, que tem relação com a intensidade e duração dos sintomas, afetam diretamente a percepção auditiva. Além disso, disfunções nos eixos neuroendócrinos também estão presentes em diversas condições auditivas e as intervenções para o controle do estresse podem influenciar os sintomas auditivos, mas nem sempre modificam os efeitos emocionais do estresse. A interação desses hormônios com condições como depressão e distúrbios vestibulares podem intensificar problemas auditivos. Conclusões: O estresse, ao induzir a liberação de hormônios, não é a causa primária das alterações auditivas, mas sim um fator agravante, especialmente em condições patológicas pré-existentes. No entanto, essa relação ainda é pouco explorada e deveria ser mais investigada para aprofundar o entendimento sobre os efeitos do estresse no sistema auditivo. É necessário explorar melhor a conexão entre estresse, hormônios e função auditiva para o desenvolvimento de terapias mais eficazes, considerando os impactos do estresse na saúde auditiva.
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Página(s): p.1473
ISSN 1983-1793X
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EFEITO OTOPROTETOR DO USO DE ANTIOXIDANTES NA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO EM ESTUDOS EXPERIMENTAIS COM ROEDORES – UMA REVISÃO SISTEMÁTICA COM METANÁLISE.
Novanta, G.G.R ; Zica, A.C.O. ; Sampaio, M.L.Q. ; Corrêa, C. C. ; SERRA, L.S.M. ; Sampaio, A.L.L. ;

Introdução: Diversas substâncias com propriedades antioxidantes vêm sendo estudadas como forma de proteção na morte celular neurodegenerativa devido sua capacidade de proteção parcial das células sensoriais da cóclea no combate ao dano induzido pelo estresse oxidativo. Objetivo: Determinar a ocorrência do efeito otoprotetor do uso de antioxidantes na exposição ao ruído em modelos experimentais com roedores por meio de uma revisão sistemática. Métodos: Foi realizada uma busca eletrônica nas bases de dados EMBASE, LILACS, PubMed/Medline, Scopus, Web of Science e na literatura cinzenta de artigos publicados até junho de 2022. Na estratégia PICO, a população estudada consistiu de animais roedores expostos a níveis elevados de pressão sonora, a intervenção consistiu no uso de antioxidantes, na comparação com o uso concomitante de placebo e nos resultados de exames audiológicos como Emissões Otoacústicas Evocadas e Auditivo de Tronco Encefálico O Potencial Evocado e os resultados das avaliações histológicas e imuno-histoquímicas foram coletados como desfechos. A análise dos dados numéricos foi realizada de acordo com o Review Manager (Cochrane), utilizando a diferença média como medida de efeito. Resultados: 35 estudos foram incluídos na síntese qualitativa e 27 na síntese quantitativa. A análise realizada por CAMARADES indica que a maioria dos estudos incluídos demonstra qualidade metodológica, e o protocolo de avaliação de risco de viés SYRCLE RoB revelou um alto risco de viés em todos os estudos elegíveis. Na análise da metanálise, foi notório o efeito gerado pelo uso de antioxidantes em comparação com grupos que foram expostos ao mesmo ruído, sem uso de antioxidante. Utilizando como resultados as respostas do PEATE nas frequências mais utilizadas de 2.000 a 32.000 Hz, foi possível observar em todas as análises um efeito otoprotetor causado pelo uso do antioxidante. Conclusão: Esta revisão sistemática com meta-análise demonstrou o efeito otoprotetor variável do uso de antioxidantes na exposição aos níveis de pressão sonora em estudos experimentais com roedores, apesar do alto risco de viés e da grande heterogeneidade dos estudos selecionados.
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Página(s): p.1658
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1658


EFEITOS DA EXPOSIÇÃO PROLONGADA A RUÍDOS OPERACIONAIS NA AUDIÇÃO: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Santos, W. R. ; Lima, D. P. ;

INTRODUÇÃO: A exposição a altos níveis de ruído no ambiente de trabalho é uma das principais causas de perda auditiva em adultos economicamente ativos. Setores como indústrias, construção civil e transporte estão entre os mais afetados. A perda auditiva induzida por ruído (PAIR) é irreversível, caracterizando-se pela degradação progressiva da audição, geralmente subestimada por falta de sintomas iniciais claros. Este artigo busca analisar estudos recentes sobre os efeitos da exposição prolongada a ruídos operacionais e propor estratégias preventivas para mitigar seus impactos. OBJETIVOS: Analisar os impactos da exposição prolongada a ruídos operacionais na audição e identificar medidas preventivas. METÓDO: A revisão foi realizada com base em artigos publicados entre 2020 e 2025 em bases como PubMed, SciELO e Google Scholar. Os critérios de seleção incluíram estudos que investigaram: Exposição a níveis de ruído acima de 85 decibéis; Correlações entre intensidade/duração do ruído e perda auditiva; Propostas de prevenção para proteger a audição; foram excluídos estudos com amostras inadequadas ou que não abordassem a exposição profissional ao ruído. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A PAIR é a principal consequência da exposição prolongada a ruídos acima de 85 dB, comum em setores como indústrias e construção civil. Isso decorre da destruição irreversível das células ciliadas na cóclea. Além da perda auditiva, o zumbido é frequentemente relatado, impactando negativamente a qualidade de vida. Nível de Ruído e Tempo de Exposição- Trabalhadores expostos a ruídos acima de 85 dB por mais de oito horas diárias têm um risco muito maior de desenvolver PAIR. Níveis de ruído acima de 100 dB, comuns em setores como construção civil e mineração, aceleram o processo de dano auditivo. Fatores Ambientais e Organizacionais: Ambientes de trabalho mal projetados em termos de acústica e falta de políticas organizacionais para o controle de ruído contribuem para a exposição prolongada dos trabalhadores. A falta de monitoramento dos níveis de ruído e a ausência de conscientização sobre os riscos são fatores que agravam a saúde auditiva. Medidas Preventivas: O controle de ruído nas fontes geradoras, através da manutenção de máquinas e a instalação de barreiras acústicas, é uma das medidas mais eficazes para reduzir a exposição dos trabalhadores. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), recomendam que o nível de ruído nos ambientes de trabalho não ultrapasse 85 dB. Uso EPIs: Os EPIs são fundamentais para a proteção auditiva, especialmente em ambientes onde o controle do ruído na fonte não é possível. Protetores auriculares moldados e abafadores de ruído devem ser adequados ao ambiente e às necessidades do trabalhador. CONCLUSÃO: A permanência por um longo período em ambientes de trabalho com ruídos constantes pode acarretar danos irreversíveis à capacidade auditiva, tais como a perda auditiva provocada pelo ruído e o incômodo do zumbido. É de extrema importância adotar medidas de prevenção, como a redução do ruído no local de trabalho, o uso adequado de equipamentos de proteção auricular e programas de conscientização, com o objetivo de diminuir os perigos para a saúde auditiva dos trabalhadores.
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Página(s): p.1427
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1427


EFEITOS DO TREINAMENTO AUDITIVO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES QUE SOFRERAM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL – DESEMPENHO NOS TESTES DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Ubiali, T. ; Carvalho, N. G. ; Elias, K. M. I. F. ; Amaral, M. I. R. ; Colella-Santos, M. F. ;

Introdução: Estudos sobre a avaliação e reabilitação das habilidades auditivas ainda são escassos na literatura em crianças e adolescentes diagnosticados com Acidente Vascular Cerebral (AVC), uma condição que embora rara na infância pode causar déficits neurológicos moderados a graves, impactando significativamente os processos de aprendizagem, linguagem e cognição. A avaliação do processamento auditivo (PAC) possibilita a compreensão de mecanismos que podem influenciar a percepção auditiva da fala e o processo de aprendizado. Uma vez identificadas as habilidades auditivas fortes e fracas, o treinamento auditivo é recomendado como uma estratégia importante de reabilitação baseado nos princípios da neuroplasticidade. Por esta razão, é crucial a avaliação e reabilitação do PAC como procedimentos que compõem o atendimento multidisciplinar destes indivíduos, minimizando os impactos negativos no desenvolvimento da criança. Objetivo: Analisar os efeitos imediatos do treinamento auditivo (TA) nos testes comportamentais do PAC em crianças e adolescentes que sofreram AVC. Métodos: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (#505/2010). Inicialmente, foram selecionadas 10 crianças/adolescentes (sete meninas), encaminhadas pelo ambulatório de AVC infantil do hospital da instituição, com idades entre 7 e 15 anos (10,9 ±2,92), avaliação audiológica básica dentro da normalidade e ausência de condições que comprometessem o entendimento das tarefas auditivas. Todas as crianças foram submetidas à avaliação comportamental do PAC que foi composta pelos testes: Dicótico de Dígitos (TDD), Identificação de Sentenças Pediátricas (PSI)/Identificação de Sentenças Sintéticas (SSI), Gaps in Noise (GIN) e Teste de Padrão de Frequência (TPF), além de terem o Questionário de Autopercepção das Habilidades Auditivas (QAPAC) respondido pelos pais/responsáveis. Os participantes que apresentaram alteração em ao menos uma habilidade no PAC foram convidados a participar de um programa de TA composto por 8 sessões (uma sessão por semana) de 45 minutos cada. As sessões foram baseadas em atividades do portal “Afinando o cérebro”, incluindo estimulação das habilidades auditivas, memória e atenção. Após completarem o TA, as crianças foram reavaliadas com os mesmos procedimentos aplicados na avaliação. A reavaliação foi aplicada pela mesma pesquisadora da avaliação, enquanto o TA foi conduzido por outra pesquisadora. A análise estatística utilizou modelos lineares mistos (p≤0,05) e os resultados também foram interpretados com base no tamanho do efeito (TE). Resultados: Nove das 10 crianças avaliadas apresentaram alteração em pelo menos um teste e seis crianças consentiram em realizar o TA (n = 6, idade média = 10,67 ±2,07, quatro meninas). Na comparação entre os momentos pré e pós-TA, houve efeito com significância estatística e tamanho relevante para o fator Momento nos testes PSI/SSI (p=0,016), TPF (p=0,006) e QAPAC (p=0,026) e apesar da não significância estatística, o GIN apresentou TE relevante nessa análise (TE = 0,249). Na análise post hoc, foi observada influência da orelha, com melhora em ambas as orelhas pós-TA, sendo mais evidente na orelha esquerda (p=0,014 no PSI; p=0,004 no TPF). Conclusão: Foi possível verificar o efeito positivo no desempenho do comportamento auditivo após um programa de TA na amostra estudada. O treinamento auditivo é uma ferramenta útil para a reabilitação em crianças e adolescentes acometidos por AVC.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1614
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1614


EFEITOS DO TREINAMENTO AUDITIVO-COGNITIVO NOS USUÁRIOS ADULTOS DE IMPLANTE COCLEAR: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Bagnara, B.O. ; Goulart, M.L.M. ; Pinheiro, M.M.C ; Silva, D.P.C ; Freitas, M.I.D ;

Introdução: Os implantes cocleares (ICs) têm apresentado resultados promissores na compreensão da fala em adultos com perda auditiva neurossensorial severa a profunda, particularmente em ambientes controlados. Entretanto, muitos usuários enfrentam desafios em ambientes ruidosos, devido ao aumento das demandas cognitivas necessárias para processar a fala degradada. A realização da cirurgia do IC, isoladamente, não assegura melhorias significativas no desempenho auditivo, sendo imprescindível sua associação com estratégias de reabilitação, como a terapia fonoaudiológica e o treinamento auditivo e cognitivo (TAC). Estudos preliminares sugerem que o TAC pode aprimorar habilidades cognitivas, como memória e atenção, além de melhorar a percepção auditiva em condições de ruído competitivo. Contudo, persistem lacunas na literatura relacionadas à frequência, intensidade e eficácia ideal desse treinamento. Nesse contexto, o presente estudo realizou uma revisão sistemática sobre os efeitos do TAC em adultos usuários de IC, visando subsidiar a prática clínica e otimizar a qualidade de vida desses pacientes. Objetivo: Revisar sistematicamente a literatura disponível sobre os efeitos do TAC em adultos usuários de IC. Metodologia: Esta revisão sistemática foi registrada no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) e seguiu as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). A busca foi realizada nas bases de dados PubMed/MEDLINE, LILACS, Scopus, SciELO, Embase, Web of Science, Cochrane Library, Open Access e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. Complementarmente, realizou-se busca manual nas listas de referências dos estudos incluídos. Foram considerados elegíveis ensaios clínicos randomizados e estudos observacionais publicados entre 2013 e 2023, sem restrição de idioma. Os critérios de exclusão englobaram artigos de revisão, cartas, estudos de caso, resumos de eventos, estudos com participantes menores de 18 anos, ou que não utilizavam IC. Dados extraídos incluíram características dos participantes, detalhes sobre o TAC e os desfechos avaliados. A seleção dos estudos foi realizada em duas etapas: leitura de títulos e resumos e, posteriormente, leitura integral. As avaliações foram conduzidas por revisores independentes, sendo eventuais discordâncias resolvidas por consenso. Resultados: A estratégia de busca identificou 923 estudos. Após a remoção de duplicados, 446 títulos e resumos foram analisados, resultando em 47 estudos selecionados para leitura integral, dos quais 24 atenderam aos critérios de elegibilidade. A maioria dos estudos demonstrou que o TAC promoveu efeitos positivos nos usuários adultos de IC, especialmente em medidas como reconhecimento de fala, desempenho cognitivo e qualidade de vida. Conclusão: Os achados desta revisão reforçam a eficácia do TAC como um recurso complementar na reabilitação de usuários adultos de IC. Os resultados destacam melhorias em aspectos auditivos e cognitivos, além de benefícios significativos para a qualidade de vida. Contudo, permanecem lacunas sobre a dosagem e as combinações ideais de atividades cognitivas e auditivas, apontando para a necessidade de estudos futuros que aprofundem o conhecimento e aprimorem a aplicação clínica do TAC.
PALAVRAS CHAVE: Implante coclear. Audição. Cognição. Reabilitação da deficiência auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1630
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1630


EFEITOS NÃO AUDITIVOS DO RUÍDO EM UNIVERSITÁRIOS - ATIVIDADE ELETRODÉRMICA
Garcia, P. N. L. M. ; Perini, B. P. ; Guesser, V. M. ; Samelli, A. G. ;

Introdução: O ruído pode ocasionar alterações comportamentais, psicológicas e de saúde em geral. Isso ocorre através da ativação do Sistema Nervoso Autônomo, o qual é ramificado em Sistema Nervoso Simpático (SNS) e Sistema Nervoso Parassimpático (SNP). O SNS é ativado em situações de alerta, responsabilizando-se pela homeostasia de emergência (aumento de performance); já o SNP realiza a homeostasia de repouso (diminuição de performance). Em situações ruidosas, pode haver o aumento de atividade do SNS, havendo a secreção de epinefrina e norepinefrina, aumentando a atividade eletrodérmica. Apesar da literatura científica mundial abordar os efeitos auditivos do ruído, há uma defasagem nos estudos que investigam os impactos não auditivos do ruído, sobretudo em situações que demandam maior concentração e esforço auditivo e no ambiente escolar. Assim, é importante que tal temática seja abordada, visando preencher estas lacunas. Objetivo: Investigar os efeitos não auditivos do ruído durante a realização de tarefa de atenção visual por meio da atividade eletrodérmica. Metodologia: Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição, sob o número 5.564.809. A pesquisa foi realizada com 40 adultos universitários, entre 18 e 34 anos, sem perda auditiva. Para a inclusão na pesquisa, foram realizados os seguintes procedimentos prévios: assinatura do Termo Livre Esclarecido, anamnese englobando questões de saúde geral, saúde auditiva e a relação entre a rotina do indivíduo e o ruído; meatoscopia; audiometria tonal e imitanciometria. Após estes procedimentos, foi iniciada a etapa da pesquisa com o posicionamento dos eletrodos da atividade eletrodérmica. O indivíduo permaneceu sentado em uma poltrona com fone de ouvido e realizou tarefas de atenção visual (teste Stroop-Victoria adaptado) em situação de silêncio (primeira etapa) e situação de ruído (com ruído branco a 75 dBA) (segunda etapa). Ao término da primeira etapa, houve um descanso de 10 minutos, para que o registro da atividade eletrodérmica voltasse à linha de base, antes da etapa com ruído. Todos os dados foram analisados estatisticamente, mediante testes descritivos e de hipótese (Anova). Resultados: A amostra foi composta por 75% de indivíduos do sexo feminino e 25% de indivíduos do sexo masculino. As porcentagens de acertos no teste Stroop foram significantemente mais baixas na presença de ruído (p=0,011). Não houve diferenças estatisticamente significantes para as medidas da atividade eletrodérmica (latência do primeiro sinal, amplitude do primeiro pico e números de picos) entre as situações sem e com ruído. Conclusão: Os resultados sugerem associação entre a presença de ruído e piora no desempenho da tarefa cognitiva. Para as medidas da atividade eletrodérmica, não foi possível verificar diferenças entre as situações sem e com ruído.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1399
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1399


EFEITOS NÃO AUDITIVOS DO RUÍDO EM UNIVERSITÁRIOS: VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E RESPIRATÓRIA
Silva, R. C. V. ; Perini, B. P. ; Guesser, V. M. ; Samelli, A. G. ;

INTRODUÇÃO: A presença de ruído pode ocasionar alterações comportamentais, psicológicas e de saúde em geral. Em situações ruidosas, pode haver a ativação do Sistema Nervoso Simpático (SNS) com a secreção de adrenalina e noradrenalina, com consequente aumento da frequência cardíaca e respiratória, podendo ser alterada a performance cognitiva. OBJETIVO: Investigar os efeitos não auditivos do ruído por meio de medidas eletrofisiológicas da variabilidade da frequência cardíaca e respiratória durante a realização de tarefas de atenção visual na presença e ausência de ruído. METODOLOGIA: Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da instituição sob o número 5.564.809. Realizou-se um estudo transversal com 40 universitários normo-ouvintes, entre 18 a 34 anos. Previamente, foram realizados os seguintes procedimentos para a inclusão do participante na coleta: assinatura do termo livre e esclarecido, avaliação audiológica completa (meatoscopia, imitanciometria e audiometria tonal liminar) e anamnese englobando aspectos de saúde geral e auditiva. Para a avaliação eletrofisiológica, os três eletrodos para captação da variabilidade da frequência cardíaca foram posicionados em formato de “triângulo de Einthoven” e a cinta respiratória para captação da frequência respiratória foi posicionada na circunferência abdominal/torácica. A atenção visual foi avaliada por meio do teste Stroop-Victória adaptado (teste neuropsicológico padrão-ouro). O teste Stroop consistiu de três etapas: imagem visual em forma de retângulo correspondente à cor ouvida; palavras neutras comuns com fontes coloridas para registro da cor da fonte da palavra ouvida, ignorando o conteúdo lexical; nome de cores com as cores das fontes das palavras incongruentes ao conteúdo lexical para registro correspondente ao conteúdo lexical ouvido, ignorando a cor da fonte. O registro da resposta foi realizado por formulário online em smartphone. Antes do início do teste, foi realizado um treinamento para verificar a compreensão da tarefa. A coleta eletrofisiológica foi realizada durante a execução da tarefa em situação de silêncio (primeira etapa), pausa de 10 minutos para o retorno das respostas eletrofisiológicas à linha de base e execução da tarefa na situação de ruído (segunda etapa) utilizando White Noise a 75 dB(A). Para a obtenção dos resultados, utilizou-se análises descritivas e inferenciais por meio do teste de hipótese ANOVA com nível de significância de 5%. RESULTADOS: Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes para as comparações das medidas de variabilidade da frequência cardíaca (intervalos R-R, médias de batimentos por minuto, componentes de alta e de baixa frequência, razão LF/HF), bem como da frequência respiratória (média de respirações por minuto) entre as situações de silêncio e ruído durante a execução de tarefa com demanda cognitiva. No entanto, houve uma piora significativa (p-valor=0,011) na porcentagem de acertos durante o desempenho da tarefa durante a situação com ruído. CONCLUSÃO: A partir dos achados do presente estudo, não se observou diferenças para as medidas de VFC e respiratória quando comparamos situações de silêncio e ruído durante a execução de tarefa com demanda cognitiva. No entanto, durante a situação com ruído, houve piora significativa do desempenho na tarefa, sugerindo que o ruído pode trazer prejuízos durante a execução de tarefas cognitivas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1404
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1404


EFEITOS NÃO-AUDITIVOS DO RUÍDO EM TAREFAS DE RECONHECIMENTO DE FALA
Perini, B. P. ; Samelli, A. G. ;

Introdução: Exposição a estímulos estressores, como por exemplo o ruído, podem ter efeitos sobre o Sistema Nervoso Autônomo (SNA), causando respostas fisiológicas induzidas pelo Sistema Nervoso Simpático (SNS) e pelo Sistema Nervoso Parassimpático (SNP). A atividade eletrodérmica (EDA) refere-se à condutividade elétrica da pele, causada pelo suor produzido pelas glândulas écrinas (localizadas, por exemplo, nas palmas das mãos). A ativação dessas glândulas é realizada pelo SNS e pode causar mudanças nos níveis da EDA relativos a sua linha de base. Outra forma de medir o impacto do ruído em situações específicas é utilizando escalas, por meio do autorrelato relacionado ao incômodo relacionado ao ruído. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi investigar mudanças na EDA e o incômodo gerado pelo ruído competitivo durante tarefas de reconhecimento de fala. Metodologia: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética sob número 5.564.809. Quarenta adultos com audição normal foram monitorados usando EDA durante situação de relaxamento em silêncio e três situações de reconhecimento de fala com monossílabos, sendo elas: em silêncio, com ruído rosa competitivo a 65 dBA (relação sinal-ruído 0 dB) e 75 dBA (relação sinal-ruído -10 dB). Após cada condição de ruído, uma escala subjetiva numérica de incômodo (de 0 a 10, sendo 10 o máximo de incômodo) foi aplicada. Para análise estatística, foi utilizado o teste Anova, com nível de significância de 5%. Resultados: Em relação à EDA, não foi verificada diferença estatisticamente significante para a amplitude do primeiro pico comparando todas as condições. No entanto, houve diferença significativa para a latência do primeiro sinal comparando as situações de fala com e sem ruído (p<0,001), bem como houve um aumento significativo do número de picos de EDA ao comparar as condições com e sem ruído e entre as duas condições com ruído (p<0,001). As porcentagens de respostas corretas na tarefa de reconhecimento de fala diminuíram significativamente para condições de ruído em comparação com a condição sem ruído (p<0,001). Em relação à escala subjetiva, houve diferença estatisticamente significante entre as duas situações com ruído, com maiores escores de incômodo para situação com maiores níveis de ruído (75 dBA) (p<0,001). Conclusão: Nossos resultados sugerem que a presença de ruído competitivo impacta negativamente a tarefa de reconhecimento de fala aumentando a EDA, bem como níveis mais intensos de ruído causam maior incômodo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1398
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1398


EFICÁCIA DA MUSICOTERAPIA NA REABILITAÇÃO AUDITIVA
Pessoa, L. S. ; Albuquerque, G. M. P. A. ; Gonçalves, J. C. ; Cavalcanti, H. G. ;

Introdução: A musicoterapia é um método terapêutico que utiliza sons, canções e instrumentos que tem se mostrado uma ferramenta eficaz no processo de reabilitação auditiva, promovendo melhoria na percepção sonora em usuários de dispositivos eletrônicos. Tal prática pode ser utilizada de maneira multidimensional por profissionais especializados na área, sendo uma atuação amplamente difundida e certificada. A musicoterapia auxilia no maior desenvolvimento da comunicação e do bem-estar emocional dos indivíduos com deficiência auditiva, aprimorando a comunicação verbal e não verbal, além de favorecer o desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras. Objetivo: Analisar a eficácia da musicoterapia na reabilitação auditiva. Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica desenvolvida na base de dados da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) e PubMed utilizando os cruzamentos: “Correção de Deficiência Auditiva AND musicoterapia” e “Musicoterapia AND reabilitação da audição deteriorada” e seus respectivos descritores em inglês. Foram incluídos textos completos, publicados nos últimos dez anos, em qualquer idioma e excluídas revisões de literatura, artigos não disponíveis gratuitamente ou que não fossem relacionados à temática. Inicialmente, foram selecionados 26 artigos pelo título e, após aplicação dos critérios de inclusão, retirada de trabalhos duplicados e leitura dos textos na íntegra, totalizaram 5 estudos. Resultado: Dentre os achados, foi percebido que o treinamento musical em crianças com perda auditiva e usuárias de implante coclear as fizeram obter um melhor desenvolvimento das habilidades auditivas para a música e um aumento na identificação de contornos melódicos (sequência de variações de tons) em crianças com IC. A percepção mais precisa de tom e timbre, habilidade que pode ser desenvolvida com musicoterapia, leva ao desenvolvimento da capacidade de perceber elementos complexos da fala, como a prosódia linguística e emocional e reconhecimento de fala no ruído. Assim, apesar dos poucos estudos no assunto, foi possível observar evidências de benefícios da musicoterapia aos pacientes em processo terapêutico, uma vez que tal treinamento induz um aprimoramento do processamento de sinais sonoros e fonológico, visto que aqueles que possuíam melhor percepção musical também a tinham na fala. Ademais, o contato com a música pode causar maior adesão à terapia, bom humor, atenção e memória, fatores cruciais no desenvolvimento e qualidade de vida de indivíduos com perdas auditivas. Conclusão: Sendo assim, a musicoterapia se destaca como uma ferramenta complementar no processo de reabilitação auditiva, especialmente na perspectiva de indivíduos com alteração na audição e usuários de implante coclear. Apesar de ainda existir a necessidade de um maior aprofundamento na temática, os estudos analisados destacam seu impacto positivo. Ademais, há benefícios emocionais e cognitivos proporcionados pela prática musical que fortalece sua aplicação terapêutica, demonstrando um impacto positivo na qualidade de vida e desenvolvimento comunicativo desses indivíduos. Desse modo, tais achados reforçam a importância de integrar a musicoterapia como um recurso complementar na intervenção de indivíduos com deficiência auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1636
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1636


EFICIÊNCIA DE UM PROGRAMA DE MINDFULNESS EM PACIENTES COM QUEIXA DE ZUMBIDO: COMPARAÇÃO ENTRE MODALIDADES ON-LINE E PRESENCIAL
Cunha, V.L.C. ; Garcia, A.L.C. ; Silva, S.A. ; Rosa, M.R.D. ;

INTRODUÇÃO: O zumbido é definido como uma percepção auditiva sem qualquer estímulo externo. Esse sintoma é experimentado por 10-15% da população. No Brasil, acredita-se que mais de 28 milhões de indivíduos queixam-se de zumbido e, na cidade de São Paulo, um estudo epidemiológico aponta que 22% desta população apresenta o sintoma. Fato que o torna um problema de saúde pública. Paralelo a sua etiologia multifatorial, o tratamento também dispõe de variados recursos e terapias para manejo do zumbido. A literatura sugere que a meditação de atenção plena é melhor do que a terapia de relaxamento para reduzir a gravidade do zumbido, com melhorias também na intensidade e consciência do zumbido. OBJETIVO: Investigar a eficiência da mindfulness na terapêutica do zumbido e comparar modalidades online e presencial. METODOLOGIA: Ensaio clínico controlado randomizado do tipo paralelo realizado com amostra de 15 voluntários divididos em 3 grupos (síncrono - G1, assíncrono - G2 e presencial - G3). Foi utilizado o questionário de avaliação do zumbido (Tinnitus Handicap Inventory) e escala visual analógica para incômodo e intensidade do zumbido na coleta de dados antes da primeira sessão e após a última sessão. As sessões ocorreram na modalidade presencial e virtual, em grupo, por meio do aplicativo de videoconferência Google G Suite Hangouts Meet, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) pelo parecer de número 4.942.862. O G1 teve um encontro virtual ao vivo por semana, com média de duração de uma hora. O G2 recebeu materiais online das sessões contendo um vídeo de sessão terapêutica por semana e cartilhas. O G3 compareceu em 1 sessão por semana com duração de 40-50 minutos. A análise dos dados se deu por meio de técnicas de estatística descritiva. A normalidade da amostra foi testada por meio do teste de Shapio-wilk, em que se observou distribuição normal da amostra com p≥0.05. Utilizou-se o teste ANOVA de medidas repetidas e post hoc de tukey, considerando valor significativo quando p≤0.05 para analisar o zumbido. RESULTADOS: Os voluntários da modalidade síncrona passaram do grau 3 (moderado) para o Grau 2 (leve) de incômodo do zumbido. No presencial, de Grau 4 (Severo) a Grau 2 (leve). Na escala visual analógica observou-se uma diminuição geral em todos os grupos após a mindfulness. Valores de p (<0,5) revelam diferença estatística significativa, com a melhora do zumbido após a mindfulness. No que se refere a modalidade das sessões, na análise comparativa entre os grupos, obteve-se valores de p= 0.722, indicando que não houve diferença estatística significativa entre as modalidades. CONCLUSÃO: As modalidades utilizadas nos grupos de voluntários não interferiram na eficiência da terapia. A mindfulness online se mostra eficiente independentemente do tipo de abordagem. Houve melhora do incômodo, volume e gravidade do zumbido após mindfulness online síncrona ou assíncrona e presencial. O programa foi eficiente para a amostra apresentada, que possui um perfil de zumbido de grau moderado a severo.
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Página(s): p.1532
ISSN 1983-1793X
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EMISSÕES OTOACÚSTICAS ESTÍMULO FREQUÊNCIA COM ESTÍMULOS CALIBRADOS EM DECIBEL FORWARD PRESSURE LEVEL (DBFPL) EM ADULTOS
Tacla, N.P. ; Gomes, J.P. ; Silva, V.F. ; Ferreira, M.L.R. ; Sanches, S.G.G. ; Carvallo, R.M.M. ;

Introdução: As Emissões Otoacústicas Estímulo Frequência (EOAEF) são obtidas a partir de estímulo tom puro e captadas na frequência onde há o estímulo. Para o seu registro é utilizado um tom supressor que por meio de análise de subtração vetorial separa o estímulo da resposta. O uso do estímulo calibrado em Decibel Forward Pressure Level (dBFPL) para este tipo de emissões otoacústicas pode gerar uma resposta mais robusta, uma vez que a calibração em dBFPL separa os componentes direto (incidente) e posterior (refletido) da pressão no canal auditivo, contornando os pontos nulos problemáticos da onda estacionária, sendo capaz de obter níveis precisos em toda a faixa de frequência pesquisada. Objetivo: Analisar o nível de resposta EOAEF e comparar as respostas coletadas com os dois tipos de calibração: dBFPL X dBSPL. Método: O estudo foi aprovado pela comissão ética institucional (parecer 4.012.587). Foram incluídos 63 participantes entre 18 e 30 anos, limiares tonais até 20 dBNA nas frequências de 250 a 8000 Hz, curva timpanométrica Tipo A, presença de reflexos acústicos e presença de EOAT. As EOAEF foram pesquisadas em duas coletas consecutivas, com a sonda Etymotic ER10C (OtoSTAT Mimosa Acoustics) para avaliar as respostas obtidas com o estímulo nas duas calibrações. O nível de intensidade do estímulo na sonda foi de 40 dBNPS para todos os agrupamentos de frequências, e o nível do estímulo supressor foi de 55 dBNPS. A frequência do estímulo supressor foi de 47 Hz acima da frequência da sonda. Foram avaliadas trinta frequências de sonda em seis agrupamentos contendo cinco frequências. Os seis agrupamentos foram separados por intervalo de meia oitava, a saber 1; 1,4; 2; 2,8; 4 e 5,6 kHz. As cinco frequências em cada agrupamento foram separadas em intervalos de 11,7 Hz. Os Resultados obtidos por variável estudada foram submetidos à análise descritiva através das medidas de tendência central e à análise inferencial para a comparação entre estímulos. Para todas as análises foi observado o nível de significância de 5%. Resultados: As respostas de EOAEF na relação SNR foram mais robustas quando coletadas em dBFPL na maioria das 15 frequências de tons puros analisadas, sendo encontrada diferença estatística (t Student) nos tons de sonda de 973, 984, 1008, 1020, e 1980 Hz. Em ambas as calibrações, 60% dos participantes revelaram respostas SNR para EOAEF acima de 9dB em todas as 15 frequências analisadas. Conclusão: O uso da calibração em dBFPL possibilitou resposta mais robusta de EOAEF nas frequências testadas em torno de 1 kHz e 2 kHz.
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Página(s): p.1492
ISSN 1983-1793X
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EMISSÕES OTOACÚSTICAS POR PRODUTO DE DISTORÇÃO NO DIAGNÓSTICO VERSUS EQUIPAMENTO PORTÁTIL: UMA COMPARAÇÃO EM MODELOS ANIMAIS
NOVANTA, G.G.R. ; PINTO, V.S. ; Araujo, J.G. ; SERRA, L.S.M. ; SAMPAIO, A.L.L. ;

Introdução: Muitos protocolos realizados em estudos com animais utilizam equipamentos desenvolvido para humanos. Portanto, os equipamentos disponíveis no mercado devem ser conhecidos detalhadamente, bem como a forma como são apresentados os critérios a serem avaliados. Objetivo: analisar a existência de associação entre a amplitude e relaçãos sinal-ruído das emissões otoacústicas por produto de distorção usando dois
metodologias (equipamentos de diagnóstico e portáteis/triagem) em modelos animais. Métodos: estudo experimental aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais, com uma amostra de 28 ratas Wistar fêmeas, que foram submetidas às EOAPD exame de 4 a 8 kHz com os dois equipamentos. Análise estatística realizada utilizando o teste t de amostras pareadas para comparação de médias e Correlação de Spearman e teste de McNemar para comparação de variáveis ​​nominais (p <0.05). Resultados: os valores médios de amplitude com os equipamentos ILO e Otoread foram respectivamente 20,5 dB e 7,1 dB a 4 kHz; 31,8 dB e 19,37 dB em 6 kHz; e
31,4 dB e 25,1 dB em 8 kHz e a relação sinal/ruído média foi respectivamente de 20,9 dB e 25,1 dB em 4 kHz; 35,8 dB e 37,0 dB em 6 kHz; e 39,7 dB e 40,6 dB a 8 kHz. Não houve diferença estatistica na relação sinal-ruído em 6 e 8 kHz. Conclusão: foi encontrada associação na análise da relação sinal/ruído média em 6 e 8 kHz entre as duas metodologias (equipamento de diagnóstico e portátil/triagem).
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Página(s): p.1669
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1669


ENVELHECIMENTO COGNITIVO E DESEMPENHO NAS TAREFAS DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL: UMA REVISÃO DA LITERATURA
Nascimento, L.S.T ; Silva, S.A. ; Andrade, W.T.L. ;

INTRODUÇÃO: O Processamento Auditivo Central (PAC) refere-se à capacidade do sistema nervoso central de interpretar e utilizar as informações auditivas de forma eficiente e eficaz. Essa função envolve habilidades essenciais, como localização sonora, discriminação auditiva e reconhecimento de padrões sonoros, que permitem a interpretação precisa dos estímulos sonoros captados pelo sistema auditivo periférico. No entanto, o envelhecimento acarreta alterações fisiológicas, que incluem perdas auditivas relacionadas à idade e alterações estruturais e funcionais no sistema nervoso central, como a manipulação da sincronia neural e a redução da conectividade entre áreas corticais, que interferem nas habilidades de processamento auditivo. Dessa forma, compreender como o envelhecimento cognitivo influencia o desempenho nas tarefas do PAC é essencial para identificar estratégias de diagnóstico precoce e desenvolver intervenções preventivas e de reabilitação. OBJETIVO: Discutir a influência das alterações cognitivas relacionadas ao envelhecimento no desempenho das tarefas de Processamento Auditivo Central. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo revisão integrativa da literatura. Foram selecionados artigos publicados entre 2019 e 2024, disponíveis na íntegra nas seguintes bases: PubMed, Scielo, Lilacs e BVS, a partir dos descritores DeCS/MESH em português e inglês: Aging; Cognition; Auditory Perception; Aged Hearing; Aged. O critério de elegibilidade foi: estudos com indivíduos idosos com avaliação da bateria do Processamento Auditivo Central. Inicialmente, foram identificados 256 artigos, dos quais 40 foram incluídos no presente estudo, por se enquadrarem nos critérios de elegibilidade. RESULTADOS: Após a análise dos estudos, conforme as pesquisas que investigam a conexão entre a memória auditiva e a perda auditiva, foi possível observar que a interação entre audição periférica, processamento auditivo central e funções cognitivas reforça a complexidade das alterações auditivas no envelhecimento. No entanto, para a efetividade da análise do processamento da fala em idosos, de acordo com a conexão da performance auditiva e seu envelhecimento cognitivo, constata-se a necessidade de levar em consideração os aspectos cognitivos e auditivos. Além disso, os resultados apontaram diferenças relevantes entre idosos com e sem comprometimento cognitivo leve, particularmente em tarefas que envolvem processamento binaural, reforçando a necessidade de uma abordagem multidimensional para a compreensão das alterações auditivas e cognitivas nessa população. Estudos recentes sugerem que déficits no PAC podem ser indicadores precoces e mais robustos de alterações cognitivas. CONCLUSÃO: O declínio cognitivo decorrente do envelhecimento afeta níveis de várias habilidades do PAC, incluindo a discriminação temporal e o fechamento auditivo. Evidências apontam para uma relação significativa entre declínios no PAC em idosos e o risco de desenvolvimento de demência. Diante dessa constatação, torna-se importante o aprimoramento de uma abordagem multidimensional para compreender as alterações auditivas e cognitivas nessa população, com o objetivo de promover a detecção precoce de alterações cognitivas por meio da avaliação do processamento auditivo central.
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Página(s): p.1519
ISSN 1983-1793X
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EQUILÍBRIO POSTURAL DE CRIANÇAS COM PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL CONGÊNITA: ESTUDO DE CASOS CLÍNICOS
Moraes, N.S. ; GUSHIKEN, P ; SANFINS, M.D. ; LOPES, K.C. ; GANANÇA, F.F. ; BRANCO-BARREIRO, F.C.A. ;

Introdução: Crianças com perda auditiva neurossensorial congênita podem apresentar disfunção vestibular associada e, crianças usuárias de implante coclear podem apresentar disfunção vestibular por intercorrências na cirurgia. Visto que o equilíbrio corporal depende da integridade da função vestibular, essas crianças podem apresentar queixa de desequilíbrio. Objetivo: Comparar o controle postural de três crianças com perda auditiva neurossensorial congênita bilateral usuárias de implante coclear com o de crianças normo-ouvintes e com o implante coclear ligado e desligado. Métodos: Trata-se de um estudo de casos clínicos realizado no Ambulatório de Avaliação e Reabilitação Vestibular de um hospital universitário na cidade de São Paulo. Participaram três crianças entre nove e 15 anos, usuárias de implante coclear, acompanhadas no mesmo serviço. Todos foram submetidos à posturografia estática com provas dinâmicas com o implante coclear ligado e depois com o implante coclear desligado. Resultados: Participaram do estudo três meninos usuários de implante coclear, sendo dois com implantação unilateral e um com bilateral. Na anamnese foram descritos por seus familiares como desajeitados, embora não relatassem queixas vestibulares. Todos mostraram algum tipo de atraso no desenvolvimento motor global, principalmente nos marcos de "sustentar a cabeça" e "andar sem apoio". O Caso 1 apresentou limite de estabilidade semelhante ao de uma criança controle com o implante coclear desligado, mas pior desempenho com o implante ligado. A análise sensorial mostrou aumento da dependência visual e diminuição do uso da pista vestibular com o implante coclear ligado. O Caso 2 apresentou desempenho semelhante na posturografia estática a uma criança normo-ouvinte da mesma idade e sexo no que diz respeito ao limite de estabilidade. No entanto, a análise sensorial mostrou aumento da dependência visual e diminuição do uso da pista vestibular com o implante coclear ligado. O Caso 3 apresentou menor limite de estabilidade quando comparado a uma criança normo-ouvinte de idade e sexo semelhante, mas aproveitamento semelhante das pistas visuais, somatossensoriais e vestibulares no controle postural, com os implantes cocleares ligados e desligados. Conclusões: Crianças com implante coclear unilateral tiveram pior desempenho no controle postural com o dispositivo ligado e a criança com implante coclear bilateral apresentou controle postural semelhante com os dispositivos ligados e desligados. As crianças usuárias de implante coclear apresentaram desempenho pior no controle postural quando comparadas a crianças normo-ouvintes com idade semelhante.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1443
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1443


ESCALA ANALÓGICA VISUAL E DIZZINESS HANDICAP INVENTORY DE IDOSOS COM QUEIXA DE TONTURA: UM ESTUDO COMPARATIVO.
Oliveira, N. S. ; Menezes, N. B. ; Siqueira, A. R. ; Santos Filha, V. A. V. ;

Introdução: O envelhecimento é um fenômeno gradual e irreversível que provoca mudanças no corpo humano, afeta a mobilidade e funcionalidade dos indivíduos, podendo ser acompanhado de inúmeras comorbidades, dentre elas destaca-se a Síndrome Vestibular do Idoso que aumenta significativamente o risco de quedas e compromete, consequentemente, a qualidade de vida e bem-estar dessa população. A atuação fonoaudiológica dispõe de diferentes ferramentas que mensuram qualitativa e objetivamente o impacto da tontura no cotidiano, sendo a Escala Visual Analógica (EVA) e o Dizziness Handicap Inventory (DHI) exemplos delas. A EVA permite que o paciente classifique a intensidade da tontura em uma escala de 0 a 10, proporcionando uma avaliação subjetiva, enquanto o DHI avalia o impacto nas atividades diárias em três dimensões: funcional, emocional e física. Quando utilizados em conjunto, ambos oferecem uma visão abrangente do impacto da tontura na vida do idoso, auxiliando no diagnóstico e planejamento de intervenções eficazes. Objetivo: Analisar quantitativamente o impacto da tontura na qualidade de vida de idosos, comparando duas ferramentas de avaliação aos tipos de tontura relatados pelos pacientes. Metodologia: Estudo observacional, descritivo, transversal, que se utilizou de análise quantitativa, vinculado a um projeto de pesquisa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa institucional, sob o número 2.732.475. Amostra composta por 61 idosos, com queixas de tontura, de 60 a 87 anos, de ambos os sexos. Todos foram atendidos em uma clínica escola, submetidos a uma anamnese, avaliações otoneurológicas, com ênfase a aplicação da EVA e DHI para o presente estudo. Resultados: A média de idade dos participantes foi de 69,90 anos, sendo 63,93% do sexo feminino. A média da EVA foi de 8,0, com pontuação igual ou maior a 7 indicada por 84,91% dos idosos, enquanto o DHI apresentou uma média de 50,4 pontos, com discreto predomínio do aspecto funcional. Quanto ao tipo de tontura, 40 (65,57%) relataram desequilíbrio e 21 (34,43%) vertigem, e as médias da EVA para os dois grupos foram de 7,42 e 8,13, respectivamente. O DHI também mostrou uma predominância do aspecto funcional, com médias de 51,37 pontos para vertigem e 46,50 para desequilíbrio. Conclusão: A EVA revelou um impacto maior da tontura na qualidade de vida dos idosos quando comparada com o DHI. Especificamente, na EVA, a maioria da população estudada indicou uma pontuação elevada (igual ou maior que 7), assim como evidenciada para a vertigem na EVA e no DHI, e predomínio do aspecto funcional.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1573
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1573


ESPECTROSCOPIA DE LUZ INFRA-VERMELHO PRÓXIMO COM ESTÍMULOS DE FALA EM ADULTOS E ESCOLARES NORMO-OUVINTES
Soares, I. A. ; Gomes, L. F. ; Morya, E. ; Balen, S. A. ;

Introdução: A audição é um importante sentido que sofre influência direta de fatores genéticos, biológicos, psicossociais e ambientais, indicando o caráter singular da capacidade auditiva. Dessa forma, boas condições estruturais, nutricionais e funcionais asseguram um desenvolvimento auditivo e cognitivo adequado, garantindo qualidade de vida e bem-estar social. As deficiências auditivas podem influenciar no Processamento Auditivo Central (PAC), sendo este o nome dado às funções executadas no sistema auditivo central. Com o avanço da neurociência, vários métodos de neuroimagem são utilizados para captar atividade cerebral de um indivíduo. Dentre os métodos utilizados, destaca-se a Espectroscopia de Luz Infravermelho Próximo (fNIRS) por sua boa resolução espacial, portabilidade e tolerância a movimentações leves. Objetivo(s): Analisar a hemodinâmica cerebral de adultos e escolares a partir da condição passiva de escuta de estímulos de fala /ba/ e /da/. Metodologia: Estudo transversal, prospectivo e analítico com aprovação do Comitê de Ética (número do parecer: 5.389.138). Os sujeitos e responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A amostra consistiu em 27 sujeitos, sendo 11 escolares e 16 adultos, nas faixas-etárias de 10 a 13 anos e 18 a 49 anos, respectivamente. Todos haviam realizado procedimentos prévios que indicaram normalidade na audição: presença de Emissões Otoacústicas e/ou um screening audiométrico. O fNIRS foi realizado com Optodos (oito de emissão e oito de detecção) formando 20 canais posicionados na região temporal de ambos os hemisférios cerebrais e inserido fones com os estímulos /ba/ e /da/ a 300ms na intensidade de 80dBNA. Para o registro das respostas do fNIRS, os sujeitos permaneceram sentados, com olhos fechados e em estado de repouso evitando realizar movimentações bruscas. Os critérios de inclusão para ambos os grupos foram: indivíduos saudáveis com testes audiológicos com indicativos de normalidade auditiva, enquanto que os critérios de exclusão foram: indivíduos com histórico ou relato de presença de síndromes ou alterações neurológicas/deficiências auditivas. Foi utilizada estatística inferencial de acordo com a distribuição de normalidade dos dados, sendo adotado o nível de significância de 5%. Resultados: Foi visualizado que a hemodinâmica cerebral para os estímulos /ba/ e /da/ é semelhante entre adultos e escolares, exceto no lobo temporal posterior esquerdo para /ba/, tal achado pode estar associado ao desenvolvimento da via auditiva e melhor inteligibilidade da fala. Outrossim, o aumento de HbO no hemisfério esquerdo também relaciona-se ao fato deste ser o hemisfério onde ocorre predominantemente o processamento da linguagem. Os valores de /ba/ foram consideravelmente superiores aos valores de /da/, indicando que os grupos dos escolares e dos adultos apresentaram atividade cortical significativamente diferente para os estímulos expostos, demonstrando processamento de via auditiva central diferente mesmo com sílabas semelhantes entre si. Conclusões: Portanto, a segregação dos hemisférios demonstra o refinamento das habilidades auditivas e cognitivas durante a transição do período da infância até a fase adulta, mesmo com ambos os grupos discriminando os estímulos de fala expostos durante o experimento.
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Página(s): p.1598
ISSN 1983-1793X
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ESTÁGIO OBRIGATÓRIO DE GRADUANDOS EM FONOAUDIOLOGIA EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO À SAÚDE AUDITIVA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Batista, A. S. R. ; Oliveira, D. G. C. ; Simões, L. C. ; Labanca, L. ; Resende, L. M. ; Rausse, N. C. B. ;

A audição é o sentido que permite receber, analisar e reconhecer os sons. É fundamental no desenvolvimento da comunicação oral. A perda auditiva, por sua vez, é a diminuição da capacidade de detectar os sons, incapacitando a compreensão do indivíduo em diferentes graus. Segundo levantamentos realizados em 2018, a estimativa era que, aproximadamente, mais de 6% da população mundial tinha perda auditiva. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 9 milhões de indivíduos convivem com a deficiência. As principais queixas da perda auditiva são a distorção dos sons e o comprometimento da compreensão da fala. Diante desses dados, a implementação de um programa de reabilitação auditiva faz-se necessário, tendo como objetivo devolver a qualidade de vida e diminuir os impactos da perda auditiva. A indicação, seleção e adaptação dos aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) deve ser feita em conjunto com a equipe multidisciplinar envolvida no serviço de atenção à saúde auditiva (SASA). Os AASI têm papel crucial na qualidade de vida e é eficiente para a aquisição e desenvolvimento das habilidades de linguagem oral, além de estimular as áreas cerebrais relacionadas à audição. Alguns SASA estão vinculados a universidades públicas ou privadas em todo território brasileiro, fornecendo ao aluno uma oportunidade de aprendizado ativo durante a graduação. Descrever a experiência de alunos matriculados na disciplina de tecnologias assistivas da audição em um SASA.
Trata-se de um relato de experiência de alunos do 8º período do curso de graduação em fonoaudiologia de uma universidade pública federal inseridos no SASA do Serviço Único de Saúde (SUS). O ambulatório tem como demanda a realização de exames auditivos, adaptação de AASI e acompanhamento dos pacientes com perda auditiva. A disciplina acontece uma vez na semana, com duração de três horas, sendo atendidos, aproximadamente, oito pacientes por aula. Os pacientes são encaminhados via SUS após a indicação do uso dos AASI pelo médico otorrinolaringologista. No primeiro contato com o paciente, é realizada uma anamnese específica para as queixas auditivas, depois são realizados os exames auditivos necessários para confirmação da perda auditiva e, em casos que há necessidade, é realizado a confecção dos pré-moldes, também já é realizada a pré-seleção do modelo de aparelho auditivo disponível mais adequado para cada caso. Na consulta de retorno, o paciente comparece para adaptação dos aparelhos previamente selecionados. Nesta consulta são realizadas as orientações, os ajustes e os testes de verificação do benefício frente ao uso dos AASI. O paciente e acompanhante são orientados sobre os cuidados com os aparelhos, treina-se a colocação adequada dos equipamentos e são passadas informações sobre o acompanhamento que o indivíduo terá direito. A participação dos alunos neste estágio evidencia um melhor desempenho dos acadêmicos na realização de exames audiológicos, maior raciocínio clínico na adaptação e no acompanhamento de usuários de AASI. O estágio em um SASA, pode proporcionar melhor manejo clínico e maior conhecimento acerca dos AASI para os alunos da graduação. Dessa forma, o número de indivíduos atendidos com qualidade e eficiência no serviço se torna maior.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1535
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1535


ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA REPETITIVA E SUAS APLICAÇÕES NO MANEJO DO ZUMBIDO CRÔNICO: REVISÃO INTEGRATIVA
Silva , T. L N. ; Silva,T. N. S. ; ARRUDA, L. C. F. ; Silva,G. M. P. ; Chagas, E. N. ; Oliveira, S. B. S. C. ; Vasconcelos, C. V. C. V. ; Britto, D. B. L. A. ;

INTRODUÇÃO: O zumbido crônico é uma condição auditiva debilitante caracterizada pela percepção de sons sem estímulos externos, afetando a qualidade de vida e causando impactos emocionais, cognitivos e sociais, além de estar associado à reorganização neural inadequada. A estimulação magnética transcraniana repetitiva é uma abordagem terapêutica promissora para o manejo do zumbido, pois modula a atividade cortical e reduz a hiperatividade associada à condição, podendo ser um tratamento em potencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes que sofrem com essa condição complexa. OBJETIVO: Descrever a eficácia da estimulação magnética transcraniana repetitiva no manejo e tratamento do zumbido crônico. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa, conduzida entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, com a seguinte pergunta condutora: "Qual é a eficácia da estimulação magnética transcraniana repetitiva no manejo do zumbido crônico?". Foi utilizada a estratégia População, Conceito e Contexto, sendo a população - indivíduos com zumbido crônico; o conceito - a estimulação magnética transcraniana repetitiva e o contexto - estudos clínicos utilizando a técnica. Devido à escassez de artigos, as buscas foram ajustadas para cada base. Na PubMed, usaram-se os termos "Tinnitus" OR "Auditory Perception Disorder" AND "Transcranial Magnetic Stimulation". Na Scopus, Chronic Tinnitus" OR "Tinnitus" OR "Auditory Perception Disorder" AND "Transcranial Magnetic Stimulation" Lilacs e Web of Science aplicaram "Tinnitus" AND "Transcranial Magnetic Stimulation". Foram incluídos artigos originais dos últimos 10 anos, nos idiomas inglês, espanhol e português. Como critérios de inclusão foram artigos com indivíduos possuindo zumbido crônico e em tratamento com a estimulação magnética transcraniana. As exclusões foram artigos de revisão, livros, dissertações, teses e estudos com animais. RESULTADOS: Dos 383 artigos identificados, apenas cinco atenderam aos critérios de elegibilidade. Publicados entre 2009 a 2024, esses estudos investigaram pacientes de ambos os sexos, entre 18 e 65 anos, com zumbido crônico. A estimulação magnética transcraniana repetitiva demonstrou potencial para reduzir a percepção do zumbido, com efeitos temporários ou prolongados. Frequências altas (10-20 Hz) mostraram eficácia na interrupção da atividade cortical anormal, enquanto frequências baixas (≤1 Hz) foram associadas à redução da hiperexcitabilidade cortical, promovendo melhorias mais duradouras. Um ensaio clínico randomizado revelou que 56% dos pacientes submetidos à estimulação magnética transcraniana repetitiva ativa relataram melhorias significativas, comparados a 22% no grupo placebo. Protocolos personalizados, ajustados às características individuais, como tipo de zumbido (tom puro ou ruído branco) e duração dos sintomas, maximizam os efeitos terapêuticos. Pacientes com zumbido em tom puro responderam melhor ao tratamento do que aqueles com ruído branco. A variabilidade na resposta ao tratamento está associada a fatores como frequência, intensidade e perfil clínico. Apesar das evidências promissoras, os estudos destacaram a necessidade de padronizar parâmetros de aplicação e identificar perfis de pacientes mais propensos a benefícios. Dados sugerem que abordagens personalizadas são fundamentais para otimizar a eficácia. CONCLUSÕES: A estimulação magnética transcraniana repetitiva representa uma alternativa terapêutica viável e segura para o manejo do zumbido crônico, com potencial para aliviar os sintomas em muitos pacientes. No entanto, a variabilidade nos resultados e a ausência de protocolos padronizados reforçam a necessidade de mais pesquisas rigorosas, incluindo ensaios clínicos controlados e de longo prazo, para estabelecer sua utilização como intervenção terapêutica padrão.

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Página(s): p.1518
ISSN 1983-1793X
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ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA NO TRATAMENTO DO ZUMBIDO CRÔNICO: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE USO DA CORRENTE ATIVA E DO PLACEBO
Lima, T. K. F. C. ; Morya, E. ; Ferreira, L. M. B. M. ; Mantello, E. B. ;

O zumbido, caracterizado pela percepção de sons sem fonte externa, representa um desafio significativo na prática clínica, prejudicando a qualidade de vida dos pacientes. Este sintoma afeta não apenas a audição, mas também interfere em aspectos funcionais e emocionais da vida cotidiana, tornando essencial a busca por tratamentos eficazes. A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) surge como uma alternativa promissora, atuando nos substratos neurobiológicos associados ao zumbido. Objetivo: Investigar a eficácia da ETCC no tratamento do zumbido crônico, analisando as diferenças entre os efeitos da estimulação placebo e ativa. Método: Este estudo é um recorte de um ensaio clínico randomizado aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 5.622.441), envolvendo adultos com zumbido crônico. Os pacientes do grupo controle receberam, inicialmente, estimulação placebo e, em seguida, tiveram a oportunidade de passar pela estimulação ativa. O estudo analisou as respostas obtidas após ambas as fases de estimulação. A avaliação incluiu anamnese fonoaudiológica, acufenometria, Escala Visual Analógica (EVA) e Tinnitus Handicap Inventory (THI). A estimulação ativa foi realizada com corrente de 2mA por 20 minutos, três vezes por semana, totalizando dez sessões. O eletrodo anódico foi posicionado sobre o córtex temporoparietal esquerdo, e o catódico sobre o córtex pré-frontal dorsolateral direito. A estimulação placebo seguiu o mesmo protocolo de tempo e número de sessões, porém sem a aplicação de corrente elétrica. A análise estatística foi feita com o teste de Wilcoxon para determinar a significância das diferenças e o tamanho do efeito (IBM SPSS Statistics, versão 29). Resultados: A amostra foi composta por 10 pacientes, com média de idade de 60 anos (DP 12,4), sendo 70% do sexo feminino. Observou-se que 50% dos pacientes relataram zumbido bilateral, e todos apresentaram comorbidades, como ansiedade, depressão, disfunção temporomandibular e insônia, que podem agravar a percepção do zumbido. Na fase placebo, houve um aumento na intensidade percebida do zumbido (loudness) (de 14,2dBNS para 17,2dBNS, p=0,65), enquanto EVA e THI não mostraram mudanças significativas. Na fase de estimulação ativa, houve redução significativa da loudness (de 17,9dBNS para 11,7dBNS, p=0,008, r=0,839), da EVA (de 5,4 para 4,8 pontos, p=0,018, r=0,748), do THI funcional (de 24,20 para 15,60 pontos, p=0,005, r=0,890), THI emocional (de 20,80 para 10,80 pontos, p=0,005, r=0,892) e THI catastrófico (de 12,80 para 8,40 pontos, p=0,018, r=0,720). O THI total reduziu de 57,80 para 34,80 pontos (p=0,005, r=0,889), com tamanho de efeito considerável em todos os casos. A comparação entre os momentos pós-placebo e pós-ativo revelou diferenças significativas na redução da loudness (p=0,009; Z=-2,608) e no THI (p=0,005; Z=-2,807). Conclusão: A estimulação ativa não apenas reduziu a intensidade do zumbido, mas também melhorou a qualidade de vida dos pacientes, conforme evidenciado pelas reduções no THI. Esses resultados indicam que a ETCC foi uma abordagem terapêutica eficaz e inovadora no tratamento do zumbido crônico, com potencial para impactar positivamente a vida dos pacientes.
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Página(s): p.1434
ISSN 1983-1793X
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ESTRATÉGIAS PARA INCLUSÃO EM SALA DE AULA REGULAR DE CRIANÇAS COM PERDA AUDITIVA USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
GOLDEN-FREIRE, M. L. ; FREIRE, C. M. ;

Introdução: O programa de triagem auditiva neonatal passou a ser implementado de forma obrigatória desde 2010 e possibilitou a detecção e intervenção precoce de casos de crianças com perda auditiva. Além disso, com a adoção do Estatuto da Pessoa com Deficiência, o número de matrículas de crianças com deficiência auditiva nas salas regulares de ensino tem aumentado. Verifica-se ainda que um número cada vez maior de crianças com perda auditiva têm acesso à tecnologias assistivas como o implante coclear e que essas crianças têm se dirigido ao sistema regular de ensino. Apesar disso, estudos apontam que muitos professores ainda não se sentem preparados e desconhecem estratégias específicas para lecionar para crianças com perda auditiva. Objetivo: O objetivo deste trabalho é identificar as principais dúvidas e dificuldades dos professores para incluir estudantes com perda auditiva que utilizam implante coclear e realizam terapia fonoaudiológica, além de contribuir com estratégias inclusivas, na ótica da Fonoaudiologia e Educação, de forma a orientar e auxiliar os professores no âmbito da educação infantil e fundamental, na compreensão das particularidades e características de crianças com perda auditiva que utilizam a tecnologia do implante coclear. Metodologia: Para este estudo foi realizada uma revisão de literatura integrativa e buscas nas bases LILACS, PubMed e Scielo. Resultados: Na literatura foram identificadas as dificuldades relatadas por professores da educação infantil e fundamental com relação aos alunos usuários de implante coclear e com perda auditiva de forma geral. Na literatura também foram identificados conjuntos de estratégias pedagógicas e adaptações que podem ser aplicadas visando contornar estas barreiras e promover maior inclusão em sala de aula. Conclusão: A inclusão de crianças com perda auditiva usuárias de implante coclear em sala de aula regular é possível, mas para que a sala de aula seja um ambiente realmente inclusivo é necessária a aplicação de diferentes estratégias específicas voltadas para a deficiência auditiva e também do desenvolvimento de uma parceria entre o aluno, sua família, os professores, os fonoaudiólogos e equipe multidisciplinar. A conexão de todos os envolvidos cria uma rede de apoio para o aluno e, consequentemente, proporciona melhores resultados a todo o processo educacional.
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Página(s): p.1523
ISSN 1983-1793X
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ESTRATÉGIAS PARA O DIAGNÓSTICO PRECOCE DA PERDA AUDITIVA EM LACTENTES: RESULTADOS PARCIAIS DE UMA REVISÃO DE ESCOPO
LOPES, A. D. S. ; CARVALHO FILHO, A. P. de ; SILVA, S. de A. ; FONSECA, R. O. da ; ALMEIDA, M. C. O. de ; MEDEIROS, M. H. ; REIS, R. A. ; TAVEIRA, K. V. M. ; CAVALCANTI, H. G. ;

Introdução: A audição desempenha um papel fundamental na aquisição e no desenvolvimento da linguagem. A perda auditiva, caracterizada por qualquer alteração ou distúrbio que comprometa a capacidade de ouvir e discriminar sons, pode afetar significativamente esse processo. Assim, o diagnóstico precoce de deficiências auditivas e a intervenção imediata são efetivos para promover o desenvolvimento auditivo o mais próximo possível do normal. Objetivo: Mapear a síntese de evidências sobre as estratégias utilizadas para o diagnóstico precoce de perda auditiva em bebês. Métodos: Esta revisão de escopo foi conduzida conforme a metodologia do Joanna Briggs Institute para revisões de escopo e foi cadastrada na plataforma open science framework - OSF. A pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases EMBASE, LILACS, PubMed/Medline, Scopus e Web of Science, complementada por busca manual na literatura cinzenta em Google Acadêmico e ProQuest Theses and Dissertations. As estratégias de busca e combinações de descritores foram ajustadas para cada base de dados. A revisão incluiu estudos envolvendo bebês diagnosticados com perda auditiva, tanto unilateral quanto bilateral, visando mapear e sintetizar as estratégias de diagnóstico precoce. Foram excluídos estudos que abordavam crianças, adolescentes, adultos e idosos, aqueles que não detalharam as estratégias de avaliação ou diagnóstico, ou que não especificam a idade do diagnóstico. Cartas, livros, relatos de casos, séries de casos, artigos de opinião, artigos técnicos, diretrizes e revisões secundárias (sistemáticas, narrativas, integrativas e meta-análises) também foram excluídos. Resultados Parciais: As buscas resultaram em 10.713 artigos. Atualmente, está em andamento a triagem de títulos e resumos, seguida pela leitura integral dos estudos selecionados. Conclusão: Os resultados preliminares destacam a importância de sintetizar as evidências disponíveis sobre o diagnóstico precoce de perda auditiva. Esta revisão pode fundamentar recomendações para políticas públicas e práticas clínicas, contribuindo para a melhoria da detecção precoce e da intervenção em populações pediátricas.
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Página(s): p.1622
ISSN 1983-1793X
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ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL COM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Delgado Pinheiro, E.M.C. ; Santos, F.R. ;

Introdução: O uso de estratégias adequadas por professores de crianças com deficiência auditiva que utilizam aparelho de amplificação sonora individual (AASI) ou implante coclear (IC) é imprescindível para o desenvolvimento desta criança na escola, podendo impactar nos demais contextos vivenciados por ela. Assim, o conhecimento dos recursos utilizados por professores no cenário educacional, podem subsidiar condutas em relação às ações de parceria entre as áreas da Educação e Saúde, uma vez que a escola é o local em que a criança passa um importante período. Essa pesquisa integra um projeto mais amplo que realizou o acompanhamento de alunos deficientes auditivos, com o engajamento das equipes das áreas da Educação e Saúde. Objetivo: Descrever as estratégias relatadas por professores da Educação Infantil de crianças com perda auditiva, usuárias de AASI ou IC, durante um ano letivo. Método: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer nº 1.591.810). Participaram sete professores da Educação Infantil que lecionavam para seis alunos com perda auditiva, inseridos em um programa de reabilitação auditiva. Dentre os alunos, um era usuário de IC unilateral com AASI contralateral, quatro de AASI bilateral e um de AASI unilateral. Todos apresentavam perda auditiva sensório neural, sendo cinco bilaterais e um unilateral. Em relação ao grau, dois apresentavam perda auditiva moderada, um severa, dois profunda e um profunda unilateral. Durante um ano foram realizadas reuniões mensais, em grupo e aplicados dez questionários para acompanhamento mensal, respondido por cada professor(a) participante, totalizando 70 questionários de acompanhamento. Os relatos referentes às estratégias utilizadas em sala de aula foram obtidos por meio de registro cursivo. Os dados foram analisados por dois pesquisadores, mediante consenso, qualificando as respostas conforme as categorias, baseadas no Instrumento de Identificação do Risco Educacional. As categorias utilizadas na análise foram: “Acadêmica”, “Atenção”, “Comunicação”, “Comportamento”, “Dispositivo” e “Participação em sala de aula”. Resultados: As categorias com maior número de estratégias relatadas gradativamente, no transcorrer do período letivo foram a “Acadêmica”, sendo relatado, por exemplo, atividades em dupla, utilização de imagens, histórias, alfabeto móvel, seguida da categoria “Comunicação”, em que foram citadas como estratégias, por exemplo, falar próximo, pausadamente, na altura da criança, recursos visuais associados à fala Os dados demonstram que as outras categorias não foram enfatizadas. Conclusão: As estratégias utilizadas pelos professores estão centradas nos aspectos acadêmicos e de comunicação com o aluno, demonstrando o impacto do engajamento de profissionais das áreas da Educação e Saúde no desenvolvimento de crianças que participam de um programa de reabilitação auditiva, nesse nível do ensino. Há necessidade de se observar as categorias não enfatizadas, entre elas a referente ao “Dispositivo”, considerando que é salutar que os profissionais da área da Educação verifiquem se o dispositivo tecnológico de acesso aos sons da fala encontra-se em funcionamento.
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Página(s): p.1596
ISSN 1983-1793X
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ESTUDO COMPARATIVO DA SENSAÇÃO E REPERCUSSÃO DO ZUMBIDO NA QUALIDADE DE VIDA COM O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM PESSOAS PÓS-COVID-19
Bento, G. O. ; M, L. L. ; M, H. B. ; T, S. L. ; M, M. G. ;

Introdução
A COVID-19, identificada pela primeira vez em 2019, trouxe preocupações significativas à saúde global. Além de seus efeitos respiratórios, surgiram relatos de manifestações neurológicas e impactos nos órgãos auditivos. O zumbido, sintoma caracterizado pela percepção de sons sem estímulo externo, tornou-se um foco de estudos devido a possíveis conexões com a COVID-19. Fatores como perda auditiva, medicação ototóxica e obesidade, um risco significativo para a gravidade da COVID-19, foram relacionados ao zumbido. Este estudo investiga a relação entre o zumbido e o IMC em sobreviventes da COVID-19.
Objetivo
Comparar a sensação e repercussão do zumbido na qualidade de vida com o IMC de pessoas pós-COVID-19.
Metodologia
O estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Cesumar (Brasil), incluiu pacientes de 19 a 65 anos que tiveram COVID-19 entre janeiro e julho de 2021. Foram excluídos indivíduos com doenças neurológicas graves, dificuldade de locomoção ou sem autorização médica para os testes.
Os participantes responderam a um questionário sobre histórico médico, sintomas relacionados à COVID-19 e presença de zumbido. O zumbido foi avaliado com a Escala Visual Analógica (EVA) e o Tinnitus Handicap Inventory. Também foram realizadas avaliações audiométricas e físicas, incluindo medidas antropométricas e cálculo do IMC.
Resultados e Discussões
Os resultados indicaram que indivíduos com zumbido pós-COVID-19 apresentaram IMC significativamente maior em comparação com aqueles sem o sintoma (p<0,05). A obesidade pode influenciar a ocorrência e persistência do zumbido, possivelmente devido à tempestade de citocinas provocada pela COVID-19 em indivíduos obesos. Essa resposta imune exagerada, observada em infecções virais, está associada à progressão da doença e a complicações.
Os achados sugerem que o aumento do IMC pode exacerbar os processos inflamatórios subjacentes, potencializando o impacto do zumbido na qualidade de vida. Além disso, destaca-se a necessidade de estudos futuros envolvendo COVID longa e populações mais jovens para aprofundar o entendimento sobre as interações entre zumbido e obesidade.
Conclusão
Os dados reforçam a importância de estratégias focadas na recuperação da saúde em sobreviventes da COVID-19, incluindo práticas regulares de atividade física e alimentação saudável. Tais intervenções podem reduzir processos inflamatórios, melhorar a saúde geral e aliviar sintomas como o zumbido. A relação entre zumbido e IMC evidencia a necessidade de abordagens integradas para minimizar os impactos físicos e emocionais em pessoas pós-COVID-19.
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Página(s): p.1705
ISSN 1983-1793X
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ESTUDO DA INTEGRIDADE DA VIA AUDITIVA DE LACTENTES EXPOSTOS A INFECÇÕES CONGÊNITAS
Martins, G.A. ; Miyata, C. ; Queirantes, I.O. ; Fagundes Silva, L.A. ; Matas, C.G. ;

Introdução. Estudos sugerem que crianças expostas às TORCH (toxoplasmose, outros - sífilis, Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) -, rubéola, citomegalovírus e Herpes simplex) podem desenvolver alterações na via auditiva periférica e central. Entretanto, são poucos os estudos que caracterizaram as influências da exposição às infecções congênitas sobre a integridade da via auditiva.
Objetivo. Comparar a integridade da via auditiva de lactentes expostos às infecções congênitas durante a gestação com lactentes não expostos.
Metodologia. Estudo transversal aprovado pelo Comitê de Ética da instituição sob o número 6.724.329. O grupo de estudo (GE) foi composto por 20 pacientes expostos às TORCH enquanto o grupo controle (GC) foi composto por 20 crianças sem indicadores de risco para perda auditiva. Foram incluídos lactentes com idade inferior a três meses, com presença de emissões otoacústicas transientes, cujos responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram excluídos pacientes com síndromes, com menos de 36 semanas de idade gestacional ou com comprometimento condutivo. A média de idade do GE foi de 41,95 dias (±14,73) e a do GC foi de 49,20 dias (±20,57). Os grupos não diferiram entre si quanto à média de idade, gênero ou idade gestacional. Em relação à exposição, 40% do GE foi exposto à toxoplasmose, 30% ao citomegalovírus, 15% à sífilis e 15% ao HIV. Dentre os sujeitos, 65% foram expostos no primeiro trimestre de gestação, 25% no terceiro e 10% não sabiam.
Os participantes realizaram Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) e de Longa Latência (PEALL). Foram analisadas as latências absolutas das ondas I, III e V, interpicos I-III, III-V e I-V do PEATE e a latência absoluta do componente P1 do PEALL. Foram conduzidas análises descritivas e inferenciais, por meio dos testes Qui-quadrado e ANOVA de medidas repetidas.
Resultados. Na análise do PEATE, 40% do GE apresentou alteração, enquanto que no GC todos os sujeitos apresentaram resultados dentro dos padrões de referência, com diferença significativa entre os grupos (p=0,006). Houve tendência à associação significativa da alteração de acordo com o grupo para a onda V e para o interpico I-III, alterados em 25% dos sujeitos do GE (p=0,052). A análise quantitativa revelou maiores latências no GE para a onda III (p=0,036), onda V (p=0,013) e interpico I-V (p=0,020), sendo que o interpico I-III também teve tendência a apresentar maior latência no GE (p=0,058). Quanto ao PEALL, não houve diferença significativa no P1 entre os grupos, apesar de serem observadas médias maiores no GE.
Conclusão. A exposição a infecções congênitas pode resultar em alterações no PEATE, reduzindo a velocidade de condução neural do estímulo acústico ao longo da via auditiva até o tronco encefálico. Embora não tenham sido observadas diferenças significativas no PEALL, as latências maiores no GE indicaram a necessidade de monitoramento auditivo desses pacientes. Esses achados reforçaram a importância de avaliar a porção periférica e central da via auditiva em lactentes expostos às TORCH para fornecer diagnóstico e intervenção precoces.
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Página(s): p.1456
ISSN 1983-1793X
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ESTUDO DOS SINAIS DE ANSIEDADE EM PACIENTES COM ZUMBIDO
Pereira, R. M. ; XAVIER, G. V. M. ; Ferreira, L. M. B. M. ; Mantello, E. B. ;

Introdução: O zumbido é uma ilusão auditiva caracterizada por uma sensação sonora sem relação com uma fonte externa, afetando até 43% da população mundial. Trata-se de um sintoma com etiologia multifatorial, associado a fatores como perda auditiva, exposição a ruídos, alterações neurológicas, uso de medicamentos ototóxicos e causas psicogênicas, incluindo ansiedade e depressão. Sua relação com o sistema límbico, cuja disfunção pode perpetuar a percepção consciente e crônica do zumbido, gera impactos como insônia, dificuldade de concentração, depressão e ansiedade, comprometendo atividades diárias. Dada sua prevalência e impacto na qualidade de vida, este estudo busca analisar a intensidade do incômodo do zumbido e sua relação com sinais de ansiedade. Objetivo: Verificar a relação e comparar as características psicoacústicas, o impacto e nível de incômodo do zumbido com sintomas associados à ansiedade, em pacientes com e sem perda auditiva. Método: Estudo delineado como observacional, transversal, descritivo e inferencial, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) de acordo com o parecer nº 4.880.618. A população foi obtida por conveniência. Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, com queixa de zumbido, há mais de 3 meses e idade entre 18 e 80 anos. Os pacientes selecionados foram submetidos à anamnese, avaliação audiológica básica, audiometria de altas frequências, acufenometria, Escala Visual Analógica (EVA), Tinnitus Handicap Inventory (THI) e ao Inventário de Ansiedade Traço-estado (IDATE). A amostra foi dividida em dois grupos: G1 (normo-ouvintes) e G2 (com perda auditiva). Os dados foram analisados de forma descritiva, e o teste de correlação de Spearman foi utilizado para identificar associações. Resultados: A amostra consistiu em 50 pacientes, sendo 68% mulheres e 32% homens. A média de idade foi de 40,64 anos no G1 e 58 anos no G2. O zumbido mais frequente foi do tipo “apito” (62%). Em 72% dos casos, o zumbido era unilateral, com predomínio na orelha esquerda (74%), enquanto 28% apresentaram zumbido bilateral. Na EVA, o incômodo médio foi de 6,48 no G1 e 7,84 no G2, indicando incômodo moderado. O THI apresentou médias de 44,24 (G1) e 48,80 (G2). No IDATE-T, o G1 obteve média de 45,05 pontos, e o G2, 42,92. Já no IDATE-E, as médias foram 41,96 (G1) e 41,72 (G2). Observou-se diferença significativa para as variáveis pitch na orelha direita e escore total da EVA entre os grupos. Identificou-se correlação de grau moderado para o G1 (r=0,51) e fraca para o G2 (r=0,33) entre THI x EVA. THI x IDATE-T apresentaram correlação moderada para o G1(r=0,45) e fraca para o G2 (r=0,27). THI x IDATE-E apresentaram correlação fraca para ambos (r=0,23; r=0,31). Conclusão: Não se observou diferença do impacto do zumbido na qualidade de vida, da sensação de intensidade e dos sintomas de ansiedade, entre os pacientes com e sem perda auditiva. Constatou-se diferença do nível de incômodo do sintoma, sendo esse maior entre os pacientes com perda auditiva. Identificou-se, ainda, relação entre o nível de incômodo com a maior sensação de intensidade do zumbido, em ambas as orelhas, no grupo de normo-ouvintes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1647
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1647


ESTUDOS DE CASOS DE PACIENTES COM HIPOFUNÇÃO VESTIBULAR BILATERAL ATRAVÉS DA REABILITAÇÃO VESTIBULAR
Vasconcelos, L.F.L. ;

Introdução:
A hipofunção vestibular bilateral é uma condição clínica caracterizada pela disfunção do sistema vestibular em ambos os lados, resultando em sintomas como tontura crônica, desequilíbrio, instabilidade postural e limitações nas atividades diárias. A HVb pode ter diversas causas, incluindo infecções, doenças autoimunes, traumatismos cranianos e lesões vestibulares bilaterais, e impacta diretamente a qualidade de vida dos pacientes. A reabilitação vestibular é uma abordagem terapêutica amplamente utilizada para tratar disfunções vestibulares, com foco na melhoria do equilíbrio, redução dos sintomas de tontura e promoção da adaptação neural.

Objetivo(s):
O objetivo deste estudo é relatar e analisar os casos de pacientes com hipofunção vestibular bilateral submetidos a um programa de reabilitação vestibular, avaliando os resultados clínicos, como a redução dos sintomas de tontura, melhoria no equilíbrio e impacto na funcionalidade e qualidade de vida. Através desses casos, busca-se compreender como a reabilitação vestibular contribui para a compensação dos déficits vestibulares e a recuperação funcional, além de observar as variações individuais na resposta ao tratamento.

Metodologia:
Este estudo de casos foram realizados em 5 pacientes diagnosticados com hipofunção vestibular bilateral, atendidos em um centro especializado em reabilitação vestibular. A seleção dos casos foi feita com base em critérios clínicos, incluindo histórico de tontura crônica, diagnóstico confirmado por exames vestibulares e presença de déficits funcionais evidentes. Cada paciente foi submetido a um protocolo individualizado de reabilitação vestibular, com duração de 10 semanas, composto por exercícios de adaptação vestibular, exercícios de estabilidade postural e mobilidade. O progresso dos pacientes foi monitorado por meio de avaliações clínicas regulares, incluindo questionários de avaliação de tontura, como o Dizziness Handicap Inventory (DHI), testes de equilíbrio e entrevistas para medir o impacto nas atividades diárias. Os dados clínicos foram analisados qualitativamente e quantitativamente para observar mudanças nos sintomas e na funcionalidade.

Resultados:
Todos os pacientes apresentaram melhora significativa nos sintomas após o tratamento com reabilitação vestibular. A pontuação média do DHI diminuiu substancialmente, indicando uma redução na percepção de tontura e nas limitações funcionais. Nos testes de equilíbrio, foi observada uma melhoria no controle postural, com maior estabilidade durante atividades cotidianas, como caminhar e ficar em pé. A análise dos casos mostrou respostas variadas à intervenção, com alguns pacientes demonstrando recuperação mais rápida e completa, enquanto outros apresentaram melhorias progressivas ao longo do tempo, com uma maior adaptação neurológica. Em todos os casos, foi possível notar uma diminuição do impacto dos sintomas na qualidade de vida, especialmente em relação à capacidade de realizar tarefas diárias.

Conclusões:
Os estudos de casos demonstraram que a reabilitação vestibular é uma abordagem eficaz para o tratamento de pacientes com hipofunção vestibular bilateral, promovendo melhorias significativas nos sintomas de tontura, equilíbrio e funcionalidade. Embora os resultados tenham mostrado variações individuais, os benefícios gerais da reabilitação foram claros, incluindo a compensação dos déficits vestibulares e a melhoria na qualidade de vida. Esses achados reforçam a importância de um tratamento personalizado e contínuo para a hipofunção vestibular bilateral, destacando a reabilitação vestibular como uma intervenção essencial na prática clínica.






DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1395
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1395


EVOKED OTOACOUSTIC EMISSIONS IN DOMESTIC PIGS
Ormundo, D.S. ; Sanches, S.G.G. ; Belon, A.R. ; Carvallo, R.M.M. ;

Introduction: Domestic pigs (or only pigs) have a cochlear anatomy and endocochlear potential similar to humans, making them a potential animal model for experimentation in auditory sciences. However, how does their cochlea work? We aimed to describe the amplitude and signal-to-noise ratio (SNR) of transient evoked otoacoustic emissions (TEOAE) and distortion product otoacoustic emissions (DPOAE) to answer this question. Methods: Procedures were approved by the Institution's Animal Use Ethics Committee (1989/2023). Large white pigs received intramuscular pre-anesthetic of ketamine and xylazine. Anesthesia was then induced with intravenous propofol and maintained by constant isoflurane inhalation. Pigs have a complex pinna anatomy. Therefore, surgical procedures were necessary to remove the convolutions that make it difficult to access the external auditory canal (EAC). Surgery was performed in three steps: shaving of the head and neck area; dissection of the skin and subcutaneous tissues and disarticulation of the pinna’s convolutions. All procedures were performed on the right ear. Finally, otoscopy was performed and no bleeding was observed within the canal. The probe of the Titan® was carefully inserted into the exposed EAC and a Tympanometry, TEOAE, and DPOAE were performed. TEOAEs were performed with a nonlinear click at ambient pressure. Responses were recorded in a 4 to 12.5 ms window and presented for frequency bands of 1 to 4 kHz. DPOAEs were performed with a ratio ƒ2/ƒ1 = 1.22, where ƒ2 ranged from 1 to 6 kHz, and stimuli intensity was set with L1 and L2 of 65 and 55 dB SPL, respectively. Recordings ran for three minutes so that noise and emissions could stabilize. Only the ear with a Type A tympanometric peak was included for statistical analysis. Results: Twelve three-month-old pigs (6 males and 6 females), weighing approximately 20 kg, were included. The t-test showed no statistical difference between sexes, regardless of the frequency tested. Therefore, descriptive statistics are presented considering the mean ± SD of both sexes combined. TEOAE (Amplitude in dB SPL): 1 kHz (15.3 ± 3.6); 1.5 kHz (17.8 ± 3.9); 2 kHz (15.1 ± 5.7); 3 kHz (10.7 ± 4) and 4 kHz (1.9 ± 5.6). TEOAE (SNR in dB SPL): 1 kHz (31.1 ± 5.1); 1.5 kHz (31.1 ± 4); 2 kHz (29.4 ± 6.2); 3 kHz (24.3 ± 4.3) and 4 kHz (17.3 ± 5.7). DPOAE (Amplitude in dB SPL): 1 kHz (10.1 ± 5.2); 1.5 kHz (15.5 ± 5.7); 2 kHz (17.9 ± 5.2); 3 kHz (15.1 ± 4.9); 4 kHz (10.7 ± 5.3) and 6 kHz (4.4 ± 7.3). DPOAE (SNR in dB SPL): 1 kHz (28.8 ± 6.3); 1.5 kHz (38.5 ± 6.5); 2 kHz (41.9 ± 5.5); 3 kHz (43.5 ± 5.2); 4 kHz (41.8 ± 5.5) and 6 kHz (39.3 ± 6.7). Conclusion: The amplitude of evoked otoacoustic emissions in pigs increases up to mid-frequencies and then decreases toward higher frequencies, especially for transient emissions. The SNR is robust, regardless of the frequency tested. These findings suggest that pigs present good cochlear conditions for experimentation in the field of auditory sciences.
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Página(s): p.1457
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1457


EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS DE FONOAUDIÓLOGOS NA IDENTIFICAÇÃO E MANEJO DO TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL: RESULTADOS PREELIMINARES
Sousa, R. N. P. ; Silva, W. C. M. A. ; Santos, A. B. O. ; Paiva, M. A. A. ; Barbosa, I. ;

Introdução: O sistema auditivo capta e converte estímulos sonoros em impulsos elétricos, enviados ao Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC), que processa informações auditivas, como localização, discriminação e aspectos temporais, essenciais para a comunicação. Alterações nessas habilidades podem indicar o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), diagnosticado por fonoaudiólogos por meio de testes específicos. A identificação precoce do TPAC, especialmente nos primeiros anos de vida, é crucial devido à intensa formação de sinapses neurais nesse período. Conhecer as experiências e desafios enfrentados por esses profissionais contribui para a criação de estratégias que aprimorem o diagnóstico e o manejo do TPAC. Objetivo: Avaliar com que frequência e quais critérios levam os fonoaudiólogos a considerarem o TPAC como hipótese diagnóstica em suas avaliações. Métodos: O presente estudo foi aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número de parecer 7.046.795 . Trata-se de uma pesquisa do tipo transversal, de campo, observacional e descritiva, de abordagem qualitativa e quantitativa. A pesquisa foi realizada de forma online, utilizando a ferramenta Google Forms. Participaram 26 fonoaudiólogos(as) devidamente regulamentados, com mais de 18 anos, atuando presencialmente em qualquer área da Fonoaudiologia, no setor público e/ou privado, sem exigência de tempo mínimo de experiência. Foi aplicado um questionário de identificação elaborado para o estudo, contendo questões objetivas e discursivas. As questões objetivas permitiram respostas como "sim" ou "não" (ex.: Você trabalha com reabilitação do PAC?) ou opções como "às vezes", "diariamente", "dificilmente" ou "nunca" (ex.: Com que frequência você encaminha para exame do PAC?). Os dados foram armazenados em planilhas eletrônicas e analisados estatisticamente com médias, desvios padrão e frequências. Resultados: A maioria dos participantes se identificou como do gênero feminino (80,77%, n=21). A idade média dos participantes foi de 29,81 anos (±5,92). Em relação ao tempo de experiência profissional, 38,46% (n=10) relataram ter "mais de 5 anos e menos de 10 anos". Sobre o conhecimento relacionado ao TPAC, 100% (n=26) dos participantes afirmaram saber o que é o transtorno. Apesar disso, 61,54% (n=16) não se sentem confiantes para identificar características do TPAC. A maioria (73,08%, n=19) não trabalha com reabilitação do PAC. Quanto à frequência de encaminhamentos para exames de PAC, 46,15% (n=12) realizam "às vezes". No que tange à consideração do TPAC como hipótese diagnóstica, 50% (n=13) relataram que "dificilmente" o consideram. Sobre a associação do TPAC com outros diagnósticos, 46,15% (n=12) relataram associá-lo "às vezes" a condições como TDAH, TEA e TDL. As principais dificuldades relatadas na identificação do TPAC foram a falta de consciência sobre o transtorno (26,92%, n=7) e sintomas semelhantes a outros transtornos (26,92%, n=7). Já no manejo do TPAC, a maior dificuldade apontada foi a adesão à reabilitação, relatada por 28% (n=7) dos participantes. Conclusão: Os fonoaudiólogos participantes desta pesquisa apresentam desafios na identificação, manejo e reabilitação do TPAC, especialmente devido à falta de confiança, formação específica e adesão dos pacientes às intervenções.
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Página(s): p.1592
ISSN 1983-1793X
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EXPLORANDO OS COMPONENTES DO POTENCIAL CORTICAL AUDITIVO COMO INDICADORES DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Bortoletto, B. ; Zanchetta, S. ; Furegatto, J.S ; Lunardelo, P.P. ;

As componentes corticais auditivas N1, P2 e N2 estão associadas à percepção de fala. Estas são moduladas pela constituição espectro-temporal do estímulo e pela natureza da tarefa (decisões fonológicas ou lexicais), demonstrando sensibilidade a variações fonológicas e a capacidade de discriminar elementos linguísticos. As componentes N1-P2-N2 ocorrem entre 100 e 250 ms, período em que também são registradas respostas a contrastes fonêmicos, sugerindo que tarefas de consciência fonológica (CF) podem ser refletidas por elas. Poucos estudos investigam a relação entre essas componentes e o desempenho em CF. Ampliar esse conhecimento pode promover o uso dessas medidas como ferramentas indiretas para avaliar a CF em transtornos do neurodesenvolvimento, complementar diagnósticos e monitorar o progresso terapêutico em linguagem. OBJETIVO: Investigar a relação entre as componentes auditivas N1, P2 e N2 com o desempenho em tarefas de CF. MÉTODO: PROSPERO: CRD42024539506. Utilizou-se o acrônimo POT para estabelecer critérios de elegibilidade, respondendo à questão: "A latência e/ou a amplitude das componentes auditivas N1, P2 e N2 podem refletir o desempenho em tarefas de CF?". Identificou-se os artigos nas bases de dados CINAHL, Embase, Web of Science e PubMed, além de literatura cinzenta (Google Scholar, Open Gray, ProQuest). Não houve restrições de período ou idioma. Na fase 1, os artigos foram selecionados pelo título e resumo, com calibração entre revisores (coeficiente Kappa =0,91). Na fase 2, os estudos foram analisados na íntegra para confirmar a adequação aos critérios de pesquisa. Foram incluídos estudos que registraram uma das componente auditivas (N1-P2-N2) durante tarefas de priming fonológico, correlacionaram as componentes com o desempenho de CF ou compararam latência/amplitude entre grupos com diferenças no desempenho de CF. RESULTADOS: Identificou-se 371 registros (base
de dados: 253; literatura cinzenta: 118). Após remover 76 duplicatas, 295 estudos foram triados, com 266 excluídos na fase 1. Restaram 29 estudos para análise completa, resultando em 7 artigos incluídos. Os estudos, publicados entre 2004 e 2021, foram realizados no Brasil, Holanda, China, Canadá e Finlândia. A relação entre as componentes auditivas e o desempenho em CF foi analisada em 194 indivíduos de diferentes idades.
Quatro estudos investigaram a relação por meio de tarefas de priming fonológico, dois correlacionaram CF com as componentes auditivas e um analisou mudanças após treinamento. Cinco estudos sugeriram que estas componentes podem predizer o desempenho em CF, mostrando que tarefas com aliteração e rima modulam a amplitude de N1 e/ou N2, com diminuição da amplitude para priming de aliteração. Um estudo associou
maior amplitude de N2 ao melhor desempenho de CF em crianças com Transtorno do Desenvolvimento de Linguagem, atribuindo à uma compensação. Outro estudo associou a maior proficiência em romanização do cantonês (caracteres latinos) com maiores amplitudes de N1 e P2. CONCLUSÃO: As componentes N1, P2 e N2 podem predizer o desempenho em tarefas de CF, tanto no priming fonológico quanto em medidas de correlações com provas linguísticas convencionais. Contudo, poucos estudos foram encontrados, evidenciando a necessidade de mais investigações para compreender essa relação, especialmente em sub-tarefas de CF ainda não exploradas.
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Página(s): p.1421
ISSN 1983-1793X
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EXPOSIÇÃO EM ALUSÃO AO DIA DO FONOAUDIÓLOGO REALIZADA POR ESTUDANTES DE UMA UNIVERSIDADE DO NORTE DO BRASIL NA PROMOÇÃO DA AUDIOLOGIA.
Albernas, R. S. ; Massih, C. G. P. A. ;

INTRODUÇÃO: O dia do Fonoaudiólogo comemorado no dia 9 de dezembro é um momento propício para discutir e propagar a importância da sua atuação em diversos âmbitos da sociedade e suas 14 especialidades. A audiologia na região norte do Brasil exige adaptação às realidades locais, composta por uma vasta área geográfica, rica diversidade cultural e uma população significativa em comunidades ribeirinhas e indígenas. A universidade ocupa uma função crucial na promoção da saúde visando disseminar o conhecimento para a sociedade, principalmente aquelas com acesso limitado a serviços de saúde, incluindo a fonoaudiologia. OBJETIVOS: Relatar e descrever a experiência de uma exposição alusiva ao dia do fonoaudiólogo com enfoque na audiologia, promovida por estudantes de uma universidade do norte do Brasil, apresentando o trabalho desenvolvido com a finalidade de proporcionar experiências educativas e práticas relacionadas a audição para a comunidade externa. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. No dia 3 de dezembro de 2024, 7 estudantes do curso de fonoaudiologia de uma Instituição de Ensino Superior executaram atividades teórico-práticas com os visitantes interessados, sob supervisão da professora do curso. No primeiro momento, slides e peças anatômicas foram usados como recursos para ajudar na explicação aos participantes sobre a anatomia do sistema auditivo, como funciona o som, os tipos de perdas auditivas e suas principais causas e o que é a audiologia. Logo após, foi conduzida uma dinâmica de localização da fonte sonora, a partir de instrumentos utilizados na Avaliação Auditiva Comportamental, como sino, agogô e chocalho. Em seguida, os visitantes puderam experienciar uma atividade de leitura labial, com frases tipicamente nortistas. Ao final da exposição, os participantes receberam brindes e materiais (folder) de cunho informativo, sobre saúde auditiva. As dinâmicas foram realizadas dentro do ginásio da universidade, devido ao espaço, contando com banner e pôsteres com conteúdos relacionados ao assunto. Todas as atividades apresentaram caráter educativo, sem diagnósticos clínicos e os participantes foram devidamente informados sobre isso. RESULTADOS: Com essa experiência foi possível alcançar um público diverso, composto por crianças, estudantes do ensino médio e principalmente adultos e idosos, que são atendidos nas UBS e Complexos Comunitários onde os graduandos realizam os estágios obrigatórios. Durante as quatro horas de evento, diversas pessoas se interessaram pela explanação da temática, totalizando um público de aproximadamente 80 indivíduos. A falta de conhecimento e as dúvidas sobre a área da audiologia demonstradas pelas pessoas evidenciaram a relevância dessas iniciativas educativas. CONCLUSÃO: Foi perceptível que as atividades educativas e práticas desenvolvidas pelos discentes do curso de fonoaudiologia desempenharam um papel fundamental para a promoção da audiologia e conscientização da comunidade externa sobre a importância da audição na qualidade de vida, reafirmando o compromisso da universidade como agente de educação em saúde.
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Página(s): p.1693
ISSN 1983-1793X
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FATORES ASSOCIADOS AOS RESULTADOS DA REABILITAÇÃO VESTIBULAR
TEIXEIRA, H.A. ; MOROZETTI, M.R.P. ; LOPES, K.C. ; GANANÇA, F.F. ; BRANCO-BARREIRO, F.C.A. ;

Introdução: A identificação de fatores que podem interferir negativamente no resultado da reabilitação vestibular pode contribuir para diminuir seus efeitos na recuperação do paciente e facilitar a recuperação após um distúrbio vestibular, além de auxiliar no estabelecimento de expectativas realistas do paciente durante o estabelecimento de metas. Objetivo: identificar fatores associados aos resultados da reabilitação vestibular (RV) em pacientes com disfunção vestibular crônica e verificar se a RV é eficaz na diminuição da gravidade da tontura nesses pacientes. Método: estudo observacional retrospectivo descritivo realizado no Ambulatório de Avaliação e Reabilitação Vestibular de um hospital universitário na cidade de São Paulo. Foram selecionados os prontuários de pacientes com tontura crônica de origem vestibular, que completaram o programa de reabilitação vestibular entre janeiro de 2022 a janeiro de 2024. Os dados analisados foram: informações sociodemográficas e de saúde (idade, sexo, escolaridade, duração da doença, hipótese diagnóstica vestibular, tipo de tontura, prática de exercício físico, histórico de quedas, qualidade do sono, número de comorbidades e de medicamentos em uso) e os resultados pré- e pós- reabilitação vestibular do Questionário de Handicap da Tontura (Dizziness Handicap Inventory – DHI), usado para avaliar a autopercepção da gravidade e do impacto da tontura na qualidade de vida. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo 1, composto pelos pacientes que apresentaram melhora dos sintomas vestibulares depois da reabilitação e Grupo 2, composto pelos pacientes que não apresentaram melhora dos sintomas vestibulares depois da reabilitação. A melhora ou não dos sintomas vestibulares foi determinada a partir da comparação do resultado do DHI pré- e pós-RV: diminuição no escore total de pelo menos 18 pontos foi considerada melhora. Resultados: Foram incluídos 31 indivíduos distribuídos em Grupo 1: 14 pacientes, sendo 3 homens (21,4%) e 11 mulheres (78,6%), com média de idade de 62.21 anos e Grupo 2: 17 pacientes, sendo 5 homens (29,4%) e 12 mulheres (70,6%), com média de idade 64.71 anos. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os participantes dos Grupos 1 e 2 com relação à número de doenças e valor do DHI após a reabilitação vestibular. No entanto, o Grupo 1 apresentou uma média de DHI pré-RV mais alta (65.71 pontos) em comparação ao Grupo 2 (41.76 pontos). Os Grupos 1 e 2 eram semelhantes quanto à escolaridade, tipo de tontura, prática de exercício físico, histórico de quedas, e hipótese diagnóstica vestibular. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os participantes dos Grupos 1 e 2 em relação à duração e frequência da tontura. Houve uma associação significativa entre a qualidade do sono e a melhora com a reabilitação vestibular (p = 0.0493) e entre o valor do DHI pré-RV e a melhora (p = 0.0145). Houve um efeito significativo do tratamento sobre o resultado na comparação dos valores do DHI pré e pós-RV. Conclusão: Pacientes com disfunção vestibular crônica com maior gravidade da tontura antes da intervenção tiveram uma maior probabilidade de melhora após a reabilitação vestibular. A reabilitação vestibular foi eficaz na diminuição da gravidade da tontura em pacientes com disfunção vestibular crônica.
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Página(s): p.1444
ISSN 1983-1793X
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FATORES CRÍTICOS PARA A ATENUAÇÃO DE RUÍDO DOS PROTETORES AUDITIVOS EM AMBIENTES OCUPACIONAIS RUIDOSOS: AJUSTE, CONDIÇÕES E TREINAMENTO
Lage, D., L. G. ; Chinelato, P. L. ; Gerolomo, P. ; Gerges, R. N. C ;

A proteção auditiva é uma medida essencial em ambientes ocupacionais ruidosos para prevenir a Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE). Este trabalho explora os fatores críticos que influenciam a atenuação de ruído dos protetores auditivos (PAs), como ajuste (colocação), condição de uso e treinamento de usuários, utilizando dados de estudos industriais e militares nas últimas duas décadas. Em um dos estudos, a avaliação foi realizada por meio de testes de atenuação de ruído individual através do uso de equipamento de fit testing de proteção auditiva, utilizando o Nível de Atenuação Pessoal (NAP) como métrica central para medir o desempenho dos PAs. O estudo teve como objetivo avaliar a influência do desgaste, do ajuste ao canal auditivo e da técnica de colocação dos PAs na eficácia de atenuação de ruído, além de analisar o impacto do treinamento na melhoria dessa eficácia. Foram revisados cinco artigos, incluindo trabalhadores industriais no Brasil, EUA e China e militares dos EUA. No Brasil, o artigo apresenta uma pesquisa exploratória fornecendo dados de experimentos em campo com três cenários distintos: substituição de PAs usados por novos, avaliação de diferentes tamanhos de PAs do tipo plugue no canal auditivo e impacto de técnicas de colocação do PA. O artigo brasileiro mostra que os resultados indicaram que PAs novos apresentaram um aumento na atenuação em relação aos usados, demonstrando a importância de manter os dispositivos em boas condições. No ajuste ao canal auditivo, variações de até 25,1 dB foram observadas, com plugues de tamanhos diferentes do tamanho do canal auditivo, gerando atenuações insuficientes. A colocação inadequada reduziu a atenuação, com diferenças significativas entre ouvidos corretamente e incorretamente protegidos. Além disso, os estudos mostraram que protocolos de treinamento personalizados resultaram em melhorias substanciais no desempenho. Estudos conduzidos em industrias dos EUA e China e com militares nos EUA destacaram que a aplicação de técnicas de colocação do PA, como demonstrações individuais conduzidas por especialistas, aumentou significativamente o NAP em comparação com abordagens tradicionais de treinamento em grupo. Em uma análise comparativa, métodos integrados de treinamento que combinaram instruções visuais e práticas mostraram-se os mais eficazes. Conclui-se que a eficácia dos PAs depende não apenas da qualidade e do estado do equipamento, mas também de um ajuste apropriado pelo usuário e da técnica de colocação do PA. Programas regulares de treinamento, inspeções rigorosas e substituição periódica dos PAs são indispensáveis para garantir a proteção auditiva efetiva. Esses resultados reforçam a necessidade de iniciativas que promovam a conscientização e a educação dos trabalhadores e empregadores sobre os riscos do ruído ocupacional e as melhores práticas para mitigá-los. Recomenda-se a ampliação de estudos que investiguem a durabilidade dos PAs em diferentes setores e o desenvolvimento de protocolos padronizados de ajuste/colocação do PA e treinamento, visando aumentar a proteção e a segurança dos trabalhadores expostos a ambientes ruidosos.
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Página(s): p.1436
ISSN 1983-1793X
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FONOAUDIOLOGIA E A SAÚDE AUDITIVA DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA NO SUS
Almeida, A. L. A. ; Nascimento, S. M. S. ; Melo, J. W. L. ; Suassuna, L. F. C. ; Lopes, L. M. V. ;

INTRODUÇÃO: A Fonoaudiologia desempenha um papel fundamental na promoção da saúde auditiva dos trabalhadores e trabalhadoras, especialmente no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa área aborda a prevenção, diagnóstico e reabilitação de problemas auditivos relacionados a condições de trabalho, como a exposição ao ruído excessivo e outros fatores ocupacionais que podem comprometer a audição. No SUS, ações integradas de Fonoaudiologia são essenciais para identificar precocemente perdas auditivas, orientar sobre medidas de proteção e promover qualidade de vida, contribuindo para a saúde integral do trabalhador. OBJETIVO: Conhecer as ações em saúde auditiva do trabalhador e da trabalhadora realizadas pela Fonoaudiologia no âmbito do SUS. METODOLOGIA: Revisão integrativa da literatura com a seguinte pergunta norteadora: “Quais ações em saúde auditiva do trabalhador e da trabalhadora têm sido realizadas pela Fonoaudiologia no SUS?”. A busca foi realizada em dezembro de 2024, utilizando como fontes de dados o Google Acadêmico e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Para a pesquisa, empregou-se a combinação de descritores controlados com operadores booleanos (“fonoaudiologia” AND “saúde do trabalhador” AND “SUS”). Os critérios de inclusão foram: estudos publicados nos últimos cinco anos (2019 a 2024), disponíveis gratuitamente na íntegra, nos idiomas português, inglês e espanhol, e que respondessem à pergunta norteadora. Teses, dissertações, artigos de opinião e estudos que não abordassem o contexto brasileiro foram excluídos. Os artigos selecionados para a revisão foram analisados por meio da Análise de Conteúdo. RESULTADOS: Inicialmente, foram identificados 83 estudos, reduzidos a 37 após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. Por conseguinte, foram lidos os títulos e resumos dos artigos, resultando em 12 artigos, os quais foram selecionados para a leitura completa. Destes, 7 fizeram parte do escopo de artigos desta revisão. Os 7 artigos restantes tiveram a maior parte de suas ações construídas através da educação permanente dada por palestras e orientações sobre a voz nos Centros De Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), assim como diálogos para conter a subnotificação de Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR). Também foram encontradas atividades de educação em saúde realizadas junto às classes trabalhadoras nos CERESTs sobre a PAIR. A maior parte dos artigos continham ações com foco na saúde vocal e na audição. CONCLUSÃO: Conclui-se que a Fonoaudiologia desempenha um papel crucial na promoção da saúde auditiva e vocal dos trabalhadores no SUS, reforçando sua relevância como parte integrante e indispensável na saúde do trabalhador. Os resultados evidenciam a necessidade de continuidade e ampliação de políticas públicas e programas voltados à saúde do trabalhador e da trabalhadora no SUS, com foco na prevenção, no diagnóstico precoce e na promoção de práticas que assegurem a saúde integral e o bem-estar dos trabalhadores.
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Página(s): p.1506
ISSN 1983-1793X
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FOTOBIOMODULAÇÃO EM PACIENTES COM ZUMBIDO: ACOMPANHAMENTO DO EFEITO TERAPÊUTICO.
Oliveira, R. P. ; Araújo, F. C. M. ;

Introdução: o zumbido pode ser definido como uma percepção involuntária de um som de origem interna. Esse sintoma impacta na qualidade de vida e no contexto social do indivíduo, causando buscas por serviços de saúde para realizar tratamento. Objetivo: caracterizar a autopercepção do zumbido nas fases pré, durante e pós terapia de fotobiomodulação. Metodologia: trata-se de um estudo quase-experimental, exploratório, de intervenção, corte transversal, descritivo, quantitativo e qualitativo, de natureza aplicada e analítica. Teve aprovação do Comitê de Ética de Pesquisa sob parecer do número 6.803.099. Inicialmente, foram convidados 19 adultos ( 10 mulheres e 9 homens), mas após aplicação dos critérios de exclusão, o número de amostra foi reduzido para 10 sujeitos, com faixa etária de 19 a 30 anos, sendo 6 homens e 4 mulheres. Os critérios de exclusão foram: perda auditiva do tipo condutiva ou mista; histórico oncológico; fotossensibilidade; uso de roacutan; gestantes; zumbido intermitente; não conclusão da terapia ou do processo avaliativo. Os procedimentos avaliativos realizados: anamnese audiológica, meatoscopia, audiometria tonal de 250 Hz a 16.000 Hz, imitanciometria, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico com estímulo clique, acufenometria como medida psicoacústica de 250 Hz a 16.000 Hz e THI. A intervenção de fotobiomodulação consistiu em 8 sessões, com 2 sessões semanais, com duração de 1 hora cada. O protocolo estruturado para este estudo incluiu a aplicação pontual com comprimento de onda 650-1000 nm. na região da mastoide, bilateralmente, em três pontos com 1 cm de distância entre os pontos. Após, foi aplicado no meato acústico externo bilateral, com comprimento de onda 600-650 nm. Além disso, foi realizado Intravascular Laser Irradiation of Blood (ILIB) na artéria radial por 30 minutos, com comprimento de onda 600-650 nm. Ao final de cada sessão, foi aplicado o questionário: “Se sentiu diferença no zumbido entre no intervalo da última sessão para a atual? Descreva” e “Se sentiu diferença no zumbido do início da sessão para o final? descreva”. Também foi utilizada a escala Escala Visual Analógica (EVA) no início e no final de cada sessão para avaliar a intensidade do zumbido. Resultados: O perfil da amostra indicou que 90% dos sujeitos apresentaram zumbido bilateral e 10% unilateral, sendo 100% do tipo agudo. No questionário THI pré terapia, 50% classificaram o zumbido como desprezível, 40% como leve e 10% como moderado. Após a terapia, no THI, 70% consideraram o zumbido como desprezível e 30% como leve. No questionário de autopercepção, comparando a quarta e a oitava sessão, 6 sujeitos relataram melhora, 3 não perceberam mudanças e 1 relatou piora. Na análise da escala EVA, comparando os dados pré e pós terapia, foi observada diferença significativa nas sessões 3, 4 e 7, com p-valor = 0,034 (teste de Wilcoxon, valor-p < 0,05). Conclusão: foi possível caracterizar e concluir que houve mudança na autopercepção do impacto do zumbido após a terapia de fotobiomodulação, apresentando resultados significativos na escala EVA a partir da terceira sessão. Os achados sugerem que a fotobiomodulação pode ser uma alternativa eficaz de tratamento do zumbido em pacientes.
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Página(s): p.1539
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1539


FREQUENCY FOLLOWING RESPONSE COM NOVO ESTÍMULO DE FALA /DAO/: DADOS PRELIMINARES
Câmara, L. L. P. ; Silva, K. S. S. ; Careta, N. G. ; Segovia, A. M. ; Escera, C. ; Balen, S. A. ;

Introdução: O Frequency Following Response (FFR) é uma resposta gerada a nível subcortical e cortical, a qual permite avaliar a integridade da via auditiva, como também possibilita analisar como ocorre a codificação dos sons no sistema auditivo central. Há diversas formas de apresentação e tipos de estímulos utilizados para desencadear a resposta, como o /da/ de 170 ms, porém o mais utilizado é o /da/ de 40 ms. Entretanto, estímulos mais longos podem desencadear respostas mais robustas da via auditiva central, sendo interessante para populações com imaturidade ou atipias no desenvolvimento desta via. Ainda há a necessidade de padronizar esses dados para diferentes populações no intuito de conhecer as características e os padrões típicos da resposta neural a cada estímulo de fala. Objetivo: Comparar o padrão neural de codificação da fala em adultos normo-ouvintes em resposta ao estímulo de fala /da/ e /dao/. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, prospectivo e analítico, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, sob o parecer nº 5.685.328. A pesquisa inclui 26 adultos com audição normal, 18 do sexo feminino com idades entre 19 e 35 anos (média =25,25 anos). Todos apresentaram Emissões Otoacústicas Evocadas por Estímulos Transientes (EOAT) bilaterais. A resposta de FFR foi registrada com o estímulo de fala /dao/ de 220 ms e o /da/ de 170 ms, apresentado de forma monoaural na orelha direita e captada ipsilateralmente. Os parâmetros incluíram uma taxa de 3,70/s, frequência fundamental (f0) de 100 Hz, intensidade de 80 dB nNa, polaridade alternada e filtro passa-banda de 80 a 1500 Hz. Foram aceitos até 10% de artefatos nos registros, que foram compostos por quatro promediações de 1.000 sweeps cada para cada estímulo apresentado. Foi realizada a análise no domínio do tempo e da frequência da resposta neural que não apresentou distribuição normal no teste Shapiro Willks. Desta forma, foi aplicado o teste Wilcoxon com um nível de significância de 5%. Resultados: Observou-se mediana de 10,65 ms para o /da/ e 9,22 ms para o /dao/ no neurolag (p =0.004). A amplitude espectral da vogal /da/ nos harmônicos médios e altos foram maiores para o /dao/ do que para o /da/ (p<0,001). No entanto, não evidenciaram diferença na frequência fundamental e no RMS pré-estímulo entre os estímulos utilizados. Conclusão: Os achados deste estudo demonstraram que adultos normo-ouvintes falantes da Língua Portuguesa, apresentam respostas neurais mais robustas para o /dao/ quando comparado ao /da/, especialmente, no domínio temporal e na amplitude espectral dos harmônicos. Este achado contribui para futuros comparativos para respostas de neurodesenvolvimento da via auditiva central na decodificação da fala, em virtude, dos harmônicos médios e altos serem determinantes para a percepção da fala na discriminação das consoantes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1699
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1699


GRADES CURRICULARES DOS CURSOS DE FONOAUDIOLOGIA: DISCIPLINA DE OTONEUROLOGIA NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO BRASIL
Soares, Z. F. S. ; Queiroz, L. S. ; Filho, A. L. C. ; Silva, Y. A. M. ; Moura, C. S. C. ; Martins, M. L. ;

Introdução: A Otoneurologia trata-se de uma das novas especialidades da fonoaudiologia, a qual foi regulamentada no ano de 2023. Por ser uma área recentemente regulamentada, é necessário analisar a sua distribuição na graduação de Fonoaudiologia nas Instituições públicas de ensino do Brasil. Objetivo: Identificar a inserção de disciplinas de Otoneurologia nos cursos de Fonoaudiologia das universidades públicas federais e estaduais do Brasil. Metodologia: A pesquisa de caráter documental foi realizada com base nos Projetos Pedagógicos dos Cursos, disponíveis nos sites das instituições públicas de ensino federal e estadual que ofertam o curso de Fonoaudiologia no Brasil, com o olhar nas matrizes curriculares voltado para a investigação de componentes relacionados à Otoneurologia. Os critérios de inclusão foram: IES que apresentam o curso de Fonoaudiologia e estão listadas no site do CFFa; site ativo e em pleno funcionamento durante o período de coleta de dados e Instituições com a matriz curricular ou o PPC disponíveis para acesso. Como critério de exclusão, foram desconsideradas as instituições de ensino privadas no Brasil e os PPC que estavam desatualizados. Resultados: Observa-se que as 25 Instituições de Ensino Superior oferecem disciplinas relacionadas à especialidade investigada, principalmente em formato teórico. Dentre o total de disciplinas encontradas destaca-se que três são optativas, sendo duas da modalidade teórica e uma da modalidade prática. Em relação à carga horária observa-se que a maioria das disciplinas relacionadas à Otoneurologia apresentam mais de 40 horas-aula. Pode-se destacar que a maioria das disciplinas encontradas são ofertadas do meio ao final do curso. A diminuta quantidade de disciplinas é um fator que interfere no interesse pela Otoneurologia, que ainda é pouco explorada nas IES, da mesma forma, a opção por disciplinas optativas pode não despertar curiosidade suficiente nos estudantes. O estudo mostrou que a maioria das instituições oferece poucas horas de conteúdo nessa especialidade, o que compromete a formação generalista proposta pelo Conselho Nacional de Saúde. Sobre o estabelecimento da relação entre a quantidade de IES e de disciplinas de Otoneurologia, o presente estudo levantou que a 2ª e a 4ª região tem a maior quantidade de IES e proporcionalmente são as que ofertam a maior quantidade de disciplinas. Conclusões: A inserção de disciplinas de Otoneurologia nas grades curriculares dos cursos de Fonoaudiologia, representa um avanço significativo na formação do fonoaudiólogo. O estudo destaca a necessidade de ampliar as experiências práticas do fonoaudiólogo na área, e acrescenta que a inclusão gradual de Otoneurologia ao longo do curso pode incentivar o interesse dos alunos, como observado nas regiões com maior número de especialistas e ofertas de disciplinas na área. Como sugestão, a proposta é que sejam realizadas novas pesquisas sobre a inserção da Otoneurologia nas grades curriculares dos cursos de Fonoaudiologia do Brasil, incluindo as instituições de ensino privadas com olhar voltado as ementas e conteúdos programáticos, na busca por maior visibilidade dos entraves no desenvolvimento da Otoneurologia, como especialidade.
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Página(s): p.1478
ISSN 1983-1793X
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GRAU E TIPO DE PERDA AUDITIVA E SUA RELAÇÃO COM A PRESCRIÇÃO DE MOLDE AURICULARES
Rodrigues, B. F. S. S ; Rios, J. C ; Mota, A. M ; Reis, A. V. S ; Carvalho, L. P ; Silva, I. M. C ; Pereira, V. R. C ;

Introdução: O estudo dos tipos e graus de perda auditiva e a prescrição dos moldes auriculares é fundamental para compreender o perfil dos usuários atendidos em serviços de saúde auditiva. A indicação do molde auricular é realizada pelo fonoaudiólogo, baseada em critérios clínicos que relacionam o tipo de molde à perda auditiva apresentada. Identificar padrões de perda auditiva e os fatores considerados na prescrição dos moldes contribui para uma reabilitação auditiva eficaz. Objetivo: Verificar quais tipos de moldes auriculares são mais solicitados e descrever a relação com os tipos e graus de perda auditiva em um centro de saúde auditiva. Metodologia: A pesquisa foi realizada a partir da análise dos prontuários de 30 usuários de um centro de audiologia, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (parecer n. 7.089.831). Foram incluídos usuários de ambos os sexos, com idade superior a 18 anos, que apresentavam perda auditiva superior a 50 dBNA (bilateral ou unilateral), audiometria atualizada, sem histórico de cirurgias otológicas ou comprometimento da membrana timpânica. Os moldes auriculares analisados foram do tipo concha ou invisível duplo, sendo ambos de silicone ou acrílico. O grau da perda auditiva foi classificado conforme os limiares audiométricos, sendo moderada (41 a 55 dBNA), moderadamente severa (56 a 70 dBNA), severa (71 a 90 dBNA) e profunda (acima de 91 dBNA). O tipo de perda foi classificado como condutiva, mista ou neurossensorial, a partir da comparação entre os limiares de via aérea e via óssea de cada orelha. Resultados: Foram analisados 30 prontuários de 10 (33,3%) homens e 20 (66,7%) mulheres, sendo mais da metade abaixo dos 60 anos. Em relação ao tipo de molde, 14 (46,7%) eram o molde concha e 16 (53,3%) o molde invisível duplo. Quanto ao tipo de perda auditiva, na orelha direita 24 (85,7%) usuários apresentaram perda neurossensorial e 4 (14,3%) perda mista; na orelha esquerda, 25 (89,3%) tinham perda neurossensorial e 3 (10,7%) mista. Em relação ao grau da perda auditiva na orelha direita, 4 (14,3%) apresentaram perda moderada, 3 (10,7%) moderadamente severa, 12 (42,9%) severa e 8 (28,6%) profunda. Na orelha esquerda, 4 (14,3%) apresentaram perda moderada, 5 (17,8%) moderadamente severa, 11 (39,3%) severa e 8 (28,6%) profunda. A análise da relação entre o grau de perda auditiva e o tipo de molde auricular indicou uma significância estatística (valor-p < 0,05), sugerindo uma correlação entre essas variáveis. A prescrição dos moldes auriculares seguiu critérios clínicos fundamentados na literatura, que associam o tipo de molde à necessidade de amplificação de cada paciente. Conclusão: Este estudo revelou que a perda auditiva neurossensorial foi predominante, especialmente nos graus severo e profundo. O molde invisível duplo foi o mais indicado pelos fonoaudiólogos. A correlação significativa entre o grau da perda auditiva e o tipo de molde auricular reforça a importância de realizar a prescrição correta do molde de acordo com a perda, garantindo a reabilitação auditiva adequada.
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Página(s): p.1616
ISSN 1983-1793X
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HÁ CORRELAÇÃO ENTRE A ESCOLARIDADE DA FAMÍLIA, O TEMPO DE PRIVAÇÃO SENSORIAL E O USO DE APARELHOS AUDITIVOS EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA?
Almeida, M. L. L. ; Barreto, J. S. ; Martins, G. S. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: A privação sensorial auditiva é uma barreira significativa para o desenvolvimento infantil. Para a efetividade da reabilitação auditiva é necessário, portanto, garantir o acesso precoce à fala com o uso constante de dispositivos auditivos. Nesse sentido, estudos têm evidenciado que o nível de escolaridade das famílias pode influenciar o desempenho comunicativo das crianças, indicando que pais com menor escolaridade apresentam maior dificuldade para proporcionar um ambiente facilitador de desenvolvimento à criança. Objetivo: Verificar se a escolaridade do cuidador principal está correlacionada com o tempo de privação sensorial e com a medida do uso diário de aparelhos auditivos em crianças com deficiência auditiva e se há diferença entre os grupos de menor e maior escolaridade em relação a essas variáveis. Metodologia: Estudo retrospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética Institucional, sob o parecer número 7.316.303. A pesquisa analisou 58 prontuários com dados completos de crianças que ingressaram, entre 2005 e 2019, em um programa de reabilitação de um serviço de saúde auditiva do SUS. Foram analisados dados referentes à escolaridade do cuidador principal (mãe), o tempo de privação sensorial (meses) e a medida do uso de aparelhos auditivos por meio do datalogging (horas/dia). Os dados foram tabulados em planilha Excel® e analisados de forma descritiva e inferencial. Foi aplicado o teste de Correlação de Spearman para verificar a associação entre as variáveis e o teste de Mann-Whitney para avaliar a diferença entre os grupos de menor e maior escolaridade, adotando o valor de p < 0,05. Resultados: 46,6% da amostra era composta por mães/cuidadoras com ensino fundamental ou médio incompleto (EFM) e 53,4% da amostra com escolaridade de ensino médio a superior completo (EMS). A média do tempo de privação sensorial (TPS) foi de 79,1 meses (dp 37,9) e a do tempo de uso diário dos aparelhos auditivos foi de 10,1 horas/dia (dp 4,06). Não foi observada correlação entre a escolaridade e o tempo de privação sensorial (p=0,70), nem entre a escolaridade e o datalogging da orelha direita (p=0,50) e da orelha esquerda (p=0,30). Na análise comparativa entre os grupos EFM e EMS não foi observada diferença estatisticamente significativa para o TPS (p=0,55) e datalogging da orelha direita (p=0,62) e da orelha esquerda (p=0,41). Conclusão: A análise não evidenciou correlação entre a escolaridade dos responsáveis, o tempo de privação sensorial e o uso diário de aparelhos auditivos pelas crianças da amostra. Além disso, não foram constatadas diferenças significativas entre os grupos de menor e maior escolaridade. Considerando a complexidade dos fatores associados, estudos multicêntricos são necessários para ampliar a compreensão das variáveis que influenciam o tempo de privação sensorial e o uso de dispositivos auditivos em crianças com deficiência auditiva no contexto brasileiro.
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Página(s): p.1536
ISSN 1983-1793X
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HABILIDADES AUDITIVAS E CONSISTÊNCIA NO USO DOS APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Menuchi, T ; MENDES, B. C. A ; Ficker, L. B ; MARTINEZ, M. A. N. S ; NOVAES, B. C. A. C ;

Introdução: O diagnóstico audiológico precoce e a intervenção imediata com aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) são fundamentais nos primeiros anos de vida de uma criança com deficiência auditiva. Esses fatores são primordiais para o desenvolvimento adequado das habilidades auditivas e da linguagem oral, desde que a criança use o dispositivo todo o tempo em que estiver acordada, tendo assim, maior exposição a sons do ambiente e de fala. Estudos apontam que somente a quantidade de horas de uso dos dispositivos não garante que a criança desenvolva a linguagem oral; deve-se considerar também a audibilidade aos sons de fala quando está com e sem o AASI. Durante o processo terapêutico, a participação da família é essencial, já que são eles que convivem diretamente com a criança e são eles que garantem o uso dos AASI. Objetivo: Analisar as habilidades auditivas, considerando as características audiológicas e a consistência de uso do aparelho de amplificação sonora em crianças com deficiência auditiva de 3 a 5 anos. Método: Participaram do estudo 10 crianças com deficiência auditiva de grau moderado a severo e suas famílias, que estão em processo terapêutico fonoaudiológico em um centro especializado em reabilitação auditiva. O questionário Parent 's Evaluation of Aural/oral performance of Children - PEACH traduzido foi utilizado para analisar as habilidades auditivas com base nas observações feitas pelos pais. A partir do registro do número de horas de uso do AASI, foi calculada a Dosagem Auditiva, que considera o nível de audibilidade que a criança tem com e sem AASI no dia de 24 horas. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de Ética da Universidade sob o número 5.589.444. Resultados: O número de horas de uso do AASI variou de 2 a 13 horas de uso diário, sendo que o SII 65 dB com AASI varia de 0,46 a 0,84, em crianças com perda auditiva de grau moderado a severo. Quando consideramos a dosagem auditiva, variou de 4 a 9,02 horas de audibilidade. Em relação à análise dos resultados do PEACH, apenas 1 criança está com pontuação de acordo com o desenvolvimento normal de habilidades auditivas; duas outras crianças estão com o desenvolvimento apenas – 1 DP da normalidade. Conclusão: A relação entre a audibilidade e o desenvolvimento das habilidades auditivas é diretamente proporcional à medida da dosagem auditiva, o que não representa o maior número de horas de uso do AASI. É importante considerar aspectos do uso do aparelho, grau de perda e características do desenvolvimento de habilidades auditivas para o trabalho terapêutico com as famílias de crianças com deficiência auditiva.
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Página(s): p.1670
ISSN 1983-1793X
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HÁBITOS DE EXPOSIÇÃO SONORA E PROTEÇÃO AUDITIVA DE MILITARES ESTADUAIS
Heupa, A.H. ; Moura, T. ; Gonçalves, C.G.O. ; Lüders, D. ;

Introdução: A exposição ao ruído no ambiente de trabalho do militar, como armas de fogo, veículos militares e rádio operadores, pode resultar em perda auditiva permanente e progressiva, que pode ser agravada pelo uso inadequado de proteção auditiva. Além disso, militares se expõem a outras situações ruidosas que podem contribuir para o agravamento da perda auditiva. Objetivo: Analisar hábitos de exposição sonora e proteção auditiva de militares de diferentes unidades da corporação. Método: estudo transversal, quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, realizado com militares de uma cidade sul brasileira, que responderam à versão em português do questionário Noise Exposure Questionnaire, que aborda tanto a exposição ao ruído como o uso de equipamento de proteção auditiva (EPA). Os dados obtidos foram analisados de forma descritiva. Resultados: Participaram 113 militares (87,7% do sexo masculino) das unidades: Operações Especiais (BOPE) (n=18), Esquadrão antibombas (n=18), Batalhão de Choque (n=6), Operações Aéreas (n=18), Ronda com motocicletas (ROCAM) (n=8), Salvamento Tático (GOST) (n=11), Setor de atendimento 193/190 (n=6), Batalhões gerais (n=10) e Administrativos (n=18). A média de idade foi de 40,1 anos e tempo médio de serviço de 15,4 anos. Os dados sobre exposição sonora e uso de EPA em cada uma das situações ruidosas investigadas mostraram os seguintes resultados: 55,8% se expõe a ferramentas ruidosas e 3,5% sempre usa EPA; 26,5% dirigem veículos ruidosos (caminhões e tratores) e 1,2% utiliza EPA; 72,6% participa de eventos ruidosos como corridas e shows e 2,6% utiliza EPA; 46,9% pilota motocicletas e 0,8% faz uso eventual de EPA; 46,9% se expõe ao ruído de aeronaves, e apenas os pilotos (15%) sempre fazem uso de EPA; 86,7% faz prática de tiro e 75% sempre faz uso de EPA; 31,8% toca algum instrumento musical, e apenas 3,6% usam EPA; 86,7% utiliza fones de ouvido e 90,2% se expõe a equipamentos de som no carro ou em casa. O uso de fones de ouvido e exposição a equipamentos de som foram atividades frequentes em todas as unidades (62 a 100%). O BOPE representa a unidade com maior exposição ao ruído das armas de fogo (83%), e todos utilizam EPA. O uso diário de motocicletas foi considerável na ROCAM (75%) e no Choque (50%), mas nenhum policial dessas unidades faz uso do EPA. Como esperado, a unidade de operações aéreas está mais exposta ao ruído de aeronaves (50%) e a unidade do GOST chamou atenção pela quantidade de policiais que se dedicam a atividades musicais (45%). Conclusão: Com exceção do BOPE, que é o grupo mais exposto às armas de fogo, todas as outras unidades têm a maior exposição no uso de fones de ouvido e de equipamentos de som. O EPA é pouco utilizado nas situações de ruído contínuo em todas as unidades, sendo mais frequente seu uso nas práticas de tiro entre os integrantes do BOPE. Hábitos não laborais de exposição sonora e exposições a ruídos contínuos merecem destaque e podem ser temas de aprimoramento nos programas de preservação auditiva com esta população.
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Página(s): p.1442
ISSN 1983-1793X
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HIPOFUNÇÃO VESTIBULAR BILATERAL EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Nascimento, G.F.F ; Lacour, M ; Diniz, R.V.Z ; Diniz Júnior, J. ; Mantello, E. B ;

Introdução: A hipofunção vestibular bilateral (HVB) é uma condição crônica caracterizada por comprometimento grave ou ausência da função vestibular em ambos os labirintos. Pode levar a sintomas como oscilopsia, instabilidade e vertigem, afetar negativamente a qualidade de vida. Doenças cardiovasculares (DCV), particularmente a insuficiência cardíaca (IC), têm sido associadas à sintomas cocleovestibulares, embora a relação entre IC e HVB permaneça pouco explorada. Objetivo: Caracterizar sintomas otoneurológicos, achados de avaliação vestibular de alta frequência, resultados de testes de equilíbrio e tratamento farmacológico em pacientes com IC para investigar a potencial associação com HVB. Metodologia: Estudo observacional, descritivo e transversal, com análise retrospectiva, aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa, sob número de parecer 2.809.558. Foram analisados prontuários médicos de pacientes com IC encaminhados para avaliação vestibular entre junho de 2019 a janeiro de 2020. Os critérios de inclusão para a seleção dos prontuários foram: diagnóstico de IC e hipótese funcional de HVB confirmada por teste de impulso cefálico por vídeo (vHIT) e testes de equilíbrio clínico. Dados sobre sintomas, medicamentos e avaliações vestibulares foram coletados. O equilíbrio estático e dinâmico foi avaliado usando os testes de Romberg e Prova de Unterberger-Fukuda (PUF). O vHIT investigou o ganho do reflexo vestíbulo-ocular (RVO), a presença e caracterização das sacadas. Resultados: Dez pacientes (90% homens, média 63,5 anos de idade) preencheram os critérios de inclusão. As etiologias da IC incluíram cardiomiopatia isquêmica (50%), cardiomiopatia alcoólica (20%), cardiomiopatia hipertensiva (20%) e cardiomiopatia periparto (10%). Todos os pacientes relataram sintomas vestibulares: oscilopsia (90%), zumbido (70%), instabilidade (70%) e vertigem (50%). Testes de equilíbrio estático revelou 100% de comprometimento, na condição olhos fechados, com instabilidade e quedas. Da mesma forma, a PUF demonstrou deslocamento significativo (maior que 1 metro) em todos os pacientes. O vHIT mostrou ganho do reflexo vestíbulo-ocular (RVO) reduzido em todos os canais semicirculares (CSCs), com valores limítrofes para o CSC lateral direito (0,74) e presença de sacadas compensatórias. A análise de latência indicou sacadas encobertas e evidentes para os CSCs horizontais, com o escore de Pérez-Ray (PR) confirmando compensação vestibular incompleta bilateralmente (pontuação média de PR: 61,66% para CSC lateral direito; 40,40% para CSS lateral esquerdo). A análise dos medicamentos evidenciou o uso de medicamentos com potencial vestibulotóxico, incluindo ácido acetilsalicílico (60%) e cloridrato de amiodarona (30%), ambos relacionados à disfunção vestibular devido ao poder ototóxico associado. A polifarmácia provavelmente contribuiu para o comprometimento vestibular observado. Conclusão: Os pacientes com IC apresentaram HVB caracterizada por ganho de RVO prejudicado, presença de sacadas compensatórias, equilíbrio estático e dinâmico comprometido. Os achados sugerem que alterações sistêmicas causadas pela IC, combinadas com medicamentos vestibulotóxicos, podem prejudicar a função do sistema cocleovestibular. Sendo assim, a avaliação vestibular em pacientes com IC torna-se necessária, mesmo na ausência de sintomas cardiovasculares graves.
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Página(s): p.1531
ISSN 1983-1793X
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IMPACTO DA FALTA DE INTERVENÇÃO POR MEIO DE APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA NA FUNÇÃO COGNITIVA EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA
Silva, A. V. C. ; Brandão, M. B. ; Ferreira, M. C. ; Mourao, N. A. L. ;

As alterações decorrentes dos processos fisiológicos do envelhecimento, como a presbiacusia, podem trazer diversas consequências ao indivíduo, tanto no aspecto biológico, como no social e no psicológico. O presente trabalho teve como objetivo analisar as evidências existentes, na literatura, acerca da falta de intervenção precoce por meio do uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) em idosos com perda auditiva, na prevenção do declínio cognitivo. A metodologia deste estudo se caracterizou por uma revisão integrativa de literatura, apresentando uma abordagem qualitativa e tipo descritivo. O estudo foi realizado em artigos científicos publicados e disponíveis, selecionados nas bases de dados Medline, Lilacs e Scielo. Os descritores utilizados na seleção foram escolhidos com base nos Descritores em Ciências da Saúde e incluíram: perda auditiva, aparelho auditivo, cognição e idosos. Foi considerada a produção científica de 2019 a 2023, de artigos publicados em português e inglês e que apresentassem relevância para a temática abordada. A coleta de dados foi realizada por meio de um formulário adaptado do instrumento validado por Ursi (2005), para identificar as consequências da falta de intervenção por meio do AASI no idoso com perda auditiva, compreender como o declínio cognitivo afeta a qualidade de vida desse idoso e analisar a influência do aparelho para preservação da funcionalidade cognitiva do idoso. Os dados foram analisados pelo método de Bardin (2016). Os resultados obtidos revelaram que a falta de intervenção com AASI poderia ocasionar prejuízos ao sistema auditivo, à atenção, à memória, ao bem-estar social, físico e psicológico, atingindo a comunicação; o declínio cognitivo prejudica a capacidade de manter conversas significativas e participar de atividades cotidianas, acarretando em afastamento social, sintomas depressivos e risco de demências, impactando negativamente a qualidade de vida; a intervenção com uso de AASI promove melhora nas habilidades auditivas, na comunicação, no estado emocional, na interação social e na estimulação da plasticidade neural, reduzindo os déficits funcionais, o declínio cognitivo e a limitação nas atividades de vida diária. Como conclusão, o estudo reforçou a importância de futuras pesquisas fonoaudiológicas que investiguem a influência do uso de AASI na melhoria da funcionalidade cognitiva de idosos com deficiência auditiva, para auxiliar nas diretrizes para intervenções eficazes e no desenvolvimento de políticas públicas com este fim.
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Página(s): p.1593
ISSN 1983-1793X
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IMPACTO DAS FONTES DE TREINAMENTO NA GERAÇÃO DE RESPOSTAS POR MODELOS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EM SAÚDE AUDITIVA
Matos, H. G. C. ; Cardoso, M. J. F. ; Garrido, S. R. T. ; Pereira, L. D. C ; Alvarenga, K. F. ; Jacob, L. C. B. ;

Introdução: A geração de linguagem natural utiliza aprendizado de máquina profundo para criar respostas contextuais, como no ChatGPT, desempenhando um papel potencial na acessibilidade de informações em saúde. Modelos de argumentação aumentada integram fontes confiáveis, como a Wikipédia (enciclopédia colaborativa) e o ScopusAI (ferramenta baseada em textos acadêmicos) para aprimorar a qualidade das respostas geradas. Levanta-se a hipótese que a orientação das respostas por fontes específicas possa impactar tanto na leiturabilidade e validade das informações geradas pelo ChatGPT. Sistemas humanos centrados e métodos computacionais objetivos podem ser aplicados para avaliar o desempenho de diferentes modelos de argumentação aumentada. Objetivo: Comparar diferentes modelos de geração de linguagem natural baseados em inteligência artificial na resposta a questões abertas de saúde auditiva. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório e descritivo que avaliou três modelos de geração de linguagem natural baseados no ChatGPT: (M1) resposta direta do ChatGPT-4; (M2) respostas com argumentação aumentada da Wikipédia em português; e (M3) respostas da ferramenta ScopusAI. Os modelos responderam, de forma independente, a oito questões abertas baseadas no documento “Hearing aid service delivery approaches for low- and middle-income settings”. As respostas foram avaliadas anonimamente por um painel de seis fonoaudiólogos/audiologistas com titulação mínima de mestrado em audiologia, utilizando uma escala Likert de cinco pontos (1 = pior, 5 = melhor). Os critérios incluíram facilidade de leitura, relevância prática e teórica, qualidade, completude e acurácia. Os dados foram analisados descritivamente com medidas de tendência central, dispersão, coeficiente de concordância de Fleiss Kappa (0 = nenhuma concordância; 1 = concordância total) e teste de leiturabilidade de Flesch adaptado (escala de 0 a 100; quanto maior, mais fácil a leitura). A análise estatística foi realizada com um programa em linguagem computacional Julia. Resultados: O modelo M1 obteve a maiores valores de avaliação (média = 4,35–4,5; desvio padrão (DP) = 0,050; mediana = 5), superando M2 (média = 3,56–3,97; DP = 0,125; mediana = 4) e M3 (média = 3,81–4,0; DP = 0,064; mediana = 4). A concordância nas avaliações foi próxima entre os modelos: M1 (média = 0,62; máx. = 1; mín. = 0,36;DP = 0,20), M2 (média = 0,50; máx. = 0,68; mín. = 0,23; DP= 0,14) e M3 (média = 0,47; máx. = 0,82; mín. = 0,13; DP= 0,26). O teste de leiturabilidade indicou valores médios próximos entre M1 (média=17.35; máx. = 27.28; mín. = 6.65; DP= 6.49) e M2 (média=17.82; máx. = 27.28; mín. = -0.44; DP= 13.94), enquanto M3 (média=1.60; máx. = 11.79; mín. = -5.94; DP= 6.52) apresentou o menor nível leiturabilidade. Conclusão: M1 apresentou desempenho superior na avaliação, e M1 e M2 no teste de leiturabilidade, enquanto o M3 teve leiturabilidade inferior, dificultando a compreensão por leitores não especializados. A concordância entre os avaliadores foi moderada, com o M1 mostrando maior consistência nas avaliações de qualidade e acessibilidade em comparação com M2 e M3. Não se caracterizou um modelo preferencial para geração das respostas, considerando os valores médios da escala avaliada, mas destaca-se que a especificidade do texto de orientação impacta na leiturabilidade.

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Página(s): p.1722
ISSN 1983-1793X
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IMPACTO DO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL NA QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS COM PERDA AUDITIVA
Albernas, R. S. ; Vieira, J. G. S. ; Silva, F. S. E. ; Souza, B. Q. ; Macedo, L. D. D. ;

Introdução: A perda auditiva na infância prejudica a aquisição e o desenvolvimento da linguagem oral, impactando negativamente na comunicação e no desenvolvimento emocional, social e educacional da criança. Nesse contexto, o uso de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI), torna-se uma solução eficaz para promover a inclusão e melhorar a qualidade de vida dessas crianças. Objetivo: Apresentar dados recentes de publicações da literatura científica sobre o impacto do aparelho de amplificação sonora individual para o desenvolvimento da linguagem oral e qualidade de vida de crianças com perda auditiva. Metodologia: Revisão integrativa de literatura publicada no período entre 2019 a 2024, realizada no período de julho a dezembro de 2024. Foi elaborado um levantamento bibliográfico nas bases de dados da Scielo, PubMed, BVS e Lilacs, utilizando os descritores “Perda Auditiva”, “AASI”, “Perda Auditiva Infantil’ e “Linguagem Oral”, redigidos em português, inglês e espanhol. Após aplicação dos descritores foram selecionados para a leitura dos resumos 238 artigos, mas somente 15 foram elegíveis para a leitura na íntegra e estavam alinhados com o objetivo da pesquisa. Resultados: Os estudos evidenciaram que a intervenção precoce em crianças com deficiência auditiva por meio do uso do aparelho auditivo permite o acesso ao input linguístico, possibilitando assim, melhores desempenho nas aquisições das habilidades linguísticas, comparadas às diagnosticadas e reabilitadas tardiamente, visto que, terão maiores possibilidades de desenvolver a percepção auditiva, a audibilidade das características acústicas da fala, e por conseguinte o estabelecimento da linguagem oral. Logo, em casos em que o bebê já nasça com a condição de perda auditiva é importante que o diagnóstico seja realizado o mais cedo possível, com a identificação do tipo, grau e configuração da perda, período este preconizado antes dos seis meses de idade, em razão deste ser o momento em que o sistema nervoso auditivo central apresenta um período crítico de máxima plasticidade cerebral. Portanto, a reabilitação auditiva, por meio do AASI, nos primeiros anos do desenvolvimento infantil permite a aquisição da linguagem oral, condições favoráveis ao estabelecimento dos aspectos emocionais, através do aumento da confiança da criança, melhora social, qualidade nas interações familiares e desempenho escolar, proporcionando assim maior qualidade de vida da mesma. Conclusões: Por fim, evidencia-se a importância do uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) precocemente para o desenvolvimento infantil em crianças que apresentam deficiência auditiva, tendo em vista que a audição é um dos fatores importantes para a aquisição da linguagem oral e estabelecimento dos aspectos emocionais, psicossociais e educacionais, durante a vida da criança. Em decorrência destes fatos, o AASI é um instrumento tecnológico importante e eficaz na vida da criança, diminuindo os prejuízos nos processos comunicativos e nas interações sociais.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1720
ISSN 1983-1793X
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IMPACTO DO IMPLANTE COCLEAR REALIZADO PRECOCEMENTE NA QUALIDADE VOCAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA.
Oliveira, L.C. ; Magalhães, A.T. ; Queija, D.S. ; Tsuji, R.K. ; Bento, R.F. ; Ubrig, M.T. ; Gomez, M.V.G. ;

Introdução: Crianças com deficiência auditiva (D.A) severa e/ou profunda possuem restrições ao feedback auditivo, especialmente as pré-linguais, e enfrentam desafios no monitoramento auditivo da própria voz. Devido à ausência ou redução da percepção auditiva podemos verificar desvios na qualidade vocal, nos aspectos acústicos, prosódicos, ressonantais e articulatórios. O implante coclear (IC) possibilita melhores condições para o desenvolvimento da produção de voz e fala proporcionando feedback auditivo e representa o mais importante avanço no tratamento de crianças com D.A . Objetivo: Verificar se o uso do IC até os 4 anos de idade oferece características de voz dentro da variação da normalidade, em crianças e adolescentes com D.A severa a profunda. Metodologia: Estudo multicêntrico, prospectivo e de corte transversal aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 6.937.244. Assinaram o termo de consentimento e participaram do estudo 68 crianças e adolescentes, com idades entre 4 e 17 anos, divididos em dois grupos. O Grupo 1 (estudo) foi composto por 31 crianças com D.A severa a profunda bilateral, uso fluente da linguagem oral e que tenham realizado IC unilateral ou bilateral há pelo menos doze meses, até os quatro anos, no grupo de IC de um hospital de atenção terciária. O Grupo 2 (controle) incluiu 37 crianças ouvintes, sem queixas auditivas e usuárias de linguagem oral, recrutadas dos irmãos dos implantados e de conhecidos dos autores do estudo. Foram coletadas amostras de fala e todas as gravações foram realizadas em ambiente silencioso, no computador e programa Audacity, microfone SM58 Shure e interface M-audio M-track solo. Para a coleta das amostras vocais foram utilizadas contagem de números, frases do protocolo CAPE-V, vogal sustentada /a/ e cantar “Parabéns a você”. As amostras das tarefas fonatórias de ambos os grupos foram editadas, randomizadas e analisadas por três juízes especialistas em voz e por três juízes leigos (não fonoaudiólogos), por meio de perguntas específicas sobre a qualidade vocal. Resultados: Com relação aos resultados principais, quanto aos julgamentos das vozes das crianças D.A implantadas: os juízes leigos fizeram 69 (74,1%) julgamentos identificando uma alteração na qualidade vocal global das crianças, enquanto os juízes especialistas fizeram 47 (50,5%); a tarefa de cantar “Parabéns a você” foi a mais apontada como responsável pela percepção de uma criança que nasceu com D.A em 48 (51,6%) julgamentos dos especialistas e em 8 (8,6%) dos leigos; os leigos fizeram 27 (29%) julgamentos das vozes de crianças implantadas como não parecendo voz de criança D.A, enquanto os especialistas fizeram 33 (35%); e em relação a naturalidade da voz, os juízes leigos fizeram 23 (24%) julgamentos das vozes como natural, enquanto os especialistas fizeram 46 (49,4%). Conclusão: Houveram certas diferenças na impressão dos juízes leigos e especialistas quanto a qualidade da voz global das crianças implantadas. Os especialistas referem que parte dos implantados apresentam naturalidade na voz, apesar de reconhecerem que são crianças com D.A e apenas metade da amostra foi apontada com alteração na qualidade vocal. Acompanhar a evolução da qualidade vocal pode contribuir para o aprimoramento das intervenções fonoaudiológicas.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1679
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1679


IMPACTO DO USO DE FONES DE OUVIDO NA SAÚDE AUDITIVA DOS JOVENS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Santos, W. R. ; Lima, D. P ;

INTRODUÇÃO: O uso de fones de ouvido tornou-se um fenômeno crescente entre os jovens devido à popularização de dispositivos eletrônicos como smartphones, tablets e computadores. Apesar dos benefícios relacionados à mobilidade e à praticidade, estudos indicam que o uso inadequado e prolongado desses dispositivos pode acarretar riscos significativos para a saúde auditiva. Entre os problemas mais recorrentes estão a perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados, zumbido e desconfortos auriculares. Este estudo busca analisar o impacto do uso de fones de ouvido na saúde auditiva dos jovens por meio de uma revisão bibliográfica, discutindo os principais fatores de risco, efeitos e estratégias de prevenção. OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo analisar o impacto do uso de fones de ouvido na saúde auditiva dos jovens. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão bibliográfica em bases de dados como PubMed, Scielo, abrangendo publicações entre 2020 e 2025. Foram selecionados artigos em língua portuguesa e inglesa que abordassem os seguintes critérios: população jovem, uso de fones de ouvido, efeitos auditivos e intervenções preventivas. Os dados coletados foram organizados e analisados de forma qualitativa, destacando-se os achados mais relevantes sobre o tema. RESULTADOS: Os estudos analisados revelaram que o uso frequente de fones de ouvido em volumes superiores a 85 decibéis e por períodos prolongados está diretamente relacionado à perda auditiva temporária ou permanente em jovens. Também foram observados sintomas como zumbido, sensibilidade auditiva e aumento de casos de fadiga auditiva. Outro dado relevante é a falta de conscientização dos usuários sobre os riscos envolvidos, aliado à ausência de políticas públicas eficazes para educar a população. Por outro lado, os estudos indicam que a educação em saúde, o desenvolvimento de tecnologias de segurança nos dispositivos e a implementação de limites automáticos de volume podem ser medidas eficazes na redução dos danos auditivos. CONCLUSÃO: O uso de fones de ouvido representa um risco significativo para a saúde auditiva dos jovens, especialmente quando utilizado de forma inadequada. Os achados desta revisão evidenciam a necessidade de ações preventivas, como campanhas educativas, regulamentações sobre níveis de som nos dispositivos e incentivos à adoção de hábitos auditivos saudáveis. A conscientização coletiva e a integração entre profissionais de saúde, educadores e órgãos reguladores são fundamentais para mitigar os impactos negativos do uso de fones de ouvido na juventude.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1452
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1452


IMPACTO DO ZUMBIDO NA QUALIDADE DE VIDA ESCOLAR DE CRIANÇAS
Bento,G.O. ;

O zumbido, definido como percepção de som sem estímulo externo, é comum em adultos, mas também ocorre em crianças, frequentemente subdiagnosticado devido à dificuldade dos pequenos em descrever os sintomas. No ambiente escolar, o zumbido pode prejudicar a concentração, o desempenho acadêmico e a interação social, impactando negativamente a qualidade de vida. Ele está frequentemente associado a fatores como perda auditiva, ansiedade e estresse.
Dada a relevância da escola no desenvolvimento cognitivo e social, compreender os impactos do zumbido nesse contexto é essencial. Este estudo, baseado em revisão de literatura, analisa o impacto do zumbido na vida escolar de crianças, visando contribuir para futuras intervenções e políticas públicas voltadas à saúde auditiva infantil.
2. Objetivos
Identificar o impacto do zumbido na qualidade de vida escolar de crianças.
3. Metodologia
O estudo foi realizado por revisão bibliográfica sistemática, utilizando artigos publicados entre 2015 e 2024 nas bases SciELO, PubMed e Google Scholar. Os descritores incluíram “zumbido em crianças”, “qualidade de vida escolar”, “impacto do zumbido” e “saúde auditiva infantil”, conforme os padrões DeCS e MeSH.
Foram incluídos estudos originais, revisões e artigos de opinião em português ou inglês relacionados ao tema. Publicações anteriores a 2015 ou sem relevância direta foram excluídas. Após análise de 52 artigos, 27 atenderam aos critérios e embasaram este trabalho.
4. Resultados
Os estudos revelaram múltiplas causas para o zumbido em crianças, como exposição a ruídos altos, infecções no ouvido médio, estresse emocional e predisposição genética. No ambiente escolar, o zumbido causa dificuldade de concentração, irritabilidade, distúrbios do sono e isolamento social.
Um estudo relatou que 23% das crianças com zumbido apresentaram queda no desempenho acadêmico devido à distração constante. A relação com transtornos emocionais, como ansiedade e depressão, também foi evidenciada, destacando a necessidade de acompanhamento psicológico integrado ao tratamento médico.
Além disso, crianças com zumbido evitavam atividades em grupo, sentindo-se incompreendidas ou incapazes de acompanhar os colegas. A falta de conscientização dos professores e profissionais de saúde sobre a condição contribui para o atraso no diagnóstico e tratamento adequados.
Programas de triagem auditiva escolar foram indicados como ferramentas cruciais para identificar precocemente o zumbido e outras condições relacionadas à saúde auditiva.
5. Conclusões
Apesar de ser frequentemente ignorado na infância, o zumbido pode afetar significativamente a qualidade de vida escolar, prejudicando o desempenho acadêmico, a interação social e o bem-estar emocional. É necessário maior conscientização de educadores, pais e profissionais de saúde sobre o tema, assim como estratégias de diagnóstico precoce e manejo eficaz.
A implementação de programas de triagem auditiva e campanhas de educação sobre saúde auditiva pode ajudar na identificação e tratamento do zumbido infantil, minimizando seus impactos adversos. Estudos futuros devem focar em intervenções específicas para crianças em idade escolar, considerando os efeitos multidimensionais dessa condição.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1645
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1645


IMPACTOS DA COVID-19: ANÁLISE DAS QUEIXAS COCLEOVESTIBULARES PRÉ E PÓS INFECÇÃO EM ADULTOS
Santos, E. F. ; Pequeno, G. V. ; Rosa, L. A. ; Souza, L. F ; Silva, D. P. C. ; Roggia, S. M. ; Scharlach, R. C. ;

Introdução: A pandemia da Covid-19 trouxe à tona diversas preocupações com a saúde,
incluindo possíveis impactos no sistema auditivo. Desde o início da crise sanitária, relatos
começaram a surgir de pessoas que, após contraírem o vírus, passaram a sentir sintomas
como zumbido, perda de audição e episódios de tontura. Essas observações levantaram
questionamentos sobre como o vírus SARS-CoV-2 pode afetar a audição, especialmente
entre aqueles que enfrentaram a doença. Objetivo: Caracterizar as queixas
cocleovestibulares de adultos pré e pós Covid-19. Metodologia: Estudo observacional,
descritivo, cego simples, de delineamento longitudinal. Amostra do tipo não probabilística
por conveniência, composta por adultos que realizaram avaliação audiológica básica antes
da pandemia (2018 e 2019) e aceitaram passar por nova avaliação entre 2023 e 2024. Os
participantes responderam a um questionário com questões fechadas sobre queixas
cocleovestibulares e dificuldades de comunicação presentes antes da pandemia e após a
contaminação pelo vírus SARS-CoV-2. Na segunda avaliação, responderam também a um
questionário fechado sobre ter contraído a Covid-19. Os dados obtidos foram submetidos a
análise estatística descritiva. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética, sob Parecer nº
5.969.536. Resultados: Participaram do estudo 16 adultos, sendo 12 homens (75%), com
média de idade de 33 anos. A maioria dos participantes (75%) contraiu a doença apenas
uma vez, e 37,5% já estavam imunizados quando foram infectados. Os casos foram leves,
sem necessidade de internação e, as medicações utilizadas foram apenas para o
tratamento dos sintomas apresentados. Em relação às queixas auditivas, a dificuldade para
ouvir manteve-se inalterada entre as avaliações pré e pós Covid-19, sendo relatada por
6,25% dos participantes. Nenhum participante apresentou queixa de otalgia nas avaliações.
A plenitude aural foi relatada por um participante (6,25%) antes da Covid-19 e aumentou
para três participantes (18,75%) após a infecção. O zumbido foi relatado por 37,5% dos
participantes na avaliação pré Covid-19 e se manteve na avaliação pós infecção. Entre os
participantes que mantiveram o zumbido, 12,5% apresentaram aumento na intensidade de
leve para moderado. A tontura, inexistente na primeira avaliação, foi relatada por 12,5% dos
participantes após a infecção. O desconforto para sons intensos também aumentou,
passando de 6,25% para 12,5%. A hipersensibilidade a sons do dia a dia não foi relatada
em nenhum momento da avaliação. Nenhum participante relatou dificuldade de
comunicação no silêncio. As dificuldades de comunicação em ambientes ruidosos foram
relatadas por 12,5% dos participantes nos dois momentos de avaliação. Conclusão: Os
participantes deste estudo apresentaram poucas queixas cocleovestibulares tanto no
momento pré quanto pós Covid-19, sendo o zumbido a queixa de maior ocorrência nos dois
momentos de avaliação (37,5%), com aumento da intensidade do mesmo na segunda
avaliação para 12,5% dos participantes. A plenitude aural foi o sintoma que mais aumentou
a ocorrência após a infecção, passando de 6,25% para 18,75%. A faixa etária jovem dos
participantes e o quadro leve da infecção podem ter influenciado na baixa ocorrência dos
sintomas. Estes achados reforçam a necessidade de mais estudos longitudinais sobre os
impactos do SARS-CoV-2 no sistema auditivo, em diferentes populações e condições
clínicas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1510
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1510


IMPACTOS DE QUALIDADE DE VIDA NA REABILITAÇÃO AUDITIVA EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA.
Albuquerque, G. M. P. A. ; Gonçalves, J. C. ; Pessoa, L.S. ; Amaral, A. K. F. J. ;

Introdução: A reabilitação auditiva recupera habilidades prévias à perda auditiva, procurando minimizar desconfortos e limitações que a deficiência acarreta, a fim de reinserir o paciente em seu meio social. Dessa maneira, recursos como os Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) e Implantes Cocleares (IC) têm como objetivo garantir a percepção sonora íntegra, especialmente na senescência, com o acompanhamento da Fonoaudiologia. Assim, quando há privação auditiva, na ausência de reabilitação após a indicação dos recursos, podem ser percebidos impactos nas demais esferas da vida do indivíduo, como: velocidade de processamento, funções executivas, memória episódica e de trabalho. Desse modo, podem ser observados reflexos negativos na garantia da qualidade de vida, além da saúde física e mental, fazendo-se imprescindível a reabilitação fonoaudiológica. Objetivo: Analisar os impactos da reabilitação auditiva na qualidade de vida da população idosa com perdas auditivas. Metodologia: Revisão bibliográfica realizada em novembro de 2024 por três pesquisadoras, em computadores individuais, utilizando a mesma combinação de descritores definida a seguir, e texto redigido em conjunto. A busca foi realizada na base de dados da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), utilizando os descritores: “Reabilitação da audição deteriorada”, “Reabilitação da deficiência auditiva”, “Saúde mental” e “Idosos”; e os cruzamentos: “Reabilitação da deficiência auditiva AND Saúde mental AND idosos” e “Reabilitação da audição deteriorada AND Idosos”. Após a busca foram aplicados os seguintes critérios de inclusão: artigos completos, publicados entre 2019 e 2024, nos idiomas português e inglês. Além disso, foram excluídos estudos de revisão de literatura, estudos não disponíveis gratuitamente e que não fossem relacionados à temática. Inicialmente, foram encontrados 210 artigos, sendo selecionados 18 pelo título e, após aplicação dos critérios de inclusão, bem como a retirada de trabalhos duplicados e leitura dos textos na íntegra, totalizaram 10 estudos. Resultados: Evidências mostram que a perda auditiva na senescência tem sido associada à depressão, afastamento de atividades e interação social, fatores que podem impactar no bem-estar. Ademais, foi percebido que a eficácia da adaptação de AASI e IC não só reduzem a deficiência auditiva, mas também melhoram a função emocional, social e física, sendo a Fonoaudiologia uma das profissões especializadas para tal acompanhamento. Entretanto, apesar de ser incentivada, a escassez do acompanhamento progressivo na reabilitação e a falta de adesão ao AASI - seja pelos ajustes técnicos, custo, autonomia ou conforto do usuário - são dados alarmantes e dignos de maiores discussões. Além disso, é importante destacar a necessidade da atenção multiprofissional visando a melhoria da qualidade de vida de tal população, associando o cuidado fonoaudiológico à saúde mental, a fim de garantir a integridade auditiva, cognitiva e psicológica. Conclusão: Foi constatado que a reabilitação auditiva é um fator essencial para a melhoria da qualidade de vida de idosos com perdas auditivas. O uso de dispositivos eletrônicos de amplificação sonora, associado a um acompanhamento fonoaudiológico especializado, reduz as limitações auditivas e seus malefícios. Contudo, faz-se necessário o incentivo do acompanhamento pós implantação, por meios de políticas públicas que visam promover estratégias de gerenciamento de perdas auditivas, adaptação e monitoramento do paciente.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1423
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1423


IMPACTOS DO IMPLANTE COCLEAR NAS HABILIDADES LINGUÍSTICAS NA INFÂNCIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Albuquerque, G. M. P. A. ; Santos, J.C.C ; Gonçalves, J. C. ; Pessoa, L.S. ; Nascimento, L. S. T. ; Andrade, W.T.L. ;

Introdução: O implante coclear (IC) é um importante instrumento para indivíduos que possuem perda auditiva e não se beneficiam com o uso de aparelho de amplificação sonora individual (AASI). Sem ele, essa população, especialmente a infantil, pode apresentar grandes dificuldades na produção e percepção dos sons da fala e no desenvolvimento da linguagem oral, trazendo impactos importantes para a sua comunicação e interação social. Objetivo: Discutir o efeito do uso do IC nas habilidades linguísticas na infância. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica desenvolvida na base de dados da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), utilizando os seguintes descritores disponíveis no DeCS: “Implante Coclear”, “Criança” e “Linguagem” e com a utilização do operador booleano AND: “implante coclear” AND “criança” AND “linguagem”. Após a busca dos artigos, foram aplicados os seguintes critérios de inclusão: textos completos, publicados entre 2019-2024, nos idiomas português e inglês. Além disso, foram excluídos estudos de revisão de literatura, estudos não disponíveis gratuitamente e que não fossem relacionados à temática. Inicialmente, foram achados 214 artigos, dos quais foram selecionados 86 estudos. Após a exclusão dos artigos duplicados e leitura dos resumos na íntegra, foram incluídos 41 estudos. Resultados: Estudos recentes afirmam que quanto mais cedo o cérebro receber sons com significado, maiores condições ele terá de produzir bons resultados, devido à plasticidade funcional do sistema nervoso central e da diminuição da privação sensorial. Com isso, nos artigos analisados, verificou-se unanimidade sobre a importância da reabilitação auditiva precoce (abaixo dos cinco anos de idade), com uso do IC para um adequado desenvolvimento da linguagem. Contudo, diversos fatores contextuais também influenciam os resultados do IC. A adesão do paciente e de sua família ao processo de reabilitação auditiva, assim como o suporte socioeconômico e a qualidade do ambiente em que está inserido, são elementos importantes para o desenvolvimento da linguagem. Desse modo, mesmo com implantações precoces, crianças de famílias com menor participação no processo, ou as que possuem dificuldades financeiras, podem apresentar resultados menos favoráveis. Assim, é essencial garantir não apenas a disponibilização do dispositivo, mas também um suporte integrado que envolva reabilitação fonoaudiológica e intervenções educacionais, sociais e familiares. Além disso, evidências apontam um pior desempenho de funcionamento social em alunos com IC na escola, em comparação a colegas com audição normal. Tais dados comprovam que as habilidades linguísticas das crianças surdas, mesmo com uso do IC, sofrem prejuízos diretos em áreas distintas do desenvolvimento. Conclusão: O estudo ratifica a extrema importância do IC precoce na primeira infância para as crianças surdas que não se beneficiam do uso de AASI. Contudo, também evidencia que fatores contextuais, como adesão familiar, fatores socioeconômicos e acesso a reabilitação especializada, exercem influência significativa nos resultados. Ademais, apesar dos avanços observados, áreas como consciência fonológica e socialização escolar permanecem como desafios. Desse modo, torna-se imprescindível o aprofundamento dos estudos e estratégias para possibilitar às crianças com IC um desenvolvimento de linguagem oral e de aprendizagem o mais próximo possível às crianças com audição normal.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1451
ISSN 1983-1793X
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IMPLANTAÇÃO DA EXTENSÃO DIAGNÓSTICO AUDITIVO EM BEBÊS E CRIANÇAS COM ACOMPANHAMENTO ONLINE - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Cordeiro, A. Q. B. ; Pereira, A. M. S. ; Madruga, J. M. C. ; Freitas, E. V. L. ; Araújo, L. S. ; Nascimento, L. S. T. ; Almeida, M. C. O. ; Cavalcanti, H. G. ;

INTRODUÇÃO: A Extensão Diagnóstico Auditivo em Bebês e Crianças com Acompanhamento Online é um projeto realizado em uma Universidade Federal, e envolve a participação de discentes, docentes e doutorandos do curso de Fonoaudiologia da instituição. São atendidos bebês e crianças com encaminhamentos que possuem Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva (IRDA) ou que falharam no teste da orelhinha. Os exames audiológicos em bebês são extremamente necessários, pois podem diagnosticar perdas auditivas precocemente e, assim, iniciar o tratamento adequado. Os exames realizados para esse diagnóstico são as Emissões Otoacústicas (EOA), o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE), a Timpanometria e a Audiometria com Reforço Visual (VRA), que são utilizados para avaliar a integridade das vias auditivas, do tronco encefálico e a mobilidade do tímpano. Além dos exames realizados, os pacientes são acompanhados online, por meio de um protocolo, que em breve será validado, a fim de garantir o desenvolvimento desses indivíduos. Este projeto é de grande importância devido à alta demanda de pessoas que necessitam desses exames e têm a oportunidade de realizá-los de forma gratuita. OBJETIVO: Destacar a implantação do acompanhamento online para bebês e crianças com diagnóstico audiológico. METODOLOGIA: A metodologia adotada é de caráter colaborativo. Os atendimentos são realizados semanalmente, no período da tarde, na clínica escola da Universidade. Inicialmente, entra-se em contato com os responsáveis para confirmar a presença e orientar sobre os procedimentos a serem seguidos antes e durante o atendimento. Na chegada ao local, realiza-se a anamnese, a otoscopia e a colocação dos eletrodos. A mãe amamenta até que o bebê adormeça, sendo o sono natural o método empregado para a realização dos exames. Em seguida, são realizados o PEATE-FE para determinar o limiar eletrofisiológico, a EOA que avalia a integridade do sistema coclear, a timpanometria para verificar a orelha média e a VRA, quando possível. Após a obtenção dos resultados, os encaminhamentos são feitos conforme o diagnóstico auditivo. Posteriormente, os pacientes são acompanhados mensalmente de forma remota, com o objetivo de assegurar que a família buscou o tratamento adequado, além de esclarecer dúvidas e monitorar o desenvolvimento auditivo, da linguagem e geral. RESULTADOS E CONCLUSÕES: O projeto de extensão destaca-se como uma prática essencial para garantir a detecção de alterações auditivas, possibilitando intervenções adequadas e essencialmente precoces. É importante reforçar a relevância de ações que ampliem o acesso ao diagnóstico especializado, beneficiando diretamente o desenvolvimento comunicativo, social e cognitivo das crianças. A iniciativa evidencia a importância de programas que promovam a conscientização das famílias, contribuindo para a qualidade de vida dos pacientes, além de fortalecer a formação dos graduandos em fonoaudiologia. Como conclusão, este relato de experiência aponta como o acompanhamento online pode complementar o processo, oferecendo suporte e otimizando a continuidade do cuidado. A integração de estratégias presenciais e remotas amplia o acesso, reforça a importância de iniciativas, e principalmente, a urgência de investir em ações que unam tecnologia, empatia e ciência, garantindo que nenhuma criança seja privada do direito de ouvir, se expressar e se desenvolver plenamente.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1673
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1673


IMPLANTAÇÃO DE TESTE DA ORELHINHA E SERVIÇO DE MONITORAMENTO AUDITIVO EM UM MUNICÍPIO DO SERTÃO.
Almeida, M. C. O. ; ALBUQUERQUE, V. G. M. ; BARBOSA, M. E. O. ; DELMIRO, I. F. ; FARIAS, K. V. ; ALMEIDA, I.L.M. ;

Introdução: A audição é essencial para o desenvolvimento adequado da fala, linguagem, aprendizagem e socialização. Quaisquer prejuízos que acarretem um quadro de privação auditiva, total ou parcial, têm potencial para interferir negativamente no processo de aquisição e desenvolvimento das habilidades comunicativas e cognitivas, podendo causar atrasos no desenvolvimento global da criança. A importância da detecção precoce dos prejuízos auditivos nos primeiros meses de vida está relacionada à necessidade de se realizar o diagnóstico e intervenção o mais cedo possível, uma vez que nos primeiros dois anos de vida existe uma maior capacidade adaptativa e funcional quando comparada às faixas etárias superiores, o que favorece no melhor prognóstico em relação ao desenvolvimento global da criança. Nesse sentido, a triagem auditiva neonatal (TAN), ou teste da orelhinha, permite a identificação e suspeita de perda auditiva, seguida pela confirmação diagnóstica, intervenção médica e reabilitação. Por sua importância, a TAN deve ser universal, sendo executada independentemente da presença de indicadores de risco para a deficiência auditiva. Os procedimentos recomendados são as emissões otoacústicas evocadas ou potencial evocado auditivo de tronco encefálico, modo automático. Objetivo: Descrever as características e ações da implantação de serviço de teste da orelhinha e monitoramento auditivo em bebês munícipes em uma cidade do Sertão. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e transversal. Foi implantado em Novembro de 2023 numa cidade de Sertão (no qual possui 4895 habitantes) um Ambulatório Multiprofissional de atendimento e diagnóstico de crianças. Dentre uma das estratégias realizadas pelo ambulatório é a realização de teste da orelhinha de crianças que não realizaram o exame no hospital e monitoramento auditivo de crianças com indicadores de risco para deficiência auditiva. Inicialmente é realizada anamnese e teste da orelhinha por estímulo transiente e identificação de fatores de riscos para alterações auditivas. Em caso de exames complementares os pacientes são encaminhados para uma cidade de referência para saúde auditiva do estado, e posteriormente com seu laudo são mostrados e explicados a família pela equipe multiprofissional. Resultados: Já foram realizados 32 testes da orelhinha no qual 3 crianças estão em monitoramento auditivo e 2 foram encaminhados para exames complementares. Os dois pacientes encaminhados ainda não realizaram a avaliação audiológica completa. Nas cidades do sertão observa-se dificuldade no acesso a avaliação audiológicas especialmente em crianças, sendo na maioria dos hospitais não realizados a TAN. Com a implantação desse serviço garantimos a democratização de acesso aos desiguais, auxilia na diferenciação e realização de testes personalizados com a existência da equidade na saúde. Conclusões: Deve-se existir sempre ações de implantação de triagem, diagnóstico e monitoramento auditivo em crianças. Dentre as crianças avaliadas não houve ainda diagnóstico de deficiência auditiva. Houve um número significativo de teste da orelhinha realizados visto que no município não tem maternidade para nascimento.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1686
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1686


IMPLICAÇÕES DO TREINAMENTO AUDITIVO NO DESEMPENHO DAS HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Nascimento,L.S.T. ; Silva,I.G.M. ; Andrade, W.T.L ;

INTRODUÇÃO: Para uma comunicação eficaz, é essencial o indivíduo conseguir lidar com os sons, indo além da detecção auditiva, avaliada na bateria audiológica. São várias as habilidades auditivas que nos permitem compreender os sons, como discriminação auditiva, figura-fundo, fechamento auditivo e integração binaural, e a alteração nessas habilidades é chamada de Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC). Essas dificuldades no processamento auditivo podem resultar em alterações na representação neural dos sons da fala, podendo interferir na percepção e na produção da fala. Nesse sentido, o Treinamento Auditivo (TA) envolve uma série de tarefas acústicas planejadas, estimulando o sistema auditivo e as funções executivas, de forma que suas bases neurais e comportamentos auditivos associados sejam modificados positivamente. OBJETIVO: Discutir as implicações do TA no desempenho das habilidades comunicativas. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada por três pesquisadores. A busca foi realizada nas bases de dados SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), por meio dos descritores: “reabilitação de deficientes auditivos”, “transtornos da audição”, “audição” e “processamento auditivo”. Foram considerados como critérios de inclusão estudos publicados em revistas indexadas e publicados entre 2019-2024. Foram excluídos os artigos de revisão ou que não apresentassem relação com o objeto de estudo. Após a busca dos artigos, inicialmente, foram identificados 121, dos quais 49 foram selecionados, por estarem dentro dos critérios de inclusão e exclusão. RESULTADOS: Foi possível observar a eficiência do TA na reabilitação do TPAC, além de contribuir significativamente na reabilitação cognitivo-auditiva de paciente com transtornos de leitura, aprendizagem e alterações fonológicas. Em crianças com diagnóstico de TPAC, o TA consegue intervir tanto nas medidas comportamentais como nas eletrofisiológicas, trazendo benefícios que se mantêm, mesmo após até três anos da alta. Também pode ser essencial para o desenvolvimento da linguagem e comunicação, especialmente em quadros de atraso de linguagem, dificuldades de aprendizagem e distúrbios da atenção. Alguns dos estudos comparam seu desempenho por meio de testes comportamentais, observando uma melhora das habilidades auditivas após o TA. Ademais, o TA pode melhorar significativamente a comunicação de maneira geral, também trazendo benefícios para a memória de curto e longo prazo, habilidades de aprendizagem e desempenho cognitivo, que estão fortemente atrelados à comunicação. O TA também mostra-se fundamental para pessoas usuárias de aparelho de amplificação sonora individual (AASI), podendo potencializar a capacidade de processar os sons e otimizar as habilidades envolvidas no processamento auditivo. O trabalho em diversos aspectos da audição pode implicar em uma maior capacidade de detecção e discriminação de sons, ajudando a melhorar a compreensão da fala, especialmente em ambientes ruidosos. CONCLUSÃO: O estudo constata a importância do TA no desempenho das habilidades de comunicação de diversos grupos. Também observou-se que o TA se mostra eficaz na reabilitação de pacientes não só com TPAC, mas também com outras manifestações fonoaudiológicas, interferindo de forma positiva no desempenho das habilidades de comunicação.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1516
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1516


IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO AUDIOLÓGICO PRECOCE PARA SAÚDE DO TRABALHADOR QUE ATUAM EM AMBIENTES RUIDOSOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Nascimento, L.S.T. ; Silva, I.G.M. ; Albuquerque, G. M. P. A. ; Cordeiro, A.Q.B ; Pessoa, L.S. ; Andrade, W.T.L. ;

INTRODUÇÃO: O ruído é um dos fatores que mais representam risco no ambiente de trabalho, por ser muito frequente, além de danoso. Nesse sentido, a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é um grave problema de saúde que atinge os trabalhadores brasileiros e se caracteriza por ser uma perda sensórioneural, restrita ou predominante em uma, ou mais frequências na faixa entre 3000Hz e 6000Hz. Pelo seu caráter irreversível, a prevenção é urgente para mitigar os efeitos adversos do ruído na audição e na saúde geral do trabalhador, pois permite estratégias de intervenção oportunas. Na impossibilidade de prevenção, o diagnóstico precoce é crucial. OBJETIVO: Discutir a importância do diagnóstico precoce para a saúde do trabalhador que atua em ambientes ruidosos. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada no mês de janeiro de 2025, por seis pesquisadores. A busca foi realizada na base de dados SciELO, por meio dos descritores: “perda auditiva”, “saúde do trabalhador”, “ruído ocupacional”. Foram considerados como critérios de inclusão estudos publicados em revistas indexadas e publicados de 2019 a 2024. Quanto aos critérios de exclusão, foram considerados os artigos de revisão ou os que não apresentassem relação com o objeto de estudo. Após a busca dos artigos, foram achados 115 estudos, dos quais 18 foram selecionados, por estarem dentro dos critérios de inclusão e exclusão. RESULTADOS: A partir dos artigos analisados, foi possível observar que o diagnóstico audiológico precoce em trabalhadores pode evitar o agravamento da perda auditiva, visto que, a partir da detecção da alteração auditiva, será possível a definição de medidas preventivas e, desta forma, limitar a exposição do trabalhador a esse fator de risco. Outro ponto importante observado foi que o diagnóstico precoce pode ajudar a orientar na identificação de novos casos, possibilitando a implementação de ações de proteção, tanto individuais quanto coletivas. Dessa forma, é possível prevenir o surgimento de alterações auditivas em outros trabalhadores, assim como evitar o agravamento daqueles que já apresentam perda auditiva. CONCLUSÃO: Os estudos ressaltaram a importância do diagnóstico audiológico precoce para saúde do trabalhador exposto a ambientes ruidosos. Desse modo, a detecção inicial dessas alterações auditivas permite a adoção de medidas preventivas e de cuidado para a saúde auditiva dos trabalhadores. Com base nesta constatação, faz-se importante o aprimoramento das políticas públicas em saúde auditiva, objetivando a implementação de ações mais efetivas voltadas para prevenção e monitoramento da saúde auditiva de trabalhadores expostos a ambientes ruidosos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1515
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1515


INDICADORES DE QUALIDADE DE PROGRAMAS DE TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: REVISÃO SISTEMÁTICA
Ramos, C. C. ; Diniz-Hein, T. A. ;

Introdução: A triagem auditiva neonatal (TAN) é o início de um importante processo para a detecção precoce da perda auditiva em recém-nascidos. Para que seja realizado de forma adequada há comitês nacionais e internacionais que publicam periodicamente orientações que incluem indicadores de qualidade que devem ser acompanhados para que se possa analisar o processo, sugerir mudanças e consequentemente alcançar melhores resultados. Objetivo: Analisar os índices dos indicadores de qualidade de programas de triagem auditiva no Brasil. Metodologia: O presente estudo trata-se de uma revisão sistemática. Foram analisados artigos publicados nas bases de dados SciELO, Pubmed/Medline e LILACS, no período de 2000 a 2024, nos idiomas português, espanhol ou inglês. Como critério de inclusão o artigo deveria conter dados dos indicadores de qualidade relacionados è etapa da triagem auditiva de acordo com Joint Committee on Infant Hearing (2019), de programas de TAN nacionais. Os indicadores de qualidade estudados foram: porcentagem de recém-nascidos que realizaram a TAN; porcentagem de recém-nascidos que não passaram na triagem na etapa teste; porcentagem de recém-nascidos que não passaram na triagem na etapa reteste e porcentagem de recém-nascidos que não passaram no teste, porém passaram no reteste, considerados falso-positivos. Resultados: Foram encontrados 2145 artigos e após análise de acordo com o critério de inclusão foram selecionados 18 artigos. Entre os artigos analisados 9 eram de cidades da região Sudeste, 6 da região Sul, 2 do Nordeste e 1 do Centro-Oeste, não houve artigos de programas da região Norte. Entre eles apenas 10 apresentaram o índice de cobertura da TAN variando de 39,3% a 98,3%, os demais citaram apenas a quantidade de recém-nascidos que realizaram a TAN. Na primeira etapa de avaliação (teste) o índice de falha variou entre 4,2% a 75,8% e no reteste de 0,3% a 3,44%. Em relação aos falsos-positivos, variou de 2,7% a 24,41%. Conclusão: Há uma importante variação dos índices de indicadores de qualidades entre os programas de TAN no Brasil, sendo importante o registro dos dados e posterior análise do processo para que seja realizado melhorias.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1701
ISSN 1983-1793X
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INFODEMIOLOGIA E AUDIÇÃO: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE BUSCAS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
Comerlatto Júnior, A. A. ; Comerlatto, M. P. S. ; Pereira, L. F. P. ; Santana, I. L. S. ; Santos, J. C. ; Arruda, A. M. de ; Lima, G. M. S. ; Silva, K. ;

Introdução: Alterações na função auditiva podem impactar a comunicação, os aspectos cognitivos e a qualidade de vida, tanto dos indivíduos quanto de seus círculos sociais. Informações relacionadas a esses temas tem sido frequente pesquisadas na internet, ressaltando a importância de estudos infodemiológicos para entender o comportamento da população em detrimento a determinado tema. Objetivo: Analisar o comportamento de busca online da população brasileira por informações sobre perda auditiva, zumbido e tontura. Método: Foi realizado um estudo ecológico e infodemiológico, analisando dados do Google Trends™ referentes às buscas pelos termos "perda auditiva", "tontura" e "zumbido", no período de janeiro de 2014 a maio de 2024. O volume de pesquisa relativo normalizado (VPR) foi calculado, e as correlações entre os termos foram verificadas pelo teste de Spearman. A tendência foi avaliada pelo teste de Mann-Kendall, enquanto as quebras estruturais foram identificadas com um nível de significância de 5%. Resultados: Observou-se uma correlação significativa entre os termos "tontura" e "perda auditiva", "zumbido" e "perda auditiva", além de "zumbido" e "tontura". Houve também uma tendência de aumento no VPR para os três termos ao longo do período analisado. As quebras estruturais identificadas ocorreram nas seguintes datas: para "perda auditiva", em fevereiro de 2016 e janeiro de 2021; para "tontura", em julho de 2015, julho de 2017, fevereiro de 2019, abril de 2020 e dezembro de 2021; e para "zumbido", em abril de 2015, abril de 2017, março de 2018, abril de 2020 e abril de 2022. Observou-se uma tendência de crescimento significativo nas buscas sobre perda auditiva, zumbido e tontura no Brasil com o passar dos anos, principalmente nos anos de 2021, 2022 e 2023. Acredita-se que esse aumento pode estar relacionado a pandemia do Covid-19, visto que alguns estudos trazem relatos que a infecção causada pelo SARS-CoV-2 pode trazer repercussões a longo prazo na audição. Conclusão: O interesse da população brasileira pelos temas investigados tem apresentado crescimento ao longo dos anos. Esses achados reforçam a relevância de monitorar as tendências de busca online como estratégia para identificar e atender às demandas relacionadas à saúde auditiva da população.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1718
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1718


INTEGRALIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE GRADUANDOS EM FONOAUDIOLOGIA
Oliveira, M. C. V. N. ; Souza, L. E. G. ; Machado, A. J. L. D. ; Vital, B. S. B. ; Ferreira, J. V. M. ; Balen, S. A. ; Araújo, A. D. S. N. ;

Introdução: Experiências acadêmicas fora dos muros da universidade são de extrema importância para o enriquecimento do ensino em pesquisa e extensão. Possibilitando o desenvolvimento de habilidades ao colocar em prática o conhecimento teórico, assim como a análise de dados e propostas de intervenções eficazes para a saúde auditiva dos escolares. Objetivo: Relatar a experiência de graduandas de Fonoaudiologia em ações extensionistas e de pesquisa na área de triagem auditiva em escolares. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 6.275.455) do tipo relato de experiência de ação extensionista realizado com escolares do ensino fundamental. Foi realizada reunião de apresentação e orientações sobre o projeto via google meet, em articulação com os pesquisadores, direção/coordenação pedagógica, professores e pais/responsáveis dos escolares do 1º e 2º ano do ensino fundamental de uma escola pública em uma cidade do Nordeste. Os pais/responsáveis foram orientados a preencher um formulário online pelo google forms com os dados das crianças e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), dessa forma os extensionistas puderam gerenciar quais os escolares que estavam aptos para seguimento. As ações foram propostas a serem realizadas no contra turno ao horário regular de aula dos alunos, nos turnos da manhã e tarde. Todas as crianças realizaram procedimentos de triagem auditiva incluindo screening audiométrico, LRF, timpanometria, emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente e por produto de distorção. Os extensionistas tiveram a oportunidade de experienciar a observação e realização destes procedimentos junto a alunos de Pós-Graduação. Resultados: As experiências vivenciadas durante o processo de coleta permitiram aos extensionistas uma visão ampliada dos desafios presentes na condução e gerenciamento de um projeto e sua coleta. Um dos desafios enfrentados foi o baixo engajamento dos pais/responsáveis durante a reunião inicial do projeto. Como estratégia entre escola e pesquisadores, foi enviado um vídeo explicativo e link de acesso ao google forms. Entre as intercorrências deu-se a dificuldade de agendamentos para a triagem no contraturno das aulas, apenas três crianças foram agendadas e duas compareceram, houve então a mudança para o turno da criança na escola, com a retirada em sala autorizada pelo responsável para realizar a triagem. A mudança, entretanto, enfrentou resistência por parte de alguns professores que não concordaram em liberar os alunos durante as atividades escolares, justificando que estariam perdendo processos de aprendizagem importantes neste espaço de tempo. Havendo então a impossibilidade da realização da triagem de algumas crianças por esta razão. Conclusão: A escola é um espaço importante na promoção da saúde auditiva. Desse modo, professores e equipe multidisciplinar da escola devem receber orientações sobre os impactos que uma perda auditiva pode causar, comprometendo o processo de aprendizagem da criança. Essas situações que ocorrem durante a pesquisa podem ser interpretadas como uma oportunidade para aperfeiçoar a capacidade de adaptação e resolução de problemas. Portanto, as experiências vivenciadas na triagem auditiva em escolares traz consigo uma grande carga de conhecimento para os estudantes, incentivando o profissionalismo e a boa articulação com profissionais de outras áreas.
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Página(s): p.1682
ISSN 1983-1793X
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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA TIMPANOMETRIA: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Lopes, G. O. ; Araujo, M. S. ;

Introdução: A inteligência artificial (IA) tem revolucionado a área da saúde ao possibilitar avanços significativos em diagnóstico e tratamento. Na audiologia, a timpanometria, que avalia a função da orelha média, é essencial para identificar condições como otite média e disfunção da tuba auditiva. Contudo, limitações nos métodos convencionais, como interpretação subjetiva e variabilidade humana, apontam para a necessidade de soluções mais precisas. Este estudo visa explorar como a IA pode contribuir para o aprimoramento da timpanometria. Objetivo: Investigar como a aplicação de IA pode melhorar a precisão, a acessibilidade e a eficácia da timpanometria na identificação e classificação de patologias da orelha média. Metodologia: Uma revisão de escopo foi realizada seguindo o protocolo PRISMA-ScR 2018 para responder à pergunta: “Como a IA pode contribuir na timpanometria?”. A busca utilizou os descritores, conforme especificado no DeCS/MeSH, ("Artificial Intelligence" OR "Machine Learning") AND ("Acoustic Impedance Tests"), abrangendo artigos publicados entre 2014 e 2024, em inglês e português, com acesso aberto. As bases de dados pesquisadas foram PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Em ambas, os mesmos descritores foram utilizados para manter a uniformidade. Dois artigos relevantes foram selecionados. Resultados: Os artigos analisados demonstraram avanços promissores com o uso da IA na timpanometria. O primeiro estudo desenvolveu algoritmos de aprendizado de máquina para classificar dados de absorção de energia em diferentes frequências, permitindo a identificação automática de regiões-chave em traçados timpanométricos. O modelo atingiu uma precisão de até 82% ao classificar orelhas normais e com otite média com efusão, reduzindo erros e otimizando o diagnóstico. O segundo estudo utilizou um modelo híbrido de aprendizado profundo para classificar traçados timpanométricos em tipos A (normal), B (efusão/perfuração) e C (retração), alcançando sensibilidade de 95,2% e especificidade de 92,3% para dados coletados por leigos. Esse modelo também demonstrou superioridade em relação a classificadores tradicionais, destacando-se por sua aplicabilidade em comunidades com recursos limitados. Ambos os estudos enfatizaram a redução do tempo de análise e o aumento da confiabilidade dos resultados. Conclusões: Os resultados apontam que a IA tem o potencial de transformar a timpanometria, melhorando a acessibilidade e a precisão diagnóstica. Além disso, a possibilidade de utilização por profissionais não especializados torna a tecnologia uma alternativa viável para triagens em comunidades com difícil acesso à saúde. No entanto, ainda são necessárias pesquisas adicionais para validar os modelos em maior escala e integrar sistemas de IA no ambiente clínico. A aplicação de IA na timpanometria representa um passo importante para a modernização da prática audiológica e para a ampliação do acesso a cuidados auditivos de qualidade.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1416
ISSN 1983-1793X
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INTERESSE E PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS SOBRE O CURSO 'AÇÕES NA ATENÇÃO BÁSICA PARA IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA': UM ESTUDO LONGITUDINAL
Morais, M. L. R. ; Oliveira, M.T.D. ; Araújo, E.S. ;

Introdução: A identificação precoce da perda auditiva na infância é essencial para o desenvolvimento linguístico, social e educacional da criança. Os profissionais da atenção primária, em especial o agente comunitário de saúde, desempenham um papel fundamental nesse processo, por sua relação direta e contínua com as famílias. Assim, a capacitação desses profissionais sobre cuidados e atenção à pessoa com deficiência auditiva é importante, pois permite que conscientizem e orientem a comunidade, promovendo melhor qualidade de vida. Um curso online e gratuito, já disponível no ambiente virtual de aprendizagem do Sistema Único de Saúde (AVASUS) do Ministério da Saúde, pode oferecer essa capacitação facilitada e descentralizada, com alcance às diferentes localidades do país. Objetivo: Identificar o interesse e a percepção de profissionais, ao longo dos anos de 2018 a 2025, sobre um curso com temática em saúde auditiva infantil na atenção primária, disponível no AVASUS. Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal descritivo, com dispensa do Comitê de Ética em Pesquisa. O curso “Ações na Atenção Básica para Identificação Precoce da Deficiência Auditiva” é autoinstrucional e online, disponível na plataforma AVASUS desde 13/09/2018. Organizado em quatro unidades, soma 13 aulas e 30 horas de curso, sem limitação de tempo para finalização. Ao final, é disponibilizado aos participantes a avaliação opcional do curso com atribuição de uma a cinco estrelas e um campo para comentários. Foi realizada a análise quantitativa de acessos ao curso desde o lançamento até janeiro de 2025, além da análise das opiniões dos participantes sobre a qualidade do curso. Do total de avaliações registradas, foi analisada uma amostra de 12,5%, sendo selecionadas de forma randomizada no próprio site que as disponibiliza em ordem aleatória, com avaliações mais antigas e mais recentes. Resultados: Um total de 6638 pessoas matricularam-se no curso, ou seja, uma média de 1054 indivíduos matriculados por ano. Do total de inscritos, 3709 (55,9%) avaliaram o curso com atribuição de estrelas e/ou comentários e, deste total, foram analisadas 460 avaliações. Observou-se que 97,8% (n=450) avaliaram o curso como cinco estrelas, 1,5% (n=7) classificaram como quatro estrelas e 0,7% (n=3) classificaram como três estrelas. Os comentários foram em sua maioria positivos, porém nas avaliações com menos de cinco estrelas foram inseridos comentários como “perguntas muito extensas”, “tema complexo com linguagem difícil” e “muitas questões tornaram o curso cansativo”. Conclusão: Os dados demonstraram um aumento significativo de registros ao longo do período, indicando um interesse crescente pela temática. A análise qualitativa revelou avaliações predominantemente positivas sobre a qualidade do curso, reforçando sua relevância como ferramenta educativa na atenção primária. Os resultados corroboram os achados de um estudo prévio que destacou a adesão e o impacto positivo do curso nos anos iniciais, evidenciando sua consolidação como uma estratégia eficaz de capacitação ao longo dos anos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1625
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1625


INTERFACE ENTRE ZUMBIDO E TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Silva, M. H. S. ; Santos, M. H. L. ; Santos, I. V. ; Felix, M. G. S. ; Marques, L. R. ;

Introdução: O zumbido, ou tinnitus, é a percepção de sons sem fonte externa identificável, afetando entre 11,9% e 30,3% da população adulta. Considerado um dos piores sintomas humanos, é mais que um problema sensorial, possuindo fortes componentes emocionais que impactam negativamente a qualidade de vida. Associado a problemas psicológicos, transtornos de humor, ansiedade e depressão, o zumbido pode desencadear sintomas debilitantes, como insônia e pensamentos suicidas, formando um ciclo de estresse e agravamento emocional. Embora frequentemente relacionado à perda auditiva, ele também ocorre em pessoas com audição normal, indicando fatores emocionais e psicossomáticos significativos. Objetivo: Investigar, por meio de uma revisão integrativa de literatura, a interface entre zumbido e transtornos psiquiátricos, buscando as possíveis associações e implicações para a qualidade de vida. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura realizada em dezembro de 2024. A questão norteadora do estudo foi formulada com base na estratégia PICo, de forma que: P – população: Sujeitos com zumbidos; I – interesse: Zumbido e sua relação com transtornos psiquiátrico; Co – contexto: Comorbidades psiquiátricas e sua interação com a percepção e intensidade do zumbido. A partir disso, elaborou-se a seguinte questão norteadora: “Qual a relação entre zumbido e a ocorrência de transtornos psiquiátricos?”. Os 7 artigos incluídos foram coletados integralmente nas bases PubMed, SciELO e LILACS via BVS. Os critérios de inclusão abrangeram estudos primários completos, em inglês e português, sem limite temporal. Teses, dissertações, estudos duplicados ou incompletos foram excluídos. A seleção dos estudos foi realizada por meio de leitura de títulos e resumos, seguida da análise integral dos estudos pertinentes. Os dados relevantes foram triados e organizados em quadros no programa da Microsoft Word e categorizados por meio de um fluxograma detalhado. Resultados: Os estudos investigam a relação entre a perda auditiva (PA) e o zumbido, destacando que o desconforto provocado pela PA intensifica sintomas de ansiedade e depressão, cujos níveis aumentam proporcionalmente à gravidade da perda auditiva. No entanto, o zumbido também pode manifestar-se em indivíduos com audição normal, indicando a possibilidade de alterações auditivas subclínicas. A literatura aponta para uma correlação bidirecional entre o zumbido, a ansiedade e a depressão, em que o agravamento de um desses fatores contribui para a intensificação do outro. Os achados revelam que pacientes com zumbido apresentam maior risco de ideação e tentativas de suicídio, o que reforça a importância de intervenções combinadas para aliviar os sintomas emocionais. Adicionalmente, pacientes com zumbido crônico, mesmo na ausência de perda auditiva, registram pontuações mais elevadas em escalas de depressão, demonstrando a complexidade multifatorial do distúrbio, que compromete de forma significativa a saúde mental e a qualidade de vida dos indivíduos afetados. Conclusão: Conclui-se que há uma relação bidirecional entre zumbido e transtornos psiquiátricos, onde o zumbido agrava a ansiedade e a depressão, enquanto esses transtornos intensificam sua percepção e impacto. Dessa forma, essa interação envolve a qualidade de vida dos pacientes e eleva o risco de ideação e eficácia do suicídio.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1525
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1525


INTERVENÇÃO COM FEEDBACK EM TEMPO REAL À FAMÍLIA DE UMA CRIANÇA USUÁRIA DE IMPLANTE COCLEAR: ESTUDO DE CASO
Barreto, J. S. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: um ambiente familiar rico em interações sintonizadas desempenha um papel importante para o desenvolvimento de crianças com deficiência auditiva. Assim, estudos sobre diferentes modelos de intervenções parentais são fundamentais. Entre os modelos de feedback aos cuidadores, a Parent Child Interaction Therapy (PCIT) pode aprimorar as habilidades parentais através de um sistema de feedback em tempo real e promover interações de qualidade entre pais e filhos. Objetivos: verificar se há mudanças na competência comunicativa de uma cuidadora na interação com sua criança usuária de implante coclear após um modelo terapêutico baseado na PCIT e sua satisfação com a intervenção. Metodologia: Estudo piloto de intervenção, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 3.440.683) realizado com uma família atendida em um centro de saúde auditiva do Sistema Único de Saúde (SUS), composta por uma mãe ouvinte de 31 anos, ensino superior incompleto, e sua filha de 7 anos e 9 meses com perda sensorioneural de grau profundo, usuária de implante coclear bilateral há 49 meses, com categorias de audição 5 e de linguagem 4. Realizou-se 10 sessões de intervenção via Feedback em Tempo Real, uma por semana, com o equipamento de microfone remoto da marca Phonak® para fornecer as orientações simultâneas por meio de um receptor retroauricular que ficava no ouvido da mãe durante a interação com a filha, conectado a um microfone transmissor que ficava com a pesquisadora fora da sala, que observava a interação por espelho unidirecional com sistema de escuta e fornecia dicas para o aprimoramento da interação. Cada sessão teve a duração de 20 minutos, sendo 15 minutos para o momento de interação, que ocorreu em sala climatizada com uma caixa pré-selecionada contendo jogos, brinquedos e livros baseados na faixa etária e interesses da criança. Todas as sessões foram registradas com câmera digital posicionada em local fixo, em tripé, e as amostras de interação pré e pós intervenção da família foram avaliadas pelas pesquisadoras e por dois juízes cegos com experiência na área de reabilitação auditiva, através do Protocolo de Análise da Interação Família-Criança. Ao concluir as sessões, a responsável respondeu a um questionário de satisfação com a intervenção. Os dados foram tabulados no Excel® para análise quanti-qualitativa e a estatística, feita de acordo com o método JT. Resultados: constatou-se mudança clínica confiável na competência comunicativa da mãe pós-intervenção. As melhoras observadas no comportamento da cuidadora incluíram o uso de frases maiores, a brincadeira mais estruturada, o aumento do tempo para os turnos da criança, diminuição da intrusividade, mais elogios e momentos de afeto durante a interação e uso de técnicas que enfatizam a audição. Enquanto a criança demonstrou-se mais confortável, engajada e comunicativa durante a brincadeira. A família participante demonstrou satisfação com a intervenção. Conclusão: houve mudanças nas habilidades parentais e na competência comunicativa da cuidadora após o modelo inspirado na PCIT, que apresentou linguagem mais natural e apropriada durante a comunicação com a filha usuária de implante coclear, o que contribuiu para uma interação mais sintonizada, e em sua satisfação com a intervenção.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1437
ISSN 1983-1793X
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INTERVENÇÃO EDUCACIONAL FOCADA EM COMPETÊNCIAS CLÍNICAS PARA O ATENDIMENTO DE PESSOAS COM SURDEZ
Dias, R.C.T ; Nascimento, G.F.F ; Silva, L.G.S ; Freitas Junior, R.G.A.O ;

Introdução: As ferramentas não-verbais de comunicação e de Comunicação Alternativa Aumentativa (CAA) são desconhecidas pela maioria dos profissionais médicos, comprometendo a interação comunicacional com pessoas surdas. A impossibilidade da comunicação pode representar verdadeiro entrave à efetividade do atendimento, à formação de vínculo médico-paciente e ao processo de orientação para o tratamento, o que envolve também a segurança desses usuários. As ausências existentes nos conteúdos programáticos dos Cursos de Medicina quanto a atenção à saúde da pessoa com deficiência podem ser o fator principal para este entrave. Objetivo: Analisar o conhecimento de graduandos em Medicina acerca da pessoa com deficiência e de estratégias de CAA. Metodologia: Estudo de intervenção, classificado como misto, descritivo e exploratório, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número de parecer 4.918.387. Participaram do estudo 20 graduandos de medicina, no qual foram submetidos a um treinamento focado em CAA, visando a inclusão da pessoa com deficiência nos cuidados de saúde. Os participantes responderam um questionário pré e pós intervenção, que incluía questões sobre habilidades profissionais em relação à promoção de cuidado a pessoas não verbais, o conhecimento sobre ferramentas de CAA e a confiança no atendimento para pessoas com deficiência. O treinamento incluiu o conhecimento sobre tipos de perda auditiva, uso da língua brasileira de sinais (LIBRAS), símbolos, da CAA e a aplicabilidade das mesmas na prática clínica. Os dados foram submetidos a análise estatística por meio de teste de Friedman e post-hoc de Holm. Além disso, foram coletadas respostas qualitativas por meio de questões abertas, permitindo que os estudantes refletissem sobre sua experiência com o treinamento, os aprendizados adquiridos e as mudanças em suas atitudes e práticas. Resultados: A análise quantitativa indicou melhoria significativa na percepção dos estudantes após o treinamento sobre CAA (p<0,05). Foram observadas melhorias em aspectos como conhecimento sobre o uso de ferramentas de CAA e segurança no atendimento direcionados a pessoas com deficiência (p<0,05). A avaliação qualitativa evidenciou que o treinamento contribuiu para que os estudantes considerassem a implementação de recursos como libras, símbolos e gestos, no atendimento de pacientes, além de promover a conscientização sobre as barreiras de comunicação enfrentadas por pessoas com deficiência, que levam ao capacitismo. Com relação à satisfação, 100% dos estudantes expressaram a satisfação com o treinamento e a valorização das ferramentas de CAA, reconhecendo a importância de integrar essas habilidades na prática médica. Os achados sugerem que a inclusão de treinamentos em CAA nos currículos de medicina é fundamental para a formação de profissionais mais preparados para oferecer cuidados de saúde de qualidade, sem barreiras de comunicação. Conclusão: o estudo evidenciou um impacto significativo do treinamento em CAA na formação de estudantes de medicina, demonstrando melhorias na confiança, no conhecimento e na percepção da capacidade de atender pacientes com deficiência auditiva e não verbais, levando a mudanças atitudinais em relação ao manejo do paciente com deficiência, promovendo uma prática médica mais inclusiva e ética.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1648
ISSN 1983-1793X
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INVESTIGAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM HISTÓRICO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Carvalho,N.G. ; Ubiali,T. ; Elias, K.M.I.F ; Amaral, M.I.R. ; Colella-Santos, M.F. ;

Introdução: A investigação das habilidades auditivas por meio da triagem e a comparação com o diagnóstico comportamental do Processamento Auditivo Central (PAC) ainda é escassa na literatura envolvendo crianças e adolescentes que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC). Devido à variabilidade na etiologia, tamanho e localização das lesões, é imprescindível triar e avaliar as habilidades auditivas intrasujeitos. Isso contribui para o estabelecimento de encaminhamentos e intervenções precoces, minimizando os impactos negativos na aprendizagem e no desenvolvimento global. Objetivo: Analisar o desempenho de crianças e adolescentes que sofreram AVC na triagem das habilidades auditivas e correlacionar com os testes de diagnósticos comportamentais. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo-analítico, transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer: 505/2010). Participaram 10 crianças/adolescentes (sete do sexo feminino e três do sexo masculino), com idade mínima de 7 anos, máxima de 15 anos e média de idade de 10,9 ± 2,92 anos. Os critérios de inclusão foram: idade a partir de 6 anos, laudo médico confirmando AVC, e ausência de condições que comprometessem o entendimento das tarefas auditivas. Na etapa 1, foi realizada uma avaliação audiológica básica por meio de meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria e medidas de imitância acústica. Além disso, foi conduzida a triagem do PAC, por meio do programa AudBility utilizando as tarefas denominadas: localização sonora (LS), Dicótico de Dígitos-etapa de integração (DD), Figura-Fundo (FF), Resolução Temporal (RT) e Ordenação Temporal de Frequência (OT-F). Na etapa 2, foi realizado o diagnóstico comportamental do PAC por meio de testes consolidados para avaliar as respectivas habilidades auditivas, ou seja, Teste Dicótico de Dígitos (TDD), Teste de Identificação de Sentenças Pediátricas com Mensagem Competitiva Ipsilateral (PSI) ou Teste de Identificação de Sentenças Sintética com Mensagem Competitiva Ipsilateral (SSI), Detecção de Intervalos do Ruído (GIN) e Teste de Padrão de frequência (TPF). Todos os protocolos foram aplicados no Laboratório de Audiologia da instituição. A análise estatística utilizou modelos lineares mistos, com significância definida em p ≤ 0,05. Resultados: Na etapa de diagnóstico, no TDD, 50% dos participantes apresentaram desempenho alterado na orelha direita e 40% na esquerda. No PSI/SSI, 30% e 40% mostraram déficits na orelha direita e esquerda, respectivamente. Os resultados do GIN indicaram limiares elevados de detecção de gaps, com 60% de alteração na orelha direita. No TPF, 90% e 100% dos participantes apresentaram déficits na orelha direita e esquerda, respectivamente. Houve correlação estatisticamente significante entre o TDD e a tarefa de triagem de integração binaural (p = 0,013; r = 0,606). Apesar de a significância estatística não ter sido alcançada, foi identificado um tamanho de efeito pequeno entre o teste GIN e a tarefa de triagem de resolução temporal, e um efeito médio entre os testes PSI e TPF e as tarefas figura-fundo e ordenação temporal, respectivamente. Conclusão: Crianças e adolescentes com histórico de AVC apresentam comprometimentos no PAC. Houve correlação estatisticamente significante apenas entre a triagem de integração binaural e o TDD. Assim, as triagens, embora úteis para a identificação precoce, devem ser complementadas por diagnósticos formais para garantir intervenções personalizadas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1448
ISSN 1983-1793X
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LABORATÓRIO DE ZUMBIDO: ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR NO DIAGNÓSTICO, MONITORAMENTO E TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA NO ÂMBITO DO SUS
ROCHA, J. ; LAPERTOSA, C.Z. ; SILVA, L. E. P. ; SILVA, C.R.B. ; SANTOS, J. M. S. ; LOPES, A. C. C. S. ; DUARTE, F. A. S. ; BRANDÃO, L. P. ;

INTRODUÇÃO: O Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência - PRONAS/PCD possui como objetivo captar e canalizar recursos destinados a estimular e desenvolver ações de promoção à saúde, reabilitação/habilitação da pessoa com deficiência e fortalecer a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio de uma parceria com o PRONAS, um centro de reabilitação auditiva implantou um laboratório de zumbido com oferta de exames e atendimento interdisciplinar. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é apresentar uma análise quantitativa, detalhada dos resultados do laboratório interdisciplinar criado para diagnosticar e reabilitar pacientes com queixa de zumbido. MÉTODOS: Os pacientes foram indicados e referenciados pelo fluxo de atendimento a critério da Secretaria Estadual de Saúde do município. Foram ofertados uma média de 347 procedimentos mensais, que incluíam: audiometria tonal limiar e de altas frequências, imitanciometria, acufenometria, emissões otoacústicas transientes e produto de distorção, PEATE (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico), PEAEE (Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável) e P300 (Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência), além de consultas nas áreas da otorrinolaringologia, neurologia, endocrinologia, assistência social, psicologia e fonoaudiologia para a reabilitação do zumbido. RESULTADOS: O projeto ofertou atendimentos por um período de 18 meses. Durante este período foram atendidos, em média, 181 pacientes por mês, com a realização de 351 procedimentos mensais. No total, o projeto executou 7477 procedimentos entre exames e consultas. Desses atendimentos citados foram realizadas 307 consultas otorrinolaringológicas, 258 endocrinológicas e 209 neurológicas, 949 atendimentos de psicologia, 1474 de fonoaudiologia para reabilitação do zumbido e 755 de assistência social. Esses números indicam que a demanda pelo serviço foi consistente e significativa, refletindo a necessidade de atendimento especializado para o diagnóstico e reabilitação do zumbido na região. A diversidade de procedimentos realizados também sugere que o laboratório atendeu a diferentes aspectos do diagnóstico e tratamento, com uma abordagem integral que considerou as várias dimensões da saúde do paciente. CONCLUSÃO: O projeto desenvolvido em parceria com o PRONAS superou as expectativas estabelecidas, sendo essencial para avaliar as condições auditivas e direcionar o processo terapêutico dos usuários, proporcionando um atendimento de qualidade a uma grande quantidade de pacientes. O número de atendimentos demonstrou a alta demanda por serviços especializados no diagnóstico e tratamento do zumbido. Ao promover a reabilitação de pessoas com queixa de zumbido, o projeto contribuiu para o fortalecimento das políticas públicas de saúde e para a melhoria da qualidade de vida de muitos usuários. A abordagem interdisciplinar foi crucial para o sucesso do projeto, permitindo uma abordagem biopsicossocial. O impacto positivo desses atendimentos evidenciou a importância de programas como o PRONAS/PCD para o acesso e a melhoria do cuidado em saúde. Além disso, o projeto gerou um impacto positivo na região, de tal forma, que a reabilitação de zumbido foi consolidada como um procedimento ofertado pela rede de cuidados em saúde auditiva no município.
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Página(s): p.1413
ISSN 1983-1793X
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LATERALIDADE DO ZUMBIDO E SEVERIDADE DOS SINTOMAS DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Teixeira, A.R. ; Weingaertner, L. W. ; Aquino, M.L. ; Pamplona, T. ; Freire, E.G.A. ; Cabrera, N.S.C. ; Holz, A.C. ; Almeida, C.M.G. ; Dal Más, G.L. ; CHAVES, K.D.B. ;

Introdução: Dentre as causas do zumbido, está a disfunção temporomandibular (DTM). Alguns estudos referem que na disfunção, o zumbido pode ser unilateral, mas em outros Objetivo: Analisar a severidade dos sintomas de DTM e a lateralidade do zumbido. Metodologia: Foram incluídos na amostra participantes com sintoma de zumbido avaliados em ambulatório multiprofissional especializado. A avaliação foi feita por meio de anamnese, para identificar a presença e a lateralidade do zumbido, bem como dados sociodemográficos. Para analisar a severidade dos sintomas de DTM, utilizou-se o questionário e o índice anamnésico de Fonseca et al (1994). São dez questões, com três possibilidades de resposta (sim - 10 pontos, às vezes - 5 pontos, não - 0 pontos). A partir da somatória dos valores, é feita a classificação do grau de severidade dos sintomas da DTM: sem DTM (0 a 15 pontos), DTM leve (20 a 40 pontos), DTM moderada (45 a 65 pontos) e DTM severa (70 a 100 pontos). Todos os instrumentos foram aplicados em forma de entrevista e o projeto de pesquisa foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição de origem (Parecer nº 6.674.413). Os participantes assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados: Foram incluídos na pesquisa 37 participantes com zumbido crônico, sendo 19 (51,35%) do sexo feminino. As idades variaram entre 14 e 81 anos (média 59,22 anos). Após a aplicação do questionário, constatou-se que 23 (62,16%) apresentaram alguma alteração relacionada à DTM, sendo 13 (56,52%) de grau leve, 5 (21,74%) de grau moderado e 5 (21,74%) de grau severo. Dentre os participantes com zumbido bilateral (45,94%), oito (21,62%) não apresentavam sintomas de DTM, cinco (13,51%) sintomas leves, um (2,70%) sintomas moderados e três (8,11%) sintomas severos. Nos 20 (54,04%) casos e zumbido unilateral, constatou-se que em dez (27,02%) o zumbido era à direta e em outros dez (27,02%) à esquerda. Nestas situações de unilateralidade do zumbido, verificou-se que em cinco (13,51%) participantes não tinham sintomas relacionados à DTM. Nove (24,32%) apresentavam sintomas leves, quatro (10,81%) sintomas moderados e 2 (5,41%) sintomas severos. Conclusão: a análise dos dados permitiu verificar elevada prevalência de sintomas de DTM na amostra avaliada, sendo na maior parte dos casos de zumbido uni ou bilateral, sintomas classificados como leves pela escala utilizada.
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Página(s): p.1472
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LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA PERDA AUDITIVA EM CRIANÇAS DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE
LOPES, A. D. S. ; TAVEIRA, K. V. M. ; CAVALCANTI, H. G. ;

Introdução: A perda auditiva é considerada uma condição de etiologia variável, pode ser causada por fatores genéticos, ambientais ou ambos, cogitada como uma das deficiências mais incapacitantes. Apesar dos avanços, o Brasil ainda possui um sistema de regulação pouco adequado, impossibilitando a detecção de parâmetros epidemiológicos que norteiam e articulem um sistema de diagnóstico precoce. Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico da população infantil com deficiência auditiva atendidas na rede pública de saúde. Métodos: Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa - CEP, sob o nº do parecer 6.543.801. Trata-se de um estudo do tipo observacional e transversal que foi realizado nos Centros Especializados em Reabilitação - CER situados no município de Maceió/AL, Nordeste, Brasil. A amostra foi composta pela análise dos prontuários de todas as crianças de até 12 anos de idade que foram atendidos nos CER credenciados para reabilitação auditiva do município de Maceió/AL no período de 2012 a 2024. Resultados: Até a presente fase da pesquisa foram encontrados 159 participantes que se enquadraram nos critérios da pesquisa, sendo 58,5% (n=93) do sexo masculino e 41,5% (n=66) do sexo feminino. A perda auditiva do tipo sensorioneural bilateral foi predominante, afetando 87% dos participantes. Os principais fatores de risco identificados foram: uso de medicações ototóxicas (21,3%, n=34), permanência na UTI neonatal por mais de 5 dias (11,9%, n=19) e baixo peso ao nascer (menos de 1500g) (11,9%, n=19). A média de idade para o diagnóstico da perda auditiva foi igual ou superior aos 2 anos e a média para intervenção foi em torno de 3 anos de idade. Conclusão: Nota-se a prevalencia do sexo masculino, bem como da perda auditiva sensorioneural bilateral. A administração de medicamentos ototóxicos constitui o fator de risco para a perda auditiva mais prevalente, devendo-se implementar estratégias que garantem que essa população, em especial, seja monitorada e acompanhada de forma sistemática.
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Página(s): p.1627
ISSN 1983-1793X
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MANIFESTAÇÕES COMPORTAMENTAIS AUDITIVAS ASSOCIADAS AO TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Batalha, E. N. C. ; Duarte, F. A. R. L. ; Latt, S. M. B. ; Garcia, T. R. ;

Introdução: O processamento auditivo central é um termo usado para descrever uma série de operações mentais que o indivíduo realiza ao lidar com informações recebidas via sentido da audição e que dependem de uma capacidade biológica inata do processo de maturação e das experiências e estímulos no meio acústico. A nova geração de alunos enfrentam inúmeros desafios no ambiente escolar, exigindo que pais e educadores identifiquem as dificuldades que impactam o rendimento do aluno. Enquanto problemas relacionados a fatores externos, como metodologia pedagógica ou ambiente familiar, podem ser superados com intervenções específicas, questões persistentes ligadas a fatores internos, como alterações no processamento auditivo central (PAC), levantam suspeitas de transtornos. Entre esses, destaca-se o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), caracterizado pela dificuldade em compreender sons, principalmente em ambientes ruidosos, prejudicando a aprendizagem e a interação social. A falta de triagem auditiva no período escolar limita a identificação precoce de crianças com alterações auditivas, mesmo diante de queixas escolares recorrentes. Essa relação evidencia a importância de avaliar habilidades auditivas, como detecção, discriminação, localização, reconhecimento e compreensão, que se desenvolvem nos primeiros anos de vida. Com base nessa necessidade, este trabalho realizou uma revisão bibliográfica para subsidiar a elaboração de um folder informativo voltado para pais e educadores, com o intuito de ampliar o conhecimento sobre o TPAC e suas manifestações comportamentais em criança em período escolar. Objetivo: O objetivo primário deste estudo foi buscar identificar, por meio de revisão bibliográfica, os principais sinais comportamentais associados ao TPAC, bem como reforçar a importância da avaliação e intervenção precoce conduzidas pelo fonoaudiólogo. Como objetivo secundário, foi construir um material educativo em forma de folder com informações sobre o TPAC, voltado para pais e educadores. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PERIÓDICOS CAPES E National Library of Medicine (PubliMed), utilizando os descritores: Percepção Auditiva, Alfabetização, Transtornos da Audição e Escolar. Foram excluídos desta revisão artigos com mais de cinco anos de publicação. Os dados obtidos foram analisados qualitativamente, destacando informações relevantes para a elaboração do folder. Resultados: Foram selecionados artigos que envolvessem o TPAC em crianças até 9 anos com base na faixa etária dos artigos pesquisados. Dos 67 artigos encontrados, 5 foram selecionados para a revisão da literatura. A revisão identificou as manifestações comportamentais frequentes em crianças com TPAC e com base nas evidências levantadas, foi elaborado um folder informativo contendo os principais sinais do TPAC e orientações para busca de avaliação. Conclusão: Com base nos achados, foi identificado que crianças com TPAC podem manifestar comportamentos como dificuldade na interpretação dos padrões sonoros; na linguagem oral e escrita; na concentração; na memória e na compreensão. O presente estudo destaca a relevância da divulgação de informações sobre o TPAC, além de promover o diálogo entre fonoaudiólogos, pais e educadores. Portanto, foi elaborado um folder informativo como ferramenta relevante para sensibilização e encaminhamento precoce de crianças com TPAC para avaliação fonoaudiológica, contribuindo para comunicação com pais e educadores sobre o transtorno.
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Página(s): p.1552
ISSN 1983-1793X
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MEDIDAS DE IMITÂNCIA ACÚSTICA DE BANDA LARGA NO TIMPANOGRAMA DE ALTA COMPLIÂNCIA EM 226HZ
Gomes, J.P. ; Tacla, N.P. ; Sanches, S.G.G. ; Carvallo, R.M.M. ;

Introdução: As Medidas de Imitância Acústica de Banda Larga (MIABL), permitem avaliar a orelha média por meio da análise de várias medidas, incluindo a reflectância e a transmitância, em uma ampla faixa de frequências. A reflectância acústica é definida como a razão entre a energia refletida e a energia incidente, apresentada no meato acústico externo por meio de uma sonda, representando a quantidade de energia refletida pela membrana timpânica. A transmitância acústica consiste na absorvância medida em escala de decibel (dB), e quantifica a energia absorvida pela orelha média, facilitando a interpretação da avaliação, pois seus valores em dB diminuem a variabilidade de resultados nas baixas e altas frequências, possibilitando melhor correlação com valores audiométricos. Estudos indicam que as MIABL constituem uma ferramenta eficaz e não invasiva para avaliar a função da orelha média, fornecendo uma quantidade maior de informações e um potencial diagnóstico aprimorado para avaliar condições de orelha média. Objetivo: analisar as respostas das MIABL na faixa de frequências entre 149 e 6727 Hz em orelhas com timpanograma de alta compliância, comparando-as às orelhas com timpanograma tipo A. Método: O estudo foi aprovado pela comissão ética institucional (parecer 4.012.587). Foram incluídos um total de 25 participantes, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 55 anos e limiares auditivos dentro do padrão de normalidade. Foram critérios de exclusão presença de perda auditiva e dados incompletos acerca dos exames realizados. Os participantes foram divididos em dois grupos, G1 (Timpanometria A) e G2 (Timpanometria de Alta Compliância), sendo 15 participantes incluídos no G1 e 10 participantes incluídos no G2. Foram avaliadas um total de 30 orelhas no G1 e 14 orelhas no G2. A pesquisa da reflectância e da transmitância acústica da orelha média foi realizada por meio do equipamento do OTOStat APU-t (Mimosa Acoustic), com sonda Etymotic ER10C. As MIABL foram obtidas no intervalo de frequências de 140 a 7000 Hz utilizando-se estímulo chirp e tons puros na intensidade de 60 dB NPS. Foi realizada análise estatística e o nível de significância adotado foi de 0,05. Resultado: Por meio da comparação das médias dos valores de reflectância entre G1 e G2 notou-se que na frequências centrais de 2378 Hz, observou- se que o G2 exibe maior reflectância quando comparado ao G1 (p<0,05). Já a análise de dados de comparação das médias de transmitância entre o G1 e G2 mostrou que na frequências 2378 Hz, observou-se que o G2 exibiu menor transmitância quando comparado ao G1 (p<0,05). Foi observada também diferença significativa entre os grupos em medidas de reflectância nas frequências de 4757 Hz e 6727 e transmitância para a frequência 4757 Hz. Conclusão: Tanto para medidas de reflectância quanto para transmitância houve diferenças entre os timpanogramas Tipo A e os de alta compliância. Esta análise pode fornecer informações sobre diferenças no comportamento e na mobilidade da orelha média para transmissão de uma larga faixa de frequências.
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Página(s): p.1486
ISSN 1983-1793X
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MEDO DE CAIR EM IDOSOS COM TONTURA CRÔNICA COM E SEM HISTÓRICO DE QUEDAS
BARROSO, AS ; LOPES, C.M. ; LOPES, A.M. ; LOPES, KC ; GANANÇA, F.F. ; BRANCO-BARREIRO, F.C.A. ;

Introdução: Vertigem e tontura, queixas frequentes na população idosa, levam ao medo de cair, que é considerado um forte preditor de quedas. Objetivos: investigar o medo de cair em idosos com tontura crônica, com e sem histórico de quedas, bem como caracterizar as quedas relatadas pelos pacientes quanto a local, período e causa. Metodologia: Estudo observacional prospectivo, de corte transversal e descritivo, realizado no Ambulatório de Avaliação e Reabilitação Vestibular de um hospital universitário na cidade de São Paulo. Os critérios de inclusão para participar do estudo foram: ter 50 anos ou mais, queixa de tontura de origem vestibular há mais de seis meses e condições visuais, auditivas e cognitivas para responder os instrumentos. Os participantes responderam um questionário para caracterização sociodemográfica e de saúde, um questionário para investigação do histórico e caracterização de quedas (Howcroft et al., 2017) e a FES-I Brasil (Falls Efficacy Scale) para avaliar o medo de cair em situações do dia a dia do paciente. Resultados: Foram avaliados 29 pacientes encaminhados para o ambulatório de reabilitação vestibular do Hospital São Paulo. 88,89% dos participantes que apresentavam histórico de quedas eram do sexo feminino, 55,56% tinham diagnóstico de hipofunção vestibular bilateral, 88,88% eram hipertensos, 44,44% relataram ter diabetes, 88,88% faziam uso de polifarmácia e 55,55% cursaram até o ensino fundamental. Já com relação aos participantes sem histórico de quedas, 65% eram mulheres, 50% foram diagnosticados com hipofunção vestibular unilateral, 57,14% relataram hipertensão arterial sistêmica, 23,8% diabetes, 71,42% faziam uso de polifarmácia e 57,14% cursaram até o ensino médio. A média de idade dos participantes com histórico de queda foi de 71,22 anos e a dos participantes sem histórico foi de 68,30 anos. A pontuação média dos participantes com histórico de quedas foi de 38,89 pontos e daqueles sem histórico foi de 32,10 pontos. As quedas ocorreram mais dentro de casa (55,56%), nos períodos da manhã (44,44%) e da tarde (44,44%) e, que a maioria dos participantes (66,67%) acreditava que a causa havia sido a tontura. 100% dos pacientes com histórico de quedas apresenta maior preocupação com cair, ao passo que 75% do grupo sem histórico tem essa preocupação. Conclusão: O medo de cair esteve presente em adultos e idosos com tontura crônica tanto com histórico de quedas, quanto naquelas que não vivenciaram este evento. Neste estudo também foi possível observar que as quedas relatadas ocorreram mais dentro da residência, ao longo do dia e tendo como agente causador do evento a tontura.
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Página(s): p.1441
ISSN 1983-1793X
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MENSURAÇÃO DO NÍVEL DE SATISFAÇÃO EM USUÁRIOS DE APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL
Moreira, P. G. I. ; de Souza, L. P. ; de Oliveira, A. M. ; Crancianinov, A. B. ; Barbui, T. R. M. ; Vedovato, G. L. ; de Sa, N. C. ; Marques, Y. S. ; Frizzo, A. C. F. ; José, M. R. ;

Introdução: A validação do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) é parte do processo de reabilitação auditiva com o uso dos dispositivos de amplificação, a qual pode ser realizada por meio de questionários de autoavaliação para entender qual a percepção do usuário em relação a satisfação com o uso do AASI. Objetivo: Verificar o nível de satisfação em relação ao AASI em usuários destes dispositivos. Metodologia: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos sob parecer de número 6.556.824. A amostra foi composta por 46 participantes (idade média de 68.9±13.7 anos), convidados a participar durante seus atendimentos para acompanhamento do uso do AASI em uma clínica-escola. Foram incluídos participantes com diagnóstico de perda auditiva e uso contínuo de AASI, excluindo-se aqueles com dificuldades para responder ao questionário SADL, usuários de AASI há menos de três meses e uso do AASI por menos de 6 horas diárias. Os procedimentos do estudo consistiram na análise de prontuários e a aplicação do questionário Satisfaction with Amplification in Daily Life (SADL), o qual avalia a satisfação de usuários de AASI por meio de quatro escalas: “Efeitos positivos”, “Serviço e custo”, “Fatores negativos” e “Imagem Pessoal”. O SADL é composto por 15 itens, com respostas variando de 1 a 7, onde a maior média na pontuação de cada escala e pontuação total do questionário, indica maior satisfação. Foi utilizado o teste Shapiro-Wilk para verificação da normalidade dos dados, para a análise descritiva foi utilizada a mediana e quartis e para a análise inferencial foi utilizado o teste de correlação de Spearman, devido a anormalidade da distribuição dos dados. Resultados: Foram observadas as pontuações medianas de 5.75 (1º quartil – Q1: 5.30; 3º quartil – Q3: 6.00) na pontuação total do SADL, 4.33 (Q1: 3.00; Q3: 5.83) na escala fatores negativos, 5.00 (Q1: 5.00; Q3: 5.00) na escala imagem pessoal, 6.75 (Q1: 6.16; Q3: 7.00) na escala fatores positivos e 7.00 (Q1: 7.00; Q3: 7.00) na escala serviço e custo. Os escores das escalas do SADL variaram entre as pontuações de 4.33 na escala fatores negativos e 7.00 na escala serviço e custo, indicando menor satisfação nos itens que se referem à amplificação do ruído ambiental, presença de microfonia e uso do telefone e maior satisfação nos itens que se referem ao domínio do profissional responsável pela adaptação do AASI, preço e número de vezes em que houve necessidade de conserto do dispositivo. Na escala imagem pessoal, pode ser sugerida especial atenção para a percepção sobre a autoimagem que varia consideravelmente entre os usuários, indicando a necessidade de cuidado com os aspectos relacionados com a autoestima e aceitação quanto ao uso do AASI. Conclusão: Observou-se nessa amostra, que os participantes demonstraram satisfação com o uso do AASI. As escalas que obtiveram pontuações próximas da pontuação máxima do questionário foram as escalas efeitos positivos e serviço e custo e as escalas com menores pontuações foram referentes às escalas fatores negativos e imagem pessoal.
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Página(s): p.1464
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MONITORAMENTO AUDIOLÓGICO DE LACTENTES COM TOXOPLASMOSE CONGÊNITA NOS PRIMEIROS DOIS MESES DE VIDA: SÉRIE DE CASOS
Ferreira, J.V.M. ; Nascimento, G. F. F. ; Câmara, L. L. P. ; Silva, S. S. ; Pereira, S. C. D. ; Balen, S. A. ;

Introdução: A toxoplasmose congênita é uma infecção que causa diversos comprometimentos no neurodesenvolvimento infantil, inclusive perda auditivas sensorioneurais que podem se manifestar de forma tardia e progressiva. Além de lesões neurológicas que podem gerar diversos comprometimentos importantes no sistema cocleovestibular e no desenvolvimento global do bebê, tornando o monitoramento auditivo crucial para o prognóstico desses bebês. Objetivo: Descrever os achados eletrofisiológicos obtidos no monitoramento audiológico de bebês com diagnóstico de toxoplasmose congênita nos dois primeiros meses de vida. Metodologia: Trata-se de uma série de casos clínicos, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob número de parecer 5.685.328. Para compor o estudo, foram selecionados três lactentes, com idades entre de 27 a 69 dias, encaminhados para o monitoramento do desenvolvimento auditivo, devido ao diagnóstico confirmado de toxoplasmose congênita. A bateria de avaliação audiológica infantil foi composta de procedimentos como: timpanometria com sonda de 1000Hz, emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente (EOAT), Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico com Estímulo Clique (PEATE-clique) nas intensidades de 80dBnNA e 30dBnNA e o Frequency Following Response (FFR). Por fim foi feita a análise descritiva dos dados. Resultados: Dos três bebês avaliados, dois eram do sexo feminino e um do sexo masculino, a média de idade foi de 56,5 dias. Todos os bebês apresentaram pico positivo na timpanometria, dois deles tiveram presença das emissões transientes em todas as bandas de frequência bilateralmente, enquanto um apresentou ausência na frequência de 1kHz bilateralmente, no PEATE-clique a 80 dBnNA foram observadas latências absolutas e interpicos dentro do esperado, com presença da onda V na intensidade de 30 dBnNA. Além disso, todos os bebês apresentaram respostas semelhantes entre si, quanto à latência absoluta das ondas I, III e V e os intervalos interpicos I-III, III-V e I-V. Quanto aos achados do FFR, estes apresentaram variabilidades nas respostas, quanto à atividade pré-neural do RMS, amplitude espectral da frequência fundamental (f0) e dos harmônicos. Além disso, também foram observadas variações nas respostas dos atrasos neurais (Neural lag), indicando diferenças no processamento neural do estímulo acústico, evidenciando a influência de fatores individuais na decodificação neural de estímulos de fala. Havendo um dos bebês apresentado respostas melhores em comparação aos demais, especialmente no neural lag, sugerindo um melhor processamento neural do estímulo acústico. Enquanto o bebê que obteve EOAT ausentes em 1 kHz apresentou respostas piores na amplitude espectral dos harmônicos. Conclusões: Estes casos permitiram evidenciar que o desenvolvimento da via auditiva se encontrava dentro do esperado nos dois primeiros meses de vida nos lactentes com toxoplasmose congênita, entretanto, a ausência da EOAT na frequência de 1kHz em um dos bebês é um alerta que alterações auditivas mínimas podem ocorrer e precisam ser investigadas. As diferenças na decodificação neural da fala no FFR deverá ser correlacionada ao desenvolvimento de linguagem ao longo do monitoramento audiológico. Desse modo, ressalta-se a relevância da continuidade do monitoramento audiológico no intuito de mensurar o desenvolvimento da via auditiva central e suas repercussões sobre o desenvolvimento de linguagem.
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Página(s): p.1649
ISSN 1983-1793X
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MONITORAMENTO AUDIOLÓGICO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM LEUCEMIA
Maraninchi, F. M. ; Boscolo, C. C. ; Gregory, L. ; Gregianin, L. J. ;

Introdução: O câncer é definido como um conjunto de mais de 100 doenças que possuem como característica o crescimento anormal e desordenado de células, com capacidade para invadir outras estruturas orgânicas, e que pode se desenvolver em qualquer etapa da vida. Dentre os diversos tipos de câncer, está a leucemia, que acomete os glóbulos brancos e possui como principal característica o acúmulo de células cancerosas localizadas na medula óssea substituindo as células sanguíneas normais. Na população infantojuvenil, a leucemia representa o tipo mais comum de câncer. A quimioterapia, um dos tratamentos mais comuns e de eficácia comprovada para a leucemia, é composta por vários medicamentos extremamente potentes, incluindo ototóxicos, que podem lesar estruturas da orelha interna, causando perdas auditivas irreversíveis. Esse tipo de perda é particularmente prejudicial na população infantil, pois implica negativamente no processo de aquisição das habilidades de linguagem e comunicação das crianças. Dessa forma, um monitoramento auditivo adequado se torna essencial para reduzir o impacto de danos na função auditiva, além de contribuir para a adequação do tratamento, minimizando os riscos à audição. Objetivo: Analisar os exames audiológicos de crianças e adolescentes com leucemia durante e após o tratamento oncológico com quimioterapia e identificar os tipos de alterações auditivas. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo com análise de dados de exames audiológicos. Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número 6.831.581. Fizeram parte da amostra crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos, com diagnóstico de leucemia, com tratamento realizado com quimioterapia já concluído há mais de 6 meses, e avaliação audiológica completa. Foram analisados os exames de audiometria tonal liminar, audiometria vocal, medidas de imitanciometria e emissões otoacústicas evocadas transientes e produto de distorção realizados durante e após o tratamento, bem como os achados na anamnese. Resultados: Participaram do estudo nove crianças, de ambos os sexos, com média de idade de 11,3 anos. Todos apresentaram limiares auditivos dentro do padrão de normalidade e emissões otoacústicas transientes e produto de distorção presentes bilateralmente nos exames realizados durante a quimioterapia. Após a finalização do tratamento, observou-se aumento da média dos limiares na audiometria tonal liminar nas frequências agudas em ambas as orelhas e emissões otoacústicas transientes e produto de distorção ausentes bilateralmente em duas crianças. Houve diferença na associação entre idade e ocorrência de alteração auditiva. Conclusão: Foram observadas alterações auditivas em três crianças após a finalização do tratamento quimioterápico, sendo duas perdas auditivas do tipo condutiva e uma do tipo neurossensorial. Dessa forma, é primordial um monitoramento audiológico efetivo, a fim de minimizar os riscos da ototoxicidade e possibilitar um diagnóstico e intervenção precoces.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1620
ISSN 1983-1793X
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MONITORAMENTO AUDITIVO E COMUNICACIONAL DE UMA CRIANÇA COM INDICADOR DE RISCO PARA DEFICIÊNCIA AUDITIVA: ESTUDO DE CASO
DUARTE, D.S.B. ; BRITTO, D.B.L.A. ; QUEIROGA, B.A.M ; CARVALHO, W.L.F. ; QUEIROZ, J.P.S. ; MELO, S.C.S. ; SILVA, L.S.G. ; ADVÍNCULA, K.P. ;

Introdução: A integridade do sistema auditivo é essencial para o desenvolvimento da comunicação e aquisição da linguagem oral. A Triagem Auditiva Neonatal Universal, obrigatória por lei, permite a identificação precoce de riscos à saúde auditiva em recém-nascidos. Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva incluem intercorrências pré, peri e pós-natais que exigem monitoramento, mesmo após resultados normais na triagem. Diante desses fatores, é crucial o acompanhamento das habilidades de audição e linguagem com práticas centradas na família. Objetivo: Descrever os achados clínicos e estratégias utilizadas no monitoramento do desenvolvimento auditivo e de linguagem de uma criança com Indicador de Risco para Deficiência Auditiva. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso clínico envolvendo uma criança pré-termo do sexo masculino, com três meses de diferença entre a idade cronológica e a corrigida, histórico de permanência em UTI por mais de cinco dias e uso de medicamentos ototóxicos. O atendimento ocorreu em um serviço público vinculado a uma Universidade federal, onde foram realizados exames de Emissões Otoacústicas, Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico, avaliação auditiva comportamental e aplicação do Instrumento de Rastreamento da Comunicação de Crianças de 0 a 36 meses. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer de nº 6.071.305. Resultados: O primeiro atendimento foi realizado aos quatro meses de idade corrigida. Observou-se que a criança apresentava "sorriso social" e bom contato visual. Na avaliação auditiva comportamental, a criança demonstrou reflexo cócleo-palpebral e atenção aos instrumentos apresentados, mas não realizou busca pela fonte sonora. Exames de Emissões Otoacústicas indicaram presença de respostas, enquanto o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico revelou latências e amplitudes dentro dos padrões de normalidade. No entanto, a aplicação do Instrumento de Rastreio da Comunicação de Crianças de 0 a 36 meses apontou "risco" para o desenvolvimento da comunicação expressiva e compreensiva. Nesse mesmo atendimento, os pais receberam orientações sobre estimulação auditiva e de linguagem. No retorno ao serviço, a criança realizou os retestes dos exames de Emissões Otoacústicas e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico, com resultados novamente satisfatórios. Na avaliação auditiva comportamental com estímulos sonoros, a criança demonstrou habilidades auditivas de atenção e localização sonora. O questionário do Instrumento de Rastreio da Comunicação de Crianças de 0 a 36 meses demonstrou um aumento na pontuação, indicando que a criança adquiriu novas habilidades de comunicação para a faixa etária, passando de ‘’risco’’ para ‘’atenção’’. Conclusão: O monitoramento auditivo é uma estratégia essencial para detectar precocemente alterações no desenvolvimento de crianças com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva, permitindo identificar necessidades e implementar intervenções precoces. No caso descrito, embora não tenham sido detectadas alterações audiológicas, a criança apresentou atrasos nas habilidades de comunicação global, identificados por um instrumento de rastreio. A orientação inicial oferecida aos pais pode ter ampliado sua compreensão sobre a importância da estimulação. O instrumento demonstrou eficácia como ferramenta de suporte para o monitoramento e orientação das famílias. Após a intervenção, com orientações direcionadas, a criança apresentou progresso significativo, alcançando habilidades de comunicação mais condizentes com sua idade.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1564
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1564


MUDANÇAS NO LIMIAR AUDITIVO INDUZIDAS POR EXPOSIÇÃO PROLONGADA AO RUÍDO EM RATOS WISTAR: PROPOSTA DE UM PROTOCOLO EXPERIMENTAL DE EXPOSIÇÃO BASEADO NA DOSE DE RUÍDO.
Zica, A.C.O. ;

O ruído é caracterizado como um agente nocivo importante à audição e o ruído ocupacional é a principal causa de perda auditiva sensorioneural em adultos. Quando o ruído é intenso e a exposição a ele é contínua, desenvolvem-se alterações na estrutura interna da cóclea, caracterizando a perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados (PAINPSE). O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos de diferentes doses de ruído branco de banda larga em um grupo de ratos wistar. A casuística foi composta por 6 ratos wistar machos. Os animais foram submetidos a exposições sequencias compostas na intensidade de 95dB SPL por 60minutos, 100dB SPL por 60 minutos e 100dB SPL por 120min. A avaliação audiológica foi realizada por meio dos exames de Emissões Otoacústicas por Produto de Distorção (EOAPD) nas frequências de 2 a 12KHz, após cada protocolo de exposição/pausa. A análise estatística foi realizada com base nos valores encontrados na pesquisa das EOAPD e Relação Sinal/Ruído (S/R) nos nove exames realizados ao longo de 50 dias de pesquisa. O estudo concluiu que houve mudança de limiar composta induzida pela exposição de ruído sequencial de longo prazo na intensidade de 100dB SPL por 60 minutos e por 120 minutos, sendo observado um “platô” no resultado das EOAPD e S/R que coincide com o período da exposição por 6 dias na intensidade de 100dB SPL por 120 minutos. Desta forma estabelecemos a proposta de um protocolo de exposição para as pesquisas com ratos wistar expostos ao ruído.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1652
ISSN 1983-1793X
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NEUROPLASTICIDADE EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA: REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE O IMPACTO DO USO DE PRÓTESES AUDITIVAS NOS POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS DE LONGA LATÊNCIA.
Abbas,N.A. ; Almeida, K. ; Rocha-Muniz, C.N. ;

Introdução: A perda auditiva relacionada ao envelhecimento (presbiacusia) é um desafio crescente, afetando 2,5 bilhões de pessoas até 2050, segundo a OMS. Esse quadro compromete não apenas a audição, mas também a cognição e a qualidade de vida. Estudos indicam que o uso de dispositivos eletrônicos de amplificação sonora (DEAS), pode promover plasticidade cerebral ao reintroduzir estímulos auditivos. Alterações no Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC) são avaliadas por Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência (PEALLs), que oferecem insights sobre a eficácia dessa intervenção.
Objetivo: Revisar sistematicamente estudos que analisaram as mudanças nos PEALLs em idosos com perda auditiva neurossensorial (PANS) usuários dos dispositivos eletrônicos de amplificação sonora (DEAS), verificando alterações de latência e amplitude dos componentes P1, N1 e P2.
Metodologia: A revisão seguiu as diretrizes do Cochrane Handbook e foi registrada no PROSPERO. As buscas foram realizadas em oito bases de dados, incluindo PubMed, Cochrane Library, Scopus, Scielo, Web of Science, BVS, Lilacs e Directory of Open Access Journals, considerando publicações desde o início do registro dessas bases de dados até a data da realização da busca. Os descritores utilizados para o levantamento bibliográfico, foram identificados a partir de uma pesquisa no sistema DeCS e no MeSH. Foram selecionados os seguintes descritores: “neuroplasticidade”, “reabilitação”, “perda auditiva”, “auxiliares de audição”, “idosos”, “potenciais auditivos evocados”, com os seus correspondentes para a língua inglesa. Foi utiliza a plataforma Rayyan para registro e compartilhamento das decisões entre os revisores. A análise baseou-se na estratégia PICO (P (população) - Idosos; I (Intervenção) - DEAS; C (Comparador) – PEALL antes e após uso do DEAS; O (Desfecho) - diminuição de latência e aumento de amplitude dos PEALLs) e seguiu o protocolo PRISMA. Dois revisores independentes analisaram os estudos e extraíram dados sobre desenho metodológico, critérios de inclusão, análise estatística e desfechos. Para avaliação do risco de viés, foram aplicadas as ferramentas RoB2 para ensaios randomizados e ROBINS-I para estudos não randomizados.
Resultados: Dos 960 estudos encontrados, apenas nove atenderam aos critérios de inclusão. Alterações neurofisiológicas significativas foram observadas após seis meses de uso do DEAS, com redução de latência e aumento de amplitude nos componentes P1 e N1, sugerindo reorganização cortical. Estudos de curta duração (≤3 meses) não identificaram mudanças consistentes. Estudos longitudinais apontaram melhorias gradativas na cognição e percepção auditiva, correlacionadas ao uso contínuo do DEAS. Entretanto, a heterogeneidade metodológica e o uso de amostras pequenas limitaram a generalização dos achados.
Conclusões: A utilização prolongada de DEAS promove mudanças positivas no SNAC em idosos, evidenciadas por alterações nos PEALLs e benefícios comportamentais. No entanto, essas mudanças não são uniformes, destacando a necessidade de mais estudos com amostras maiores e delineamentos robustos. Resultados sugerem que a adaptação cortical ao DEAS requer tempo, sendo crucial para reverter os efeitos da privação auditiva e melhorar a qualidade de vida.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1644
ISSN 1983-1793X
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NÍVEL DE CONHECIMENTO DE FAMILIARES SOBRE A IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO AUDITIVO E DE LINGUAGEM EM BEBÊS COM RISCO PARA PERDA AUDITIVA
Britto, D. B. L. A. ; Duarte, D. S. B. ; Queiroz, J. P. S. ; Carvalho, W. L. F. ; Melo, S. C. S. ; Silva, L. S. G. ; Melo, L. P. F. ; Advíncula, K. P. ;

Introdução: A Triagem Auditiva Neonatal Universal é amplamente utilizada para detectar precocemente perdas auditivas e iniciar intervenções, especialmente em bebês com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva. O monitoramento auditivo contínuo é crucial nesses casos, permitindo identificar alterações progressivas ou tardias que poderiam impactar o desenvolvimento da criança. No entanto, cerca de 78% das mães desconhecem a importância da triagem auditiva, comprometendo a adesão ao acompanhamento e à detecção precoce de possíveis alterações auditivas. Objetivo: Investigar o nível de conhecimento sobre monitoramento auditivo e de linguagem com os responsáveis das crianças de um serviço de monitoramento do desenvolvimento auditivo e de linguagem de crianças com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva e observacional, com abordagem qualiquantitativa para fins descritivos, realizada em um serviço de monitoramento do desenvolvimento auditivo e de linguagem de crianças com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva, vinculado a uma clínica-escola de uma universidade pública. Para a coleta de informações, foi aplicado um questionário ao responsável pela criança durante o primeiro atendimento no serviço. Além do questionário, foram realizados anamnese, exames de Emissões Otoacústicas, Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico, avaliação auditiva comportamental e aplicação do Instrumento de Rastreamento da Comunicação de Crianças de 0 a 36 meses. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer nº 6.071.305. Resultados: Foram aplicados 51 questionários nos meses de setembro e novembro de 2024. Ao serem questionados sobre o motivo pelo qual os bebês foram encaminhados ao serviço, 78,4% dos responsáveis relataram “saber o motivo” e 21,6% afirmaram “não saber o que estavam fazendo lá”. Quando questionados, a grande maioria respondeu que o bebê havia falhado no teste da orelhinha ou associado a ida ao serviço a algum indicador de risco. No entanto, ao serem perguntados se sabiam o que era um indicador de risco para deficiência auditiva, 96% responderam que não sabiam. Ao questioná-los sobre a importância do monitoramento auditivo, 82,3% apresentaram respostas afirmando a relevância do monitoramento, enquanto 17,7% disseram não saber sua importância. Dentre as respostas mais recorrentes, destacaram-se: “saber se o bebê ouve bem”, “caso tenha algum problema, descobrir rápido” e “para acompanhar a audição dele”. Quando questionados sobre o conhecimento do “teste da orelhinha”, 62,7% dos participantes reconheceram sua importância. No entanto, 54,9% afirmaram não saber da necessidade de realizar o exame. Por fim, ao serem perguntados se estimulavam o desenvolvimento da linguagem do bebê, 94,1% responderam que sim, sendo as formas de estimulação mais mencionadas: conversar e cantar para o bebê. Conclusão: A maioria dos responsáveis pelos bebês encaminhados ao serviço conhece o motivo do encaminhamento. No entanto, a maioria não compreende as razões que tornam importantes os testes realizados, mesmo afirmando que estimulam o desenvolvimento da linguagem do bebê. É fundamental que materiais educativos com informações detalhadas sobre o monitoramento do desenvolvimento da comunicação do bebê sejam fornecidos aos responsáveis, a fim de facilitar a comunicação entre profissionais e família.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1550
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1550


NÍVEL DE RESPOSTA DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE ESTADO ESTÁVEL EM LACTENTES COM E SEM RISCO PARA PERDA AUDITIVA: REVISÃO INTEGRATIVA
Seixas, O.L.M. ; Ribeiro, G.E. ; Silva, D.P.C. ;

Introdução: O diagnóstico audiológico inclui a avaliação médica e auditiva, que abrange procedimentos eletrofisiológicos, eletroacústicos e comportamentais. Entre os procedimentos eletrofisiológicos, destaca-se o Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável (PEAEE), amplamente utilizado por permitir a investigação dos limiares auditivos nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz. Além disso, é um método objetivo, tanto em sua execução quanto na análise dos resultados, possibilitando a estimativa dos limiares auditivos em intensidades mais altas quando comparado ao Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico por frequência específica. No entanto, há poucas pesquisas voltadas à investigação dos limiares auditivos obtidos pelo PEAEE em lactentes com indicadores de risco para perda auditiva, assim como à análise de possíveis discrepâncias entre os limiares de resposta de lactentes com e sem risco para perda auditiva.
Objetivo: Verificar o nível mínimo de resposta do PEAEE em lactentes com e sem risco para perda auditiva em cada frequência avaliada.
Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa. Foram incluídos estudos observacionais (transversais, de coorte e caso-controle) que avaliaram os limiares do PEAEE por via aérea em lactentes com e sem risco para perda auditiva até um ano de idade. Foram excluídos cartas ao editor, diretrizes, revisões sistemáticas, meta-análises, resumos de eventos e estudos que não utilizaram o PEAEE para a investigação dos limiares eletrofisiológicos. A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed, Scopus, Web of Science, Embase, CINAHL (EBSCO), LILACS, SciELO, ProQuest, BDTD, LIVIVO e Google Scholar, incluindo literatura cinzenta, sem restrição de idioma ou data de publicação. A seleção (fases 1 e 2, envolvendo leitura de títulos, resumos e textos completos) e a extração de dados foram conduzidas de forma independente e cega por três revisores, com divergências resolvidas em reunião de consenso.
Resultados: Foram identificadas 8140 publicações. Após a remoção de duplicatas, 4430 estudos foram analisados por títulos e resumos, resultando na seleção de 34 publicações para leitura na íntegra. Ao final, apenas um estudo foi incluído nesta revisão.
Conclusão: Os resultados desta revisão integrativa indicam que, embora o estudo incluído forneça informações relevantes sobre os limiares do PEAEE, a escassez de pesquisas e a ausência de comparações robustas entre os grupos limitam as conclusões. Assim, há necessidade de novos estudos que aprofundem as implicações clínicas e os benefícios do PEAEE, especialmente para esclarecer possíveis diferenças nos limiares entre lactentes com e sem risco para perda auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1487
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1487


O ACESSO À REABILITAÇÃO AUDITIVA NO CENTRO-OESTE BRASILEIRO: UMA ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TERRITORIAL DOS CENTROS ESPECIALIZADOS EM REABILITAÇÃO
Vieira, VF ;

Introdução: A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD) foi implementada no Brasil no ano de 2012, tendo como os seus principais componentes os Centros Especializados em Reabilitação (CER), que podem ser organizados nas modalidades Física, Auditiva, Intelectual e Visual, e as Oficinas Ortopédicas. A RCPD no Brasil, embora tenha avançado nos últimos anos, ainda enfrenta desafios significativos, especialmente nas regiões mais distantes dos grandes centros urbanos. O Centro-Oeste brasileiro, com suas especificidades regionais, apresenta particularidades nesse contexto. Objetivo: Analisar a organização e distribuição dos Centros Especializados em Reabilitação habilitados na modalidade auditiva no Centro-Oeste brasileiro. Metodologia: Trata-se de estudo descritivo, que utilizou da Lei de Acesso a Informação (LAI) para acessar as informações relacionadas aos CERs habilitados na modalidade auditiva no território brasileiro, bem como compreender os vazios assistenciais desta modalidade no recorte territorial proposto para este estudo. Por se tratar de um serviço regional, como proposto pela Portaria 1.526/2023, a análise do vazio assistencial se deu a partir da divisão de regiões de saúde disponibilizadas pelo IBGE. Resultados: Com os dados da capacidade instalada da RCPD nos territórios é possível observar que nos últimos dois anos o Brasil avançou com o número de serviços habilitados, totalizando 375 serviços. No que se refere ao Centro-Oeste brasileiro, atualmente os 4 estados contam com 43 serviços entre as tipologias dos Centros Especializados em Reabilitação e Oficinas Ortopédicas. Em relação aos serviços que ofertam a modalidade auditiva de reabilitação, a região Centro-Oeste conta com 11 serviços, sendo: 01 no Distrito Federal, 05 no Mato Grosso, 02 no Mato Grosso do Sul e 03 no Goiás. O Estado que apresenta maior cobertura por região de saúde, consequentemente, é o estado do Mato Grosso. Apesar de ser projetada para ofertar um serviço regionalizado, pensando sua distribuição entre as regiões de saúde, observa-se que o Centro-Oeste brasileiro ainda conta com inúmeras regiões de saúde com vazio assistencial da modalidade auditiva de reabilitação. A baixa quantidade de serviço leva a configurar serviços organizados para atender macrorregiões de saúde, apresentando, dessa forma, maior demanda populacional. Conclusão: Apesar do processo de crescimento da RCPD nos territórios, observa-se a presença de um significativo vazio assistencial na modalidade auditiva entre os estados do Centro-Oeste brasileiro. A concentração destes serviços nos grandes centros urbanos e de sua organização macrorregional pode emergir como uma importante barreira no acesso equânime a saúde pela população. Desta forma, com o objetivo de assegurar o seguimento assistencial integral e de qualidade para as pessoas com deficiência auditiva, faz-se necessário discutir o fortalecimento e a ampliação destes componentes de atenção dentro dos territórios favorecendo as regiões de saúde com vazio assistencial e refletindo sobre um modelo de cuidado regionalizado, ao invés de macrorregionalizado.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1588
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1588


O IMPACTO DA PREMATURIDADE NO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Rodrigues, G.S. ; Gillung, C.S. ; Andrade, A. N. de ;

Introdução: O Processamento Auditivo Central (PAC) refere-se à eficiência e efetividade com que o sistema auditivo central utiliza as informações recebidas, transformando informações acústicas captadas pela orelha em percepções auditivas significativas, podendo exercer influência sobre as funções cognitivas, de linguagem e/ou aprendizado. Vários fatores podem impactar negativamente o PAC, dentre eles a prematuridade, que está associada a uma série de desafios no desenvolvimento neuropsicomotor, incluindo a maturação dessas estruturas. Objetivo: Realizar uma pesquisa sobre o impacto da prematuridade no Processamento Auditivo Central. Metodologia: Esta revisão de escopo foi conduzida de acordo com as diretrizes do PRISMA-ScR (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses Extension for Scoping Reviews) e do protocolo de revisão de escopo do JBI (Joanna Briggs Institute). Foi realizada uma busca nas seguintes bases de dados:Google Acadêmico, LILACS, MEDLINE e BVS, no período de 2005 a Dezembro de 2024 sem restrição de idioma, utilizando os seguintes termos em português e inglês, respectivamente: habilidades auditivas e prematuridade, processamento auditivo central e prematuridade, transtorno da audição e crianças nascidas pré-termo, "central auditory processing" OR "prematurity", central auditory processing and prematurity, auditory processing impact of prematurity. Foram elencados os seguintes critérios de inclusão: estudos retrospectivos, longitudinais e transversais realizados em indivíduos nascidos prematuros avaliados em ambientes clínicos, educacionais e de desenvolvimento infantil. Foram excluídos os artigos que não correlacionaram a prematuridade com o Processamento Auditivo Central, bem como revisões sistemáticas, publicações duplicadas e estudos de baixa relevância ao tema. A triagem e seleção dos estudos foi realizada por dois revisores independentes, utilizando a plataforma Rayyan, e foi dividida em três etapas: triagem inicial (seleção por Títulos e Resumos), Triagem detalhada (Leitura dos textos completos para verificar a elegibilidade) e Referência cruzada (Estudos recuperados por meio das referências dos artigos selecionados). Resultados: Foram obtidos 61 artigos (50 artigos pelo Google Acadêmico, 7 artigos BVS, 3 LILACS e 1 MEDLINE). Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram escolhidos 25 artigos para a leitura na íntegra, restando 6 artigos para compor o protocolo de análise do estudo, sendo incluído posteriormente 2 artigos buscados por referências cruzadas, totalizando 8 artigos para análise final. Os estudos utilizaram testes auditivos comportamentais, fisiológicos e/ou eletrofisiológicos para a avaliação das crianças nascidas prematuras em diferentes estágios da vida (24 horas após o nascimento, na primeira infância e em adolescentes). Três estudos incluíram no protocolo de pesquisa a avaliação de linguagem, além da avaliação audiológica, mostrando a importância de realizar uma avaliação mais abrangente nessa população. Conclusões: Os estudos analisados indicam que a prematuridade afeta significativamente o desenvolvimento do Processamento Auditivo Central, com maior prejuízo nas habilidades auditivas de resolução temporal, localização sonora e reconhecimento de sons verbais. Alterações nessas habilidades podem comprometer o desenvolvimento da linguagem e dificultar o aprendizado biopsicossocial, impactando negativamente na qualidade de vida das crianças e dos seus familiares.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1429
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1429


O IMPACTO DO IMPLANTE COCLEAR NA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS COM SURDOCEGUEIRA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
EUZEBIO, J.A ; MARTINEZ, M.A.N.S ;

Introdução: A surdocegueira é uma deficiência única que afeta os sentidos da visão e da audição concomitantemente. Os sentidos afetados podem apresentar comprometimentos tanto da visão quanto da audição em diferentes graus, sendo que esta combinação de déficits gera dificuldades significativas no âmbito da comunicação e da interação social de indivíduos surdocegos. Assim, a surdocegueira é classificada pelo grau de comprometimento, momento pré-linguístico e pós-linguístico e quanto a condição congênita e adquirida. Tendo em vista, o indivíduo surdocego são necessárias intervenções terapêuticas que melhorem a qualidade de vida e a comunicação com essa população. A literatura evidencia diversas intervenções por meio de formas de comunicação alternativa , de dispositivos de amplificação sonora individual e implante coclear , sendo a última o objetivo de estudo da atual pesquisa.
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática visando verificar o impacto do implante coclear na qualidade de vida de pessoas com surdocegueira.
Método: Foi realizada uma busca de artigos entre os anos de 2014 e 2024 nos idiomas inglês, português e espanhol através das bases de dados Pubmed, Scielo e BVS. Foram incluídos estudos que responderam à questão norteadora da pesquisa “Qual o impacto do implante coclear na qualidade de vida de pessoas com surdocegueira?” e segundo os níveis de evidência científica de acordo com os critérios propostos pela ASHA. Logo, da seleção de artigos foram realizadas leituras de títulos e resumos, ao fim a leitura na íntegra das referências.
Resultados: Inicialmente a estratégia de busca por meio dos descritores e filtros levantou o total de 335 artigos, dos quais 216 foram repetidos, o que resultou em um total de 119 artigos. Desses 119 artigos, foram encontrados 84 artigos do Pubmed, 36 da biblioteca virtual da saúde (BVS) e 2 da Scielo. Logo, foram excluídos 54 artigos pelo título, 38 por meio do resumo e 28 pela leitura na íntegra e nível de evidência. Assim, foram selecionados 10 estudos para a revisão sistemática , dos quais foram publicados entre 2018 e 2024 e responderam a pergunta norteadora da pesquisa.
Conclusão: A leitura dos artigos selecionados demonstrou que a intervenção através do implante coclear se mostrou benéfica em indivíduos com surdocegueira , através de pontuações de desempenho auditivo (CAP) e de inteligibilidade de fala (SIR) . Assim, notou-se melhor desempenho nas pontuações depois da intervenção com implante coclear. Entretanto, foram encontrados poucos artigos que comprovam a eficácia do implante coclear na qualidade de vida da população surdocega. Portanto, evidenciou a necessidade de mais pesquisas a fim de explorar a qualidade de vida de indivíduos surdocegos antes e após a cirurgia de implante coclear.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1462
ISSN 1983-1793X
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O PAPEL DA AUDIOLOGIA NA PREVENÇÃO DO DECLÍNIO COGNITIVO ASSOCIADO À PERDA AUDITIVA EM IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA
Pimentel, M. F ; Britto, D. B. L. A ; Silva, M. K. S. ;

Introdução: A perda auditiva é uma condição amplamente prevalente na população idosa e, à medida que ocorre o envelhecimento populacional, a incidência da presbiacusia tende a aumentar, acarretando uma série de desafios para a saúde geral dos idosos. Dentre os impactos mais significativos, destaca-se o risco elevado de declínio cognitivo, pois a perda auditiva prejudica a comunicação, o que pode resultar em isolamento social e na redução da estimulação cognitiva, fatores que favorecem o comprometimento das capacidades cognitivas. Nesse contexto, torna-se imprescindível compreender a inter-relação entre perda auditiva e declínio cognitivo. Objetivo: Descrever o papel da audiologia na prevenção do declínio cognitivo associado à perda auditiva em idosos. Metodologia: A pesquisa segue a metodologia de revisão integrativa, com base nas diretrizes do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses), e aborda a questão: "Qual o papel da audiologia na prevenção do declínio cognitivo em idosos com perda auditiva?". Foram consultadas as bases de dados PubMed, Scielo e as primeiras cinco páginas do Google Acadêmico, com a exclusão de literatura cinzenta. Os descritores MeSH utilizados foram: "Perda auditiva", "Deficiência cognitiva", "Declínio Cognitivo" e “Idoso”, combinados com os operadores booleanos "AND" e "OR". Foram incluídos estudos publicados nos últimos 15 anos, nos idiomas português e inglês. A seleção dos artigos foi conduzida por um revisor independente, que avaliou os estudos com base em critérios predefinidos e organizou os resultados em quadros para facilitar a interpretação. Resultados: Foram identificados 89 estudos nas bases de dados. Destes, 61 foram excluídos com base no título e 12 pelo resumo, resultando em 16 artigos para leitura completa. Por fim, nove artigos foram selecionados para análise. Os estudos apresentaram uma amostra variada, com populações de 10 a 135 participantes, com faixa etária entre 60 e 93 anos. A amostra incluiu exclusivamente indivíduos com problemas auditivos, sendo 125 usuários de próteses auditivas, como o Aparelho de Amplificação Sonora Individual. Em oito dos artigos, observou-se a associação entre perda auditiva e pior desempenho nos testes cognitivos aplicados, como o Miniexame do Estado Mental e o Consortium to Establish a Registry for Alzheimer’s Disease. Em geral, quanto maior o grau de perda auditiva, menor foi a pontuação nos exames. Os achados afirmaram que a perda auditiva está fortemente associada ao declínio cognitivo e, o uso de dispositivos auditivos, como os aparelhos de amplificação sonora individual, demonstraram eficácia na mitigação desse efeito, destacando a reabilitação auditiva pós-implantação da prótese auditiva como etapa essencial para a adesão ao dispositivo. Conclusão: A perda auditiva pode ser considerada um fator agravante para o declínio cognitivo, conforme a maioria dos estudos abordados, que apontaram uma relação significativa entre ambos. A utilização de aparelhos de amplificação sonora individual, associada a reabilitação auditiva, destacam-se como intervenções importantes na prevenção do declínio cognitivo em idosos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1520
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1520


O PAPEL DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO TREINAMENTO AUDITIVO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE BAIXA RENDA:UMA REVISÃO DE ESCOPO
Lopes, G. O. ; ARAUJO, M. S. ;

Introdução: O treinamento auditivo é uma abordagem essencial na reabilitação de crianças e adolescentes com deficiências auditivas, especialmente em populações de baixa renda, onde barreiras econômicas e de acesso dificultam a utilização de recursos avançados. A inteligência artificial (IA) surge como uma tecnologia promissora para personalizar e otimizar o treinamento auditivo, oferecendo soluções mais acessíveis e eficazes para essa população. Este estudo analisa como a IA pode melhorar o treinamento auditivo, potencializando a reabilitação auditiva com recursos adaptativos e acessíveis. Objetivo: Mapear e sintetizar as evidências científicas disponíveis sobre a aplicação da inteligência artificial no treinamento auditivo de crianças e adolescentes de baixa renda, destacando suas contribuições, limitações e impactos na reabilitação auditiva. Metodologia: A revisão de escopo foi conduzida de acordo com as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR). A busca foi realizada em três bases de dados principais: PubMed, LILACS e MEDLINE, abrangendo artigos publicados entre janeiro de 2014 e dezembro de 2024. Os critérios de inclusão consideraram artigos nos idiomas inglês e português que utilizassem descritores padronizados segundo MeSH/MeCS: ("Artificial Intelligence" OR "Machine Learning" OR "Mobile Applications") AND ("Correction of Hearing Impairment" OR "Hearing Loss") AND ("Child" OR "Adolescent"). Estudos duplicados, revisões sistemáticas, relatos de caso e estudos fora do escopo foram excluídos. Resultados: Foram encontrados 113 artigos nas bases de dados. Após a exclusão de 61 estudos duplicados e por não atenderem aos critérios de inclusão, 52 artigos foram selecionados para leitura completa. Desses, 9 artigos atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos na síntese final. A maioria dos estudos destacou a utilização de sistemas baseados em IA para criar programas de treinamento auditivo personalizados, adaptáveis ao progresso individual dos usuários. Alguns estudos identificaram impactos positivos na melhora da percepção auditiva, na discriminação de sons e na adesão ao tratamento. Entretanto, poucos estudos abordaram a acessibilidade econômica e cultural desses recursos para populações de baixa renda. Conclusões: A IA apresenta grande potencial para melhorar o treinamento auditivo em crianças e adolescentes, especialmente por meio de ferramentas personalizadas e interativas que podem aumentar a eficácia da reabilitação. No entanto, há lacunas importantes relacionadas à acessibilidade desses recursos para populações de baixa renda, destacando a necessidade de mais estudos que abordem aspectos econômicos e culturais, além de investigações que avaliem o impacto a longo prazo. Essa revisão reforça a importância de integrar tecnologias baseadas em IA em estratégias de saúde pública voltadas à audição segura e inclusiva, especialmente em regiões de maior vulnerabilidade socioeconômica.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1660
ISSN 1983-1793X
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O PAPEL DA SAÚDE DIGITAL PARA O ACESSO À REABILITAÇÃO AUDITIVA INFANTIL EM POPULAÇÃO VULNERÁVEL: ESTUDO EXPLORATÓRIO
Martins, G. S. ; Santos, I. R. D. ; Morais, A.H.F. ; Valentim, R.A.M. ; Nunes-Araújo, A.D.S. ; Balen, S. A. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: A saúde digital tem um importante papel ao democratizar o acesso aos serviços especializados. Na reabilitação auditiva ainda há desafios relacionados à distribuição equitativa de profissionais, especialmente fora dos grandes centros urbanos. Nesse sentido, a telessaúde surge como uma solução para minimizar barreiras geográficas e custos para famílias que residem em áreas distantes, o que pode proporcionar um acompanhamento mais frequente e flexível, com impactos na adesão das famílias. Objetivo(s): Caracterizar o perfil de famílias de crianças e adolescentes com deficiência auditiva atendidas por teleconsulta em um serviço de reabilitação auditiva no SUS. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número de parecer 5.272.705. A amostra foi composta por 18 famílias de crianças e adolescentes com deficiência auditiva, com idades entre 6 meses e 15 anos, usuárias de um centro especializado de saúde auditiva vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS). As sessões de teleconsulta aconteceram de forma síncrona, por meio de uma plataforma dedicada e segura do Núcleo de Telessaúde. O processo de reabilitação auditiva foi conduzido com base no Método Aurioral. Além disso, foram incluídos momentos de aconselhamento com as famílias, utilizando ferramentas de ajuste pessoal e aconselhamento informativo. Os dados coletados incluíram informações sobre as características socioeconômicas das famílias, a frequência nos atendimentos, se possui acesso a atendimento especializado no município de origem e a distância entre o município de origem e o serviço de reabilitação auditiva do SUS. Essas informações foram organizadas em planilhas do Excel® e submetidas a uma análise descritiva. Resultados: Em relação às famílias, 15 são de crianças e 3 de adolescentes. Uma criança ainda está em processo de avaliação audiológica para o diagnóstico do grau da perda auditiva, os demais participantes possuem perda auditiva de grau moderado a profundo. Sobre as características socioeconômicas, 94,4% das famílias recebem renda média domiciliar inferior a um salário mínimo e meio. Sobre a frequência nos atendimentos, as famílias apresentam média de 87,4%. Em relação ao acesso a atendimento fonoaudiológico especializado no município de origem, 72,2% das famílias responderam não possuir, já os 27,8% que possuem moram em regiões metropolitanas. Quanto à distância, 66,7% das famílias residem em municípios com mais de 50 km de distância do serviço especializado e 33,3% moram a menos de 50 km. Conclusões: As famílias da amostra possuem, predominantemente, nível socioeconômico baixo, residem distante do serviço especializado e não possuem acesso a atendimento em reabilitação auditiva no município de origem. Estes fatores, geralmente considerados barreiras para a reabilitação auditiva infantil, podem ser minimizados pelo uso apropriado da saúde digital, considerando a adesão da amostra avaliada ao processo terapêutico mediado por tecnologias.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1713
ISSN 1983-1793X
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O PESO DO RECÉM NASCIDO AO NASCIMENTO IMPACTA NA CHANCE DE FALHA NO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO AUTOMÁTICO NA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL?
Almeida, M.F ; Chiriboga, L.F. ; Sideri, K.P. ; Grassi, J. ; Pinto, E.S.M. ;

Introdução: A triagem auditiva neonatal (TAN) é fundamental para a detecção precoce da perda auditiva em recém-nascidos, permitindo intervenção oportuna. Baixo peso ao nascimento está associado a condições que podem comprometer a função auditiva, sendo um possível fator de risco para perda auditiva. Apesar disso, a influência específica do peso ao nascimento nos resultados do potencial evocado auditivo automático (PEATEa) na TAN ainda é pouco explorada, especialmente em populações de países em desenvolvimento. Objetivo: Investigar a associação entre o peso ao nascimento e a chance de falha no PEATEa na TAN e avaliar a magnitude desse impacto. Metodologia: Este é um estudo observacional e retrospectivo, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer 5.227.720. Foi realizada a análise documental de 981 recém-nascidos com indicadores de risco submetidos ao PEATEa na etapa teste da TAN ao longo de um ano. Foram analisadas as variáveis sexo, tipo de serviço de saúde, peso ao nascer e tipo de parto e foi realizado um recorte em relação ao peso do nascimento para esta pesquisa. Para a análise estatística, foram construídos modelos lineares generalizados do tipo logístico e com função de ligação do tipo logit para cada orelha, ajustando-se para possíveis fatores de confusão. Resultados
A análise revelou uma associação significativa entre o peso ao nascimento e a falha no PEATEa. Para cada 100 gramas a menos no peso ao nascimento, a chance de falha aumentou em 1,03 vezes para a orelha direita e 1,04 vezes para a orelha esquerda. Conclusões: Os resultados demonstram que o peso ao nascimento influencia significativamente a chance de falha no PEATEa na TAN. Esses achados destacam a necessidade de atenção diferenciada a recém-nascidos de baixo peso em programas de triagem auditiva, incluindo acompanhamento mais rigoroso e possíveis adaptações nos protocolos de avaliação. Estudos futuros são necessários para explorar os mecanismos fisiológicos que conectam o baixo peso à função auditiva e para desenvolver estratégias que reduzam a ocorrência de falhas em populações vulneráveis.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1446
ISSN 1983-1793X
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O TEMPO DE PRIVAÇÃO SONORA INFLUENCIA NA PERCEPÇÃO DE FALA EM ADULTOS USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR? O QUE DIZ A LITERATURA?
Fernandes, R. C. F. ; Dias, G.T.B. ; Silva, J. D. ; Gouveia, M. C. L. ; Silva, J. Q. ; Muniz, L. F. ;

INTRODUÇÃO: Indivíduos que possuem perda auditiva (PA) e utilizam das tecnologias auditivas geralmente apresentam diminuição na capacidade de percepção auditiva, tanto em ambientes silenciosos como nos ruidosos, quando comparados a normoouvintes. Para a adequada reabilitação são necessários esforços combinados entre pacientes e terapeutas. Contudo alguns fatores como o tempo de privação sonora podem gerar limitações na percepção auditiva com uso do implante coclear (IC). OBJETIVO: Observar, por meio de revisão da literatura, se há influência do tempo de privação sonora em adultos usuários de IC METODOLOGIA: O levantamento bibliográfico foi realizado nas seguintes bases de dados: PubMed, SciELO, Web of Science e BVS. Foram utilizados os descritores e seus sinônimos cadastrados no MeSH os termos cochlear implantations, speech intelligibility e deafness combinados entre si por AND e OR, sem aplicação de filtros, nem limitações por idioma ou ano de publicação. A busca foi realizada em pares, com seleção inicial por títulos e resumos e em seguida leitura de textos completos para a inclusão no atual estudo. Foram incluídos artigos originais que avaliaram a percepção auditiva através de avaliações comportamentais, em grupos compostos por adultos de ambos os sexos em uso de IC e que em suas análises consideraram o tempo de surdez bilateral antes do IC. RESULTADOS: Foram identificados 893 estudos durante a busca, 11 artigos foram lidos na íntegra e desses cinco artigos foram incluídos. A avaliação da percepção auditiva ocorreu em ambiente acusticamente controlado com uso de instrumentos padronizados, com e sem ruído competitivo, em conjunto com autorrelato e/ou questionários de qualidade de escuta e de vida. Majoritariamente, não houve relação estatística entre o tempo de privação sonora e a percepção auditiva, contudo reforça que o IC deve ser realizado com a maior brevidade possível. Além disso, sabe-se que a percepção de fala se desenvolve gradativamente mesmo após anos de uso do IC. Um estudo realizado com divisão dos participantes em quatro grupos (PA súbita, pós-meningite, progressiva e pré-lingual) indicou que quanto maior o tempo de vida com PA antes do IC menor é o desempenho nos testes de percepção de fala. Além disso, as avaliações foram realizadas em três momentos, sendo eles de 3, 6 e 12 meses após a ativação do IC. Apontou que, apesar de na primeira avaliação já existirem significativas melhoras, os resultados dos testes continuaram a melhorar até 12 meses em todos os participantes. Adultos com surdez precoce, mas implantados tardiamente obtiveram melhorias auditivas significativas mesmo após seis meses de implantação. Apesar desses achados, os artigos apontam que os participantes afirmam aumento da qualidade de vida após o uso da tecnologia auditiva implantável. CONCLUSÕES: Os achados da revisão apontam que o tempo de privação sonora não é um fator para a contraindicação do IC, mesmo que tardia, possui potencial de melhorar qualidade de escuta e de vida de indivíduos com PA. Além disso, a presente revisão, indica que o tempo de privação auditiva pode não auxiliar no momento de decisão sobre qual orelha implantar primeiro, nos casos de cirurgias para IC sequenciais.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1700
ISSN 1983-1793X
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O TEMPO DE TELAS EXCEDE O TEMPO DE TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA PARA CRIANÇAS PEQUENAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA?
Martins, G. S. ; Gomes, L. F. ; Santos, I. R. D. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: A exposição precoce e excessiva às telas tem gerado preocupações sobre seus impactos no desenvolvimento infantil. Para crianças com deficiência auditiva, o aumento do tempo em frente às telas pode resultar em menos tempo para interações significativas e diminuir o interesse pela terapia, prejudicando significativamente seu desenvolvimento global. Nesse contexto, investigar o tempo de exposição às telas nesta população e compará-lo ao tempo dedicado à terapia fonoaudiológica pode contribuir para intervenções que otimizem a estimulação da criança e o uso saudável da tecnologia. Objetivo(s): Comparar a duração da terapia fonoaudiológica e o tempo de exposição às telas em crianças com deficiência auditiva. Metodologia: Estudo transversal, descritivo e analítico, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número de parecer: 3.440.683. Participaram 16 famílias de crianças com deficiência auditiva de diferentes tipos e graus, provenientes de quatro regiões do Brasil. Foram incluídas famílias de crianças usuárias de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) e/ou Implante Coclear (IC), com idades entre 0 e 3 anos, que responderam, por meio do Google Forms®, um formulário adaptado do Inventário de Recursos do Ambiente Familiar (RAF), que aborda a rotina da família com a criança e os recursos disponíveis no ambiente domiciliar. Além disso, foram incluídas questões relacionadas ao acesso à intervenção fonoaudiológica e ao uso de telas pelas crianças. Os respondentes permaneceram anônimos, não sendo identificados por e-mail ou nome. As respostas foram tabuladas em planilhas do Excel® e analisadas de forma descritiva e inferencial. Como os dados não apresentaram normalidade em sua distribuição, foi aplicado o teste de Wilcoxon para comparar o tempo dedicado à terapia e o tempo de exposição às telas, considerando-se significativo um valor de p < 0,05. Resultados: Observou-se uma diferença significativa (p-valor < 0,001) entre o tempo semanal que as crianças passam em terapia fonoaudiológica e o tempo de uso de telas (estatística de Wilcoxon: W = 0.00). A mediana do tempo semanal em terapia foi de 1 hora e 10 minutos, com valores entre 43,8 minutos (1º quartil) e 1 hora e 30 minutos (3º quartil), indicando que pelo menos 50% das crianças recebem terapia dentro desse intervalo. Já em relação ao tempo de telas, a mediana foi de 10 horas e 30 minutos semanais, com o 1º quartil igual a 3 horas e 30 minutos e o 3º quartil igual a 12 horas e 15 minutos, indicando tempo excessivo de telas em relação ao que é recomendado para esta faixa etária. Todas as crianças tiveram maior exposição às telas do que à terapia, sendo que o tempo de uso de telas ultrapassou, em média, sete vezes o tempo de terapia. Conclusões: Houve diferença significativa entre o tempo destinado à terapia fonoaudiológica e o tempo de exposição às telas em crianças pequenas com deficiência auditiva, com tempo de uso excessivo às telas para a faixa etária analisada. Assim, destaca-se que a rotina de uso das telas deve ser uma característica do ambiente familiar a ser considerada na reabilitação auditiva infantil.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1687
ISSN 1983-1793X
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O USO DE TECNOLOGIAS AUDIOVISUAIS COMO METODOLOGIA INOVADORA NA GRADUAÇÃO DE FONOAUDIOLOGIA NO ENSINO DE AUDIOLOGIA CLÍNICA
SILVEIRA, I.S. ; Silveira,A.A.N ; Betta, A.C.D ; Porcher,B.D ; Soldera,C.L.C ; Machado, S.M ; Boscolo, C.C. ;

Introdução: O uso de metodologias ativas de tecnologias audiovisuais estão sendo inseridas na graduação, objetivando a aprimoração do conhecimento em Audiologia. Por meio do Programa de Iniciação à Docência (PID) de uma instituição de ensino superior, são produzidas videoaulas e materiais audiovisuais, proporcionando a prática docente aos colaboradores e melhor aprendizado aos alunos. Objetivo: Apresentar ações realizadas por um Programa de Iniciação à Docência de Audiologia Clínica em aula revisional na disciplina de Audiologia II. Metodologia: O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição sob número: 3.915.477. Inicialmente apresentou-se um caso clínico, revisando conteúdos de imitanciometria. Após, realizou-se um jogo da memória sobre o sistema auditivo, seguido de outro caso clínico sobre Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE). Finalmente, foi exposta uma música para elaborar uma paródia sobre Audiologia Ocupacional. As atividades foram desenvolvidas no site “Canva”. A efetividade da ação foi mensurada implementando um questionário de satisfação. Os materiais utilizados na intervenção e vídeos gravados pelo PID, foram disponibilizados para estudo. Resultados: Verificou-se que 80,6% dos participantes julgou muito relevante a discussão dos casos clínicos e 19,4% afirmou ser apenas relevante. Referente à abordagem musical, 38,7% apontou facilitar pouco a compreensão, 35,5% consideraram facilitar muito, 22,6% foi indiferente e o restante concluiu não facilitar. No jogo da memória, 77,4% considerou muito eficaz e 22,6% eficaz. Conclusão: Concluiu-se que o uso de metodologias ativas e materiais audiovisuais interativos se demonstrou benéfico para os envolvidos.
Palavras-chave: Audiologia; audiovisual; ensino

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Página(s): p.1485
ISSN 1983-1793X
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O USO DO FREQUENCY FOLLOWING RESPONSE NO MONITORAMENTO DO TREINAMENTO AUDITIVO ACUSTICAMENTE CONTROLADO
Vasconcelos, L.D.S. ; Silva, N.L.B. ; Carvalho, M.H.R. ; Carnaúba, A.T.L.C. ;

Introdução: No decorrer do desenvolvimento das habilidades auditivas o indivíduo pode apresentar alterações na detecção e interpretação dos sons, caracterizando o transtorno do processamento auditivo central. Diante desse transtorno, os indivíduos devem realizar o treinamento auditivo, sendo expostos a situações e tarefas auditivas para habilitação e reabilitação das habilidades. Para o monitoramento da eficácia do treinamento podem ser utilizadas ferramentas da eletrofisiologia auditiva, como Frequency Following Response (FFR). Objetivo: Avaliar a efetividade do treinamento auditivo acusticamente controlado em crianças com o diagnóstico de transtorno do processamento auditivo, por meio do Frequency Following Response. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico não randomizado e não controlado, com o parecer de número 6.019.422. A amostra foi composta por conveniência e incluiu crianças de 7 a 12 anos, de ambos os sexos, com limiares auditivos tonais normais bilateralmente (250 a 8000 Hz) e integridade das vias auditivas até o tronco encefálico. Foram selecionadas crianças que apresentaram alteração em pelo menos um teste da bateria de avaliação do PAC, conforme as recomendações da Academia Brasileira de Audiologia, e que aguardavam para treinamento auditivo em um Serviço de Fonoaudiologia.Foram adotados os seguintes critérios de exclusão: alterações na orelha externa e/ou disfunção da orelha média; mais de três infecções de ouvido no ano corrente; diagnóstico de Desordem do Espectro da Neuropatia Auditiva (DENA); presença de zumbido, vertigens ou outras alterações cócleo-vestibulares; e alterações cognitivas ou comportamentais.Dos procedimentos, foram realizados: avaliações comportamentais do processamento auditivo, cognitivas e eletrofisiológicas por meio do Frequency Following Response. Em seguida, foram realizadas oito sessões de treinamento auditivo acusticamente controlado, semana, durante 40 minutos cada. Após o treinamento, os pacientes foram reavaliados por meio dos exames comportamentais e eletrofisiológicos. Resultados: Dos dez pacientes que atenderam aos critérios de inclusão, todos concluíram o programa terapêutico, composto por oito sessões individuais semanais. A amostra foi composta por 50% de meninas e 50% de meninos, com idades variando de 7 a 12 anos, sendo a média de 9,4 anos e desvio padrão de 1,77. Na avaliação comportamental do PAC, antes do treinamento auditivo, observou-se alteração nas habilidades de integração binaural, figura-fundo auditiva, ordenação e resolução temporal. O FFR foi registrado por estimulação unilateral, com morfologia adequada em 100% das orelhas. Os componentes V, A, C, D, E, F e O foram identificados nos traçados. A análise das latências mostrou resultados significativos para os componentes V e A na orelha direita (p-valor 0,01) e para o componente A na orelha esquerda (p-valor 0,03). Para os componentes C, D, E, F e O, observou-se redução nas latências, mas sem significância estatística. Já o slope e a área apresentaram médias mais altas no pós-TAAC, com significância estatística para o slope na orelha direita (p-valor 0,05). Conclusão: Considerando as mudanças verificadas em relação à latência dos componentes V e A do FFR, após o programa terapêutico proposto, é possível concluir que este teste eletrofisiológico é uma ferramenta objetiva sensível para monitorar a efetividade do treinamento auditivo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1514
ISSN 1983-1793X
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O XVIII MEETING FONOAUDIOLÓGICO: PROMOVENDO O APROFUNDAMENTO EM OTONEUROLOGIA E REABILITAÇÃO VESTIBULAR - RELATO DE EXPERIÊNCIA
Chies, I. C. ; Carramaschi, G. ; Miranda, J.E. ; Rodrigues, L.T. ; Torres, B.G ; Góes, N.F. ; Massochi, I.T. ; Cancian, A.T. ; Vespero, V.A. ; Blasca, W.Q. ;

Introdução: Nos últimos anos, a Fonoaudiologia tem expandido suas áreas de atuação, com destaque para a Otoneurologia, que investiga distúrbios auditivos e vestibulares. No entanto, este tema ainda não é amplamente abordado na grade curricular dos cursos de Fonoaudiologia. Nesse contexto, o Meeting Fonoaudiológico promovido por um grupo de alunos do curso de Fonoaudiologia, de uma Instituição de Ensino Superior (IES), visa promover discussões a respeito de temas relevantes na prática fonoaudiológica. Em 2024, o evento foi planejado com o tema "Otoneurologia: Da Avaliação ao Tratamento das Alterações de Equilíbrio Corporal", permitindo a reflexão sobre a importância dessa área na Fonoaudiologia. Objetivo: Descrever a realização do XVIII Meeting Fonoaudiológico. Metodologia: Para o evento, a comissão organizadora escolheu a Otoneurologia, reconhecida como especialidade pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia em 2023, devido à crescente importância da área no diagnóstico e reabilitação de distúrbios auditivos e vestibulares. A Otoneurologia trata condições como vertigem, tontura e desequilíbrio, que afetam a qualidade de vida dos pacientes. Esses distúrbios, muitas vezes subdiagnosticados, impactam significativamente a rotina dos indivíduos. Posteriormente, foram contatados profissionais Fonoaudiólogos especialistas em otoneurologia, tanto internos quanto externos à IES, que juntamente com os membros do grupo, escolheram seis tópicos a serem abordados: 1. posturografia, 2. vectoeletronistagmografia, 3. vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), 4. vertical visual subjetiva (VVS), 5. provas clínicas, 6. reabilitação vestibular. Com isso, foi criado um evento de dois dias, dividido entre momentos teóricos e práticos: na parte teórica, foram abordados os fundamentos da avaliação à reabilitação vestibular; na prática, os participantes dividiram-se em cinco ilhas de atividades, nas quais tiveram a oportunidade de interagir com os protocolos de avaliação vestibular e conhecer os instrumentos tecnológicos utilizados pelos profissionais . A divulgação do evento deu-se pelas redes sociais, e presencialmente, com a entrega de panfletos, possibilitando a participação presencial dos alunos do campus e virtual dos alunos de outras instituições. Resultados: O XVIII Meeting Fonoaudiológico contou com 119 participantes no formato híbrido de diferentes instituições. Para os organizadores, o evento foi importante no desenvolvimento de habilidades de comunicação e gerenciamento de projetos, necessárias para o enfrentamento de desafios futuros na carreira. A experiência prática com os aparelhos de avaliação vestibular permitiu a fixação do aprendizado na parte teórica ao manusear os equipamentos e compreender a aplicação desses protocolos. A interação com especialistas da Otoneurologia e suas práticas também possibilitaram a atualização sobre as metodologias mais recentes. Conclusão: O evento promoveu um aprendizado vivencial, proporcionando uma experiência educativa significativa tanto para os organizadores quanto para os participantes, com uma visão humanizada da prática fonoaudiológica. Assim, fica claro a necessidade de incluir temas emergentes na formação acadêmica dos futuros profissionais, bem como a necessidade da realização de eventos que possibilitem um aprendizado vivencial.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1653
ISSN 1983-1793X
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PERCEPÇÃO DOS CUIDADORES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA AUDIÇÃO E LINGUAGEM EM CRIANÇAS EM MONITORAMENTO AUDITIVO
Silva, F. G. M. ; Araújo, F. C. M. ; Dantas, C. L. L ; Ferreira, A. G. ; Carrilho, M. M. ;

Introdução: Dentre os indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA), a preocupação dos pais ou cuidadores em relação ao atraso ou regressão do desenvolvimento da audição, fala e linguagem devem indicar uma avaliação auditiva imediata e aprofundada. Objetivo: Descrever os achados do IRDA preocupação dos cuidadores em relação ao desenvolvimento de audição e linguagem em crianças encaminhadas para o monitoramento auditivo e correlacionar os achados do desenvolvimento das habilidades auditivas com a preocupação dos cuidadores em relação ao desenvolvimento de audição e linguagem. Metodologia: Participaram 9 crianças, 55,5% do gênero feminino, com idade média de 21 meses de idade cronológica e 19 meses de idade corrigida. Foram realizados: anamnese; audiometria de observação comportamental (BOA) com o guizo, Agogô e sons de Ling, a viva voz; Audiometria de reforço visual, em campo livre, nas frequências de 500 a 4000 Hz, variando a intensidade de 10 e 5 dB para determinar as mínimas respostas auditivas e emissões otoacústicas por estímulo transiente (EOAT). CEP: 6.803.099. Resultados: Nos achados da anamnese, 100% dos cuidadores relataram que o filho ouve e não apresentaram queixas auditivas. No entanto, todos relataram que a criança fala pouco ou ainda não fala. A avaliação audiológica sugere audição normal em todos os sujeitos. 89% ficaram na UTIN por mais de 5 dias e fizeram uso de ventilação extracorpórea (ECMO), 78% tiveram hiperbilirrubinemia com exsanguíneo transfusão, 67% fizeram uso de ototóxicos por mais de 5 dias, 22% tiveram a preocupação dos pais com o desenvolvimento da criança, da audição, da fala ou linguagem, 22% tiveram toxoplasmose e 11% meningite. Na Audiometria de observação comportamental (BOA), 89% apresentaram distúrbio do desenvolvimento das habilidades auditivas, sendo observada apenas localização ao som na direção lateral e indireta para baixo, como também apenas comandos verbais de nível I, em todos os sujeitos. Considerações finais: O estudo sugere que os cuidadores identificam mais facilmente as alterações de linguagem do que as auditivas, principalmente no que se refere ao desenvolvimento das habilidades de localização sonora. Observou-se alteração das habilidades auditivas em todos os pacientes, os quais os cuidadores relataram alteração de linguagem. Sugere-se que no monitoramento auditivo haja avaliação não apenas da acuidade, mas também das habilidades auditivas, as quais sinalizam sobre o desenvolvimento neurofisiológico do sistema auditivo, o qual tem implicação na linguagem. Ressalta-se a importância de orientar aos cuidadores sobre a relação audição/linguagem enfatizando a necessidade ou continuidade de um monitoramento auditivo quando houver a preocupação na aquisição ou desenvolvimento da linguagem.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1489
ISSN 1983-1793X
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PERCEPÇÃO DOS DISCENTES SOBRE O USO DO BOOK CREATOR NO ESTUDO DA AUDIOLOGIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Santana, Y. B ; Barreto, J. S. ; Albuquerque, A. G. D. R. ; Araújo. E. S. ;

Introdução: No âmbito educacional, estratégias interativas e recursos tecnológicos estão sendo frequentemente explorados como metodologias para o aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, a utilização de plataformas como o Book Creator, pode ser uma estratégia facilitadora para a aquisição do conhecimento na área da audiologia, ao tornar o ensino mais atrativo. Além disso, implica em maior motivação e autonomia no aprendizado e colabora para compreensão dos conteúdos de forma eficaz. Objetivos: Descrever a percepção dos discentes com a experiência de utilizar o Book Creator para a construção de um material virtual de estudos na área da audiologia. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência descritivo em relação à utilização do Book Creator como uma ferramenta interativa em audiologia. O material virtual, denominado “Guia de Bolso”, foi desenvolvido em 2024.2 por 12 discentes matriculados em um estágio clínico supervisionado em audiologia do curso de Fonoaudiologia de uma universidade pública. A docente responsável em conjunto com duas monitoras e uma pós-graduanda em docência assistida, planejaram previamente os conteúdos e as orientações para construção do livro. Com o intuito de auxiliar nos atendimentos clínicos e fornecer conteúdo complementar aos casos atendidos, o material foi construído com os seguintes temas: procedimentos da avaliação audiológica básica, incluindo desde a entrevista fonoaudiológica e meatoscopia, até o mascaramento clínico; patologias que causam perdas auditivas do tipo condutiva; principais etiologias da perda auditiva sensorioneural e, curiosidades em audiologia. Os discentes ficaram responsáveis em produzir o material com o auxílio de referências bibliográficas e de ferramentas de inteligência artificial. Salienta-se que os materiais produzidos foram corrigidos semanalmente pela docente responsável e pós-graduanda em docência assistida. Ao final da disciplina, investigou-se a percepção dos discentes, via Google Forms, para avaliar a contribuição deste recurso para o processo de aprendizagem. Por meio da escala Likert, foi atribuída uma nota de 0 a 4, em que 0 correspondeu a “discordo totalmente” e 4 “concordo totalmente”, e, uma escala 0 a 10 referente à contribuição da ferramenta para a aquisição do conhecimento. Além disso, foi disponibilizado um espaço aberto para comentários. Resultados: O Book Creator é uma plataforma digital interativa que permite criar livros eletrônicos personalizados de forma simples e criativa (bookcreator.com), com opção de conta gratuita com seus recursos básicos. Todos os alunos matriculados participaram efetivamente da proposta, elaboraram os conteúdos com embasamento científico, utilizaram recursos visuais diversos e responderam o formulário (n=12), sendo evidente a percepção de relevância do material, já que 58,3% dos discentes concordaram totalmente e 41,7% concordaram parcialmente. Em relação à contribuição dessa ferramenta para os estudos, as respostas variaram entre as notas 8 (66,7%), 9 (8,3%) e 10 (25%). Na percepção dos alunos “ A utilização do book creator auxilia na memorização e consolidação das informações”. Conclusão: A utilização da ferramenta Book Creator como metodologia ativa mostrou-se como um recurso facilitador para o processo de aprendizagem na área da audiologia, ao promover maior engajamento dos discentes e favorecer a construção do conhecimento de forma dinâmica e interativa.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1613
ISSN 1983-1793X
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PERCEPÇÃO FONOLÓGICA E INFLUÊNCIA DO RUÍDO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE NOVAS PALAVRAS EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Pimentel, C. B. ; Chiossi, J. ; Reis, A. C. M. B. ;

Introdução: A presença da deficiência auditiva pré-lingual em crianças pode trazer consequências na aquisição e desenvolvimento da linguagem. A aquisição de novas palavras pode ser influenciada por diversos fatores e contextos em que a criança está inserida desde o seu nascimento. No caso de indivíduos com deficiência auditiva pré lingual sabe-se que caminhos alternativos podem estar dificultados para a compreensão ou aquisição de novo vocabulário, como utilizar o fechamento auditivo ou mesmo o contexto para criar conexões com o vocabulário pré-existente, tornando-se um desafio adquirir novas informações. Este processo pode ainda ser mais desafiador devido à presença de ruídos competitivos no ambiente, reduzindo o efeito benéfico do contexto e o acesso a pistas auditivas da nova palavra. Objetivo: investigar o papel da percepção fonológica no processo de aprendizagem de novas palavras em crianças com deficiência auditiva em idade escolar e a influência do ruído competitivo neste processo. Metodologia: Estudo aprovado pelo comitê de ética, no CAAE 60191422.8.0000.5440. Consiste em um estudo observacional de delineamento analítico, prospectivo, transversal, com amostra de conveniência. Participaram da pesquisa 12 crianças, de ambos os sexos, com idade entre 7 e 15 anos. Foram realizados teste de detecção, discriminação e reconhecimento auditivo de palavras e testes de aprendizagem de novas palavras (pseudopalavras), sendo que nas duas últimas avaliações também foi realizada a medida esforço auditivo, com e sem a presença de ruído competitivo. Nestas, foram elaboradas listas de frases contendo ou não pseudopalavras, onde o participante deveria identificar a presença ou não das mesmas. E na segunda, cada pseudopalavra tem sua correspondência em figura, sendo a figura não representativa de uma existente. Todas as figuras são do Adobe Stock, licenciadas Chiossi, Licença Padrão gratuita e disponibilizadas pela colaboradora para esta pesquisa. O registro de acerto ou erro de associação à figura correspondente foi por meio de um programa computadorizado, concomitante à realização da prova. Resultados: Os achados das avaliações subjetiva, por meio percepção da própria criança e uso da escala visual analógica, e objetiva, com o uso do exame de pupilometria (Pupil Core® (Pupil Labs GmbH, Germany), o qual realiza medições das alterações de diâmetro da pupila durante a realização de uma tarefa, demonstraram um aumento do esforço auditivo concomitante ao aumento da dificuldade da prova, concordando também com os valores de dificuldade fornecidos pelos participantes, inclusive relacionado à percepção fonológica. Não foi observada relação entre o tempo de uso do implante com o desempenho nas provas, porém o fator atenção auditiva foi um parâmetro influenciador importante durante a realização dos testes. Conclusão: A presença do ruído competitivo bem como as características fonológicas das palavras são fatores que estão relacionados ao aumento da dificuldade da tarefa e da aprendizagem, interferindo no desempenho dos participantes. Exames que mensuram a quantidade de recursos cognitivos necessários para a realização da tarefa podem contribuir para a compreensão e ajustes do processo de reabilitação de crianças com distúrbios de audição.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1440
ISSN 1983-1793X
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PERDA AUDITIVA EM ESCOLARES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA COM METANÁLISE
Torres, L. R. L. ; Silva, J. N ; Cruz, J. G. O ; Andrade. A. M. ;

Introdução: A perda auditiva é uma das deficiências mais incapacitantes para o convívio social, comunicação interpessoal, a linguagem e atividades diárias de aprendizagem, resultando em consequências psicológicas e de desenvolvimento para crianças. A OMS em 2023, estimou que 34 milhões de crianças apresentem surdez ou perda auditiva, sendo que 60% dessas alterações, são de causas evitáveis. Identificar precocemente possíveis danos auditivos em crianças, através de um diagnóstico auditivo completo, permite intervenções cruciais durante o período fundamental de estímulo da linguagem e da audição. Objetivo: Estimar a prevalência da perda auditiva nas crianças em idade escolar de 4 a 12 anos. Metodologia: A busca por registros ocorreu até setembro de 2024, considerando as fontes MEDLINE via Pubmed, Scielo e Lilacs via Biblioteca Virtual de Saúde, Scopus, Web of Science e Pró-quest. Os descritores foram selecionados no vocabulário controlado Medical Subject Headings e conjugados com os operadores booleanos OR e AND. A seleção dos estudos foi realizada em duas etapas, triagem de títulos e resumos e texto completo, por dois pesquisadores de forma independente, conforme os seguintes critérios de elegibilidade: crianças de 4 a 12 anos; avaliação da audição realizada pelo exame de audiometria tonal. Os desacordos foram resolvidos por um terceiro avaliador. A qualidade metodológica dos estudos foi realizada por meio da ferramenta de estudo transversal do Instituto Joanna Briggs. Metanálise de prevalência foi conduzida para estimar a medida sumária e intervalo de confiança de 95%, por meio do modelo de efeitos randômicos e técnica de Freeman-Tukey. Ademais, mensurou-se a heterogeneidade estatística por meio do teste I-quadrado através do programa Stata-18. Resultados: 9.681 registros foram identificados, sendo 2.822 duplicados, após leitura de títulos e resumos, obteve-se um número de 75 estudos para a etapa de leitura completa e 7 registros foram selecionados para inclusão. Em relação ao tipo de estudo, todos foram transversais, e diagnosticaram a perda auditiva através de avaliações que obrigatoriamente contemplavam o exame de audiometria tonal, que é considerado padrão ouro, a faixa-etária predominante entre os participantes dos estudos foi de 4 a 12 anos, e as escolas das crianças avaliadas variaram entre públicas e privadas, nenhum dos estudos informou se obteve fonte de financiamento. A prevalência sumária de perda auditiva em crianças na idade escolar foi 13% (IC95%: 7%;21%), com I-quadrado expressando a heterogeneidade estatística de 99,5%. Conclusão: A perda auditiva em escolares, não é um evento raro, dado a sua prevalência maior que 10%, considera-se importante identificar essas alterações para proporcionar o tratamento e as intervenções adequadas e precoces, bem como propor políticas públicas que visem o desenvolvimento adequado de linguagem e aprendizagem.


Palavras-Chave: Perda Auditiva; Crianças; Prevalência.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1435
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1435


PERDA AUDITIVA SÚBITA EM CRIANÇAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Silva, C.D. ; Medeiros, F.J.A ; Gomes, R.C ; Silva, G.V.K ; Fernandes. C.L.L ; Oliveira, L.H.P.G ; Martins.M.L ;

PERDA AUDITIVA SÚBITA EM CRIANÇAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA 

                                                                                                      Ana Júlia Ferreira de Medeiros 

                                                                                                                Cristiane Ribeiro Gomes 

                                                                                                          Dayelle Cavalcante da Silva

                                                                                Gvania Pyetra Honorata Lucena de Oliveira 

                                                                                                 Kethinly Victória Gomes da Silva 

                                                                                                Leticia Luzia Carvalho Fernandes

                                                                                                                   Mariana Lopes Martins


Introdução: A Perda Auditiva Súbita (PAS) em crianças é uma condição rara, mas que pode ocorrer por diversos fatores, como infecções virais, uso de medicamentos ototóxicos, genética, doenças autoimunes, traumas físicos e outros distúrbios, que pode ocorrer de forma repentina e sem explicação aparente. O diagnóstico é realizado por meio de uma série de testes audiológicos, e está intimamente relacionado ao grau de perda auditiva. Os testes utilizados podem ser tanto subjetivos quanto objetivos, que ajudam a avaliar a gravidade da perda e a identificar possíveis causas subjacentes, permitindo tratamento mais eficaz. Objetivo: Analisar a relação da PAS em crianças, através de uma revisão integrativa da literatura. Metodologia: Foram selecionados artigos coletados em seres humanos, do tipo experimentais ou observacionais, sem restrições de idiomas, publicados nas bases PubMed e BVS. A busca foi realizada em dezembro de 2024, utilizando os descritores "Sudden Hearing Loss" OR "Sudden Deafness" AND Children. A busca resultou em 21 artigos lidos na integra, dos quais 11 foram excluídos por não se adequarem aos critérios de inclusão. Após a triagem, 10 foram selecionados e analisados, com foco na PAS das crianças. Resultados: Atualmente, existem poucos estudos sobre PANS em crianças. Como a taxa de incidência é menor do que em adultos, a maioria dos estudos tem uma amostra pequena. Porém, a identificação da PAS requer atenção especial, pois pode ter um impacto negativo na aquisição da linguagem, no desenvolvimento social e no sucesso educacional da criança. Os diferentes diagnósticos influenciarão no prognóstico, como o tipo de curva timpanométrica; a perda auditiva leve com melhor prognóstico e a grave com o pior prognóstico; perdas descendentes de baixa frequência e média a alta frequência com melhor prognóstico, enquanto o tipo de surdez total é o pior. Os resultados também apontaram que a intervenção precoce, especialmente com o uso de corticosteroides, foi associada a taxas mais altas de recuperação auditiva, conforme evidenciado em grande parte dos estudos incluídos. Além disso, observou-se que a presença de zumbido em crianças com perda sensorioneural pode ser um fator positivo para o prognóstico, funcionando como um indicativo de alguma atividade auditiva residual. No entanto, a falta de uniformidade nos protocolos de diagnóstico e tratamento entre os estudos dificulta a comparação direta dos resultados. A análise destacou ainda a necessidade de reabilitação auditiva para minimizar os impactos da perda auditiva no desenvolvimento cognitivo e social, principalmente em crianças com perda severa. Conclusão: A perda auditiva súbita em crianças exige diagnóstico precoce e manejo adequado devido aos impactos no desenvolvimento cognitivo, social e educacional. Intervenções rápidas, como corticosteroides, e estratégias de reabilitação são cruciais. Estudos futuros devem focar em amostras maiores e abordagens terapêuticas mais padronizadas e abrangentes.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1476
ISSN 1983-1793X
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PERDA AUDITIVA SÚBITA NA GESTAÇÃO: RELATO DE CASO
Morselli, B.S. ; Simões, H.O. ;

Introdução:A perda auditiva súbita é uma perda sensorioneural abrupta, a qual seu surgimento pode vir acompanhado de zumbido e tontura. Sua origem é desconhecida, mas pode ter relação com doenças hematológicas, infecciosas, vasculares, neurológicas, viral e autoimune. Objetivos: Relatar uma sequência de avaliações audiológicas durante o período de investigação e tratamento da perda auditiva súbita na gestação, seguida em um hospital terciário. Métodos: Foram realizadas cinco avaliações audiológicas com um intervalo menor que um mês, pesquisadas com técnica descendente bilateralmente nas frequências de 250Hz a 8KHz, diante da média de 500, 1K, 2K e 4K Hz foi classificado a perda auditiva de acordo com a Organização Mundial da Saúde de 2014. Ademais, foi realizado a logoaudiometria e a imitanciometria analisando a timpanometria na frequência de 226Hz e os reflexos acústicos testados nas frequências de 500 a 4000 Hz, ipsilateralmente e contralateralmente. Os materiais utilizados foram: audiômetro de dois canais, fone supra aural, vibrador ósseo e imitanciômetro. Resultados: A paciente apresentou queixa de hipoacusia e zumbido na orelha esquerda, além de tontura com sensação de mal estar, náusea, vômito e vertigem quando se levantava da cama há cinco dias antes da primeira avaliação audiológica. A equipe multidisciplinar realizou uma bateria de exames físicos e de imagem para encontrar a causa da perda auditiva, mas como não achou a etiologia há hipótese diagnóstica foi perda auditiva súbita idiopática. No primeiro exame realizado os limiares da orelha direita estavam dentro dos padrões de normalidade e os da orelha esquerda foram classificados como anacusia, a timpanometria apresentou curva tipo A bilateralmente e os reflexos contra e ipsilateral da orelha esquerda estavam ausentes, enquanto os da orelha direita estavam presentes. A equipe decidiu fazer o tratamento com “prednisona” e “metildopa”. Após 21 dias da primeira avaliação e com o uso de medicamentos, foi realizada uma nova audiometria, ela comprovou a eficácia dos medicamentos, visto que os limiares da orelha esquerda subiram, o qual o menor foi 65 dB e o maior 90 dB, sendo assim classificada como perda auditiva sensorioneural severa, os reflexos acústicos começaram a aparecer em 500 Hz e 1 KHz ipsilateralmente na orelha esquerda. As outras três avaliações mostraram estabilidade na perda auditiva, porém os limiares melhoraram 5 dB ou permaneciam os mesmos. Já os reflexos mudaram em cada exame, sendo que ora estava presente, ora ausente. Conclusão: Embora sem causa encontrada para a perda auditiva súbita, as avaliações audiológicas foram de suma importância para acompanhar quantitativamente a melhora dos limiares auditivos. Sendo assim, é fundamental mensurar quantitativamente a evolução auditiva dos pacientes para analisar cuidadosamente se o tratamento escolhido está realmente trazendo benefícios ao paciente.


DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1407
ISSN 1983-1793X
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PERFIL AUDIOLÓGICO DE INDIVÍDUOS COM ZUMBIDO ATENDIDOS EM UM PROJETO DE EXTENSÃO
Caetano, E. D. ; Braz, C. H. ; Vieira, L. D. ; Silva, B. W. M. ; Silveira, G. S. ; Silva, D. P. C. ; Roggia, S. M. ;

Introdução: Exames audiológicos em pessoas com zumbido podem auxiliar na identificação da causa, determinação da gravidade e do impacto na vida cotidiana, ajuste de tratamento e monitoramento, sendo crucial para um cuidado mais personalizado e eficaz. Objetivo: Analisar o perfil audiológico de indivíduos avaliados em um projeto de extensão que atende pessoas sem queixas auditivas, mas que relataram a presença de zumbido durante a anamnese. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal (comitê de ética 46189021.2.0000.0121). Grupo de estudo composto por indivíduos que relataram zumbido uni ou bilateralmente, atendidos nos anos de 2018 a 2024. Realizou-se Audiometria Tonal Liminar (ATL), Logoaudiometria, Audiometria de Altas Frequências (AAF), Timpanometria, Emissões Otoacústicas Evocadas por Estímulo Transiente (EOAT) e Produto de Distorção (EOAPD) e Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE). Nem todos os indivíduos realizaram todas essas avaliações, assim, o número de sujeitos variou na dependência do exame realizado. Os resultados foram analisados mediante análise estatística descritiva. Resultados: Dos 417 indivíduos avaliados no projeto, 117 (28,06%) referiram presença de zumbido uni ou bilateral. As idades variaram de 14 a 58 anos (x̄ 27,84 anos), sendo 74 feminino e 43 masculino. Dos 111 indivíduos que realizaram ATL, 32,41% apresentaram Perda Auditiva (PA) de grau leve a moderada em pelo menos uma frequência na orelha direita (OD) e 30,63% na orelha esquerda (OE). A frequência com maior ocorrência de PA na OD foi a de 8000 Hz (10,81% perda leve e 0,9% perda moderada) e na OE a de 6000 Hz (8,11% perda leve). Na logoaudiometria 100% dos indivíduos apresentaram resultados normais. A AAF, realizada em 105 indivíduos, apresentou alterações em todas as frequências testadas, sendo 16000 Hz a que apresentou maior ocorrência (OD 5.71% e OE 2,86%). Na timpanometria, 7,5% dos 106 indivíduos apresentaram curvas alteradas: 2,25% Ad, 3,0% Ar e 2,25% C. Nas EOAT, pesquisadas em 51 indivíduos, foram constatadas alterações em todas as bandas de frequências testadas, sendo 4000 Hz a que demonstrou maior número de alterações (23,33% bilateralmente). As EOAPD foram pesquisadas em 51 indivíduos, com alterações em pelo menos uma orelha em todas as frequências testadas. A frequência com maior ocorrência de alterações foi a de 6000 Hz tanto na OD como na OE. No PEATE, dos 55 indivíduos avaliados, constatou-se atraso na latência na onda I (OD 3,63% e OE 5,45%), da onda III (OD 1,81% e OE 9,09%) e da onda V (OD 9,09% e OE 7,27%), bem como aumentos dos intervalos interpicos I-III (OD 5,45% e OE 3,63%), III-V (OD e OE 1,81%) e no interpicos I-V (OD 3,63% e OE 1,81%). Conclusões: A presença de resultados alterados na maioria das avaliações realizadas salienta a importância de realizar avaliações audiológicas em pacientes com zumbido.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1584
ISSN 1983-1793X
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PERFIL AUDIOLÓGICO E SINTOMAS AUDITIVOS E EXTRA-AUDITIVOS EM TRABALHADORES DE UMA COOPERATIVA DE RECICLAGEM DO MUNICÍPIO DE CAJAZEIRAS - PB
Silva, W. C. M. A. ; Sousa, R. N. P. ; Lucena, K. C. O. ; Santos, M. M. ; Freitas, I. C. ; Santos, A. B. O. ; Silva, I. K. L. B. ; Paiva, M. A. A. ;

INTRODUÇÃO: O ruído é um dos principais fatores de risco à saúde auditiva no ambiente de trabalho, sendo capaz de causar perda auditiva e afetar outros sistemas do corpo, gerando sintomas auditivos e extra-auditivos. Nesse contexto, a Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional (PAIRO), principal causa de perda auditiva sensorioneural em adultos, está diretamente relacionada à exposição prolongada a níveis elevados de pressão sonora. Assim, medidas preventivas, como o uso de protetores auriculares e o monitoramento audiológico, são essenciais para a proteção da saúde auditiva.
OBJETIVO: Analisar o perfil audiológico e a presença de sintomas auditivos e extra-auditivos em trabalhadores de uma cooperativa de reciclagem no município de Cajazeiras, PB.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer nº6.019.294. O estudo foi realizado na clínica-escola de Fonoaudiologia de uma instituição de ensino superior, envolvendo trabalhadores de uma cooperativa de reciclagem do município de Cajazeiras. Foram realizados os seguintes procedimentos: anamnese audiológica, aplicação do Protocolo de Impacto do Ruído na Saúde Auditiva do Trabalhador(SANTOS; ANDRADE; SOARES, 2016), meatoscopia, imitanciometria, audiometria tonal e logoaudiometria.
RESULTADOS: A amostra foi composta por sete trabalhadores expostos ao ruído, com idade média de 33,5 anos. A maioria dos participantes (85%, n=6) possuía entre 1 e 2 anos de exposição ao ruído, e todos utilizavam protetores auriculares. Na anamnese, 42,9% dos participantes relataram dificuldades na colocação dos protetores.
Quanto às queixas auditivas, as mais frequentes foram: zumbido (71,4%, n=5), sensação de ouvido abafado (71,4%, n=5), desconforto a sons intensos (71,4%, n=5) e dificuldade na compreensão da fala (85,8%, n=6). As queixas extra-auditivas mais prevalentes incluíram: tontura (85,8%, n=6), vertigem (71,4%, n=5), enjoo (71,4%, n=5), irritabilidade (100%, n=7), sensação de mente cansada (100%, n=7), dor de cabeça (85,8%, n=6) e ansiedade (100%, n=7).
Na avaliação audiométrica, apenas um participante apresentou perda auditiva sensorioneural de grau leve, enquanto os demais apresentaram limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade. Na logoaudiometria, nenhum participante apresentou dificuldade na compreensão de fala. Quanto à imitanciometria, 71,4% (n=5) dos participantes apresentaram curva timpanométrica do tipo A, indicando normalidade, enquanto 28,6% (n=2) apresentaram curva do tipo Ar, sugerindo baixa mobilidade do sistema tímpano-ossicular.
A perda auditiva identificada apresentou características compatíveis com a PAIRO, incluindo alterações nas frequências de 3, 4 e 6 kHz, típicas da exposição prolongada ao ruído. Esses resultados sugerem que, mesmo com poucos anos de exposição, o ruído ocupacional já pode causar danos auditivos significativos.
CONCLUSÃO: Apesar do curto tempo de exposição ao ruído, as alterações audiométricas observadas indicam uma perda auditiva induzida por ruído. Embora o grau da perda auditiva seja leve, os achados podem estar relacionados ao uso inadequado ou à falta de efetividade do equipamento de proteção individual (plug) e ao cuidado insuficiente com a saúde auditiva. Ademais, todos os participantes relataram queixas auditivas e extra-auditivas, como zumbido, dificuldade na compreensão da fala, tontura e ansiedade. Esses resultados reforçam a importância de implementar medidas preventivas eficazes para proteger a saúde auditiva e geral dos trabalhadores expostos ao ruído ocupacional.



DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1586
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1586


PERFIL AUDIOLÓGICO EM ADULTOS E IDOSOS COM E SEM DIABETES MELLITUS TIPO 2
De Souza, Y. P. ; Guesser, V. M. ; Silva, L. A. F. ; Samelli, A. G. ;

INTRODUÇÃO: Diabetes mellitus (DM) é uma das doenças metabólicas mais prevalente na população mundial e é caracterizada pela deficiência na produção, secreção e/ou ação da insulina, resultando em hiperglicemia crônica e complicações sistêmicas. Envolve fatores genéticos, metabólicos, sociais, psicológicos e ambientais. A hiperglicemia crônica resulta em macro- e micro-angiopatia, com impacto em múltiplos órgãos, como o sistema auditivo, principalmente naqueles que não dependem do transportador de glicose 4, aumentando as chances do desenvolvimento de perda auditiva. OBJETIVO: Investigar o perfil audiométrico e logoaudiométrico de indivíduos adultos e idosos com e sem DM tipo 2 (DM2) autorrelatada. METODOLOGIA: A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, sob número CAAE 15171019.7.0000.0065. Trata-se de um estudo transversal com dados de 556 adultos e idosos, coletados entre 2022 e 2024. Destes, 251 participantes com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica foram excluídos, com o objetivo de minimizar as variáveis de confusão, totalizando 305 participantes (168 mulheres e 137 homens), com idades entre 47 e 88 anos (média de 61,9 anos ± 8,74). A DM2 foi autorrelatada pelo indivíduo a partir de diagnóstico prévio realizado por um médico e/ou uso de medicações para tratamento de DM2. A perda auditiva foi definida pela presença de limiares auditivos na audiometria de tom puro por via aérea ≥ 25 dB em pelo menos uma frequência testada (de 250 Hz a 8000 Hz). A logoaudiometria foi composta pelo Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) e pelo Índice Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF). A análise estatística foi realizada por meio do teste ANOVA de medidas repetidas e pelo teste post hoc de Bonferroni. Foi considerado o nível de significância de 5%. RESULTADOS: Dos 305 participantes, 13,8% relataram ter DM2. Para os limiares auditivos na audiometria de tom puro por via aérea, não houve diferenças estatisticamente significantes quando comparados os indivíduos com e sem DM2, porém, tanto para a orelha direita quanto para a esquerda, houve diferenças significantes entre as frequências de 250, 500, 1000 e 2000 Hz em relação às frequências de 3000, 4000, 6000 e 8000 Hz, entre a frequência de 3000 Hz em relação à 4000, 6000 e 8000 Hz e entre a frequência de 4000 Hz em relação à 6000 e 8000 Hz em ambas as orelhas, com limiares mais elevados para as frequências altas em ambos os grupos. Além disso, houve diferença estatisticamente significante entre a frequência de 1000 e 2000 Hz apenas para a orelha esquerda. Da mesma forma, para a logoaudiometria não houve diferença estatisticamente significante entre os indivíduos com ou sem DM2 para o LRF (p=0,556) e para o IPRF (p=0,531). CONCLUSÃO: Nossos achados não mostraram diferenças em relação ao perfil audiométrico ou logoaudiométrico entre os grupos com e sem DM2 autorrelatada. No entanto, para ambos os grupos, os limiares auditivos mais elevados foram verificados nas frequências altas, o que sugere influência da idade, uma vez que ambos os grupos são compostos por adultos e idosos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1405
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1405


PERFIL AUDITIVO DAS CRIANÇAS DE 0 A 2 ANOS ATENDIDAS EM UM AMBULATÓRIO DE FOLLOW-UP
Gonçalves, J. C. ; Buriti, A. K. L. ;

Introdução: Os programas de saúde auditiva infantil tem por objetivo detectar precocemente a perda auditiva, sendo capaz de minimizar os atrasos no desenvolvimento da linguagem oral. A lei Federal nº 12.303/ 2010 tornou obrigatoriedade o rastreamento para a detecção da perda auditiva com a realização do exame de Emissões Otoacústicas Evocadas em ambiente hospitalar de maneira gratuita até o primeiro mês de vida, o que garante um diagnóstico e intervenção sem maiores agravos ao lactente. Objetivo: Traçar o perfil auditivo das crianças de 0 a 2 anos atendidas em um ambulatório de follow-up. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética sob parecer nº 7.314.777. Foram selecionados 326 prontuários de crianças atendidas de fevereiro de 2023 a setembro de 2024 em um ambulatório de follow-up de um hospital público, os quais foram incluídos 315 prontuários e 11 excluídos devido à escassez de informação ou abandono do paciente aos atendimentos no ambulatório. Os dados coletados foram analisados de acordo com fluxograma das diretrizes de atenção da triagem auditiva neonatal do Ministério da Saúde, e após, tabulados em uma planilha excel e analisados quantitativamente. Resultados: Dos 315 prontuários analisados, observou-se que 258 crianças realizaram e passaram bilateralmente na triagem auditiva neonatal, desses, 68,3% apresentavam indicadores de risco para deficiência auditiva e foram encaminhados para o exame do Potencial Evocado Auditivo do tronco encefálico, o qual apenas 17,5% realizaram o exame, em que, 7,3% obtiveram resultados alterados. Para as 35 crianças que falharam em pelo menos uma orelha na triagem auditiva neonatal, apenas 28,6% apresentaram alteração no Potencial Evocado Auditivo do tronco encefálico e 48,6% não realizaram o exame. Todas as crianças que falharam na triagem e tiveram resultado alterado com ou sem indicador de risco, foram encaminhadas para o diagnóstico clínico em serviços de referência, porém, não foi realizado o exame para determinar a possível perda auditiva. Destacou-se ainda a relação entre o resultado e o tempo do monitoramento auditivo, que constatou uma média de aproximadamente 10 meses, demonstrando um tempo muito elevado para o diagnóstico auditivo. O estudo demonstra uma vulnerabilidade da saúde auditiva nesta população devido a falta de serviços de assistência para atender a demanda do hospital. Conclusão: Observou-se que a maioria das crianças acompanhadas no ambulatório de follow-up não realizaram um monitoramento auditivo adequadamente, principalmente aqueles com falha no resultado e com presença de indicadores de risco, podendo gerar repercussão negativa no desenvolvimento da linguagem oral. Sugere-se uma implementação de um programa de triagem auditiva neonatal efetivo com envolvimento multidisciplinar e de gerência hospitalar, para efetivar a triagem auditiva dos neonatos nascido na maternidade desse complexo hospitalar, e evitar o descaso do Sistema Único de Saúde ao programa de saúde auditiva.
Descritores: Audição; criança, perda auditiva; aquisição da linguagem; Sistema Único de Saúde.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1459
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1459


PERFIL DA ASSISTÊNCIA AUDITIVA PÚBLICA NO ESTADO DA PARAÍBA: UMA ANÁLISE DOS SERVIÇOS OFERECIDOS À POPULAÇÃO
Azevedo, Y. N. M. ; Soares, E. M. ; Alburquerque, K. M. F. ; Araújo, M. J. C. L. V. ; Rocha, K. P ; Oliveira, A. D. M. C. ; Lima, H. R. M. O. M. ; Lucena, B. T. L. ; Rocha, D. S. C. G. ; Andrade, W. T. L. ;

Introdução: Estima-se que mais de 10 milhões de brasileiros apresentem algum grau de deficiência auditiva (DA), sendo que 2,7 milhões possuem surdez profunda. A cada mil crianças nascidas no Brasil, cerca de três a cinco já nascem com DA. A ausência de tratamento adequado pode impactar negativamente a vida dos indivíduos, prejudicando o desenvolvimento da linguagem, a educação e a sua integração social. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) desempenha um papel fundamental na oferta de serviços de saúde auditiva, proporcionando diagnóstico, tratamento e reabilitação, o que inclui a adaptação de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI). Objetivo: Analisar a assistência auditiva pública no estado da Paraíba, considerando os serviços disponíveis. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo descritivo. Os dados foram coletados a partir de documentos oficiais, relatórios de saúde e dados epidemiológicos fornecidos por instituições de saúde pública e órgãos de gestão, como a Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba e o Ministério da Saúde. Os dados coletados incluíram o número de serviços habilitados na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD), sua distribuição geográfica, tipos de reabilitação oferecidos e a capacidade de atendimento. Resultados: O estado da Paraíba possui 13 Centros Especializados em Reabilitação (CER) credenciados na RCPD, sendo oito CER II (João Pessoa com dois centros habilitados, Conde, Araruna, Monteiro, Patos, Piancó e Catolé do Rocha) dois CER III (Guarabira e Princesa Isabel) e três CER IV (João Pessoa, Campina Grande e Sousa). Desses, apenas cinco possuem a modalidade auditiva: Conde e Araruna (CER II) e os três CER IV. Entre esses, apenas o CER II de Araruna e os CER IV de João Pessoa e Sousa realizam adaptação de AASI. Destaque-se que os três serviços se localizam em mesorregiões distintas do estado: Mata Paraibana (João Pessoa), Agreste (Araruna) e Sertão (Sousa). Além disso, a cidade de Campina Grande conta com um convênio municipal com uma instituição privada, que realiza adaptação de AASI, no entanto, atende apenas a sua demanda local (municipal) e não regional. O estado da Paraíba não dispõe ainda de centros habilitados pelo SUS para cirurgias de implante coclear (IC), diferente dos estados da BA, PE, PI, CE, MA e RN que possuem centros habilitados para IC na Região Nordeste. Conclusão: A análise da assistência auditiva pública no estado da Paraíba evidencia importante oferta de serviços de reabilitação auditiva pelo SUS, contudo, observam-se desafios estruturais e operacionais que comprometem a equidade no acesso. A existência de 13 CER, com apenas cinco atuando na modalidade auditiva, reflete a necessidade de maior descentralização e ampliação do atendimento especializado, sobretudo em regiões menos favorecidas. A carência de serviços de adaptação de AASI (reabilitação auditiva) e a inexistência de serviços públicos de IC na Paraíba indicam a necessidade de investimentos adicionais em alta complexidade e na capacitação de profissionais.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1566
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1566


PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO OCUPACIONAL NO BRASIL E NO DISTRITO FEDERAL: ANÁLISE DE DEZ ANOS DE DADOS
Jesus, B.S.A. ; Bastos, G.S. ; Lentine, I.M.M. ; Oliveira, T.C.G. ;

INTRODUÇÃO: A Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional (PAIRO) está entre os agravos relacionados ao trabalho de notificação compulsória, conforme a Portaria GM/MS nº 5.201, de 15 de agosto de 2024. Essa comunicação às autoridades sanitárias é de responsabilidade de profissionais e gestores de saúde, públicos ou privados, e abastece o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) com informações sobre a morbimortalidade de trabalhadores expostos a riscos ocupacionais. Contudo, a escassez de notificações de PAIRO favorece a invisibilidade do agravo para as autoridades e dificulta a construção de políticas públicas eficazes na prevenção e promoção à saúde auditiva. OBJETIVO: Descrever os dados epidemiológicos quanto a PAIRO no Brasil e no Distrito Federal (DF), de 2014 a 2023. METODOLOGIA: Os dados foram coletados no sistema TabNet/DATASUS, tabulador de domínio público que permite a consulta e extração rápidas de dados do Sistema Único de Saúde, abrangendo os anos de 2014 a 2023, por Região e Unidade da Federação (UF) notificadoras. RESULTADOS: O Brasil registrou 7.451 notificações de PAIRO, no período avaliado, sendo 2016 o ano com mais notificações (1.216 casos) e os estados mais notificadores: São Paulo (28,8%), Rio Grande do Sul (14,8%), Goiás (13,8%), Mato Grosso do Sul (9,6%) e Minas Gerais (9,4%), nessa ordem; o que refletiu nas regiões mais notificadoras: Sudeste (41,7%) e Centro-Oeste (31,6%). Quanto ao Distrito Federal, foram 609 notificações, representando 8,2% do total do país e 2023 o ano com mais notificações, 118 no total. Ao observar o perfil epidemiológico da PAIRO, encontrou-se que, das ocupações com mais notificações, os motoristas profissionais ocupam o primeiro lugar no Brasil com 737 casos (9,9%) seguidos de pedreiros (551; 7,4%) e alimentadores de linha de produção (374; 5%); nesse quesito, o DF se assemelha ao cenário nacional, uma vez que os motoristas representam a ocupação com mais notificações (89; 13,5%), porém acompanhados de cirurgiões dentistas (56 casos; 9,2%) e agentes de trânsito (43; 7,1%). Também é notável que, em geral, homens (88,3%) na faixa etária de 50 a 59 anos (32%) formam a maioria dos casos notificados, mesma tendência seguida pelo DF (76,5% e 37,4%, respectivamente). Contudo, o preenchimento incompleto da ficha de notificação impede a visualização do panorama real do agravo, uma vez que, por exemplo, 5.127 notificações não apresentaram o campo Atividade Econômica preenchido, inviabilizando a identificação dos setores econômicos que mais adoecem trabalhadores no país. CONCLUSÃO: Os resultados da pesquisa reforçam a importância do fonoaudiólogo na vigilância de doenças e agravos, uma vez que a subnotificação da PAIRO revela uma lacuna significativa na proteção da saúde dos trabalhadores brasileiros. Para mudar esse cenário, é fundamental investir na capacitação dos profissionais de saúde, implementar sistemas de notificação mais eficientes e estimular a integração entre serviços de saúde, empresas e órgãos de fiscalização. Além disso, é preciso ampliar o debate sobre a importância da saúde do trabalhador e promover a implementação de políticas públicas que visem à prevenção de doenças ocupacionais e à promoção da saúde no trabalho.
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Página(s): p.1618
ISSN 1983-1793X
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PERFIL OTONEUROLÓGICO EM PACIENTES VERTIGINOSOS
Azevedo, A. S. ; Ubrig, M. T. ; Queija, D. S. ; Araujo, V. A. F. ;

Introdução: a otoneurologia é a área responsável pelo estudo e avaliação do equilíbrio corporal, oferecendo métodos para avaliar a função vestibular e auxiliar no diagnóstico das disfunções associadas. Cerca de 85% dos casos de tontura e vertigem têm origem no sistema vestibular, que pode apresentar disfunções periféricas ou centrais. As disfunções vestibulares periféricas envolvem alterações na orelha interna ou no nervo vestibular, enquanto as disfunções centrais decorrem de alterações nas conexões entre o sistema vestibular e o sistema nervoso central. Objetivo: traçar o perfil otoneurológico dos pacientes vertiginosos atendidos em uma clínica escola. Metodologia: trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa realizada durante o estágio supervisionado em Otoneurologia dos alunos do quarto ano de graduação em Fonoaudiologia. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob o parecer nº 6.862.638. Foram avaliados 25 indivíduos, de ambos os gêneros, com idades entre 20 e 89 anos, no período de maio a setembro de 2024. Os participantes foram submetidos a uma avaliação abrangente, que incluiu anamnese detalhada, exames audiológicos, avaliação vestibular por vectoeletronistagmografia (VENG) e aplicação do questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI) brasileiro realizados na clínica. A realização da VENG exigiu o cumprimento de orientações específicas, como suspensão de medicamentos não vitais por 48 horas e restrições alimentares, cosméticas e a não utilização de lentes de contato antes do exame. Resultados: dos 25 pacientes avaliados, 22 eram do gênero feminino (88%), enquanto 3 (12%) eram do gênero masculino e a mediana de idade foi de 59 anos, com média de 56,6 ±16,0 anos. Os exames audiométricos mostraram que 72% dos pacientes apresentaram limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, enquanto 28% tinham perda auditiva neurossensorial de grau leve a moderado. A imitanciometria indicou predominância de curva tipo A em 60% dos casos. A avaliação vestibular por VENG revelou alterações periféricas em 68% dos pacientes, com predomínio de disfunção vestibular (32%) e hipofunção unilateral (24%). Alterações centrais foram observadas em 4% dos casos. O DHI apontou impacto moderado na qualidade de vida em 44% dos pacientes e severo em 36%, com destaque para os aspectos funcionais e emocionais. Conclusões: o estudo demonstrou alta prevalência de alterações vestibulares periféricas em pacientes vertiginosos, predominantemente em mulheres e idosos, com significativo impacto na qualidade de vida, especialmente nos aspectos funcional e emocional. Esses resultados reforçam a importância de avaliações otoneurológicas abrangentes, utilizando ferramentas como a VENG e o DHI, e evidenciam a necessidade de intervenções terapêuticas integradas, incluindo a reabilitação vestibular e um olhar mais abrangente ao paciente para as questões emocionais, a fim de melhorar o equilíbrio e a funcionalidade dos indivíduos.
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Página(s): p.1638
ISSN 1983-1793X
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PERFIL SOCIOECONÔMICO DAS FAMÍLIAS DE BEBÊS COM RISCO DE PERDA AUDITIVA ATENDIDAS POR TELECONSULTA EM UM AMBULATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Galdino, T.F.L. ; Ferreira, J.V.M. ; Nascimento, G.F.F. ; Pimentel, M.C.R. ; Silva, S.S. ; Brazorotto, J.S. ; Araujo, A.D.S.N. ; Balen, S.A. ;

Introdução: A saúde digital tem transformado o cuidado em saúde, otimizando o acesso à população e os fluxos de trabalho dos profissionais de saúde. Nessa perspectiva, a teleconsulta tem sido uma importante ferramenta para melhorar a adesão no acompanhamento contínuo de bebês e suas famílias, possibilitando um monitoramento mais frequente e orientações oportunas para o desenvolvimento de bebês em situação de risco para a perda auditiva e outras alterações do neurodesenvolvimento. Objetivo: Caracterizar o perfil de famílias atendidas via teleconsultas em um ambulatório de desenvolvimento infantil com ênfase na saúde auditiva. Metodologia: Trata-se de um estudo de caráter descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer 5.389.138. Foram realizadas 26 teleconsultas no período de maio a dezembro de 2024. As teleconsultas foram realizadas por meio de um sistema de Teleconsulta de um Núcleo de Telessaúde vinculado ao Ministério da Saúde. Para a determinação do perfil socioeconômico dos participantes, foi aplicado o instrumento desenvolvido pela Associação Brasileira de Empresas e Pesquisa (ABEP), no qual foram colhidas informações sobre o nível de instrução do provedor principal da residência, características da moradia e média da renda familiar. Para a classificação e caracterização dos participantes, foi utilizado como parâmetro a referência a estabelecida pelo ABEP, a partir das pontuações determinadas no Corte do Critérios Brasil, sendo eles: classe A (45-100 pontos), classe B1 (38-44 pontos), B2 (29-37 pontos), C1 (23-28 pontos), C2 (17-22 pontos) e classe D (0-16 pontos). Resultados: Das 26 teleconsultas realizadas, seis foram excluídas pois não responderam o ABEP. Sendo assim, 20 famílias participaram da análise descritiva, no qual 13 (65%) pertenciam a classe D, cinco a classe C2 (25%), um a classe C1 e um a classe B2 (5% respectivamente). Desta forma, pode-se observar que a maioria das famílias atendidas via teleconsulta pertenceu a classes sociais de menor renda, evidenciando que o serviço tem sido capaz de atender um público socioeconomicamente mais vulnerável. Dos 20 respondentes, todas eram do sexo feminino e a média de idade foi de 25,61 anos. O nível de instrução do provedor da família foi respectivamente de oito (40%) com ensino médio completo, seis (30%) com o fundamental I completo, 5 (25%) com o ensino fundamental completo e apenas 1 (5%) com o ensino superior completo. Quanto ao perfil das mães, 10 (50%) possuem o ensino médio completo e 5 (25%) médio incompleto, enquanto 3 (15%) possuem o ensino fundamental completo. Já as outras duas (10%) possuem, respectivamente, ensino superior incompleto e pós-graduação completa. Conclusão: O estudo evidencia que a teleconsulta pode ser considerada uma ferramenta útil para a acessibilidade das famílias no cuidado em saúde infantil, pois permite à população de diversos níveis socioeconômicos o acompanhamento e monitoramento de suas queixas, além de ser uma estratégia importante para a promoção da saúde. Outro ponto é que pode manter o vínculo entre a família e os profissionais repercutindo sobre a diminuição de faltas nos atendimentos presenciais.
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Página(s): p.1677
ISSN 1983-1793X
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PERSPECTIVAS ATUAIS SOBRE ZUMBIDO NA INFÂNCIA: REVISÃO DE LITERATURA INTEGRATIVA.
Kalks, E.J.P. ; Silva, J.R.A.L ; Dias, F.A.M. ;

Introdução: O zumbido pode ser definido como a percepção de um som na ausência de uma fonte sonora externa. Trata-se de um sintoma auditivo que pode se manifestar de diferentes formas, variando desde um leve incômodo até uma condição extenuante, capaz de impactar significativamente a qualidade de vida do indivíduo. As causas do zumbido são multifatoriais, sendo em sua maioria de origem auditiva, ou para-auditiva (relacionadas com alterações vasculares ou mioclonias). O zumbido pode se manifestar em qualquer faixa etária, sendo que na população pediátrica seu diagnóstico é mais desafiador, devido às dificuldades que as crianças possuem em relatar o que estão sentindo e a incompreensão de que não é normal perceber o zumbido. Os fatores determinantes para o surgimento do zumbido na infância são diversos e incluem alterações anatômicas (como malformações ósseas ou nervosas), perdas auditivas de diferentes etiologias (temporárias ou permanentes), condições metabólicas, entre outros. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo realizar um levantamento bibliográfico sobre o zumbido na infância, com o intuito de identificar quais as evidências científicas mais recentes sobre o tema. Metodologia: Trata-se de uma Revisão de Literatura Integrativa, realizada nas bases de dados PubMed, Portal CAPES e BVS. Os descritores utilizados foram “Zumbido OR Tinido OR Zumbido Pulsátil AND Infância OR Child”. Como filtro foi utilizado o período de publicação de janeiro de 2015 a dezembro de 2024. Resultados: O levantamento bibliográfico realizado nas bases de dados mencionadas revelou uma escassez de estudos sobre o tema, com apenas cinco artigos encontrados que abordam o zumbido na infância. Os artigos indicaram insuficiência no manejo clínico, destacando a importância da conscientização familiar e da adesão às diretrizes clínicas. Os artigos também apontaram que o impacto do zumbido nas crianças pode ser tão significativo como nos adultos, estando associado a dificuldades de sono, baixa concentração escolar, sofrimento emocional, misofonia e tontura. Além disso, pode ser identificado na literatura consultada a importância das diretrizes de boas práticas para adoção de abordagens mais padronizadas e especializadas para o atendimento da população pediátrica, levando-se em consideração que as atividades desempenhadas por uma criança são completamente diferentes das de um adulto, bem como as especificidades para o diagnóstico audiológico de crianças. Conclusão: Os resultados do presente estudo permitiram identificar o número limitado de pesquisas voltadas para o diagnóstico e tratamento do zumbido na população pediátrica, evidenciando a necessidade de maior atenção científica para essa condição e suas possíveis implicações no desenvolvimento e na qualidade de vida das crianças. Ao evidenciar a escassez de estudos sobre o tema, a revisão de literatura realizada destaca a necessidade de uma maior conscientização acerca dos problemas relacionados ao zumbido em crianças, reforçando a importância de sua investigação na população pediátrica a fim de potencializar o diagnóstico e tratamento do zumbido na infância.
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Página(s): p.1409
ISSN 1983-1793X
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PESSOAS IDOSAS E SAÚDE AUDITIVA: AVALIAÇÃO DOS PARTICIPANTES SOBRE UMA OFICINA DE EXTENSÃO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE
Gonçalves, J.C. ; Felix, L. A. ; Amaral, A. K. F. J. ; Andrade, W. T. L. ;

INTRODUÇÃO: A Audiologia desempenha papel fundamental na prevenção, avaliação, diagnóstico e reabilitação da função auditiva. Dentre os desafios enfrentados por essa especialidade, está a perda auditiva relacionada ao envelhecimento, também conhecida como presbiacusia, que é uma condição frequente e que impacta diretamente a qualidade de vida das pessoas idosas. Nesse contexto, a saúde auditiva dessa população se torna um tema de elevada significância, destacando a importância de ações que promovam a conscientização sobre os impactos da perda auditiva, bem como a realização de diagnóstico e intervenção precoce. OBJETIVO: Discutir a avaliação de uma oficina de extensão sobre a promoção à saúde auditiva de idosos participantes. METODOLOGIA: Foi realizada uma ação sobre saúde auditiva para um grupo de idosos senescentes, chamada “Quero te ouvir” no salão paroquial de uma igreja, em agosto de 2024, promovida por uma liga acadêmica em Gerontologia. A oficina foi realizada com 18 idosos, com média de idade de 70 anos e maior prevalência do sexo feminino, no entanto, o estudo contou com 15 participantes devido à impossibilidade de contato com 3 sujeitos. Foi realizada a avaliação dos participantes sobre a ação, através de um formulário Google com 13 perguntas. A coleta aconteceu via link em rede social com cada um dos participantes. Os dados foram coletados para um projeto de pesquisa aprovado pelo comitê de ética sob parecer nº 7.027.199. RESULTADOS: O nível de satisfação geral com a ação foi classificado como excelente (86,67%) e bom (13,33%). Além disso, 93,33% afirmaram que as informações eram claras/fáceis de compreender sobre sua saúde auditiva e um participante (6,33%) afirmou que as informações eram apenas parcialmente claras. Apenas um sujeito (6,33%) referiu não se sentir confortável para fazer perguntas. Todos os idosos referiram como excelentes os seguintes aspectos: conhecimento sobre o tema pelos profissionais e estudantes, o local e horário da ação, o recurso visual didático adotado (uso de modelo anatômico da orelha) e a maior segurança para cuidar da saúde auditiva. Dos 15 participantes, 60% foram encaminhados para a clínica-escola da universidade para a avaliação audiológica e compareceram para a realização dos exames; 13,3% foram encaminhados mas não realizaram os exames e 26,7% não precisaram de encaminhamento. Após a ação, 80% dos idosos afirmaram adotar novos hábitos para saúde auditiva, como: não usar hastes flexíveis, reduzir exposição a ruído e ter mais cuidado com o uso de fones de ouvido. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos evidenciaram um impacto positivo das iniciativas de promoção à saúde auditiva de idosos. A elevada taxa de satisfação geral e a clareza das informações demonstram a eficácia das oficinas na transmissão de conhecimentos relevantes/acessíveis. Além disso, o índice de conforto para interação e a confiança dos profissionais e estudantes reforçam a importância do atendimento humanizado, a relevância de projetos de extensão para ampliar o acesso à informação e aos serviços de saúde auditiva, especialmente para idosos, auxiliando não apenas a saúde física, mas também a qualidade de vida e autonomia das pessoas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1530
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1530


PONTOS AURICULARES REAGENTES EM INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DO ZUMBIDO: UM ESTUDO DE PREVALÊNCIA
Cavalheiro, A.S. ; Bertão, M.R. ; Silva, J.B. ; Lourenço, I.P.A. ; Goulart, H.M. ; Garcia, M.V. ;

Introdução: O transtorno do zumbido (TZ) é a percepção do som sem uma fonte externa, associado a um sofrimento significativo, que pode comprometer a qualidade de vida dos indivíduos. Para isso, pode ser utilizada como abordagem terapêutica a auriculoterapia, modalidade da acupuntura, não invasiva que utiliza o pavilhão auricular para estimular pontos específicos, ativando redes de inervação conectadas ao sistema nervoso central. A investigação destes pontos do mapa é essencial, uma vez que cada ponto pode estar associado ao tratamento de determinada patologia. A literatura científica já demonstrou os efeitos da auriculoterapia no alívio de sintomas ansiosos, dores e na promoção do bem estar. Objetivo: Descrever os pontos auriculares mais utilizados em indivíduos com transtorno do zumbido. Método: Trata-se de um estudo de caráter transversal, sob parecer nº 56038322100005346. Participaram deste estudo oito indivíduos(sete mulheres e um homem), oriundos de um grupo de apoio ao TZ , com idades de 38 a 71 anos. Os critérios de elegibilidade para este estudo foram voluntários ambos os sexos, a partir de 18 anos, que apresentassem TZ, bilateral ou unilateral, limiares auditivos normais ou perda auditiva até grau moderado sensorioneural, independente do subgrupo etiológico,excluindo somente o zumbido pulsátil pois sua origem é vascular. Todos os sujeitos foram submetidos à avaliação audiológica básica constituída por um protocolo de investigação clínica específico para zumbido (PIC-Z) que inclui uma anamnese semi-estruturada completa e questionários de autopercepção, incluindo: Escala Visual Analógica (EVA ≤ 5) Tinnitus handicap Inventory (THI de leve a catastrófico). Em seguida, realizava-se a auriculoterapia, conduzida por três acadêmicas de Fonoaudiologia, a aplicação era feita sobre os pontos reagentes à palpação, estes eram estimulados por sementes de mostarda e o protocolo final de cada sessão era registrado por meio de fotografias. O grupo durou entre os meses de Agosto e Dezembro de 2024 e foram realizadas 17 sessões com duração de aproximadamente uma hora cada. Para análise dos resultados, foram selecionados os dez pontos auriculares mais frequentemente estimulados ao longo das sessões de auriculoterapia. Resultados: A prevalência dos pontos auriculares foram: Shen Men (76,4%), Ombro (76,4%), Ouvido interno (70,5%), Ansiedade (64,7%), Sono (47%), Sede (47%), Coração (35,2%), Estômago (35,2%), Punho (29,4%) e Subcórtex (29,4%). Os sujeitos com (TZ) apresentaram pontos reflexos específicos que estão diretamente relacionados aos fatores etiológicos do zumbido. Dentre esses pontos, foram observados efeitos sobre a analgesia, circulação sanguínea, controle emocional, sintomas físicos como algia de membros superiores, insônia, estresse, como dor e ansiedade, além da identificação da influência de hábitos alimentares e desidratação. Conclusão: Os pontos auriculares com maior frequência de uso foram aqueles relacionados aos sintomas emocionais, distúrbios do sono e tensão muscular. Portanto, descrever estes pontos auriculares mostrou-se eficaz como estratégia para identificar possíveis agravantes do sintoma, contribuindo para um tratamento mais assertivo e personalizado para cada indivíduo.
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Página(s): p.1561
ISSN 1983-1793X
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POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS CORTICAIS: EFEITO DO PÓS-MASCARAMENTO EM DIFERENTES RELAÇÕES SINAL-RUÍDO
Batista, C. H. A. ; Menezes, P. L. ; Ferreira, D. C. ; Maynart, V. P. L. ; Andrade, K. C. L. ;

Introdução: A utilização do ruído antes do estímulo-alvo nos potenciais evocados auditivos corticais possibilita a avaliação do mascaramento temporal, mais precisamente o pós-mascaramento. Um dos fatores que devem ser considerados nesse fenômeno é a relação sinal-ruído. Desse modo, avaliar o efeito do pós-mascaramento nos potenciais evocados auditivos corticais em diferentes relações sinal-ruído pode contribuir para o avanço da compreensão das bases neurofisiológicas envolvidas na percepção da fala no ruído. Objetivo: Avaliar o efeito do pós-mascaramento nos potenciais evocados auditivos corticais em diferentes relações sinal-ruído. Metodologia: Trata-se de um estudo analítico observacional transversal, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa de uma instituição pública de ensino sob o parecer de número 3.985.087. A amostra foi composta por 22 participantes do sexo masculino e 28 do sexo feminino, com idade entre 19 e 42 anos. Os critérios de inclusão foram limiares auditivos até 20 dB NA e potencial evocado auditivo de tronco encefálico sem alterações neuroaudiológicas. Os critérios de exclusão foram alterações na orelha externa e/ou média, alterações cognitivas e queixas relacionadas ao transtorno do processamento auditivo. A sílaba /ba/ foi utilizada como estímulo-alvo e um ruído de fala formatado foi utilizado como mascarador. Os potenciais evocados auditivos corticais foram realizados em três condições de teste de forma aleatorizada: sem mascaramento, com mascaramento na relação sinal-ruído 0 dB e com mascaramento na relação sinal-ruído -10 dB. Na condição sem mascaramento, a sílaba /ba/ foi apresentada isoladamente a 70 dB NAn. Nas condições com mascaramento, a sílaba /ba/ foi apresentada a 70 dB NAn na relação sinal-ruído 0 dB e a 60 dB NAn na relação sinal-ruído -10 dB após o mascarador apresentado a 70 dB NAn. O intervalo de tempo entre o mascarador e o estímulo-alvo (delta-t) foi de 3 ms. O teste ANOVA de medidas repetidas foi utilizado para comparar os valores de latência e amplitude pico a pico do complexo P1-N1-P2 entre as três condições de teste. As diferenças foram consideradas significativas para os valores de p menores que 0,05. Resultados: As latências das ondas P1, N1 e P2 aumentaram e as amplitudes pico a pico P1-N1 e N1-P2 diminuíram à medida que a relação sinal-ruído se tornou negativa. As diferenças foram significativas entre as três condições de teste, tanto para as latências quanto para as amplitudes pico a pico. Conclusões: O efeito do pós-mascaramento prolongou e reduziu a magnitude dos componentes dos potenciais evocados auditivos corticais, sobretudo na relação sinal-ruído menos favorável (-10 dB), o que sugere uma influência importante desse fenômeno na percepção da fala no ruído.
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Página(s): p.1528
ISSN 1983-1793X
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POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS CORTICAIS: IMPACTOS DO PÓS-MASCARAMENTO EM DIFERENTES DELTAS-T
Batista, C. H. A. ; Menezes, P. L. ; Ferreira, D. C. ; Maynart, V. P. L. ; Andrade, K. C. L. ;

Introdução: O fenômeno do pós-mascaramento, no qual um som influencia a percepção do som subsequente, fornece informações valiosas sobre o processamento auditivo temporal. Desse modo, investigar os impactos do pós-mascaramento em diferentes intervalos interestímulos (deltas-t) por meio dos potenciais evocados auditivos corticais pode contribuir com o desenvolvimento de avaliações eletrofisiológicas sensíveis aos déficits do processamento auditivo temporal. Objetivo: Avaliar os impactos do pós-mascaramento nos potenciais evocados auditivos corticais em diferentes deltas-t. Metodologia: Estudo analítico observacional transversal, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa de uma instituição pública de ensino sob o parecer nº 3.985.087. A amostra foi composta por 34 participantes (14 do sexo masculino e 20 do sexo feminino), com idade entre 19 e 42 anos. Os critérios de inclusão foram limiares auditivos até 20 dB NA e integridade de vias auditivas até o tronco encefálico. Os critérios de exclusão foram alterações na orelha externa e/ou média, alterações cognitivas e queixas relacionadas ao transtorno do processamento auditivo. Os participantes foram submetidos aos potenciais evocados auditivos corticais evocados pela sílaba /ba/ precedida por um ruído de fala formatado nos deltas-t de 3, 10, 32 e 100 ms nas condições com mascaramento ou precedida por um segmento silencioso correspondente nas condições sem mascaramento. A sílaba /ba/ e o ruído mascarante foram apresentados a 70 dB NAn. O teste t de Student foi utilizado para comparar os valores de latência, amplitude, slope e área do complexo P1-N1-P2 entre as condições sem e com mascaramento em cada delta-t. O teste ANOVA de medidas repetidas foi utilizado para comparar os mesmos valores entre os deltas-t na condição com mascaramento. O nível de significância adotado foi p < 0,05. Resultados: As latências das ondas P1, N1 e P2 aumentaram significativamente na condição com mascaramento nos quatro deltas-t. As amplitudes pico a pico P1-N1 e N1-P2, a área P1-N1 e o slope P1-N1 diminuíram significativamente na condição com mascaramento nos quatro deltas-t, exceto a área P1-N1 no delta-t de 100 ms. A latência da onda P1 foi significativamente maior no delta t de 3 ms comparado aos deltas-t de 32 e 100 ms e no delta-t de 10 ms comparado ao delta-t de 32 ms. A latência da onda N1 foi significativamente maior no delta-t de 3 ms comparado aos deltas-t de 32 e 100 ms. A latência de P2 foi significativamente maior delta-t de 3 ms comparado aos deltas-t de 10, 32 e 100 ms. A amplitude pico a pico N1-P2 foi significativamente maior no delta-t de 10 ms comparado aos deltas-t de 32 e 100 ms. Conclusões: Os impactos do pós-mascaramento foram observados em praticamente todas as medidas de análise dos potenciais evocados auditivos corticais nos quatro deltas-t. O efeito do delta-t foi observado com mais precisão nas latências, as quais foram maiores no menor delta-t (3 ms) comparado aos maiores deltas-t (10, 32 e 100 ms) em pelo menos uma das ondas, sugerindo que o impacto do pós-mascaramento se atenua conforme aumenta o tempo entre os estímulos.
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Página(s): p.1522
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1522


POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS DE TRONCO ENCEFÁLICO EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO COM NÍVEL 1 DE SUPORTE
Medeiros, M. C. ; Riesgo, R. S. ; Moccellin, J. M. ; Sleifer, P. ;

Introdução: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno global do desenvolvimento caracterizado por déficits na comunicação, interações sociais e padrões comportamentais repetitivos. A compreensão da relação entre TEA e alterações auditivas é crucial, destacando-se a importância das funções sensoriais. O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) se destaca como ferramenta que avalia o sistema auditivo, desde vias periféricas até o tronco encefálico, em resposta a um estímulo acústico, proporcionando informações importantes sobre a via auditiva. Objetivo: Comparar os achados obtidos na pesquisa do PEATE em crianças com TEA, com um grupo controle. Metodologia: Estudo transversal e comparativo, composto por grupo estudo, 23 crianças com diagnóstico de TEA, idade entre 7 a 10 anos, e grupo controle, composto por crianças normouvintes e com desenvolvimento típico, pareadas por idade e por sexo. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (46039). Todos os participantes realizaram Meatoscopia, Audiometria Tonal Limiar, Audiometria Vocal, Medidas de Imitância Acústica e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico. Resultados: Houve diferenças estatisticamente significativas na comparação das latências absolutas das ondas III (p=0,047) e V (p=0,034), bem como nos intervalos interpicos III-V (p=0,048) e I-V (p=0,036) entre os grupos, sendo que o grupo estudo apresentou valores maiores. A amostra foi composta por 91,3% do sexo masculino. Conclusão: Verificou-se na amostra estudada, que crianças com TEA apresentaram latências aumentadas no registro dos traçados do PEATE, em comparação ao grupo controle. Tais achados podem indicar, dessa forma, uma alteração na condução da informação sonora, em nível de tronco auditivo. A análise do PEATE em crianças com TEA pode contribuir para um melhor entendimento da condução dos impulsos neuroelétricos da via auditiva, auxiliando para orientar intervenções cada vez mais precoces e pesquisas futuras na área, visando uma caracterização mais abrangente destes resultados eletrofisiológicos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1496
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1496


POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS E OTOSCLEROSE NA TERCEIRA IDADE: REVISÃO INTEGRATIVA
Cruz, A.L.B. ; Babini, D.B.L.A. ;

INTRODUÇÃO: Uma das doenças que afetam a audição é a otosclerose. Doença idiopática que afeta o osso temporal, caracterizando-se pela formação anormal do osso na cápsula ótica, podendo causar nos indivíduos perda auditiva. O tratamento mais comum é a cirurgia, como a estapedotomia ou estapedectomia. Como forma de avaliação da audição em indivíduos com otosclerose temos os potenciais evocados auditivos, que são exames não invasivos usados para avaliar a função auditiva central. OBJETIVO: Descrever os principais achados acerca dos potenciais evocados auditivos em indivíduos com otosclerose. METODOLOGIA: Esta revisão integrativa foi realizada em janeiro de 2025, para responder à seguinte pergunta condutora: “Quais os principais resultados acerca dos potenciais evocados auditivos da otosclerose na terceira idade?”. A metodologia seguiu as diretrizes do modelo PRISMA para garantir a transparência e rigor do processo de seleção e análise dos artigos incluídos na revisão. A busca por estudos foi realizada nas seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde, Scientific Electronic Library Online, Google Scholar, American Speech-Language-Hearing Association e PubMed. As chaves de busca incluíram os seguintes termos: “Otosclerosis”, “Evoked Potentials, Auditory” and “Elderly”. Estes termos foram selecionados com base nos Descritores em Ciências da Saúde para assegurar a relevância e abrangência da pesquisa. Como critérios de inclusão estabeleceram-se: estudos dos últimos 10 anos, nos idiomas inglês e português brasileiro, indivíduos na terceira idade com diagnóstico de otosclerose e que tenham realizado algum tipo de potencial evocado auditivo. Já os critérios de exclusão foram: estudos realizados com animais, capítulos de livros, editoriais, trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses e estudos fora dos critérios de elegibilidade. RESULTADOS: Após leitura dos títulos, resumos, exclusão das duplicatas e artigos na íntegra, apenas quatro estudos foram considerados elegíveis para esta revisão integrativa. A partir da análise dos dados obtidos, foi verificado que a população estudada tinha uma faixa etária entre 59 a 86 anos, com predominância no sexo feminino. Dentre os exames de potencial evocado auditivo, os mais encontrados foram o potencial evocado auditivo de tronco encefálico e o Frequency foIllowing response. No potencial evocado auditivo de tronco encefálico foram encontrados latências de ondas e intervalos interpicos mais elevados (ondas I, III e V e intervalos IV e III-V). Já no Frequency foIllowing response as latências das ondas de resposta nas frequências A, E, F e O também foram superiores nas pessoas idosas. As amplitudes das respostas de frequência são mais favoráveis nas ondas A do que nas ondas D, F e O nesses participantes. De forma semelhante, os intervalos interpicos (VA e VO) apresentaram-se mais prolongados nos idosos em relação aos adultos. CONCLUSÃO: Os potenciais evocados auditivos mais realizados em idosos com otosclerose foram os potenciais evocados auditivos de tronco encefálico e o Frequency following response. Os exames apresentaram atrasos nas latências e amplitudes, apontando para a relação da resposta neural mais lenta aos estímulos auditivos como sendo um indicador uma diminuição na sincronia entre as estruturas neurais. Assim, as respostas dos exames possibilitaram uma avaliação eficaz das alterações relacionadas à idade na via auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1594
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1594


POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE LONGA LATÊNCIA NO PROCESSO TERAPÊUTICO FARMACOLÓGICO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA
Silva, J. M. G. ; Ferreira, D. C ; Silva, J. J. C ; Menezes, P. L ;

Introdução: o Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência, P300, é representado por uma onda elétrica gerada no cérebro cerca de 300 milissegundos após a apresentação do estímulo. Este potencial está relacionado a atividade cerebral de atenção, memória e tomada de decisão. Sua aplicabilidade é vasta, podendo ser utilizado para diagnóstico e avaliação de distúrbios de atenção; identificação de alterações de memória; avaliação do impacto de lesões encefálicas e/ou até monitoramento do progresso terapêutico. Além disso, o P300 tem sido utilizado como comparador no antes e depois de tratamento medicamentoso. Portanto, a pergunta de pesquisa desta revisão é: como o p300 pode ser utilizado no processo terapêutico de pacientes com transtornos mentais? Objetivos: avaliar a utilização do P300 no processo terapêutico em pacientes com transtornos mentais submetidos a tratamento farmacológico. Metodologia: foi realizada uma revisão sistemática de literatura nas bases de dados PubMed/MEDLINE, Scopus, Web of Science, LILACS e literatura cinzenta. A seguinte estratégia de busca foi realizada seguindo a especificidade de cada base de dados. Os descritores e termos livres: Mental Disorders; Drug Therapy; event related potential, p300; Brief Psychiatric Rating Scale foram utilizados, assim como seus respectivos Termos de entrada. Os conectores boleanos AND e OR foram utilizados. A busca, leitura e análise dos títulos obtidos foi realizada por dois avaliadores independentes. Em caso de divergência, um terceiro avaliador foi convocado para tomada de decisão sobre a permanência nesta revisão. Resultados: inicialmente foram obtidos 884 estudos. Após a exclusão de duplicatas, leitura de títulos, leitura de resumos, leitura dos textos completos foram utilizados 11 estudos nesta revisão. Conclusões: o p300 pode ser utilizado como auxiliar no diagnóstico de transtornos mentais, além de monitorar a evolução e resposta ao tratamento medicamentoso. Ainda pode ser utilizado na avaliação da eficácia de medicamentos sobre as funções cognitivas; identificação de biomarcadores, permitindo a personalização da terapia; verificação da existência de efeitos colaterais cognitivos, auxiliando na seleção da droga e dosagem ideal para cada paciente.
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Página(s): p.1723
ISSN 1983-1793X
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO EM MÚSICOS COM OUVIDO ABSOLUTO: INVESTIGANDO AS BASES NEUROFISIOLÓGICAS DO MODELO PERCEPTUAL
Leite Filho, C. A. ; Rocha-Muniz, C. N. ; Schochat, E. ;

Introdução: o modelo perceptual é uma das propostas teóricas para explicar a habilidade de nomear notas musicais sem referências externas, denominada ouvido absoluto, e estabelece que ela emergiria de uma via auditiva com uma codificação espectrotemporal mais refinada do som, garantindo maior acurácia na identificação e categorização de alturas sonoras. Há um extenso debate sobre a validade deste modelo e dos seus correlatos neurofisiológicos. No presente estudo, hipotetizou-se que, caso a via auditiva de músicos com ouvido absoluto apresente diferenças anatomofuncionais, conforme preconizado pelo modelo perceptual, então serão observadas diferenças na sincronia neural, avaliada pelo potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE), em comparação a músicos sem ouvido absoluto, sugerindo uma relação entre este fenômeno e a atividade neuroelétrica do tronco encefálico relacionada à audição. Objetivo(s): investigar a presença de associações entre o ouvido absoluto e medidas do PEATE em músicos profissionais. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (Parecer Nº 2.807.397). Quinze músicos profissionais, sendo seis do gênero feminino, com idades entre 21 e 30 anos e pelo menos oito anos de treinamento musical, participaram do estudo. Todos apresentaram resultados dentro da normalidade para a audiometria convencional e imitanciometria e histórico negativo para alterações neurológicas, cognitivas ou linguísticas. Os participantes realizaram um teste de nomeação de tons musicais, sendo organizados em dois grupos com oito e sete músicos, respectivamente: Grupo Ouvido Absoluto (GOA, média = 88,5% acertos) e Grupo Músicos (GM, média = 19,4% acertos). Em seguida, os voluntários foram submetidos ao PEATE realizado bilateralmente com estímulo clique apresentado em polaridade rarefeita a 80 dBnNA. Realizaram-se duas varreduras de 2000 estímulos e, após a confirmação da reprodução do traçado por inspeção visual, foi realizada a marcação das ondas I, III e V. Os grupos foram comparados em relação às latências absolutas e interpicos por meio de modelos mistos generalizados controlados para idade, gênero, orelha e idade de início do treinamento musical. Devido ao baixo número amostral, consideraram-se significativos os resultados com p ≤ 0,05 ou tamanho do efeito moderado ou maior (r ≥ 0,30). Resultados: Quanto às latências absolutas, houve diferenças significativas para as ondas I e III, com média de diferença de, respectivamente, 0,08 ms a menos (p = 0,050, r = 0,58) e 0,07 ms a mais (p = 0,328, r = 0,31) para o GOA. Além disso, o GOA apresentou maior intervalo I-III (média = 0,15 ms, p = 0,038, r = 0,60) e menor intervalo III-V (média = 0,09 ms, p = 0,093, r = 0,51). Maiores taxas de acertos no teste de nomeação de notas musicais se correlacionaram com maiores valores de latência para onda III e intervalo I-III e menores valores de latência para onda I e intervalo III-V (0,041 ≤ p ≤ 0,346, r ≥ 0,30). Conclusões: O ouvido absoluto se associou a diferenças nas latências absolutas das ondas I e III e interpicos I-III e III-V do PEATE, evidenciando diferenças na sincronia neural da via auditiva, conforme previsto pelo modelo perceptual.
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Página(s): p.1577
ISSN 1983-1793X
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POTENCIAL EVOCADO N400 APLICAÇÕES, AVANÇOS E DESAFIOS NO ESTUDO DO PROCESSAMENTO SEMÂNTICO: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Ferreira, D. C. ; Batista, C. H. A. ; Menezes, P. L. ; Andrade, K. C. L. ;

Introdução: O potencial evocado N400 é uma resposta elétrica cerebral que ocorre cerca de 400 milissegundos após a apresentação de um estímulo linguístico inesperado ou semanticamente incongruente. É um marcador neurofisiológico utilizado para investigar os mecanismos neurais subjacentes ao processamento semântico. Sua versatilidade permite aplicações em estudos sobre compreensão da linguagem, memória semântica, integração contextual e desenvolvimento cognitivo. Apesar de sua relevância, há necessidade de compilar e sintetizar a literatura recente sobre o tema, destacando suas aplicações e desafios metodológicos. Objetivo: Realizar uma revisão de escopo para mapear os estudos sobre o potencial evocado N400, identificar seus principais achados, áreas de aplicação e lacunas na literatura. Metodologia: A revisão seguiu as diretrizes do método PRISMA-ScR. Pesquisas foram realizadas nas bases SciELO, LILACS, PubMed, Scopus e Cochrane Library. As buscas foram realizadas no período de novembro de 2024 à janeiro de 2025, abrangendo estudos publicados entre 2015 e 2025. Os critérios de inclusão abrangeram artigos que abordassem o N400 em contextos experimentais e clínicos, excluindo-se as duplicações, artigos de revisão da literatura e resumos científicos. A análise de dados focou nas áreas de aplicação, variabilidade dos resultados e avanços metodológicos. Resultados: Um total de 53 artigos foram identificados. Após triagem de títulos e resumos por dois avaliadores, 18 artigos foram selecionados para leitura completa, com oito estudos incluídos na revisão. Os estudos revisados demonstraram aplicações do no estudo do processamento semântico, como na compreensão da linguagem, memória semântica e em condições clínicas, como transtornos neurológicos e psiquiátricos. Os achados confirmam que o N400 é um marcador eficiente para detectar incongruências semânticas, com variações em sua amplitude dependendo da familiaridade e frequência das palavras. Além disso, foi observada uma redução na amplitude ou latência prolongada do N400 em pacientes com transtornos neurológicos, sugerindo dificuldades no processamento semântico. Quanto à metodologia, estudos recentes destacaram avanços na análise de sinais, interpretação de dados do N400, e a necessidade de maior padronização para garantir a reprodutibilidade. Conclusões: A literatura confirma o N400 como ferramenta robusta na neurociência cognitiva para explorar o processamento semântico e a integração contextual. As aplicações clínicas e metodológicas destacam seu potencial como biomarcador de condições neurológicas e cognitivas. Quanto às lacunas, percebeu-se a complexidade das respostas auditivas individuais, a diversidade da população e as diferentes metodologias empregadas. Pesquisas futuras devem explorar aplicações emergentes e fortalecer a reprodutibilidade dos achados.
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Página(s): p.1578
ISSN 1983-1793X
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PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE AUDITIVA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Melo, J. W. L. ; Suassuna, L. F. C. ; Nascimento, S. M. S. ; Almeida, A. L. A. ; Lopes, LMV. ;

Introdução: As práticas de educação em saúde são ações que visam conscientizar a população acerca de sua realidade e como ela pode impactar em sua saúde. Na Atenção Primária à Saúde (APS), a Fonoaudiologia pode desempenhar um papel essencial na promoção da saúde e prevenção de agravos, por meio de práticas educativas que contribuam para a melhora da saúde auditiva da população. Objetivo: Identificar as práticas de educação em saúde, no âmbito da saúde auditiva, desenvolvidas pela Fonoaudiologia na APS brasileira. Metodologia: Revisão integrativa da literatura que teve como pergunta norteadora: “Quais práticas de educação em saúde, no âmbito da saúde auditiva, são desenvolvidas pela Fonoaudiologia na APS brasileira?”. As buscas foram realizadas nas fontes de dados Google Acadêmico, SciELO e PubMed, em dezembro de 2024, incluindo artigos completos, publicados nos últimos 5 anos nas línguas portuguesa e inglesa, que tivessem o SUS como cenário de práticas. Os descritores usados foram: saúde auditiva, Fonoaudiologia, Atenção Primária à Saúde e perda auditiva. Após aplicação dos filtros e critérios, 7 artigos foram selecionados para compor essa revisão. Resultados: Das ações identificadas, 57,1% ocorreram na região nordeste e 14,3% na região sul. Uma ação ocorreu a nível nacional e um artigo não registrou o local da ação. As práticas encontradas tinham como público-alvo direto agentes comunitários de saúde em 71,4%, usuários em fila de espera em 14,3% e participantes de um grupo de gestantes em 14,3%. Foram descritas ações educativas presenciais em 57,1% dos artigos e formações online em 42,9%. O assunto mais abordado foi a saúde auditiva na primeira infância e o desenvolvimento da audição, encontrado em 71,4% dos artigos. Dentre as principais ações de educação em saúde, relacionadas à saúde auditiva, destacam-se: Capacitação de agentes comunitários de saúde, programa de formação continuada para profissionais da APS e orientações sobre teste da orelhinha e saúde auditiva durante tratamento oncológico. Conclusão: Os achados sugerem que a região nordeste foi a que mais apresentou práticas educativas em saúde auditiva, sendo que a maioria delas foi direcionada à capacitação de agentes comunitários de saúde e tiveram como tema o desenvolvimento da audição. Tendo em vista que problemas de audição podem acometer indivíduos em qualquer idade, é necessário ampliar a abrangência das ações de educação em saúde auditiva para outras faixas etárias. A inclusão de diferentes públicos-alvo destaca a importância de explorar dinâmicas horizontais que promovam uma maior interação e troca de conhecimentos entre os participantes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1661
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1661


PRÁTICAS EM SAÚDE AUDITIVA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Suassuna, L. F. C ; Melo, J. W. L. ; Nascimento, S. M. S. ; Almeida, A. L. A. ; Lopes, LMV. ;

Introdução: A Atenção Primária à Saúde (APS) é a principal estratégia para mudanças no modelo de atenção à saúde. Desse modo, faz-se indispensável a realização de diferentes práticas em saúde auditiva e a promoção da saúde, por parte da Fonoaudiologia, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Identificar quais práticas em saúde auditiva são realizadas pela Fonoaudiologia no âmbito da APS brasileira. Metodologia: Revisão integrativa da literatura, que teve como pergunta norteadora: “quais as principais práticas em saúde auditiva são realizadas pela Fonoaudiologia na APS brasileira?”. A busca por artigos foi feita nas fontes de dados Google Acadêmico, SciELO e PubMed, em dezembro de 2024 e utilizando os descritores: saúde auditiva, fonoaudiologia, Atenção Primária à Saúde e perda auditiva. Foram incluídos artigos científicos completos, publicados nos últimos 5 anos nas línguas inglesa e portuguesa e que tivessem o SUS como cenário de práticas. Resultados: 11 artigos foram selecionados. Das ações identificadas, 48% ocorreram na região nordeste, 27% na região sudeste e 9% na região sul. Uma ação ocorreu a nível nacional e um dos artigos não registrou o local da ação. Percebeu-se que 91% das ações levantadas foram realizadas por pesquisadores, residentes e estudantes de fonoaudiologia que não estavam inseridos de forma permanente na APS. Apenas 9% das pesquisas referiram ações realizadas por fonoaudiólogos inserido em equipes multidisciplinares. 73% artigos abordavam ações voltadas exclusivamente para o acompanhamento do desenvolvimento auditivo de crianças e nenhum artigo continha ações voltadas para a saúde auditiva de adultos e idosos. 64% ações eram de educação em saúde auditiva, sendo o público alvo mais frequente dessas ações os agentes comunitários de saúde, seguido de usuários do SUS. 27% artigos relataram atividades de triagem auditiva. 9% dos artigos foram sobre teleatendimento na área de saúde auditiva. 1 artigo foi sobre a usabilidade de um aplicativo desenvolvido para acompanhamento da saúde primário na APS. Conclusão: Os estudos mostraram que as principais práticas em saúde auditiva desenvolvidas pela fonoaudiologia na APS brasileira ocorrem na região nordeste, voltadas ao público infantil e se concentram, em maior parte, em ações de educação em saúde. Desse modo, percebe-se que a fonoaudiologia tem desenvolvido diferentes atividades em saúde auditiva no âmbito da APS, fortalecendo práticas e saberes no SUS. Destaca-se, no entanto, que é necessária a intensificação e divulgação, cada vez mais, de ações em saúde auditiva para construção de subsídios para o trabalho do fonoaudiólogo no SUS.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1508
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1508


PREMATURIDADE E DEFICIÊNCIA AUDITIVA: ANÁLISE DOS INDICADORES DE RISCO E OS RESULTADOS DA TANU
Rodrigues, B.F.S.S ; Alves, G.M ; Fernandes, M. G. G ; Machado, D. M ; Lira, A. L ; Ledesma, A. L. L ; Oliveira, T. C. G ; Pereira, V. R. C ; Silva, I. M. C ; Barreto, M. A. S. C ;

Introdução: Na triagem auditiva neonatal são realizados procedimentos indolores, acessíveis e não invasivos para identificar precocemente recém-nascidos e/ou lactentes com maior probabilidade de alterações na função auditiva. Ainda que não tenha caráter diagnóstico, a Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU) é essencial para detectar possíveis perdas auditivas e viabilizar encaminhamentos precocemente tanto para diagnóstico quanto para a intervenção terapêutica. Fatores genéticos, infecções intrauterinas, hipóxia, prematuridade, baixo peso, hiperbilirrubinemia, malformações craniofaciais, ventilação mecânica e medicamentos ototóxicos podem afetar a audição de recém-nascidos e/ou lactentes. Assim, a identificação e intervenção precoce são fundamentais para minimizar os impactos da perda auditiva. Em recém-nascidos que apresentam algumas das alterações citadas, é realizado o exame de Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico, no modo Triagem. Objetivo(s): Identificar outros indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDAs) associados à prematuridade e os resultados obtidos na Triagem Auditiva Neonatal Universal em um hospital público de referência no atendimento materno-infantil. Metodologia: Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número de parecer 6.833.262. Foram coletados os dados dos prontuários eletrônicos de 30 recém-nascidos e/ou lactentes prematuros, oriundos de uma unidade de cuidados intermediários canguru, em relação à: idade gestacional, peso ao nascimento, relação peso x idade gestacional, patologia de base, uso de medicação ototóxica, história familiar de perda auditiva, uso e ventilação mecânica e demais indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA), bem como os resultados da Triagem Auditiva. Os dados foram organizados em números absolutos e relativos. Resultados: No mês de referência, foram avaliados 30 prematuros, sendo 40,0% (n=12) meninas e 60,0% (n=18) meninos; a média da idade gestacional (IG) foi de 33 semanas e 3 dias. Dos 30 prematuros, 5 eram Muito Prematuros (28-31 semanas); 21 Moderados a Tardio (entre 32 e <36 semanas); 3 Tardios (36 semanas) e 1 Prematuro Extremo (<28 semanas). Quanto ao peso: 3 com Muito Baixo Peso (<1.500g); 18 com Baixo Peso (<2.500g); 2 com Extremo Baixo Peso (<1.000g) e 7 Eutróficos (>2.500g). Quanto a relação peso x idade gestacional: 25 eram Adequados para Idade Gestacional (AIG) e 5 Pequenos para Idade Gestacional (PIG). Além da prematuridade, os Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva mais prevalentes na amostra foram: medicação ototóxica em uso na internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Quanto aos resultados da Triagem Auditiva, 29 (96,67%) obtiveram resultado “passa” bilateralmente no teste e 1 resultado “falha” bilateralmente. No reteste, o resultado foi “passa” bilateralmente. Conclusão: Ainda que a maioria dos recém-nascidos prematuros tenha apresentado resultados normais na Triagem Auditiva, é fundamental acompanhar a audição por meio de métodos objetivos e subjetivos, bem como a linguagem, devido principalmente a associação com outros indicadores de risco para deficiência auditiva, inclusive perda auditiva tardia.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1666
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1666


PREVALÊNCIA DE COMPROMETIMENTO COGNITIVO EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA SENSORIONEURAL BILATERAL - UM RECORTE DE UM ESTUDO CLÍNICO.
Vespero, V. A. ; Néri, L. F. ; Chies, I. C. ; Blasca, W. Q. ;

Introdução: A inversão da pirâmide etária no Brasil é confirmada pelo crescente aumento no número de idosos, sendo esse o resultado da melhoria das condições de vida, incluindo os avanços na tecnologia médica. O envelhecimento inicia um processo global e irreversível com mudanças sociais e fisiológicas que, muitas vezes, geram declínios no organismo: sensoriais, como a perda auditiva; e declínios cognitivos. Contudo, apesar da cognição estar associada à audição, não há muitos estudos que explorem um consenso sobre a relação entre a perda auditiva, incluindo grau e tipo, e o declínio cognitivo. Desse modo, ao realizar a seleção de idosos com perda auditiva bilateral sem outros comprometimentos para realização de um estudo clínico, foi possível observar a presença da perda auditiva associada a um declínio cognitivo, sendo interessante elaborar um recorte para caracterizar a prevalência da perda auditiva com o declínio cognitivo. Objetivo: Evidenciar a existência do declínio cognitivo em idosos associada a perda auditiva sensorioneural bilateral de grau leve a moderadamente severo em pacientes que falharam no teste 10-CS na seleção de participantes para determinada pesquisa. Metodologia: Este recorte faz parte de um estudo clínico aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o parecer n°6.823.206. Dentre os critérios de seleção para os grupos controle e experimental estão: indivíduos que apresentem idade igual ou superior a 60 anos, independente do gênero, com perda auditiva sensorioneural bilateral simétrica, de grau leve a moderado ou moderadamente severo, sem comprometimento cognitivo, avaliado pelo protocolo de triagem cognitiva “10 point Cognitive Screener” (10-CS). Dessa forma esse recorte abrange todos os idosos avaliados até o presente momento e a interpretação dos resultados obtidos correlacionando-os com gênero e presença de alteração cognitiva. Resultados: Foram avaliados 21 idosos com perda auditiva sensorioneural bilateral simétrica de grau leve a moderadamente severo por meio do protocolo 10-CS. Desses idosos, 11 eram homens e 10 mulheres. Na interpretação do teste, 10 idosos apresentaram o cognitivo normal; enquanto 11 idosos falharam: sete apresentaram resultados compatíveis com um possível comprometimento cognitivo, sendo destes, seis homens; e quatro resultados compatíveis com um provável comprometimento cognitivo, sendo todas mulheres. Dessa forma, 52,38% da amostra apresentou algum tipo de alteração cognitiva, com a necessidade de uma avaliação complementar. Ao analisar por gênero, observou-se que 54,54% dos homens apresentaram possível comprometimento cognitivo, enquanto 50% das mulheres apresentaram algum comprometimento cognitivo, sendo um deles um provável comprometimento. Conclusões: Os resultados indicam que há um declínio cognitivo em idosos com perda auditiva sensorioneural bilateral de grau leve a moderadamente severo. Nesse recorte, tal declínio apresentou-se mais prevalente em homens, mas quando em mulheres a alteração é mais acentuada. Faz-se importante o desenvolvimento de estudos nacionais que relacionem os déficits de audição e cognição em idosos, incentivando a análise clínica durante o processo de avaliação em qualquer área da saúde, sobretudo na fonoaudiológica, contribuindo assim para os processos de adaptação dos aparelhos auditivos que podem trazer benefícios mesmo com o declínio cognitivo já estabelecido.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1685
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1685


PREVALÊNCIA DE FALHA NA TRIAGEM AUDITIVA DE ESCOLARES
Rocha, K. P. ; Lima, H. R. M. O. M. ; Lima, A. M. O. ; Lopes, V. V. ; Medeiros, V. N. ; Lima, A. G. ; Santos, R. L. C ; Almeida, R. C. M. ; Rocha, D. S. C. G. ; Andrade, W. T. L. ;

Introdução: A integridade do sistema auditivo é essencial para o desenvolvimento da aprendizagem e das habilidades comunicacionais da criança, que impactam diretamente sobre seu desempenho escolar. Mesmo uma perda auditiva de grau leve pode trazer impactos negativos sobre a comunicação e as habilidades cognitivas e socioemocionais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 60% das perdas auditivas em crianças poderiam ser evitadas por meio da identificação e controle precoce de seus agentes causadores. Um dos métodos para a realização da triagem auditiva em escolares é o uso das Emissões Otoacústicas Evocadas por Estímulo Transiente (EOAT), que apresenta boa aceitação entre o público e eficácia na detecção de alterações auditivas. Objetivo: Investigar a prevalência de falha na triagem auditiva de escolares realizada em um centro de referência em saúde auditiva do Estado da Paraíba. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e observacional, baseado em dados secundários. A amostra do estudo foi composta por 283 alunos com idade entre 4 e 12 anos, provenientes de escolas públicas de João Pessoa/PB. A triagem auditiva foi realizada por meio de otoscopia e do teste de EOAT entre os meses de abril e agosto no ano de 2024 em um centro de referência em saúde auditiva estadual localizado na cidade de João Pessoa/PB. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com Seres Humanos. Resultados: Dos 283 escolares, 68 alunos (24,03%) apresentaram obstrução no conduto auditivo, sendo impossibilitados de realizar a triagem; 191 (67,49%) passaram (ou seja, obtiveram resultados satisfatórios) e 24 (8,48%) falharam em uma ou ambas as orelhas. Os escolares que apresentaram obstrução no meato acústico foram encaminhados para a Estratégia de Saúde da Família (ESF) e os que falharam no teste foram encaminhados para o centro de referência estadual para realizar exames auditivos complementares e consulta com o médico otorrinolaringologista. Dos 24 escolares que falharam na triagem, apenas 1 compareceu ao centro de referência. Todos os responsáveis pelas crianças receberam uma devolutiva por escrito, conforme previsto na Resolução CFFa nº 621/2021. Conclusão: A quantidade de crianças que falharam na triagem auditiva foi elevada, o que justifica a importância deste procedimento anualmente, uma vez que as infecções de orelha média e as perdas auditivas irreversíveis podem se instalar a qualquer momento do desenvolvimento da criança. Além disso, faz-se importante o monitoramento das crianças que falharam, para garantir o diagnóstico audiológico, assim como adequado itinerário terapêutico a fim de oferecer a assistência devida às crianças com perdas auditivas confirmadas. Os resultados encontrados destacam a relevância da inserção de fonoaudiólogos no contexto educacional, bem como na promoção e prevenção da saúde auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1556
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1556


PREVALÊNCIA DE PERDA AUDITIVA E TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM CRIANÇAS: REVISÃO INTEGRATIVA
Lopes, V.V. ; Andrade, W.T.L. ; Amaral, A.K.F.J. ;

INTRODUÇÃO: As alterações auditivas prejudicam o desenvolvimento linguístico e cognitivo infantil, tornando-se uma questão de saúde pública. Sendo assim, é importante que uma possível alteração auditiva (perda auditiva ou transtorno do processamento auditivo - TPAC) seja identificada pelos profissionais de saúde e educação que lidam diretamente com a criança a fim de possibilitar o diagnóstico e, se necessária, aconteça a intervenção fonoaudiológica o mais cedo possível. OBJETIVO: Mapear a prevalência de perda auditiva e transtorno do processamento auditivo central em crianças. MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, baseada nas recomendações para elaboração da revisão integrativa propostas por Ganong (1987). Foi dividida em três etapas, sendo a primeira constituída pela elaboração da pergunta norteadora da investigação: “Qual a prevalência da perda auditiva e do transtorno do processamento auditivo central em crianças de 0 a 12 anos?”. Para responder a esse questionamento, foi realizado levantamento bibliográfico nas bases de dados eletrônicas Pubmed, Web Of Science, Scielo e BVS - Lilacs, coletando estudos publicados no período entre 2020 e 2024; disponíveis na íntegra; publicados em português e inglês; realizados com crianças de 0 a 12 anos e que abordaram a prevalência de perda auditiva ou TPAC. Foram excluídos artigos fora do período estabelecido; que não estavam disponíveis na íntegra; e com população com quadros neurológicos, oncológicos, traumatismos ou qualquer patologia que tenha como característica própria a perda auditiva. RESULTADOS: Foram encontrados 1609 artigos nas bases de dados pesquisadas, sendo 580 na PubMed, 956 na Web Of Science, 13 na Scielo e 60 na BVS - Lilacs. Destes, 414 foram excluídos pela análise de duplicatas. Após a análise dos títulos e resumos dos 1195 artigos, 83 foram previamente selecionados para leitura na íntegra e, ao final, 26 estudos foram incluídos nesta revisão integrativa. Apesar da alta prevalência da perda auditiva, a maioria dos estudos não especificou o tipo e grau da perda auditiva. Os estudos indicaram que a prevalência de perda auditiva sensorioneural em crianças varia de acordo com condições clínicas e contextos populacionais, sendo de 1,23 por 1000 na população pediátrica geral com predominância para a moderada bilateral. Ainda foi possível observar a grande predominância da alteração condutiva em muitos estudos. Os dados indicam que a perda auditiva condutiva pode variar de 13,7% a 93,5%, dependendo da população estudada, sendo predominantemente o grau leve. Em relação ao TPAC, apenas um estudo abordou sua prevalência, sendo de 8,03% em uma população de 1369 crianças em idade escolar de uma região do Irã. CONCLUSÃO: Os resultados evidenciam uma alta prevalência de perda auditiva em crianças, com variações importantes quanto ao tipo e ao grau. Quanto à prevalência do TPAC, os dados ainda são limitados. Esses achados destacam a necessidade de estudos mais detalhados que investiguem tanto os diferentes tipos e graus de perda auditiva, quanto à prevalência do TPAC e as implicações para as crianças enquanto ser biopsicossocial.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1517
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1517


PREVALÊNCIA DE QUEDAS EM IDOSOS PARTICIPANTES DE UM PROJETO DE EXTENSÃO
Holz, A. ; Olchik, M. ; Sanes, N. ; Teixeira, A. ;

Introdução: As quedas são uma das principais causas de morbidade entre idosos, frequentemente associadas à perda de funcionalidade e aumento da dependência. Objetivo: Analisar longitudinalmente a prevalência e frequência de quedas e presença de fraturas decorrentes destas quedas entre idosos participantes de um projeto de extensão. Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal que acompanhou um grupo de idosos participantes de um projeto de extensão entre 2021 e 2024. Os dados foram coletados anualmente através dos formulários de matrícula do projeto, onde constam informações sociodemográficas e sobre quedas. Foram incluídos no estudo os participantes que preencheram o formulário de matrícula anualmente e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido no período entre 2021 e 2024. O estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (parecer Nº 4.806.072). Resultados: A amostra foi composta por 25 idosos, sendo 23 (92%) mulheres e dois (8%) homens, com idades entre 64 e 87 anos (média: 71,48 ± 6,2 anos). Durante o período analisado constatou-se que em 2021 foram sete quedas (quatro geraram fraturas); no ano de 2022 oito quedas (três com fraturas); em 2023 foram três quedas (nenhuma com fraturas); e por fim em, 2024, 11 quedas (quatro geraram fraturas). Entre os participantes, no período analisado, 12 idosos (48%) não relataram quedas; cinco idosos (20%) relataram uma queda, três idosos (12%) sofreram duas quedas em anos diferentes; e cinco idosos (20%) tiveram três ou mais quedas. Quedas com fraturas foram identificadas em quatro participantes, totalizando onze fraturas entre 2021 e 2024. Conclusão: Conclui-se que, entre os idosos avaliados, houve elevado número de quedas, sendo muitas delas com fraturas. A partir destas informações, o programa de prevenção de quedas está sendo planejado para que se possa orientar os idosos e familiares sobre o tema.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1572
ISSN 1983-1793X
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PREVALÊNCIA DE ZUMBIDO EM PACIENTES ATENDIDOS EM UM SERVIÇO PÚBLICO DE AUDIOLOGIA NA REGIÃO SUL DO PAÍS
Andrade, I.V.M ; Moreira, H. G. ; Dalla Santa, N.G ; Brandt, A.C.A ; Büring, G.T ; Toillier, F.C ; Lourenço, I.P.Á ; Garcia, M.V ;

Introdução: O zumbido é caracterizado como a percepção de um som na ausência de estímulos acústicos externos. Embora não seja uma doença, trata-se de um sintoma que pode estar associado a diversas condições, incluindo alterações no sistema auditivo ou fatores não auditivos, como distúrbios metabólicos. O impacto do zumbido é comparável a outras condições incapacitantes, como perda auditiva, enxaqueca e dores crônicas, prejudicando a qualidade de vida dos indivíduos com essa condição. Nesse sentido, devido às implicações causadas pelo sintoma, é fundamental o desenvolvimento de pesquisas, diagnóstico e tratamento, considerando a atual falta de investigações eficazes e opções terapêuticas adequadas. Acerca dessa lógica, é possível analisar que há uma carência de estudos que busquem discorrer sobre a prevalência de zumbido na região sul do país, considerando principalmente os impactos significativos na qualidade de vida que essa condição pode gerar. Objetivo: Verificar a prevalência de zumbido em pacientes atendidos em um serviço público de audiologia vinculado a uma instituição de ensino superior na região sul do país. Metodologia: Estudo de caráter retrospectivo e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número 56038322.1.0000.5346. O período de coletas ocorreu de março a dezembro de 2024, no qual foram avaliados 234 indivíduos, com idades de 4 a 93 anos, sendo 96 do sexo masculino e 138 do sexo feminino, com ou sem queixas otológicas, que realizaram a avaliação audiológica básica. Destes, 120 foram atendidos na prática clínica regular, e 114 pela Liga Acadêmica de Audiologia. Foram incluídos no estudo aqueles que apresentaram ou não algum tipo de queixa otológica e desconsiderados 7 sujeitos que não possuíam dados completos para análise. Todos os participantes realizaram uma anamnese semi-estruturada, que incluiu a pergunta sobre a presença de zumbido, inspeção visual do meato acústico externo, audiometria tonal liminar, logoaudiometria , imitanciometria e pesquisa dos reflexos acústicos estapedianos contralaterais. As avaliações foram tabuladas em uma planilha do Excel, analisadas e os resultados descritos. Resultados: Foram incluídos no estudo 227 indivíduos, dos quais evidenciou-se que de 100% da amostra, 44,49% (101 sujeitos) apresentaram alguma queixa de percepção de zumbido. Destes, 35,64% (36 sujeitos) foram do sexo masculino e 64,36% (65 sujeitos) do sexo feminino. Tais achados demonstram que uma parcela considerável dos sujeitos apresenta esse sintoma, havendo maior prevalência nos indivíduos do sexo feminino. Conclusão: A prevalência de zumbido entre os pacientes atendidos foi substancial. Nesse sentido, esse resultado destaca a necessidade de estratégias específicas para diagnóstico e manejo dessa condição na população avaliada, dado o impacto potencial do zumbido na qualidade de vida dos indivíduos. Além disso, esses dados reforçam a importância de incluir a investigação do zumbido na rotina clínica para que seja possível identificar os casos e propor intervenções adequadas.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1602
ISSN 1983-1793X
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PROCESSAMENTO ESPACIAL EM CRIANÇAS COM HISTÓRICO DE OTITE
QUEIROZ, J.M ; COLELLA-SANTOS, M.F ; CARVALHO, G.N ; Ubiali; T. ; Borges; LR. ;

Introdução: O Teste de Processamento Espacial de Sentenças no Ruído em
Português (PROSER) avalia o Processamento Auditivo Espacial (PAE), habilidade
que permite focar na mensagem principal e suprimir estímulos competitivos vindos
de diferentes posições. Alterações nessa habilidade podem dificultar a compreensão
de fala em ambientes ruidosos, caracterizando o Transtorno do Processamento
Espacial (TPAE), cuja principal causa é o histórico de otite média (OM). Objetivo:
Analisar o PAE de crianças com histórico de OM. Método: Este estudo prospectivo
e transversal foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (Parecer
nº 6.752.209). A amostra incluiu 80 crianças de 6 a 10 anos, divididas em três
grupos: Grupo Experimental I (GEI), com 30 crianças portadoras de fissura
labiopalatina e histórico de OM; Grupo Experimental II (GEII), com 20 crianças com
histórico de OM e uso de tubo de ventilação nos primeiros cinco anos de vida; e
Grupo Controle (GC), com 30 crianças sem histórico de OM. As crianças passaram
por avaliação audiológica básica (audiometria tonal, logoaudiometria e
imitanciometria) e foram incluídas apenas aquelas com resultados normais. O
PROSER foi administrado via software, com fones de ouvido, produzindo um
ambiente auditivo tridimensional. As crianças ouviram frases com estímulos
competitivos (histórias infantis) e repetiram o maior número de palavras. As histórias
foram apresentadas a 65 dB NPS e as frases a 72 dB NPS. O Limiar de
Reconhecimento de Fala (LRF) foi definido pela relação sinal/ruído que resultou em
50% de inteligibilidade em quatro condições do teste, considerando a localização do
estímulo (0º vs 90º) e a voz do falante (igual ou diferente). Foram calculadas três
medidas de vantagem (espacial, do falante e total). Os resultados foram
comparados com critérios de normalidade, considerando o PROSER alterado
quando pelo menos uma condição ou medida de vantagem estava fora dos
parâmetros. Resultados: Nas condições de MV0° (mesma voz), 16,6% do GEI e
GEII apresentaram alterações, enquanto o GC não. Na condição MV±90° (mesma
voz, estímulo a 90°), 33,3% do GEI, 23,3% do GEII e 6,6% do GC mostraram
alterações. Condições com vozes diferentes (VD0° e VD±90°) também revelaram
dificuldades nos grupos com OM em comparação com o GC. Em relação às
vantagens, as alterações foram evidentes nos grupos com OM. Na vantagem

espacial, 16,6% do GEI, 20% do GEII e 13,3% do GC apresentaram alterações.
Vantagem do falante, 6,6% do GEI, 3,3% do GEII e 3,3% do GC apresentaram
dificuldades. Vantagem total, as alterações foram de 20% no GEI, 16,6% no GEII e
6,6% no GC. No total, 45% do GEII e 56,6% do GEI apresentaram alterações no
PAE, enquanto 13,3% do GC foram alterados. Conclusão: A privação sensorial
decorrente da OM afeta negativamente o PAE nas crianças, prejudicando sua
capacidade de focar na mensagem em ambientes ruidosos e de suprimir estímulos
competitivos vindos de diferentes direções. Crianças com histórico de OM,
especialmente aquelas com FLP ou que utilizaram tubos de ventilação, estão mais
propensas a dificuldades no PAE.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1545
ISSN 1983-1793X
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PRODUÇÃO DE UM MATERIAL AUDIOVISUAL SOBRE A TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL EM UM PROJETO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA
Maraninchi, F. M. ; Silveira, I. F. ; Minuzzi, G. N. ; Cezar, L. G. S. ; Boscolo, C. C. ; Soldera, C. L. C. ; Machado, M. S. ;

Introdução: A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) é relevante, pois dá início ao processo de identificação precoce da perda auditiva. Por isso, é fundamental que os alunos do curso de Fonoaudiologia aprendam os aspectos teóricos e práticos. Além disso, as metodologias inovadoras de ensino estão ganhando espaço nas universidades, pois é uma maneira dinâmica de aprender. Por esse motivo, um Projeto de Iniciação à Docência produziu um vídeo sobre a TAN para que os alunos possam aprender os conceitos Objetivo: Elaborar uma ferramenta didática aos alunos da disciplina de Audiologia Infantil e Estágios curriculares em Audiologia II que facilite a compreensão prática das etapas envolvidas na TAN. Metodologia: Um vídeo foi gravado pelas integrantes do projeto no ambulatório de realização da TAN em um hospital do sul do país. A edição do vídeo foi realizada no programa Canva. Além do passo-a-passo do teste, foram incluídas: a verificação da caderneta da criança, realização da TAN por meio de Emissões Otoacústicas Transientes e PEATE-A, protocolo para reteste e conduta para cada situação, anotação dos resultados e orientações aos responsáveis sobre o monitoramento auditivo do bebê. Além de salientar a importância do acompanhamento auditivo pela família e da intervenção precoce, quando necessária. Resultados: Um material audiovisual em formato de vídeo foi finalizado para ilustrar o funcionamento da TAN. A visualização explicativa dos aspectos mais amplos proporcionará aos estudantes um conhecimento detalhado e prático sobre sua realização. Conclusão: A elaboração do vídeo é viável e pode oferecer a compreensão de procedimentos audiológicos de forma mais acessível.
Palavras-chave: Audiologia Infantil, Triagem auditiva neonatal, Ensino
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1497
ISSN 1983-1793X
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PROGRAMA DE TRIAGEM DE HABILIDADES AUDITIVAS NA ESCOLA: COMPARAÇÃO ENTRE ESTUDANTES QUE PASSARAM E FALHARAM NA TRIAGEM COGNITIVA.
Carvalho, N.G. ; Ubiali, T. ; Lemos, A.C. ; Tambascia, B. ; Carvalho, B.R. ; Guadagnini, M.F. ; Amaral, M.I.R. ; Colella-Santos, M.F. ;

Introdução: O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é definido como um déficit no processamento neural de informações auditivas no sistema nervoso auditivo central. Embora o TPAC não seja causado por déficits cognitivos, ele pode coexistir com outras condições que afetam a cognição e a aprendizagem. Isso torna fundamental uma triagem abrangente em ambiente escolar, que considere tanto os aspectos auditivos quanto os cognitivos, sendo essencial para o encaminhamento ao diagnóstico e manejo eficazes do TPAC. Objetivo: Comparar o desempenho em uma triagem das habilidades auditivas entre estudantes que passaram e falharam em uma triagem cognitiva. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, comparativo e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética (nº 6.216.032). Foi realizado em uma escola pública, com 144 crianças falantes nativas de português, sem alterações auditivas periféricas, conforme avaliação audiológica básica. A triagem cognitiva, empregou o Teste de Matrizes Progressivas Coloridas de Raven, sob responsabilidade da neuropsicóloga da equipe, amplamente reconhecido como adequado para a triagem de raciocínio não verbal, identificando possíveis déficits relacionados à inteligência geral. Para este estudo, foram selecionadas as crianças categorizadas como “na média da capacidade intelectual”, “acima da média da capacidade intelectual” ou “intelectualmente superior” (GI) e comparadas às crianças classificadas como “definitivamente abaixo da média da capacidade intelectual” (GII). No GI, participaram 68 meninas (média de 7,43 anos) e 56 meninos (média de 7,52 anos). No GII, participaram 13 meninas (média de 7,08 anos) e 7 meninos (média de 6,86 anos). Foram aplicados, individualmente, com instruções fornecidas pelas pesquisadoras o Questionário de Autopercepção (QAPAC) e tarefas auditivas, por meio da plataforma AudBility, denominadas localização sonora, fechamento auditivo, integração binaural, figura-fundo, resolução temporal e ordenação temporal de frequência. A análise estatística foi realizada pelo teste de Mann-Whitney, com nível de significância estabelecido em p < 0,05. Resultados: Diferenças significativas foram observadas no QAPAC (GI: 44,13 ± 6,92; GII: 37,5 ± 5,94; p < 0,001) e na tarefa de ordenação temporal de frequência em ambas as orelhas: OD (GI: 86,94% ± 18,22; GII: 65,5% ± 25,85; p < 0,001) e OE (GI: 82,42% ± 19,85; GII: 57,00% ± 29,93; p < 0,001). Não foram identificadas diferenças significativas nas tarefas de localização sonora, fechamento auditivo, integração binaural, figura-fundo e resolução temporal. Conclusão: Estudantes que falharam na triagem cognitiva apresentaram desempenho inferior na percepção geral de seu comportamento auditivo, avaliado por meio do questionário, e na tarefa de ordenação temporal de frequência. No entanto, nem todas as habilidades auditivas foram influenciadas pelo desempenho cognitivo. Esses resultados destacam a importância de uma abordagem multidisciplinar, com a integração de triagens auditivas e cognitivas no ambiente escolar, visando encaminhamentos direcionados ao diagnóstico.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1447
ISSN 1983-1793X
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PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Jesus, B.S.A. ; Bastos, G.S. ; Lentine, I.M.M. ; Oliveira, T.C.G. ;

INTRODUÇÃO: A inserção da Fonoaudiologia na vigilância em Saúde do Trabalhador se caracteriza pela compreensão e análise dos fatores determinantes e condicionantes dos agravos à saúde relacionados aos processos e ambientes de trabalho, em especial à saúde auditiva e à exposição a ruídos no trabalho. Nesse contexto, o projeto “Saúde do Trabalhador: educação, atenção e ação” desenvolve suas atividades visando a integração do tripé ensino, pesquisa e extensão, dando ênfase à saúde do trabalhador, numa abordagem integral e interdisciplinar, pensado pela Fonoaudiologia, mas que amplia seus horizontes para outros cursos de saúde. OBJETIVO: Relatar as ações, em 2024, do projeto de extensão universitária em saúde do trabalhador no Distrito Federal (DF). MÉTODOS: As ações aconteceram durante o ano de 2024 com foco na orientação e no acolhimento da população trabalhadora, assim como na elaboração de conteúdo para mídias sociais e materiais informativos. Também foram realizadas atividades para apresentação e sensibilização da temática para graduandos em saúde. RESULTADOS: O ano de 2024 marcou um avanço significativo no projeto de extensão universitária em saúde do trabalhador, fortalecendo a parceria com os serviços públicos de vigilância, como os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), com enfoque em categorias em situação de vulnerabilidade socioeconômica como motociclistas e terceirizados. Assim, no evento "Saúde Única – Cuidado com os motociclistas: um olhar sobre saúde, trânsito e meio ambiente", em parceria com órgãos públicos, aproximadamente 200 motociclistas tiveram acesso a orientações de saúde ocupacional e de direção defensiva, além de realizarem triagem auditiva. Da mesma forma, servidores e terceirizados da limpeza urbana do DF também receberam orientações sobre audição, bem-estar individual e coletivo no contexto laboral, além de passar por avaliação realizada por otorrinolaringologista e fonoaudiólogo. Em outra ocasião, foi realizada a oficina volante “Valorizando Quem Faz a Universidade: Saúde e Segurança no Trabalho” para os trabalhadores terceirizados (limpeza, segurança e restaurante universitário) de um campus universitário, sendo as informações levadas até eles em seus locais de trabalho, conscientizando-os sobre os riscos à saúde no trabalho e incentivando a adoção de hábitos saudáveis. Quanto aos materiais informativos, foram realizados posts em alusão ao Dia Nacional de Prevenção Acidentes de Trabalho, Dia do Trabalhador Rural, Maio Amarelo e Outubro Rosa, além de folder com informações sobre cuidados com a saúde. Por fim, na oficina "Introdução à saúde do trabalhador e os agravos relacionados", 22 graduandos da saúde testaram seus conhecimentos sobre acidentes de trabalho e doenças ocupacionais num quiz com dados atualizados do panorama da Saúde do Trabalhador no DF. CONCLUSÃO: A extensão universitária mostrou-se uma ferramenta eficaz para promover a saúde e segurança ocupacional entre os trabalhadores do DF. O projeto, ao abordar temas relevantes e utilizar uma metodologia participativa, contribuiu para conscientização e reflexão sobre o tema, tanto dos trabalhadores quanto de graduandos. Recomenda-se a ampliação e o fortalecimento de iniciativas semelhantes, com o objetivo de disseminar o conhecimento e promover a cultura de promoção e prevenção da saúde.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1617
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1617


PROJETO OUVIR: DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO AUDITIVO INFANTIL - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Silva, F. G. M. ; Araújo, F. C. M. ;

Introdução: A atenção à saúde auditiva inicia-se na Triagem Auditiva Neonatal (TAN). Em pacientes com indicadores de risco para a deficiência auditiva (IRDA), nos casos de falha do teste e reteste, estes são encaminhados para diagnóstico audiológico e posteriormente o monitoramento auditivo. Objetivo: Descrever as atividades e experiências desenvolvidas em um projeto de extensão universitária em audiologia infantil. Metodologia: O projeto denominado Projeto Ouvir, realiza a integração entre pesquisa e extensão, onde foi realizado a avaliação e o monitoramento auditivo em crianças de até 3 anos de idade. Semanalmente discentes extensionistas planejaram e executaram os atendimentos, realizando: anamnese, meatoscopia, audiometria de observação comportamental (BOA), audiometria de reforço visual (VRA), emissões otoacústicas (EOA) produto distorção, potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) com clique e por frequências específicas, além da imitanciometria, com o objetivo de triagem, diagnóstico ou monitoramento auditivo. Foram avaliados 9 pacientes, com idade corrigida entre 10 e 31 meses. Resultados: Como discente, pude ter as minhas primeiras experiências com atendimento em audiologia dentro deste projeto, desenvolvendo habilidades de diálogo entre terapeuta e família, além de ampliar o raciocínio clínico para melhor conduzir os exames e a avaliação. A atuação dentro do projeto possibilitou aplicar os conhecimentos teóricos e consolidá-los de maneira prática, através dos atendimentos e das discussões de caso com os demais participantes do projeto. Dentre tais experiências, houveram fatores que dificultaram a conclusão de alguns atendimentos, devido às questões de locomoção da família, questões socioeconômicos e emocionais. Considerações finais: A experiência como extensionista possibilitou compreender a prática do cross-check de informações entre os exames para a construção do laudo audiológico destas crianças. Possibilitou aprimorar minha perspectiva individual para cada paciente, acolhendo-os e prestando um atendimento individualizado e exclusivo, de acordo com a necessidade da criança e da família. Proporcionou a correlação teórico-prática, aprimorando as minhas competências clínicas, além de contribuir na evolução acadêmica discente.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1490
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1490


PROPOSTA DE TELEATENDIMENTO PARA ACOMPANHAMENTO DE CANDIDATOS E USUÁRIOS DE IMPLANTES COCLEARES
Samuel Sierra, PA ; Hoshino ACH ; Goffi-Gomez, MVS ; Tsuji, RK ; Bento, RF ;

Introdução: A telessaúde possibilita o atendimento à distância de pacientes em diversas áreas. No implante coclear, durante o processo de avaliação, os pacientes candidatos ao implante coclear e seus familiares poderiam receber orientações a respeito do prognóstico e expectativas à distância. Usuários de implante coclear que são experientes e estão estáveis, sem variação em seu desempenho nos acompanhamentos anuais, poderiam manter o retorno presencial a cada dois anos, ou mediante necessidade. Objetivo: Avaliar a viabilidade do teleatendimento para acompanhamento de candidatos e usuários de implante coclear. Metodologia: Estudo aprovado pelo comitê de ética da instituição, sob parecer número 51702. Candidatos e usuários de implante coclear foram convidados a realizar um atendimento online, via plataforma específica da instituição em que são acompanhados. Os candidatos e seus familiares foram convidados para devolutiva da avaliação e discussão de expectativas, após a realização da avaliação auditiva presencialmente, enquanto a proposta para os usuários de implante coclear foi a verificação de queixas e do funcionamento do dispositivo, além de orientações. No caso de queixas, necessidade de repetição de testes e ajustes na programação, os pacientes foram agendados presencialmente na instituição. Resultados: No período de outubro de 2022 a outubro de 2024, 124 pacientes realizaram o teleatendimento, sendo 72 implantados (59 adultos e 13 crianças) e 44 candidatos (26 crianças e 18 adultos). Dentre os usuários de IC, 32 (45%) apresentaram alguma queixa em relação ao seu desempenho e processador de fala; destes, 25 retornaram presencialmente à instituição, enquanto os demais tiveram seus retornos presenciais agendados somente no ano seguinte. Já os candidatos não necessitaram retornar presencialmente e foram orientados a aguardar a convocação para cirurgia. Devido à demanda de pacientes que aguardam cirurgia, considera-se a proposta de manter o acompanhamento trimestral dos pacientes que ainda não foram operados, para revisão do caso e avaliação de suas necessidades. O número de adultos usuários de IC foi superior ao de crianças devido à maior possibilidade de estabilidade em seu desempenho. Já para os candidatos, os pacientes adultos precisavam ter boa leitura orofacial ou resíduo auditivo para melhor acompanhamento da videochamada, enquanto o atendimento das crianças foi realizado com seus pais e responsáveis. Conclusão: A proposta do teleatendimento é viável para os pacientes que tiverem condições de acompanhar a chamada de vídeo e pode ser uma alternativa ao atendimento presencial de pacientes implantados com desempenho estável e candidatos que necessitem de orientações.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1689
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1689


PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM PREMATUROS (PAFOP)
Bernardes,M.F. ;

O Protocolo de Avaliação Fonoaudiológica em prematuros, denominado PAFOP, foi desenvolvido
com base em evidências científicas e levando em consideração a análise dos protocolos já existentes.
Itens avaliados foram adaptados ou modificados para atender a faixa etária e a população préestabelecida. O objetivo do trabalho foi analisar a relevância do PAFOP na atuação fonoaudiológica
com crianças prematuras de zero a doze meses de idade. Profissionais fonoaudiólogos receberam o
convite para participar da pesquisa por meio da rede social (“Instagram”) em contas destinadas a
fonoaudiólogos com um “link” em que o profissional era direcionado para a plataforma “Google
Forms”, na qual estava o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Após a leitura do Termo, o
fonoaudiólogo que aceitasse participar da pesquisa deveria marcar a opção “Sim, li e aceito”. Na
sequência, somente os profissionais que assinalaram o aceite para participar da pesquisa foram
direcionados automaticamente para uma nova página do “Google Forms”, em que estava um
formulário com as questões abordadas no PAFOP para serem avaliadas, assinalando a nota de zero a
dez, de acordo com a relevância de cada item a ser avaliado no protocolo, sendo zero nenhuma
relevância e dez máxima relevância. Nos resultados os tópicos avaliados foram considerados de alta
relevância, com média das notas entre nove e dez. Frente aos resultados, o protocolo PAFOP foi
considerado pelos juízes como eficaz para avaliar prematuros de zero a doze meses de idade, sendo
necessário sua aplicação na rotina clínica para verificação de sua eficácia e posterior processo de
validação do instrumento.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1412
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1412


PROTOCOLO DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO PARA O DIAGNÓSTICO DA SINAPTOPATIA COCLEAR EM HUMANOS: REVISÃO DE ESCOPO
Garrido, S. R. T. ; Matos, H. G. C. ; Cardoso, M. J. F. ; Alvarenga, K. F. ; Jacob, l. C. B. ;

Introdução: A sinaptopatia coclear (SC), ou disfunção sináptica auditiva, ocorre pela desaferenciação na transmissão dos sinais sonoros entre as células ciliadas internas e as fibras nervosas auditivas do gânglio espiral, resultando na interrupção permanente da comunicação e caracterizada por manifestações clínicas. As principais alterações são dificuldade de compreensão de fala na presença de ruído e zumbido, e ausência de alterações nos limiares auditivos tonais. Estudos indicam que a SC está associada a alterações no Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE), como a diminuição da amplitude da Onda I e valores aumentados da latência da Onda V e intervalos interpicos, especialmente entre I-V e III-V. No entanto, não há protocolos padronizados para a detecção da SC, justificando a realização de uma revisão de literatura para responder à pergunta de pesquisa: “Quais são os protocolos utilizados no registro do PEATE em humanos para o diagnóstico da SC?”. Objetivo: Descrever/investigar os protocolos para o registro do PEATE em humanos no diagnóstico da SC. Metodologia: Realizou-se uma revisão de escopo com base no PRISMA-ScR (Preferred Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews). Foram incluídos artigos em acesso aberto em português e inglês, sem restrição de data de publicação, foram extraídos das bases de dados Cochrane Library, LILACS, Scopus, BVS e PubMed. As palavras-chave da busca foram baseadas nos Descritores em Ciências da Saúde Medical Subject Headings. A estratégia de busca utilizou o operador booleano OR em conjunto com os descritores "Potenciais Evocados Auditivos do Tronco Encefálico", "Sinaptopatia", "PEATE”, “Synaptopathy” e “ABR” (Auditory Brainstem Responses). Os artigos foram extraídos de agosto a novembro de 2024 e armazenados na plataforma Rayyan. Para mitigar potenciais vieses, dois pesquisadores independentes avaliaram a inclusão dos estudos com base em título e resumo. Foram extraídos 4.579 artigos, 1.435 foram eliminados por duplicação, entre os 3.144 artigos restantes, 3.019 foram excluídos por não atenderem à pergunta e/ou objetivo. Foi realizada a leitura completa de 34 artigos e a inclusão de 14 estudos. As variáveis extraídas dos artigos selecionados foram tipo de estímulo, intensidade, passa-filtro, taxa de estimulação e polaridade. Resultados: O estímulo mais utilizado foi o Click/clique na polaridade alternada, exceto um que usou polaridade rarefeita, com ajustes na intensidade, taxa de estimulação e filtragem de frequência. A intensidade variou de 70 dB a 105 dB nHL, sendo 90 dB nHL a mais utilizada. A taxa de estimulação variou de 11 a 234,4 cliques/s. As taxas mais altas (> 30 cliques/s) foram mais sensíveis para identificar SC, notando-se a redução progressiva da amplitude da Onda I com o aumento da taxa. Os filtros de frequência foram heterogêneos, geralmente entre 100 Hz e 3.000 Hz, mas também filtros mais restritos (100-1.500 Hz ou 30-3.000 Hz). Conclusões: Os diferentes e protocolos evidenciam a ausência de padronização nos estudos sobre SC, dificultando a comparação direta dos resultados. No entanto, os achados indicam que taxas de estimulação mais elevadas e intensidades supralimiares podem ser eficazes na detecção de alterações sinápticas por meio do PEATE.
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Página(s): p.1674
ISSN 1983-1793X
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PROVAS OCULOMOTORAS E CALÓRICA NO IDOSO: UM ESTUDO COMPARATIVO QUANTO AO TIPO DE TONTURA
Menezes, N. B. ; Oliveira, N. S. ; Siqueira, A. R. ; Santos Filha, V. A. V. ;

Introdução: A tontura é uma queixa comum entre os idosos e está associada a diversas condições clínicas, com impacto negativo na qualidade de vida. Pode se manifestar como desequilíbrio ou vertigem, e o diagnóstico diferencial entre essas apresentações é fundamental para o manejo adequado, com vectoeletronistagmografia bem utilizada na rede pública de saúde. Objetivo: Caracterizar os resultados das provas oculomotoras e da prova calórica nos idosos, comparando-os de acordo com o tipo de tontura. Metodologia: Estudo observacional, descritivo e transversal, com análise quantitativa, vinculado a um projeto de pesquisa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa institucional, sob o número 2.732.475. Amostra constituída por 61 idosos, com idades entre 60 e 87 anos, com queixas de tontura, atendidos no Laboratório de Otoneurologia de uma clínica escola. Todos foram submetidos a uma anamnese, Escala Visual Analógica (EVA), Dizziness Handicap Inventory (DHI) e avaliação otoneurológica, com foco nas provas oculomotoras e vestibulares/calórica. Resultados: A média de idade dos idosos foi de 69,90 anos, sendo 63,9% mulheres e 36,1% homens, em atividade laboral uma minoria de 29,5%. Quanto à tontura, 65,6% dos idosos relataram desequilíbrio, e 34,4% vertigem, com duração de segundos para 35% e 38,1%, e episódios prévios de queda para 37,5% e 47,6%, respectivamente. Os escores médios do DHI foram 50,40, com 19,25 no aspecto funcional, 16,30 no emocional e 14,63 no físico. Na EVA, a média foi de oito pontos, com 84,91% apresentando EVA igual ou maior a sete. Na prova calórica, 50,8% dos idosos apresentaram normorreflexia, e entre àqueles que apresentaram alterações, 66,7% mostraram predomínio labiríntico unilateral. Nas provas oculomotoras, 11,48% dos idosos tiveram alterações, sendo que 57,14% destes também apresentaram alterações na prova calórica. Ao analisar os subgrupos, entre os 40 idosos com desequilíbrio, 57,5% apresentaram alterações na prova calórica, com predominância de predomínio labiríntico unilateral (60%). Entre os 21 idosos com vertigem, 52,4% apresentaram alterações na prova calórica, com 63,7% com predomínio labiríntico unilateral. Além da queixa de tontura, 65,6% dos idosos apresentam perda auditiva, com apenas 10% usuários de aparelhos auditivos, assim como zumbido. Conclusão: Os resultados mostram que tanto as provas oculomotoras quanto a prova calórica foram eficazes na identificação das alterações na vectoeletronistagmografia nos idosos com queixas de tontura. As diferenças observadas entre os subgrupos de desequilíbrio e vertigem indicam a necessidade de uma avaliação clínica minuciosa, que considere não apenas as queixas de tontura, mas também a presença de outras condições associadas, como perda auditiva e zumbido. Essas informações são fundamentais para o desenvolvimento de estratégias de reabilitação mais eficazes e para a promoção da qualidade de vida dessa população idosa.
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Página(s): p.1576
ISSN 1983-1793X
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QUEIXAS COCLEOVESTIBULARES DETECTADAS PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM PESSOAS IDOSAS
Aragão, T.E.B. ; Arakawa-Belaunde, A.M. ; Scharlach, R.C. ;

Introdução: Algumas das queixas mais recorrentes apresentadas pelas pessoas idosas, além da diminuição da audição, são: zumbido, dificuldade de compreensão de fala, desconforto a sons intensos, plenitude aural, otalgia, prurido e tontura, podendo afetar a qualidade de vida dessas pessoas. As implicações da perda auditiva na pessoa idosa associada às queixas auditivas estão relacionadas aos impactos psicológicos e sociais. Entre eles o isolamento, sintomas depressivos, dificuldade de se comunicar e a preferência por não frequentar locais públicos. Objetivo: Investigar as queixas cocleovestibulares detectadas pelos profissionais de saúde em pessoas idosas e suas condutas. Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo de delineamento transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 6.389.496, realizado em novembro de 2023 em um município da região do Recôncavo Baiano. Foram convidados a participar do estudo profissionais de saúde ativos e vinculados às unidades básicas de saúde e, excluídos os que estavam de licença ou férias. Para esta pesquisa aplicou-se um questionário semiestruturado previamente a uma capacitação com profissionais de saúde sobre saúde auditiva e o teste do sussurro. Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise estatística descritiva e inferencial com nível de significância de 5%. Resultados: Participaram do estudo 71 profissionais de saúde, equivalente a 44,93% dos profissionais de saúde das unidades básicas do município. A média de idade dos participantes foi de 46,1 anos e 85,5% eram do sexo feminino. Quanto à ocupação, 51 profissionais eram agentes comunitários de saúde (ACS) (68,92%), 20 enfermeiros (27,03%). Ressalta-se que a dificuldade auditiva foi a queixa mais mencionada, com uma ocorrência de 52,9% entre os ACS e 80,0% entre os Enfermeiros, com diferença estatisticamente significativa para o relato entre as categorias profissionais (p=0,036). A dificuldade para entender a fala foi a segunda queixa mais identificada com uma ocorrência de 25,5% entre os ACS e 45,0% entre os Enfermeiros, sem diferença estatística entre os profissionais (p=0,110) e está diretamente relacionada com a presença da perda auditiva. A queixa de tontura também foi identificada pelos profissionais (25,5% dos ACS e 40% dos enfermeiros), sem diferença entre os mesmos (p=228) Os dados indicam que 50,7% dos profissionais de saúde, que em sua prática em algum momento identificaram a necessidade de alguma pessoa idosa realizar acompanhamento fonoaudiológico, fizeram o devido encaminhamento. Conclusões: As queixas auditivas são identificadas pelos profissionais da Atenção Básica (ACS e Enfermeiros), porém nem todos fazem os encaminhamentos necessários. O Caderno de Atenção Básica Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa tem o objetivo de dar maior resolutividade às necessidades dessa população na Atenção Básica. A capacitação das equipes de saúde faz-se necessária para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos, assim como a manutenção da saúde no território.
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Página(s): p.1542
ISSN 1983-1793X
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QUEIXAS DE USUÁRIOS DE AASI E FORMAS DE SOLUCIONÁ-LAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE FONOAUDIOLOGIA
Leite, M. ; Peraca, S. P. ; Pagnosin, D. F. ; Koehler, R. S. ;

TÍTULO: Queixas de usuários de AASI e formas de solucioná-las: relato de experiência de acadêmicos de Fonoaudiologia
INTRODUÇÃO:a perda auditiva afeta cerca de 1,5 bilhões de pessoas no mundo, podendo atingir a marca de 2,5bilhões até 2050 (Chadha;Kamenov;Cieza, 2021). No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas relatam algum tipo de queixa em relação à audição (IBGE, 2022). Neste contexto, o Sistema Único de Saúde (SUS) faz a concessão de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI), o que é regido pelo Decreto nº 7.612, de 2011, que institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Brasil, 2004) Com o crescente número de usuários de AASI, os Serviços de Reabilitação Auditiva necessitam pensar em formas de pronto atendimento para esta população, visto as dificuldades com o manejo dos aparelhos e a necessidade de acolhimento com ajustes e soluções rápidas para cada caso (Sault et al, 2024).
OBJETIVO: analisar as queixas de usuários de AASI, suas soluções e seus achados audiológicos em um grupo de usuários de AASI atendidos por estudantes de fonoaudiologia em um estágio curricular obrigatório.
MÉTODOS: análise de 25 prontuários de usuários de AASI atendidos no segundo semestre de 2024 por estudantes em período de estágio obrigatório em um Serviço de Reabilitação Auditiva.
RESULTADOS: observou-se que 72% dos usuários não possuíam queixas quanto ao aparelho em um primeiro momento, mas para os demais, as queixas variam desde problemas com o molde, tubo e oliva (10%), problemas com eco ou chiados (6%), falhas técnicas nãos AASI (6%), sensação de oclusão (4%) e queixa de microfonia (2%). Dentre as soluções propostas para as queixas destacam-se a troca de tubos dos moldes/tubos finos e olivas; ajustes/desgastes nos moldes visando maior conforto e confecção de novos moldes quando necessário. No AASI em si os ajustes consistiram em adequação na aclimatização, uso do gerenciador de microfonia e mudanças de programação. Em todos os atendimentos foram realizadas novas orientações quanto ao uso e manuseio do AASI. Na caracterização audiológica, observou-se que 96% dos usuários atendidos haviam realizado audiometria nos últimos seis meses e 48% haviam realizado reavaliação otorrinolaringológica também nos últimos seis meses. Quanto ao tempo de uso do aparelho 54% usam há no máximo um ano, 22% entre um e três anos e 24% entre três e sete anos. Com relação ao datalogging foi possível analisar que 12% dos usuários apresentavam uso superior a 10 horas diárias e 12% até 3 horas por dia.
CONCLUSÃO: observou-se que a maioria dos usuários não apresentam queixa nos primeiros momentos da adaptação, a retomada das orientações quanto ao bom uso do aparelho é uma prática recorrente nos atendimentos e cada queixa requer uma escuta atenta, promovendo assim o bem estar de cada paciente de forma individual.
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Página(s): p.1453
ISSN 1983-1793X
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QUESTIONÁRIO DE AUTOPERCEPÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL (QAPAC) RESPONDIDO POR CRIANÇAS COM E SEM DIFICULDADES ESCOLARES E SEUS PAIS: INFLUÊNCIA DE DETERMINANTES BIOLÓGICOS
Lemos, A. C. P. ; Carvalho, N. G. ; Tambascia, B. L. ; Ubiali, T. ; Carvalho, B. R. ; Guadagnini, M. F. ; Colella-Santos, M. F. ; Amaral, M. I. R. ;

Introdução: Os questionários de autopercepção têm sido indicados para comporem protocolos de triagem, pois auxiliam no encaminhamento assertivo para a avaliação e a reabilitação em casos de Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC). A triagem eficaz das habilidades auditivas é muito importante nos anos iniciais de alfabetização, visto que, entre os escolares com queixas relacionadas ao aprendizado e desenvolvimento, 1% a 5% apresentam o TPAC. Objetivo: Descrever o desempenho e a influência da idade e do sexo em uma amostra de crianças com e sem dificuldades escolares no Questionário de Autopercepção do Processamento Auditivo Central (QAPAC), bem como comparar com as respostas dos pais. Método: Estudo descritivo-comparativo, de corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética (#6.216.032) e realizado em parceria com uma escola pública. Em ambiente escolar, 114 crianças entre seis e oito anos, falantes do português, sem alterações auditivas periféricas, síndromes ou transtornos do neurodesenvolvimento e com desempenho na média ou acima da média da capacidade intelectual no Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven foram triadas. Os procedimentos foram: Teste de Desempenho Escolar (TDE II) e QAPAC. Dado o desempenho no TDE II, houve divisão em dois grupos: Grupo 1 (G1), com 80 crianças com bom desempenho escolar e média de idade 6,99+0,74 e grupo 2 (G2), com 34 crianças com dificuldade escolar e média de idade 7,03+0,9. Após a etapa escolar, 58 pais compareceram ao laboratório da instituição e responderam ao QAPAC. Foram considerados risco para o TPAC escores ≤43 para 8 anos e ≤45 para 6 e 7 anos. Os resultados foram analisados estatisticamente, sob nível de significância de 5%. Resultados: Os grupos foram homogêneos em relação ao sexo (p=0,884) e à idade (p=0,800). No G1, a média de escore no QAPAC foi de 43,86+6,69 entre as crianças e 43,56+9,28 entre os pais para seis anos, 43,89+6,07 entre as crianças e 46,94+6,77 entre os pais para sete anos e 46,52+4,82 entre as crianças e 47,42+6,82 entre os pais para oito anos. No G2, a média foi de 45,38+8,68 na versão das crianças e 53 na versão dos pais para seis anos, 39,86+7,20 na versão das crianças e 49,5+7,33 na versão dos pais para sete anos e 40,50+8,64 na versão das crianças e 42,71+4,54 na versão dos pais para oito anos. No G1, tanto pais (+3,38) quanto crianças (+3,22) perceberam melhora do comportamento auditivo com o aumento da idade, enquanto no G2 há piora para os pais (-5,62) e para as crianças (-5,78). No entanto, a diferença estatística (p=0,026) indica que para as crianças a melhora só foi percebida dos sete para os oito anos de idade, enquanto os pais perceberam melhora entre os seis e sete anos de idade. Conclusão: Com o aumento da idade, os pais e as crianças do G1 perceberam melhora do comportamento auditivo, enquanto no G2 perceberam piora, sendo que o sexo não influenciou. Houve diferença estatística entre as respostas dos pais e das crianças, pois enquanto os pais perceberam melhora já aos sete anos, as crianças perceberam aos oito anos.
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Página(s): p.1541
ISSN 1983-1793X
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RASTREIO DE HABILIDADES COGNITIVAS DE IDOSOS USUÁRIOS DE APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL
Eduardo, J.Y.M. ; Lima, I.L.B. ; Cavalcanti, D.M.M.A. ;

Introdução: A população idosa do Brasil tem crescido significativamente. Com o envelhecimento, aumentam as comorbidades sensoriais e cognitivas, como o declínio na comunicação e a perda auditiva, que afetam a qualidade de vida. Objetivo: Descrever e analisar o desempenho de idosos usuários de AASI em teste de rastreio cognitivo. Métodos: O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética sob o parecer número 6.978.429. A amostra foi composta por 15 idosos, com média de idade de 77,33 anos, sendo oito homens e sete mulheres, e com média de tempo de uso do AASI de 34,5 meses. Os critérios de inclusão foram idosos com mais de 65 anos, perda auditiva e uso de AASI por no mínimo seis meses. Na coleta de dados, foi realizado o exame cognitivo Addenbrooke (ACE-R) e análise documental da audiometria tonal para definir o tipo e o grau de perda auditiva. Os dados foram analisados estatisticamente utilizando o Jamovi. Resultados: 73,3% dos idosos apresentaram perda auditiva de grau moderado, sendo 93,3% com perda bilateral. A configuração descendente em rampa bilateral foi observada em 46,6%, indicando piores limiares em frequências agudas. Alterações na fluência verbal e memória foram encontradas em todos os participantes. Foi observada uma correlação negativa forte entre a idade e a linguagem dos participantes (p<0,001) e negativa moderada entre a idade e o escore total do rastreio cognitivo (p=0,013). Conclusão: Há dificuldades cognitivas em idosos com perda auditiva usuários de aparelho de amplificação sonora individual, especialmente em memória e fluência verbal. Quanto maior a idade, menor o desempenho cognitivo e de linguagem.
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Página(s): p.1629
ISSN 1983-1793X
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REABILITAÇÃO AUDITIVA: ESTRATÉGIA DE ADAPTAÇÃO DE JOGOS DIGITAIS NA MODALIDADE CLÍNICA EM CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
AMORIM, A. S. ; LIMA, M. C. M. P. ; SILVA, I. R. ;

Introdução: A reabilitação auditiva compreende um conjunto de métodos e técnicas usadas no processo terapêutico fonoaudiológico. Com o treinamento das habilidades auditivas, os indivíduos pós-implantados podem obter um melhor desempenho na aquisição da linguagem oral. Uma forma de se trazer benefícios para o desenvolvimento auditivo de uma criança com implante coclear é o uso de jogos digitais. Objetivo: Estimular e avaliar as aquisições de linguagem oral de crianças surdas, usuárias de implante coclear, por meio de jogos digitais. Metodologia: Número do CAAE: 81203724.3.0000.5404. Trata-se de uma pesquisa clínica de caráter qualitativo. Foram selecionadas seis crianças entre 5 e 10 anos, pós-implantadas, em uma clínica fonoaudiológica universitária, acompanhadas em terapia fonoaudiológica por um período de 3 meses, sessões uma vez por semana. A plataforma escolhida para o estudo foram os jogos da Play Store, envolvendo: Baby Playground, Jogos infantis, Jogos para crianças, Funny Food 3 e Dentist. A pesquisa consistiu em adaptar brinquedos físicos associados às categorias a serem usadas nos jogos digitais para se trabalhar as habilidades auditivas e a oralidade. Resultados parciais: Os resultados demonstraram autonomia das crianças na escolha dos jogos. Das 6 crianças, 4 apresentaram oralização de palavras simples, 2 usaram vocalização e balbucios nas aplicações dos jogos físicos e digitais. Para realizar o treinamento auditivo foi aplicada a temática música e sons com os instrumentos musicais piano, chocalho, xilofone, tambores. Quatro crianças oralizaram as letras do alfabeto com as do piano e as sílabas DO-RE-MI-FA-SOL-LA-SI associando a linguagem escrita, auxiliando na produção da oralidade. Neste jogo, uma criança demonstrou agilidade em reconhecer as notas musicais com movimentos complexos, após repetição. As demais apresentaram dificuldade em realizar movimentos simples. No jogo da categoria cor, as crianças apresentaram atenção, a maioria conseguiu discriminar a cor sem ver o nome escrito, visto que as dificuldades podem aparecer por não ter chegado ao processo de significação da imagem, leitura e escrita. Por outro lado, foi bastante usado o cartão com onomatopeias, microfone e celular infantil, junto com o brinquedo de dentista e o jogo dentist. As crianças realizaram vocalização e fizeram tentativas de pronunciar e repetir o som com intervenção terapêutica promovendo um contexto de situações simbólicas. No acompanhamento, três crianças demonstraram evolução nos fonemas surdos e sonoros, permanecendo com dificuldade maior nos fonemas líquidos, pois a maioria precisava treinar força de movimento articulatório para conseguir a pronúncia correta. Notamos que o uso de microfone com amplificação auxiliou na percepção vocálica. Conclusão: Os jogos mostraram-se bastante efetivos para estimulação e produção da oralidade, com a presença de vocalizações espontâneas das crianças ao ganhar ou perder um jogo, sendo que a maioria delas iniciou os atendimentos apresentando pouca articulações. Trabalhar com as particularidades de cada criança, visando suas habilidades de raciocínio, trouxe benefícios terapêuticos para a linguagem e audição. Houve devolutiva relevante de pais que informaram uma melhora na oralização identificada pelo mapa do implante, com uma perspectiva de avanço na produção de palavras simples para frases curtas com pronúncia correta.
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Página(s): p.1605
ISSN 1983-1793X
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REABILITAÇÃO VESTIBULAR EM ADULTOS COM SINTOMAS DE CINETOSE.
Luiz, J.S. ; Ribeiro, M.C. ; Soldera, C.L.C. ;

Introdução: A cinetose é definida como uma condição comum que causa desconfortos provocados pelo movimento visual ou de transporte, podendo gerar sintomas como tontura, náuseas, vômito, suor frio, cefaleia, bocejos e sonolência. Tal condição é resultante de um conflito entre as informações sensoriais, vestíbulo-visuais ou intravestibulares e a sua gravidade está diretamente associada à intensidade do fator desencadeante. Levando em consideração a capacidade do sistema neurossensorial de adaptar-se, uma das formas de tratamento para a cinetose é a Reabilitação Vestibular (RV) uma vez que exercícios de olhos, cabeça e pescoço têm apresentado resultados positivos na comunidade acometida por essa condição. Esse método visa promover uma maior otimização da interação vestíbulo-visual durante as movimentações cefálicas, proporcionando uma melhor estabilidade em situações de conflito sensorial. Portanto, levando em consideração todas as limitações provocadas pelos sintomas desconfortáveis causados pela cinetose, a praticabilidade, o baixo custo e o baixo índice de efeitos adversos provenientes da RV, é de extrema importância averiguar o efeito dela em sujeitos com queixa de cinetose. Objetivo: verificar a eficácia da reabilitação vestibular em adultos com sintomas de cinetose. Metodologia: Estudo quantitativo experimental composto por uma amostra de conveniência com indivíduos entre 18 e 40 anos de idade com queixas de cinetose e que tinham disponibilidade para a realização da proposta de RV do presente estudo. Os indivíduos foram avaliados a partir de questionários e uma avaliação do equilíbrio corporal por meio do Teste de Organização Sensorial (TOS), realizado com a Posturografia Dinâmica Foam-Laser (PDFL). O programa de RV foi aplicado e baseado no protocolo abreviado de Cawthorne e Cooksey. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa e aprovado sob parecer número 6.767.608. Resultados: A amostra contou com 12 indivíduos entre 18 e 40 anos, de ambos os sexos, que possuíam sintomas vestibulares ao movimento. A maioria dos participantes da amostra (83,3%) relatou início dos sintomas ainda na infância. O enjoo/vômito foi o sintoma mais prevalente (100%). O carro foi o meio de transporte mais citado como desencadeador dos sintomas (100%). A maioria (64,3%) relatou sintomas ao se exporem a brinquedos em parques de diversão. Houve redução significativa na pesquisa com a EVA (Escala Visual Analógica) (p<0,001). Ao Dizziness Handicap Inventory (DHI), houve redução significativa nos domínios físicos (p=0,014), emocionais (p=0,004) e no escore total (p=0,004). À PDFL, em relação aos sistemas avaliados, houve aumento significativo no desempenho dos sistemas somatossensorial (p=0,01) e vestibular (p=0,004). Houve associação significativa com a prática de exercício físico e a melhora no sistema somatossensorial (p=0,016). Houve associação significativa do início dos sintomas na adolescência e a redução nos domínios emocionais (p=0,000) e no escore total do DHI (p=0,032). Houve associação significativa em relação ao início dos sintomas na adolescência e a redução da EVA (p=0,005). Conclusões: A partir da redução do grau de incômodo com os sintomas e a melhora no desempenho dos sistemas responsáveis pelo equilíbrio corporal, verificou-se que a reabilitação vestibular é eficaz para melhora dos sintomas de cinetose em adultos.
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Página(s): p.1433
ISSN 1983-1793X
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REABILITAÇÃO VESTIBULAR POTENCIALIZADA PELA ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
SILVA, T. L. N. ; Silva, T. N. S. ; Silva, G. M. P. ; Chagas, E. N. ; Oliveira, S. B. S. C. ; Vasconcelos, C. V. C. ; Britto, D. B. L. A. ;

INTRODUÇÃO: A tontura crônica é uma condição debilitante frequentemente associada à disfunções vestibulares, impactando significativamente a qualidade de vida. Abordagens terapêuticas convencionais podem ser insuficientes, e a estimulação transcraniana por corrente contínua combinada à reabilitação vestibular surge como uma estratégia promissora, potencializando a neuroplasticidade e promovendo a compensação vestibular. OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo descrever a eficácia da estimulação transcraniana por corrente contínua associada à terapia de reabilitação vestibular, avaliando os efeitos dessa abordagem combinada na melhora dos sintomas de distúrbios vestibulares clássicos. MÉTODO: Trata-se de uma revisão de escopo realizada entre setembro e dezembro de 2024, utilizando a estratégia PCC (População, Conceito, Contexto). (P): Pacientes com distúrbios vestibulares específicos, incluindo disfunção vestibular unilateral e enxaqueca vestibular. (C): Efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua associados à reabilitação vestibular na melhora de sintomas, como tontura, equilíbrio e qualidade de vida. (C): Estudos clínicos que avaliam intervenções terapêuticas envolvendo estimulação transcraniana por corrente contínua e reabilitação vestibular em ambientes clínicos, considerando métodos quantitativos e qualitativos para análise de sintomas e impacto funcional. A pergunta condutora foi: “Quais são os efeitos da reabilitação vestibular associada à estimulação transcraniana por corrente contínua em pacientes com disfunções vestibulares crônicas?” A pesquisa ocorreu nas bases PubMed, LILACS e Scopus, com os operadores booleanos AND e OR com a seguinte chave de busca: "Vestibular Disorders" AND "Transcranial Direct Current Stimulation", "Vestibular Disorders" OR "Vestibular Dysfunction" AND "Transcranial Direct Current Stimulation". Foram incluídos artigos disponíveis na íntegra, publicados em inglês, espanhol e português, que abordaram métodos quantitativos e qualitativos e que realizaram a reabilitação vestibular associada à estimulação transcraniana por corrente contínua. Excluíram-se revisões de literatura, monografias, dissertações, capítulos de livros, consensos, suplementos e comentários editoriais. RESULTADOS: Após a busca nas bases, apenas cinco estudos se encaixaram nos critérios de elegibilidade. A combinação da reabilitação vestibular com a estimulação transcraniana por corrente contínua demonstrou resultados positivos na redução de sintomas de disfunções vestibulares crônicas, com melhorias expressivas no Dizziness Handicap Inventory e em escalas de confiança no equilíbrio. A estimulação transcraniana por corrente contínua favoreceu a plasticidade neural, promovendo compensação vestibular mais eficiente, maior estabilidade postural e integração sensório-motora aprimorada. Benefícios adicionais foram evidenciados em tarefas funcionais, como o Timed Up and Go, indicando avanços na mobilidade e funcionalidade dos pacientes. Apesar desses resultados promissores, limitações metodológicas foram identificadas, como tamanhos amostrais reduzidos e a ausência de padronização nos protocolos de estimulação. Esses aspectos reforçam a necessidade de estudos adicionais para consolidar essa abordagem como uma estratégia terapêutica robusta e amplamente aplicável. CONCLUSÕES: A combinação da reabilitação vestibular com a estimulação transcraniana por corrente contínua representa uma inovação no manejo de disfunções vestibulares crônicas, potencializando os efeitos terapêuticos tradicionais. Os dados indicam que essa técnica pode reduzir a intensidade da tontura, melhorar o equilíbrio e promover a qualidade de vida dos pacientes, consolidando a fonoaudiologia como uma área de destaque na neurociência aplicada à reabilitação.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1479
ISSN 1983-1793X
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RECOMENDAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DOS TIPOS DE AASI PELO INSTRUTIVO DE SAÚDE AUDITIVA DO SUS VERSUS NECESSIDADES AUDITIVAS DOS PACIENTES
Araújo, M. J. C. L. V. ; Oliveira, A. D. M. C. ; Rocha, K. P ; Lima, A. M. O. ; Lima, H. R. M. O. M. ; Lima, A. G. ; Almeida, R. C. M. ; Santos, B. B. F. C. ; Rocha, D. S. C. G. ; Andrade, W. T. L. ;

Introdução: A Portaria nº 793/2012 do Ministério da Saúde (MS) define a organização e a integração de ações e serviços voltados à reabilitação de pessoas com deficiência, abrangendo casos relacionados à audição. No Brasil, os serviços autorizados pelo MS para dispensar aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) devem garantir que os usuários possam otimizar o aproveitamento de sua audição residual. Para isso, a seleção do dispositivo deve ser baseada nas necessidades e particularidades individuais, além de considerar fatores técnicos, como as especificações eletroacústicas, a classificação tecnológica (tipos A, B e C) e o modelo do AASI, seja retroauricular ou intra-auricular. O tipo A, mais simples, é digital, com dois canais, controle de volume e compressão não linear. O tipo B é digital programável, possui três canais, microfone direcional fixo, dois programas de áudio, redução de ruído e registro de uso. Já o tipo C, o mais sofisticado, oferece cinco canais, microfone direcional adaptativo, três programas de áudio, redução de ruído e registro de dados, garantindo maior personalização e tecnologia. O Instrutivo de Saúde Auditiva dos Centros de Reabilitação recomenda que os Serviços de Reabilitação Auditiva dispensem AASI conforme a seguinte distribuição: tipo A (50%), tipo B (35%) e tipo C (15%). Contudo, essa recomendação pode apresentar discrepâncias em relação às necessidades auditivas de cada paciente, dificultando a adaptação dos aparelhos. Objetivo: Analisar a adequação da recomendação do Instrutivo de Saúde Auditiva do SUS às necessidades auditivas dos pacientes de um Centro Especializado em Reabilitação (CER) do estado da Paraíba. Metodologia: Estudo observacional, descritivo e longitudinal, realizado a partir de análise dos prontuários de 2.333 pacientes de menos de 1 ano a 102 anos que realizaram adaptação de AASI nos anos de 2021 a 2024 em um CER estadual localizado em João Pessoa/PB. Os AASI fornecidos seguiam a classificação estabelecida pelo Instrutivo de Saúde Auditiva. Foi coletada a idade, quantidade e o tipo do AASI dispensado segundo a necessidade do paciente (A, B ou C). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, mediante o parecer nº 3.942.852. Resultados: Verificou-se uma variação significativa na distribuição dos AASI ao longo dos anos analisados (A/B/C): 2021: 27,67%/56,12%/16,21%; 2022: 23,28%/63,39%/13,33%; 2023: 16,58%/67,55%/15,87%; 2024: 10,78%/72,37/16,85%. Essa distribuição demonstrou a redução da dispensação dos AASI do tipo A e o aumento dos AASI do tipo B, evidenciando a necessidade de utilização de dispositivos com tecnologia mais avançada. A dispensação dos AASI do tipo C manteve-se estável nos anos de análise. Conclusão: A atual distribuição dos aparelhos não segue a recomendação do Instrutivo de Saúde Auditiva. Em vez disso, os dados evidenciam distribuição bastante diferente, com uma redução contínua no fornecimento de AASI do Tipo A e uma necessidade maior dos aparelhos Tipo B. Os dados analisados sinalizam a importância de atualizar a tabela SUS, em especial, considerando os avanços tecnológicos e demandas clínicas não contempladas atualmente.
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Página(s): p.1567
ISSN 1983-1793X
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REFLEXOS ACÚSTICOS CONTRALATERAIS: UM ESTUDO EM INDIVÍDUOS COM ACUIDADE AUDITIVA PERIFÉRICA NORMAL E SEM QUEIXAS AUDITIVAS
Andrade, I.V.M. ; Moreira, H.G. ; Rosa, S.R. ; Dalla Santa, G.N. ; Brandt, A.C.A. ; Bühring, G.T. ; Garcia, M.V. ;

Introdução: O reflexo acústico estapediano é um procedimento que avalia a integridade funcional das vias auditivas centrais e periféricas, incluindo especialmente as áreas relacionadas às conexões do tronco encefálico. A análise de seus resultados, em conjunto com os demais exames audiológicos, é primordial para o diagnóstico diferencial, em especial de indivíduos que possuem limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade. Objetivo: Analisar o reflexo acústico estapediano contralateral em indivíduos sem queixas auditivas e com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade. Metodologia: Estudo de caráter retrospectivo e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 56038322.1.0000.5346. Os procedimentos foram realizados no período de março a dezembro de 2024, no qual foram avaliados 234 sujeitos, sendo 96 indivíduos do sexo masculino e 138 do sexo feminino. Destes, 120 pacientes foram atendidos na prática clínica regular, enquanto 114 receberam atendimento na liga acadêmica de audiologia. Foram excluídos 214 indivíduos por apresentarem perda auditiva, alteração de curva timpanométrica, queixas otológicas e/ou dificuldade de compreensão de fala. Dessa forma, foram incluídos no estudo 20 sujeitos sem queixas auditivas, com idades de 6 a 51 anos (média de 18 anos +/- 15), que apresentaram curvas timpanométricas do tipo A, Ad e Ar e com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade em ambas as orelhas (250 a 8000Hz- 15dBNA). Todos os participantes foram submetidos a anamnese semi-estruturada, inspeção visual do meato acústico externo, audiometria tonal liminar, logoaudiometria e medidas de imitância acústica (timpanometria e pesquisa dos reflexos acústicos contralaterais nas frequências de 500,1000,2000 e 4000Hz). Os dados foram tabulados em uma planilha, avaliados e os resultados descritos. Resultados: Foram incluídos 12 sujeitos do sexo masculino (60%) e 8 do sexo feminino (40%). Em relação aos reflexos acústicos estapedianos contralaterais da orelha esquerda, evidenciou-se que 35% (7 sujeitos) apresentaram reflexos ausentes, seguido por 35% (7 sujeitos) que obtiveram reflexos presentes, 15% (3 sujeitos) com reflexos parcialmente presentes, e 15% (3 sujeitos) com reflexos indicando decrutamento. Na orelha direita evidenciou-se que 15% (3 sujeitos) apresentaram reflexos ausentes, seguido por 45% (9 sujeitos) que obtiveram reflexos presentes, 25% (5 sujeitos) com reflexos parcialmente presentes, 15% (3 sujeitos) com reflexos indicando decrutamento. Na análise total, por orelha, foi observado na OD 55% de alteração, enquanto na OE, 65% . Conclusão: Sujeitos sem queixas auditivas e/ou otológicas, com limiares tonais normais até 8000Hz, apresentaram mais alterações no reflexo acústico contralateral do que normalidade. A maior porcentagem, nas duas orelhas, foi de alterações, somando os ausentes, com ausente parcial com o decrutamento. Nesse sentido, destaca-se a relevância de realizar uma análise criteriosa dos reflexos acústicos estapedianos, em conjunto com a queixa auditiva, por tratar-se de uma avaliação que pode influenciar diretamente no diagnóstico precoce de alterações nas estruturas do arco reflexo, bem como de suas respectivas funções.
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Página(s): p.1694
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÃO DA PERDA AUDITIVA COM O TRANSTORNO FONOLÓGICO: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
A.A.D.S.S ; V.V.L ; M.L.M ;

Introdução: A audição é fundamental para o desenvolvimento da fala e da linguagem, permitindo a percepção e a interpretação dos sons. O processamento auditivo, por sua vez, envolve mecanismos que vão além de ouvir, incluindo habilidades como localização, discriminação e ordenação temporal, essenciais para compreender os estímulos auditivos e organizá-los de forma significativa. A integração eficiente entre audição e processamento auditivo é crucial para a aquisição de padrões linguísticos e o progresso cognitivo. A perda auditiva compromete a percepção dos sons e, se não tratada, pode atrasar o desenvolvimento da fala e da linguagem, prejudicando a comunicação e a aprendizagem. O transtorno fonológico, por sua vez, afeta a organização e produção dos sons da fala, sendo comum em crianças. Objetivo: Analisar a relação entre a perda auditiva e o transtorno fonológico. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que teve como pergunta norteadora: “Qual a relação entre a perda auditiva e o transtorno fonológico?”. Esse estudo foi dividido em três partes, sendo a primeira a construção da pergunta norteadora da investigação. A fim de obter respostas para a pergunta, foi realizado levantamento bibliográfico nas bases de dados eletrônicas National Center for Biotechnology Information (Pubmed) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), coletando estudos dos últimos cinco anos - período de 2020 a 2024. Foram utilizados os descritores (MeSH - Medical Subject Headings) sendo combinados entre si através do operadores booleanos OR e AND, resultando na busca final a seguir: “Speech Sound Disorder” OR “Phonological Disorder” AND “hearing”. Foram incluídos artigos publicados em qualquer língua, publicados nos últimos cinco anos, que abordaram sobre as possíveis relações entre a perda auditiva e o transtorno fonológico. Os estudos encontrados nas bases de dados eletrônicas foram indexados à plataforma Rayyan para análise de títulos e resumos e leitura na íntegra posteriormente. Resultados: Foram encontrados 132 estudos nas bases de dados consultadas, sendo 63 na Pubmed e 69 na BVS. Destes, 5 foram excluídos na análise de duplicatas, restando 127 artigos para triagem de títulos e resumos. Dos 127 estudos analisados, 5 foram selecionados para leitura na íntegra, e ao final, 3 foram incluídos para compor a revisão integrativa por entrarem nos critérios de inclusão. Os estudos destacam a importância de uma abordagem multidimensional no manejo do transtorno fonológico em crianças. A perda auditiva subclínica pode estar associada ao transtorno, sugerindo a necessidade de avaliações audiológicas detalhadas. De forma que crianças com transtorno fonológico têm menor sensibilidade auditiva e dificuldade em perceber contrastes fonêmicos, como o fonema /r/, em comparação com crianças com desenvolvimento típico. Em relação a forma de tratamento, observa-se que 12 sessões de terapia fonoaudiológica resultam em melhora no desempenho fonológico e em alterações neurofisiológicas, como aumento da amplitude do componente P3, evidenciando plasticidade na via auditiva. Esses achados reforçam a eficácia de intervenções integradas para tratar o transtorno. Conclusão: Os resultados reforçam a importância de integrar as avaliações audiológicas às intervenções fonoaudiológicas em crianças com transtorno fonológico, já que essa abordagem multidimensional pode ser essencial para melhor direcionamento terapêutico do transtorno.
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Página(s): p.1513
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÃO ENTRE COGNIÇÃO, AUDIÇÃO, EQUILÍBRIO E QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES COM ENDOMETRIOSE
Pereira, L. F. P. ; Souza, F. O. ; Comerlatto Junior, A. A. ; Comerlatto, M. P. S. ; Silva, K. ;

Introdução: A endometriose é uma doença inflamatória caracterizada pela presença do tecido endometrial fora da cavidade uterina. Acomete principalmente mulheres jovens em idade fértil. Embora alguns estudos apresentem a possibilidade de manifestação de sinais e sintomas variados, não se sabe ao certo a influência desta doença na cognição, audição, equilíbrio e qualidade de vida (QV). Objetivo: Verificar a relação entre cognição, audição, equilíbrio e QV em mulheres com endometriose. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, transversal realizado com mulheres brasileiras entre 18 e 59 anos, com endometriose. Os dados foram coletados por meio de questionários online, incluindo o Prospective and Retrospective Memory Questionnaire (PRMQ), o Dizziness Handicap Inventory (DHI), e o Endometriosis Health Profile (EHP-30), além de um questionário sóciodemográfico. A análise se deu por meio de estatística descritiva e inferencial, com nível de significância de 5%. O estudo foi aprovado pelo CEP (parecer 6.668.037). Resultados: Participaram do estudo 201 mulheres, com idade média de 33 anos, tempo médio de diagnóstico de 13,3 anos. Quanto a sintomatologia estudada: 41,3% relataram tontura/vertigem, destas 6% com impacto severo avaliado pelo DHI; 38,3% mencionaram zumbido, com 3% indicando um impacto severo, segundo o THI. A percepção de falha de memória, avaliado pelo PRMQ, apresentou média de 43,8 de 80 possíveis. No estudo de correlação as mulheres com zumbido apresentam falhas de memória significativamente maiores (p = 0,035) do que as que não apresentam o sintoma, diferenças nas dimensões de memória retrospectiva, de curto e longo prazo, também se destacaram (p = 0,023, p = 0,035, p = 0,048). O mesmo ocorreu para à QV, sendo observado maior percepção de dor (p = 0,008), maior impacto no controle e poder (p = 0,014), pior bem-estar emocional (p = 0,004), menor apoio social (p = 0,033) e pior avaliação da autoimagem (p = 0,006). Mulheres com queixas de tontura/vertigem tiveram pontuações mais altas no PRMQ total do que aquelas sem o sintoma (p = 0,005). As análises específicas revelaram que a memória prospectiva (p = 0,010) e a memória retrospectiva (p = 0,003), assim como, a memória de curto prazo e longo prazo, com pista externa ou pista interna, apresentam resultados significativamente piores do que as participantes sem a queixa (p = 0,006; p = 0,003; p = 0,015 e p = 0,003 respectivamente). No EHP-30, a dimensão “Dor” revelou médias mais altas com significância estatística (p = 0,045), o mesmo ocorreu para os domínios “Emocional” (p = 0,018) e “Autoimagem” (p=0,003), indicando uma pior QV. Conclusões: Este estudo enfatiza a relevância de considerar a endometriose como uma condição sistêmica que afeta a saúde das mulheres. A QV deve ser priorizada na elaboração de intervenções, onde os aspectos relacionados à audição, equilíbrio e memória merecem atenção. Investigações futuras devem direcionar suas atenções para avaliações clínicas que explorem não apenas a causalidade dos sintomas prevalentes, mas também aprofundem o estudo das correlações entre os aspectos envolvidos.
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Página(s): p.1477
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÃO ENTRE IMPLANTE COCLEAR E FREQUENCY FOLLOWING RESPONSE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
SILVA, N.L.B. ; Vasconcelos, L.D.S. ; Carnaúba, A.T.L. ;

INTRODUÇÃO: O implante coclear (IC) tem como objetivo restaurar a percepção auditiva em indivíduos com perda auditiva severa ou profunda, para os quais os aparelhos auditivos convencionais não são eficazes. Diferente dos aparelhos auditivos, que amplificam o som, o IC estimula diretamente o nervo auditivo por meio de sinais elétricos, melhorando a percepção dos sons da fala e promovendo avanços na comunicação e qualidade de vida. O Frequency Following Response (FFR) é uma resposta eletrofisiológica que reflete a capacidade do sistema auditivo de codificar os aspectos temporais e espectrais dos estímulos sonoros. Essa resposta é gerada nas estruturas do tronco encefálico e fornece informações valiosas sobre o processamento auditivo, especialmente no que se refere à precisão temporal e à codificação dos sons da fala. A avaliação do FFR em indivíduos com IC pode servir como uma medida objetiva do impacto do dispositivo no processamento auditivo central. Além disso, pode fornecer dados úteis para o aconselhamento sobre os benefícios esperados do IC, complementando os métodos tradicionais de avaliação de desempenho, como os testes de reconhecimento de fala. OBJETIVO: Analisar a relação entre o uso do implante coclear e o Frequency Following Response e avaliar a utilidade do Frequency Following Response como ferramenta complementar na reabilitação auditiva. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada nas bases de dados SciELO, LILACS e MEDLINE (via PubMed), utilizando a seguinte estratégia de busca: (("Cochlear Implants" OR "Cochlear Implantation") AND ("Evoked Potentials, Auditory, Brain Stem" OR "Auditory brainstem response to complex sounds" OR "Speech-evoked auditory brainstem response" OR "Speech-evoked ABR" OR "Frequency-Following Response" OR "envelope-following response" OR "subcortical steady-state response")). Não houve restrições quanto ao idioma ou à data de publicação. Foram incluídos estudos que investigassem a relação entre o uso do IC e o FFR. Os critérios de exclusão consideraram indivíduos com neuropatia auditiva, malformações congênitas do sistema auditivo ou outras comorbidades neurológicas que pudessem alterar a resposta do FFR. RESULTADOS: Foram encontrados 696 artigos. Após a aplicação dos critérios de elegibilidade, 680 foram excluídos com base no título, quatro pelo resumo, um por ser duplicado, e quatro pela leitura na íntegra. Assim, sete estudos foram selecionados para a revisão. A análise da relação entre o uso do IC e o FFR revelou que o IC tem um impacto significativo no processamento auditivo central, especialmente no que diz respeito à codificação neural dos aspectos temporais e espectrais dos sons. Os estudos revisados indicam que, embora o IC tenha como objetivo restaurar a percepção auditiva, a adaptação ao dispositivo pode envolver mudanças no processamento auditivo, que podem ser avaliadas objetivamente por meio do FFR. A correlação entre o FFR e o desempenho pós-reabilitação sugere que esse potencial pode complementar as avaliações tradicionais, fornecendo dados valiosos sobre a evolução da reabilitação auditiva. CONCLUSÃO: Os resultados indicam que o FFR pode ser uma ferramenta útil para avaliar o processamento auditivo central em receptores de IC, proporcionando informações sobre a codificação temporal e espectral da fala.
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Página(s): p.1511
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÃO ENTRE O NÍVEL DE INCÔMODO DO ZUMBIDO E SEU IMPACTO EM INDIVÍDUOS COM PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO
Novaes, T.F.A ; Carnaúba, A.T.L ; Barbosa, J.T.F.S ; Menezes, P.L. ;

INTRODUÇÃO: O zumbido é um problema prevalente na sociedade, definido como a percepção sonora sem uma fonte sonora externa, é um sintoma crônico e debilitante em cerca de 10-15% da população. Até o presente momento, ainda há uma grande dificuldade quanto ao tratamento, por conta disso a avaliação das diferentes áreas auditivas e cerebrais tem posição de destaque nas pesquisas. Alguns estudos mostram alterações não auditivas associadas às funções cognitivas e atencionais, enfatizando que os processos límbicos contribuem para os aspectos angustiantes e desagradáveis do zumbido. OBJETIVO: Investigar a relação entre o nível de incômodo causado pelo zumbido, avaliado pelos escores do Tinnitus Handicap Inventory (THI) e da Escala Visual Analógica (EVA), e as características do zumbido em indivíduos com perda auditiva induzida por ruído. MÉTODOS: Trata-se de um estudo analítico observacional transversal, com aprovação ética (parecer nº 6.249.412). Foram incluídos 16 participantes adultos (18-55 anos) com perda auditiva induzida por ruído nas frequências de 3.000 a 6.000 Hz e zumbido constante ou intermitente, em repouso auditivo de 14h. Foram excluídos indivíduos com mais de 55 anos, causas de zumbido não ocupacional, ou histórico de cirurgias ou doenças otológicas. Procedimentos incluíram anamnese, aplicação do Tinnitus Handicap Inventory (THI) e Escala Visual Analógica (EVA) para avaliação do incômodo do zumbido, inspeção do meato acústico, e testes audiológicos e eletrofisiológicos. RESULTADOS: Foram avaliados 16 participantes, pareados por sexo e idade, com média de idade de 44 anos (± 7,8). O tempo de queixa de zumbido variou de 1 a 132 meses. Os tipos de zumbido foram diversos, com predominância da forma em apito e apenas dois casos com múltiplos tipos. A maioria relatou zumbido intermitente. Quanto à lateralidade, 50% apresentaram zumbido bilateral, seguido por 31,25% na orelha esquerda e 18,75% na direita. A intensidade e o impacto do incômodo foram avaliados por meio do THI e da EVA, com variações classificadas em leve, moderado e severo na EVA e ligeiro a catastrófico no THI. Esses resultados evidenciam múltiplas dimensões do impacto do zumbido e destacam o desconforto relatado pelos participantes. A correlação entre os escores de THI e EVA foi analisada por meio do coeficiente de Spearman. Observou-se uma correlação estatisticamente significativa entre o THI e a EVA para incômodo p = 0,003 e Rho = 0,692 sugerindo uma relação direta entre o aumento do incômodo e o impacto reportado no THI. Em contraste, não foi identificada correlação significativa entre os escores de THI e EVA para intensidade, com Rho = 0,440 e p = 0,088. CONCLUSÃO: O estudo revelou que há uma correlação significativa entre os escores do THI e da EVA para o incômodo causado pelo zumbido, indicando que o aumento do incômodo subjetivo está diretamente relacionado ao impacto reportado no THI. No entanto, não foi observada correlação significativa entre os escores do THI e da EVA para a intensidade do zumbido.



DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1507
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS DO DIZZINESS HANDICAP INVENTORY-CHILD/ADOLESCENT E O O PEDIATRIC VISUALLY INDUCED DIZZINESS QUESTIONNAIRE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EXPOSTOS ÀS TELAS
Nascimento, G.F.F ; Silveira K.M.Q ; Xavier, G.V.M ; Lima, T.K.F.C ; Mantello, E.B ;

Introdução: O uso prolongado de telas tem gerado preocupação sobre os possíveis impactos vestibulares em crianças e adolescentes. Os questionários Dizziness Handicap Inventory-Child/Adolescent (DHI-CA) e o Pediatric Visually Induced Dizziness Questionnaire (PVID) são instrumentos de autorrelato, utilizados para mensurar os sintomas de desequilíbrio, tontura e vertigem visualmente induzida (VVI) na população infantojuvenil. Objetivo: Analisar a relação entre os resultados do DHI-CA e PVID em crianças e adolescentes expostos a telas. Metodologia: Estudo analítico, transversal, do tipo levantamento de campo, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, sob número de parecer 6.743.915. Participaram do estudo 26 indivíduos, divididos em dois grupos: crianças (n=11, 6-11 anos) e adolescentes (n=15, 12-18 anos). Os participantes foram recrutados por meio de formulário online e responderam aos questionários PVID e DHI-CA, com auxílio dos responsáveis. O PVID avaliou VVI por estímulos visuais, enquanto o DHI mensurou o impacto funcional, emocional e físico da tontura nas atividades de vida diária. Utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman para análise entre as variáveis, com nível de significância estabelecida em p<0,05. Resultados: No grupo de crianças, identificou-se uma correlação forte entre os escores totais do DHI-CA com PVID (r=0,876; p<0,01), indicando que os sintomas de VVI estavam associados ao impacto da tontura na qualidade de vida. As dimensões emocional (r=0,888; p<0,01) e funcional (r=0,814; p=0,02) apresentaram correlação forte quando comparadas ao PVID, sugestivo do maior prejuízo desses domínios na qualidade de vida (QV) das crianças expostas a telas, enquanto a dimensão física mostrou uma correlação moderada e pouco significativa (r=0,539; p=0,08), indicativo da menor influência da exposição às telas sobre aspectos físicos relacionados a tontura. Nos adolescentes, observou-se uma correlação moderada entre os escores totais do DHI-CA com o PVID (r=0,526; p=0,04), sugerindo que a VVI ocasionou um menor impacto na percepção da tontura na QV a partir dos 12 anos de idade, em relação às crianças. Ainda para os adolescentes, as dimensões emocional e funcional do DHI-CA apresentaram correlação fraca e não significativa (r=0,372 e 0,390; p=0,17 e 0,15, respectivamente), quando comparado com o PVID, enquanto a dimensão física mostrou uma correlação moderada, com valores pouco significativos estatisticamente (r=0,479; p=0,07). Esses achados indicam que, para os adolescentes, houve menor relação das respostas aos instrumentos que investigam a presença e impacto dos sintomas vestibulares, com uso de telas e sobre as atividades de vida diária, respectivamente. Conclusão: Identificou-se, neste estudo, correlações fortes entre os escores do DHI-CA e PVID para as crianças e moderadas para os adolescentes. Estes achados são preliminares, mas denotam que os instrumentos em questão podem ser utilizados, em conjunto, no rastreio e para complementar a investigação do desencadeamento de sintomas vestíbulo-visuais, após uso de telas, pela população infantojuvenil e, na mensuração do prejuízo ocasionado por tais sintomas, nas atividades diárias. Ao levantar estas crianças e adolescentes com queixas, uma avaliação clínica, compatível com a idade, deve ser realizada, para se chegar ao diagnóstico preciso e, quando necessário, desenvolver estratégias preventivas para minimizar os sintomas vestíbulo-visuais e o impacto destes no desenvolvimento e QV desta população.
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Página(s): p.1543
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÃO ENTRE PERDA AUDITIVA E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM PESSOAS IDOSAS: REVISÃO INTEGRATIVA
Guimarães, M.H.B.M. ; Silva, J.H.P.M.L ; Amaral, A.K.F.J. ; Andrade, W.T.L. ;

Introdução: As pessoas, especialmente as idosas, costumam enfrentar problemas de saúde relacionados com a idade, como a perda auditiva (PA), que podem impactar seriamente a sua vida social e econômica. Além disso, existe uma preocupação com a saúde mental com essa população, pois sabe-se que o risco de sintomas depressivos aumenta com o avanço da idade. Isto demonstra a necessidade urgente de intervenções abrangentes para promover a saúde mental e auditiva nesta população. Objetivos: Discutir a relação entre a ocorrência de PA e sintomatologia depressiva em pessoas idosas. Método: Esta revisão integrativa analisou artigos nas bases de dados PubMed e SciELO, nos meses de agosto e setembro de 2024, utilizando as palavras-chave “perda auditiva”, “pessoas idosas” e “sintomas depressivos”. Foram selecionados 9 artigos originais e metanálises, publicados entre 2020 e 2024, após exclusão de duplicados, selecionados por um único pesquisador. A análise focou na metodologia e resultados sobre a relação entre PA e sintomas depressivos em idosos. Resultados: O sofrimento psíquico em idosos, especialmente os sintomas depressivos, está fortemente associado à PA, tendo em vista que o isolamento social é um fator de risco para a depressão. Mulheres e pessoas negras com PA têm maior vulnerabilidade a sintomas depressivos. Embora o uso de aparelhos auditivos possa melhorar a função auditiva, sua eficácia na redução da depressão é limitada. A relação entre PA e depressão é mediada por fatores sociais, enfatizando a necessidade de intervenções que promovam apoio emocional e engajamento comunitário. Conclusão: Foi verificada relação entre PA e sintomas depressivos em idosos, especialmente agravada pelo isolamento social advindo da restrição de audição. Fatores como sexo, raça e status socioeconômico influenciam a vulnerabilidade, especialmente em mulheres e pessoas negras. Embora dispositivos auditivos ofereçam benefícios, eles não são suficientes para atenuar os sintomas depressivos, exigindo uma abordagem mais abrangente. Intervenções que promovam suporte social e emocional são essenciais para prevenir e tratar esses sintomas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1612
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÃO ENTRE PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS E A PERDA AUDITIVA EM ADULTOS E IDOSOS - REVISÃO INTEGRATIVA.
Beux, E.K. ; Soldera, C.L.C. ;

Introdução: A prática de atividades físicas é um fator preventivo para diversos problemas de saúde, trazendo benefícios para saúde e qualidade de vida. Considerando a importância da audição em variados aspectos do ser humano, a perda auditiva pode trazer dificuldades ao longo da vida, sendo os idosos o grupo mais afetado, causando isolamento social, uma piora na comunicação e dificultando relacionamentos interpessoais. Objetivo: Verificar se há relação entre a prática de atividades físicas e perda auditiva em adultos e idosos. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa de literatura, de Junho a Setembro de 2024, utilizando as bases de dados PubMed, LILACS e SciELO. Na estratégia de busca, utilizou-se descritores combinados entre si com a utilização dos operadores boleanos AND, OR e NOT. A estratégia de busca foi composta pelos descritores: (((((((hearing loss) OR (hearing impairment)) AND (exercise)) OR (physical activity)) OR (physical fitness)) AND (audiometry, pure tone)) OR (audiometry)) NOT (children). Os critérios de seleção estabelecidos para esta revisão foram: artigos originais publicados nos últimos 10 anos, nas línguas portuguesa, inglesa ou espanhola; de acesso gratuito; pesquisas realizadas em humanos e que discutam a relação de atividades físicas e perda auditiva. Foram excluídos artigos de revisão de literatura; editoriais; capítulos de livros; artigos repetidos nas bases de dados e estudos que abordassem doenças associadas. Resultados: Foram encontrados 3184 artigos que, após passarem pelo processo de identificação e avaliação da elegibilidade, foram incluídos 10 artigos nesta revisão. Sete estudos foram realizados nos Estados Unidos, dois delas no Japão e um no Reino Unido. Nove pesquisas utilizaram a audiometria tonal como o instrumento para avaliação auditiva. Quatro estudos utilizaram testes de aptidão física para determinar as condições físicas dos indivíduos; dois utilizaram acelerômetros durante o período de sete dias para determinar os níveis de atividade física feitos pelos indivíduos; e dois realizaram testes de caminhada como forma de avaliação física. Dos artigos incluídos, 30% evidenciaram associação entre a prática de atividades físicas e melhor resultados nas avaliações auditivas, com menos prevalência de perda auditiva. 60% dos estudos demonstraram que a perda auditiva pode estar relacionada a menores índices de prática de atividade física ou menores níveis de condição física. Conclusão: Foram encontradas relações controversas, sendo elas uma relação entre a prática de atividade física como meio de prevenção para perda auditiva devido a melhora da saúde geral e, além disso, uma relação com a perda auditiva afetando negativamente as práticas de atividades físicas.
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Página(s): p.1438
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÃO ENTRE SINTOMAS VESTÍBULO-VISUAIS E EXPOSIÇÃO A TELAS NA POPULAÇÃO INFANTOJUVENIL
Silveira, K. M. Q. ; Xavier, G. V. M. ; Lima, T. K. F. C. ; Mantello, E. B. ;

A exposição excessiva às telas, durante a fase infantojuvenil, impacta negativamente no desenvolvimento global. Um longo tempo em frente às telas pode acarretar a Vertigem Visualmente Induzida (VVI) e outros sintomas vestíbulos-visuais, como tontura, vertigem e náusea. Visando auxiliar no diagnóstico da VVI, desenvolveu-se o Questionário Pediátrico sobre Tontura Visualmente Induzida (PVID). Objetivo: Caracterizar e comparar a presença da vertigem visualmente induzida entre crianças e adolescentes, expostos ao uso de telas. Método: Estudo analítico, transversal, do tipo levantamento de campo, com abordagem quantitativa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 6.743.915). A coleta foi realizada pelo formulário do Google Forms, por meio da anamnese e do PVID, que tem como objetivo rastrear e mensurar o impacto da VVI na vida da criança e adolescente. A amostra foi composta pelas respostas dos responsáveis de crianças e adolescentes de 6 a 18 anos, de ambos os sexos, que faziam uso de telas. Realizou-se a análise descritiva e inferencial com aplicação dos testes de Mann-Whitney, teste Exato de Fisher e o Qui-quadrado (IBM SPSS Statistics, versão 29). Considerou-se um nível de significância menor que 5%. Resultados: Foram coletadas 102 respostas, sendo 61 (59,8%) do grupo criança, com média de 8,38 anos, e 41 (40,2%) do grupo adolescente, com média de 14,56 anos. Quanto aos tipos de telas mais utilizadas pelas crianças, observou-se predomínio do celular (91,8%), televisão (77,0%) e computador (33,1%). Enquanto os adolescentes utilizam mais o celular (97,6%), computador (70,7%) e televisão (58,5%). Com relação à frequência de sintomas associados ao uso de telas, 34 (55,7%) das crianças e 33 (80,5%) dos adolescentes relataram a presença de sintomas. Identificou-se associação entre o sintoma náusea após o uso das telas nos adolescentes (p= 0,010) e maior incidência de cefaleia após o uso de telas acima de duas horas nas crianças (p=0,031). No PVID, grupo crianças, observou-se maior escore nas questões relativas à andar de carro (21 pontos), fazer tarefa escolar (16 pontos), assistir televisão ou cinema (13 pontos). Enquanto, no grupo adolescente, obteve-se maior pontuação nos aspectos andar de carro (23 pontos), usar o computador (20 pontos), fazer tarefa escolar (19 pontos). Referente ao tempo diário de exposição a telas, as crianças apresentaram média de 3,56 horas, e os adolescentes média de 4,78 horas. Quanto aos valores do PVID, as crianças pontuaram média de 2,51 pontos e, os adolescentes 5,17 pontos. Observou-se diferença estatística das variáveis tempo de exposição às telas entre os grupos (p<0,001) e do total do PVID entre os grupos (p=0,001). Conclusão: Este estudo identificou diferença estatística do tempo de exposição às telas entre os grupos e da presença de sintomas vestíbulo-visuais entre os grupos, por meio do PVID. Os adolescentes apresentaram maior tempo de exposição às telas e maior predomínio de sintomas vestíbulos-visuais, o que sugere a presença da vertigem visualmente induzida nessa população. Identificou-se, ainda, associação entre ter o incômodo da náusea após o uso das telas nos adolescentes e, da maior ocorrência do sintoma cefaleia após o uso de telas acima de duas horas, nas crianças.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1524
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1524


RELATO DE EXPERIÊNCIA DA AULA INTERNA ACERCA DOS EFEITOS DA QUIMIOTERAPIA NA AUDIÇÃO
Silveira, I.F. ; SILVEIRA, A.A.N ; Guzman, B.M.J ; Teixeira, P.P ; Santos, R.P ; Soldera, C.L.C ;

Introdução: A quimioterapia possui efeitos colaterais que afetam diferentes sistemas do corpo humano, inclusive o sistema auditivo, já que certos agentes quimioterápicos como o cisplatina são ototóxicos. As consequências do uso destes fármacos contemplam perda auditiva e zumbido, o que causa prejuízo na qualidade de vida do indivíduo. Por esse motivo, é essencial que os profissionais da fonoaudiologia conheçam os impactos da quimioterapia no sistema auditivo. Por essa razão, uma liga acadêmica de audição e equilíbrio realizou uma aula interna para abordar esses assuntos. Objetivos: Relatar e descrever a experiência de uma aula interna promovida por uma Liga Acadêmica de Audição e Equilíbrio acerca dos efeitos da quimioterapia na audição, desenvolvida com a finalidade de propiciar aprendizado para os membros da liga em questão. Metodologia: Os membros da liga acadêmica escolheram o tema da aula interna em conjunto. O formato escolhido foi online, através da plataforma Google Meet. A fonoaudióloga convidada elaborou uma aula expositiva apresentando os efeitos ototóxicos da quimioterapia para audição. Ao final, os alunos tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas. Resultados: Os estudantes da liga acadêmica de audição e equilíbrio, através da aula interna, conseguiram compreender os efeitos da quimioterapia na audição. Foram abordadas as consequências da ototoxicidade em pacientes oncológicos, procedimentos para avaliação, acompanhamento audiológico durante e após a quimioterapia e possíveis tratamentos para perda auditiva. Conclusões: Pela importância e possibilidade de maior aprofundamento na temática a aula interna mostrou ser de extrema relevância permitindo, ao fim, que os estudantes sejam capacitados a entender, identificar e avaliar os impactos auditivos da quimioterapia, promovendo uma melhor qualidade de vida para os pacientes. O espaço para esclarecimento de dúvidas foi crucial para fortalecer o aprendizado e possibilitar a aplicação dos conceitos adquiridos na futura prática clínica.
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Página(s): p.1482
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1482


RELATO DE EXPERIÊNCIA DA MONITORIA ACADÊMICA NA DISCIPLINA DE AUDIOLOGIA CLÍNICA NO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
Gomes, R. C. ; Martins, L. M. ;

Introdução: A monitoria acadêmica constitui uma indispensável oportunidade de aprendizagem, desempenhando um papel fundamental como facilitadora do processo de ensino-aprendizagem na graduação. Ao proporcionar apoio aos alunos em sua jornada acadêmica, não só facilita a compreensão de conteúdos complexos abordados, mas também cria um ambiente com vínculo de aprendizado dinâmico e colaborativo. Neste contexto, o compartilhamento de conhecimentos e experiências torna-se a base para o crescimento mútuo, favorecendo o desenvolvimento tanto da monitora, quanto dos alunos monitorados. Esse processo de interação, em que todos têm a oportunidade de ensinar e aprender, contribui para uma construção mais efetiva da aprendizagem, proporcionando um crescimento conjunto e enriquecedor para todos os envolvidos. Objetivo: abordar a experiência de uma acadêmica de Fonoaudiologia como monitora do componente curricular Audiologia Clínica (AC), ministrados no terceiro e quarto período (manhã e noite) do Curso de Graduação em Fonoaudiologia do Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ, e enfatizar a importância e eficácia dos benefícios da monitoria enquanto instrumento de aprendizagem. Metodologia: A aluna-monitora comportou-se como uma orientadora do ensino da disciplina, após ser aprovada no processo seletivo de classificação, foram planejadas e consequentemente aplicadas atividades teóricas e práticas reforçando os assuntos ministrados pela orientadora. Foi disponibilizado todos os materiais elaborados pela monitora ao decorrer do período, além do ensino em sala de aula ocorreram horários específicos para plantões de dúvidas, no formato on-line. Dessa maneira, tanto a monitora contribuía diretamente para a aprendizagem dos alunos, compartilhando conhecimentos e facilitando o entendimento dos conteúdos, quanto os alunos somaram com a aprendizagem da monitora nesse processo, trazendo suas experiências, questionamentos e perspectivas, enriquecendo o desenvolvimento conjunto. Resultados: A monitoria de AC desempenhou um papel fundamental no processo de aprendizado e aprofundamento dos alunos, representando um diferencia ocorrendo a troca de conhecimentos, em que não apenas foi reforçado os conteúdos teóricos e práticos, mas também foi estimulado o desenvolvimento de habilidades essenciais para a carreira profissional. A base sólida adquirida pelos alunos vai refletir diretamente em seu desempenho durante os estágios, onde terão a oportunidade de aplicar, na prática, os conhecimentos adquiridos, ressaltando a preparação para enfrentar os desafios do mercado de trabalho com maior segurança. Portanto, não é apenas um apoio acadêmico, mas uma ferramenta que conecta o aprendizado à prática profissional, fortalecendo as possibilidades de sucesso dos alunos no futuro. Conclusões: A monitoria desempenha um papel crucial, e a diferença entre os alunos que participaram desse processo e os que realizaram a disciplina com o apoio da monitoria é visível. O impacto da aprendizagem é refletido na dedicação dos alunos que se empenharam em aprender mais e aprofundar seus conhecimentos, resolvendo esclarecer todas as suas dúvidas durante o semestre. Em síntese, se tornou uma importante ferramenta ao desenvolvimento teórico-prático do aluno monitor, sendo evidente a importância e a produtividade da monitoria para toda a comunidade acadêmica, uma estratégia eficiente para aprimorar a qualidade do ensino e fortalecer as relações de aprendizado entre professores, monitores e alunos.
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Página(s): p.1471
ISSN 1983-1793X
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RELATO DE EXPERIÊNCIA DE AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA COM ACESSIBILIDADE POR MEIO DE LIBRAS
Alves, G. M ; Rodrigues, B. F. S. S ; Fernandes, M. G. G ; Mata, M. R. F ; Santos, S. F ; Pellicano, P. I. M ; Barreto, M. A. S. C ; Pereira, V. R. C ; Silva, I. M. C ; Oliveira, T. C. G ;

Introdução: Por muitos anos a avaliação audiológica foi vista com desconfiança por parte da comunidade surda, em decorrência da desinformação e da falta de abordagem humanizada por parte de alguns profissionais de saúde. Durante longo tempo, a pessoa surda foi percebida como socialmente incapaz de exercer sua autonomia e tomar decisões de forma independente. Embora ainda existam desafios para a inclusão da comunidade surda, observam-se avanços significativos. A formação de profissionais capacitados tem possibilitado a criação de ambientes acolhedores, como no caso das avaliações audiológicas e dos processos de reabilitação auditiva. Profissionais de Fonoaudiologia têm reconhecido a dificuldade enfrentada por muitos surdos no desenvolvimento da oralidade e a necessidade de adaptação em uma sociedade plural, marcada pelo fenômeno da globalização. A Lei de Libras (10.436/2002) e a Lei Brasileira de Inclusão (13.146/2015), garantem aos surdos o direito de utilizar a Língua Brasileira de Sinais como sua primeira língua. Nesse contexto, é fundamental que os profissionais de saúde promovam a inclusão e respeitem as escolhas de comunicação e adaptação de seus pacientes. Objetivos: Este trabalho teve como objetivos oferecer atendimento audiológico acessível e humanizado à comunidade surda, proporcionar uma experiência prática enriquecedora para estudantes de Fonoaudiologia, promover o diálogo entre profissionais de saúde e a comunidade surda por meio da Fonoaudiologia Bilíngue (LIBRAS/Português). Metodologia: A ação foi realizada durante uma semana universitária, em uma instituição pública de ensino. Foi utilizado o laboratório da instituição, equipado com audiômetro Piano (Inventis) e cabine acústica 2mx2m (Vitasons), devidamente calibrados para avaliações audiológicas, com o acompanhamento de dois fonoaudiólogos responsáveis por supervisionar os atendimentos. A atividade incluiu execução da audiometria tonal limiar por via aérea, nas frequências de 250 a 8000 Hz, e via óssea, nas frequências de 500 a 4000 Hz, quando os limiares de via área estivessem acima de 15 dBNA, logoaudiometria e mascaramento clínico quando necessário, para membros da comunidade surda local, indicados pela Central de Intermediação de Libras. Os atendimentos foram conduzidos com a presença de intérpretes de Libras, garantindo que a comunicação fosse efetiva, assim como a compreensão dos testes. Além disso, os estudantes participaram ativamente, auxiliando nos procedimentos e interagindo diretamente com os pacientes. Resultados: Foram realizados 4 exames de audiometria com laudos de perdas auditivas neurossensoriais profundas em todas as orelhas. Os resultados foram positivos tanto para os pacientes quanto para os estudantes. Os pacientes relataram sentir-se acolhidos e valorizados, especialmente aqueles que utilizavam a Língua Brasileira de Sinais como principal meio de comunicação. Por outro lado, os alunos tiveram a experiência de execução dos exames, com ampliação da prática clínica, assegurando acessibilidade por meio da Libras, o que gera empatia e humanização. Conclusão: A atividade foi de extrema relevância, não apenas para os pacientes, que tiveram acesso a um atendimento audiológico humanizado e inclusivo, mas também para os estudantes, que adquiriram uma experiência prática valiosa para sua formação profissional. A iniciativa reforça a importância de incluir a Fonoaudiologia Bilíngue nos contextos acadêmicos e práticos, promovendo uma saúde auditiva mais acessível e equitativa.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1714
ISSN 1983-1793X
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RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA AULA INTERNA ACERCA DA ANATOMIA DO SISTEMA AUDITIVO E VESTIBULAR
Santos, R.P ; Aguiar, J.F ; Gossler, C. ; Silveira, I.F ; Moccellin, J.M ; Guzman, B.M ; Soldera, C.L ;

Introdução: A compreensão da anatomia e fisiologia do sistema auditivo e vestibular é fundamental para a formação e atuação de diversos profissionais, especialmente os fonoaudiólogos. Durante a graduação em Fonoaudiologia, os estudantes iniciam o aprendizado sobre a audição e o equilíbrio por meio do estudo da anatomofisiologia. Esse conhecimento é essencial para o desenvolvimento do raciocínio clínico em audiologia, sendo a base para a avaliação, o diagnóstico e a intervenção audiológica. Considerando a importância desse tema, uma liga acadêmica promoveu uma aula interna voltada à revisão dos principais conceitos relacionados à anatomofisiologia auditiva e vestibular. Objetivos: Relatar a experiência de uma aula interna da Liga Acadêmica, com enfoque em anatomia do sistema auditivo e vestibular, visando promover mais conhecimentos sobre esta temática. Metodologia: Realizou-se a aula interna de forma online na plataforma Google Meet na qual a fonoaudióloga convidada realizou uma revisão dos principais conceitos dos sistemas envolvidos. No final da aula, os ligantes tiveram um espaço para esclarecer dúvidas e questões de forma dinâmica e acessível. As perguntas foram realizadas através do chat ou por áudio. Resultados: A aula interna favoreceu o aprendizado colaborativo e o aprofundamento de conceitos essenciais para o estudo da anatomia do sistema auditivo e vestibular. O espaço de perguntas e respostas fortaleceu a compreensão tanto de assuntos abordados na própria aula de revisão, quanto ao longo da formação acadêmica no curso de Fonoaudiologia. Conclusão: A aula interna possibilitou a disseminação do conhecimento e impactou positivamente, auxiliando na formação profissional dos participantes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1461
ISSN 1983-1793X
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RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA AULA INTERNA ACERCA DA ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NO ZUMBIDO
Maraninchi, F. M. ; Cezar, L. G. S. ; Moccellin, J. M. ; Aguiar, J. F. ; Guzman, B. M. J. ; Soldera, C. L. C. ;

Introdução: O zumbido é definido como a percepção de um som pelo indivíduo sem a presença de um estímulo externo, caracterizando-se por uma fisiopatologia complexa e multifatorial, ainda não completamente compreendida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 20% da população mundial apresenta algum grau de deficiência auditiva ou sofre com zumbido. Embora o tema seja abordado nas disciplinas de audiologia durante a graduação em fonoaudiologia, observa-se a necessidade de ampliar o conhecimento dos discentes sobre o assunto. Objetivo: Relatar e descrever a experiência de uma aula introdutória sobre a temática do zumbido e a atuação fonoaudiológica, visando integrar teoria e prática e ampliar os conhecimentos dos participantes sobre o tema do zumbido. Metodologia: O tema da aula interna foi decidido pelos membros de uma liga acadêmica universitária. Para ministrar a aula sobre a atuação fonoaudióloga no zumbido, foi convidada uma fonoaudióloga doutora professora universitária com experiência clínica e acadêmica nesta área. A aula interna foi realizada na modalidade on-line, por meio de uma reunião virtual na plataforma Google Meet. Resultados: Os estudantes passaram a compreender melhor os métodos de avaliação do grau de incômodo, origem e tratamentos possíveis para o zumbido em pacientes com e sem perda auditiva. Ademais, foi possível explorar o tema com exemplos do zumbido no contexto do acúmulo de cerúmen e como consequência de medicamentos. Conclusão: A aula interna possibilitou a ampliação do conhecimento dos discentes acerca da avaliação e tratamento do zumbido, despertando maior interesse dos alunos pela área e destacando a importância da atuação fonoaudiológica no manejo dessa condição.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1499
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1499


RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A AÇÃO "SAÚDE ÚNICA: CUIDADOS COM MOTOCICLISTAS"
ALVES, G. M. ; FREITAS, A. M. C. ; SANTOS, B. S. O. ; RODRIGUES, B. F. S. S. ; ANJOS, L. S. ; FERNANDES, M. G. G. ; BARRETO, M. A. S. C. ; OLIVEIRA, T. C. G. ; Canto-Pereira, V. R. ; SILVA, I. M. C. ;

Introdução: Nos últimos anos o Brasil tem registrado um aumento expressivo na frota de motocicletas, impulsionado por fatores sociais e econômicos. O baixo custo de aquisição, financiamento e manutenção, aliado à necessidade de mobilidade urbana, tem ampliado a presença das motocicletas no contexto urbano, especialmente em serviços como mototáxi, motofrete e motoentrega. Os motociclistas frequentemente percorrem longas distâncias, muitas vezes em ritmo intenso de trabalho, o que os coloca em risco tanto no trânsito quanto em relação à saúde. Além da vulnerabilidade a acidentes de trânsito, a classe enfrenta riscos relacionados à exposição constante ao ruído elevado dos motores das motocicletas e do tráfego. A exposição prolongada ao ruído pode causar danos auditivos, além de efeitos extra-auditivos, como estresse, distúrbios emocionais, entre outros. Diante disso, é necessário promover ações educativas que sensibilizem os motociclistas sobre esses riscos e incentivem a adoção de medidas preventivas. Objetivo(s): Relatar as estratégias e os resultados de uma ação voltada para a promoção da saúde geral e auditiva de motociclistas, buscando aumentar a conscientização sobre os riscos ocupacionais e medidas preventivas. Metodologia: A ação foi promovida por alunos e docentes do curso de Fonoaudiologia, em conjunto com órgãos governamentais de trânsito e saúde. O evento teve duração de seis horas, e foram realizadas atividades, como: (1) triagem auditiva em participantes voluntários, por meio da pesquisa de emissões otoacústicas (Otoread da Interacaoustics) em cabine acústica (Vibrasom); (2) medições de ruído de escapamentos de motocicletas com uso de decibelímetro (Minipa MSL-1325A); (3) aplicação de questionários previamente elaborados com questões sobre saúde geral, auditiva e condições de trabalho; e (4) palestras educativas e entrega de material informativo para conscientizar sobre os riscos ocupacionais relacionados ao trânsito e à exposição ao ruído. Resultados: Participaram da ação cerca de 150 motociclistas. Destes, 43 responderam ao questionário, sendo 88,37% (38) do sexo masculino e 11,63% (5) do sexo feminino. 67,44% (29) dos motociclistas apresentavam algum sinal ou sintoma auditivo e extra-auditivo relacionado à exposição ao ruído da motocicleta. Os principais relatos incluíram dores de cabeça (12), zumbido (10), fadiga ou estresse (10), instabilidade emocional (8), ansiedade (7) e otalgia (5). Nenhum motociclista entrevistado fazia uso de equipamento de proteção auditiva. As medições de ruído realizadas com o decibelímetro revelaram níveis elevados nos escapamentos das motocicletas, variando entre 95 e 115 dB(A) em situação de aceleração. Atriagem auditiva realizada em 12 motociclistas voluntários identificou alteração auditiva bilateral em três participantes, que foram encaminhados para avaliação audiológica detalhada. Durante o evento, foram realizadas intervenções educativas sobre direção preventiva e riscos ocupacionais. Os participantes demonstraram agradecimento e intenção de adotar comportamentos preventivos relacionados à saúde auditiva e geral. Conclusões: A ação contou com a participação ativa de motociclistas. A triagem auditiva, as medições de ruído e a aplicação dos questionários evidenciaram a necessidade de promover a saúde auditiva e ocupacional entre essa classe. As palestras educativas e os materiais informativos contribuíram para a intenção de mudar comportamentos preventivos, promovendo a saúde auditiva e o bem-estar geral dos motociclistas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1664
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1664


RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE UM EVENTO UNIVERSITÁRIO: EQUILÍBRIO CORPORAL NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
PREUSSLER, A. L. P. ; CEZAR, L. G. S. ; MARANINCHI, F. M ; ARNT, A. C. B ; GUZMAN, B. M. J ; SOLDERA, C. L. C ;

Introdução: Com a finalidade de apresentar à comunidade externa seus cursos de graduação e pós-graduação, além de projetos de ensino, pesquisa e extensão, todos os anos é organizado um evento universitário aberto ao público com este objetivo. No evento realizado em 2024, duas ligas acadêmicas universitárias participaram com a proposta de uma ação conjunta de extensão, visando aproximar a vivência e a ciência acerca dos sistemas envolvidos no equilíbrio corporal e seu funcionamento, apresentando-as à comunidade. Objetivo: promover a integração entre o ensino e a extensão com foco no funcionamento dos sistemas do equilíbrio corporal, por meio de um evento universitário aberto ao público externo. Metodologia: Neste evento universitário, a dinâmica realizada pelas ligas acadêmicas foi composta por atividades teórico-práticas. Inicialmente, apresentou-se uma explicação teórica sobre o conceito do equilíbrio e seu funcionamento, destacando os principais sistemas envolvidos e algumas patologias que podem afetá-lo. Em seguida, o público presente participou de uma atividade prática com o uso do equipamento de posturografia dinâmica foam-laser associado a algumas estratégias de perturbação do equilíbrio, como o uso de almofadas no chão para tornar a superfície de apoio instável, a privação da visão e a experimentação do equilíbrio unipodal, que reduz a base proprioceptiva, com o intuito de ilustrar como esses sistemas atuam no equilíbrio. Resultados: O evento atingiu adesão satisfatória de estudantes universitários, profissionais da área e do público externo em suas atividades interativas e informativas. A iniciativa também promoveu a integração entre as ligas acadêmicas, fortalecendo o trabalho interdisciplinar e o vínculo entre universidade e comunidade, evidenciando a relevância do ensino e da extensão na disseminação de informações científicas de forma acessível. Conclusões: A dinâmica proposta pelas ligas acadêmicas durante o evento universitário obteve sucesso ao integrar as bases de ensino e extensão juntamente com a propagação de conhecimento acerca do funcionamento dos sistemas envolvidos na função vestibular. O impacto positivo alcançado a partir da promoção de aprendizagem evidencia a importância da atuação de ligas acadêmicas como agentes educadores em saúde.


DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1463
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1463


RELATO DE EXPERIÊNCIA: DESENVOLVIMENTO DA FERRAMENTA GRUPO FOCAL PARA A CONSTRUÇÃO DE UM CENÁRIO SIMULADO EM AUDIOLOGIA
Néri, L. F. ; Vespero, V. A. ; Azenha, F.S.P ; Piccino, M. T. R. F. ; Ferrari D. V. ; Blasca, W. Q. ;

Introdução: A simulação clínica é uma metodologia ativa fundamental na formação de profissionais da saúde, pois cria situações hipotéticas para aprendizado prático e teórico, permitindo repetição, avaliação e reflexão. Para ser eficaz, deve ser planejada com cenários que integrem conteúdos teóricos e habilidades técnicas e não técnicas, promovendo experiências cognitivas, afetivas e psicomotoras. Isso é especialmente relevante em áreas como a audiologia, onde a prática clínica é essencial para melhorar processos como a seleção e adaptação do Aparelho Auditivo de Amplificação Individual (AASI) e o aperfeiçoamento de habilidades técnicas e comunicativas no atendimento clínico. Esses cenários ajudam a desenvolver competências como raciocínio clínico, resolução de problemas e tomada de decisões. Nesse contexto, a técnica de Grupo Focal (GF) surge como uma ferramenta útil para pesquisas exploratórias ou avaliativas, promovendo debates e coleta de informações detalhadas por meio de perguntas estruturadas. Assim, propõe-se um estudo inicial utilizando o GF na construção de um ambiente simulado em audiologia para testes e avaliações metodológicas. Objetivo: Descrever o processo de elaboração da ferramenta GF para a construção de um cenário simulado em audiologia. Metodologia: Para a elaboração da ferramenta GF é importante dividir e executar as seguintes etapas: 1- Recursos Necessários (Local e Equipamentos); 2- Definição do número de participantes, quantidade de grupos e duração; 3- Perfil dos participantes; 4- Escolha do moderador e dinâmica da discussão e 5- Escrita do roteiro e técnica para o processo de análise. Resultados: O local e os equipamentos escolhidos garantirão uma melhor interação entre os participantes e uma captação de áudio ideal para a análise. Embora a literatura não estabeleça uma quantidade ideal de participantes, recomenda-se ao menos duas sessões de grupos focais (GF) com diferentes participantes visando comparar as respostas. O perfil dos participantes voltados para este estudo, será composto por discentes do terceiro ano graduação em Fonoaudiologia devido a seu conhecimento acadêmico. Quanto a seleção do moderador, deve-se ponderar a boa comunicação e familiaridade com o tema, não gerando viés entre as respostas fornecidas durante a sessão. O roteiro contará com o total de cinco perguntas com possibilidade de perguntas extras que poderão ser utilizadas de acordo com a condução da sessão. As questões presentes no roteiro abordarão desde perguntas introdutórias ao significado do termo “Ambiente Simulado” quanto a questionamentos mais complexos como sensação de nervosismo e insegurança frente a impressão do molde auricular e a possibilidade do aumento da habilidade prática, tendo em vista que os estudantes apresentam insegurança antes e durante o procedimento clínico. A análise dos dados será feita de forma imparcial, comparando os resultados entre as sessões. Conclusões: A ferramenta GF pode ser desenvolvida com embasamento científico associando a literatura vigente às condições de pesquisa do autor, demonstrando como suas possibilidades de aplicação impactam na aprendizagem clínica em audiologia por meio de uma ferramenta de entrevista em grupos para a correta construção do cenário simulado.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1696
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1696


RELATO DE EXPERIÊNCIA: EVENTO DESCOMPLICANDO A AUDIOLOGIA INFANTIL NA FONOAUDIOLOGIA
Silva, F. G. ; Nascimento, K. S. R. B. ; Carvalho, L. N. ; Silva, N. E. C. ; Souza, R. E. O. ; Alves, R. J. G. ; Almeida, R. S. ; Ventura, W. S. S. C. ; Martins, M. L. ;

Introdução: O evento Descomplicando a Audiologia Infantil na Fonoaudiologia (DAIF) foi realizado no dia 30 de outubro de 2024, e teve como objetivo aprofundar o conhecimento sobre a avaliação auditiva infantil e o desenvolvimento auditivo da criança, abordando a avaliação desde o nascimento até a fase escolar. A audiologia infantil é uma área de extrema importância, pois a detecção precoce de problemas auditivos pode ser crucial para o desenvolvimento da criança. Neste contexto, o DAIF se constituiu em um evento fundamental na ampliação dos conhecimentos dos participantes. A proposta central foi ressaltar a importância do diagnóstico precoce e intervenções adequadas, temas que, embora cruciais, são pouco abordados na formação dos profissionais de Fonoaudiologia. Objetivo: Este relato de experiência tem como objetivo descrever a experiência vivenciada pelos alunos durante a execução e organização do evento DAIF. Metodologia: A iniciativa do DAIF fez parte do itinerário extensionista do curso de Fonoaudiologia, com propósito de aproximar os alunos da prática profissional e permitir a ampliação dos conhecimentos adquiridos na teoria. Para a realização do evento, foram organizadas palestras interativas, ministradas por renomados fonoaudiólogos especialistas da área, que discutiram temas atuais e importantes relacionados a audiologia infantil. As palestras abordaram desde as estratégias de triagem auditiva até as metodologias de avaliação em diferentes fases da infância. Após as palestras, os participantes tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas, o que contribuiu para uma compreensão mais profunda e detalhada. Esse formato favoreceu uma experiência de aprendizado mais dinâmica. Resultados: Destinados a acadêmicos e profissionais da área, o evento incentivou a troca de informações e experiências entre especialistas e participantes sobre a relevância do diagnóstico precoce e das intervenções adequadas em diferentes faixas etárias. O evento teve o propósito de ampliar e aprofundar uma temática pouco discutida na cidade em que foi realizada. Direcionado a estudantes e profissionais, o evento abordou a avaliação auditiva infantil em todas as faixas etárias, proporcionando um espaço enriquecedor para a troca de conhecimentos entre palestrantes e participantes. Os resultados do evento evidenciaram seu impacto positivo na formação dos participantes, proporcionando conhecimento entre profissionais e futuros profissionais de Fonoaudiologia. A troca de informações entre palestrantes e participantes foi altamente valorizada, permitindo que as palestras fossem discutidas de forma clara e objetiva. Conclusões: O evento DAIF teve um impacto significativo no aprimoramento dos conhecimentos adquiridos sobre audiologia infantil. Além de proporcionar uma experiência de aprendizado enriquecedora, o evento demonstrou a relevância de promover palestras sobre temas relevantes, trazendo benefícios tanto para a formação acadêmica quanto para a prática clínica. A importância do diagnóstico precoce e sobre a avaliação infantil foi amplamente abordada pelos palestrantes. Eventos como o DAIF são essenciais para o processo de ensino e aprendizagem dos participantes, preparando-os para os desafios da parte clínica e promovendo intervenções mais eficaz em quanto ao diagnóstico infantil.

Palavras-chaves: Audiologia, Intervenções, Diagnóstico, Ensino, Eventos científicos
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1475
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1475


RELATO DE EXPERIÊNCIA: UTILIZANDO A LITERATURA DE CORDEL PARA A INCLUSÃO E CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS SURDAS
Cordeiro, A. Q. B. ; Araújo, L. S. ; Barbosa, M. V. S. ; Medeiros, L. M. ; Silva, S. A. ; Lima, D. O. ; Rosa, M. R. D. ;

INTRODUÇÃO: No dia 26 de setembro, celebra-se no Brasil o Dia Nacional dos Surdos, uma data destinada a promover a conscientização e a inclusão das pessoas surdas na sociedade. Este dia serve não só para refletir sobre os desafios enfrentados pela comunidade surda, mas também para celebrar suas conquistas. Nesse contexto, a literatura de cordel, originária da tradição oral nordestina, desponta como uma ferramenta educativa inclusiva e poderosa, especialmente na promoção da saúde. Com sua linguagem acessível e envolvente, o cordel tem o potencial de disseminar informações essenciais sobre a surdez, abordando temas como diagnóstico precoce, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e os direitos das pessoas surdas. Além de educar, o cordel contribui para a inclusão social e a igualdade, criando um espaço onde a comunidade surda se sente valorizada e representada. OBJETIVOS: O principal objetivo deste projeto foi promover a conscientização sobre a inclusão e os direitos das pessoas surdas por meio da literatura de cordel, utilizando uma abordagem culturalmente relevante e acessível para a comunidade em geral. 1) Elaborar um cordel seguindo a estrutura básica do gênero textual, com o tema do Dia Nacional dos Surdos. 2) Publicar o cordel em formato digital no Instagram, utilizando recursos visuais relevantes para alcançar um público maior e diversificado. METODOLOGIA:A metodologia adotada foi descritiva e documental, precedida por uma busca sistemática de cordéis com o objetivo de promoção à saúde. O cordel foi desenvolvido por discentes de uma universidade federal, com a comunidade em geral como público-alvo. O processo de criação do cordel foi colaborativo, envolvendo reuniões e discussões em grupo para abordar aspectos fundamentais relacionados à inclusão e aos direitos das pessoas surdas. Temas como a importância do diagnóstico precoce, a linguagem de sinais (LIBRAS) e a luta pelos direitos da comunidade surda foram destacados. Também foi enfatizada a importância da educação inclusiva e da igualdade de oportunidades no mercado de trabalho. O material foi compartilhado nas redes sociais em formato de vídeo, ampliando seu alcance e impacto. A divulgação foi realizada através do Instagram, com a participação ativa dos alunos envolvidos na elaboração do cordel. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Após a conclusão do cordel, foram implementadas ações de divulgação, resultando em um impacto significativo nas redes sociais. O cordel foi reproduzido 2.945 vezes, recebeu 80 curtidas e 38 comentários. O conteúdo do cordel foi considerado informativo e capaz de gerar uma conscientização favorável sobre a inserção de medidas inclusivas. A receptividade positiva proporcionou uma valiosa experiência de aprendizado para os alunos envolvidos e destacou a importância de estratégias educativas inclusivas e envolventes na promoção da conscientização e inclusão social. O uso da literatura de cordel demonstrou ser uma estratégia eficaz para promover a conscientização sobre a inclusão e os direitos das pessoas surdas. A receptividade do público validou a eficácia do cordel como um meio poderoso de disseminar informações. A abordagem culturalmente relevante e acessível do cordel contribuiu para a inclusão social e reforçou a importância de estratégias educativas envolvidas na promoção da conscientização e inclusão social.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1675
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1675


RELATÓRIO DE VIVÊNCIAS DE UMA ACADÊMICA DE FONOAUDIOLOGIA EM UMA CASA DE ACOLHIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO
Germano, V. C. ; Pagnossin, D. F. ; Souza, G. N. ;

Introdução: O câncer infantojuvenil compreende um conjunto de doenças caracterizadas pela proliferação descontrolada de células anormais, podendo ocorrer em qualquer parte do organismo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 80% dos casos podem ser curados quando diagnosticados precocemente e tratados em centros de referência. Nesse cenário, uma Instituição localizada no estado de Santa Catarina desempenha papel essencial ao oferecer suporte integral e gratuito a crianças e adolescentes em tratamento oncológico, bem como às suas famílias, que enfrentam um momento particularmente desafiador. A instituição conta com equipe multidisciplinar formada por profissionais de saúde como fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, além de assistente social, professores, auxiliares de limpeza, cozinheiros, recepcionistas e voluntários.

Objetivo: Relatar a vivência de uma acadêmica de fonoaudiologia durante estágio voluntário em uma instituição voltada ao atendimento às crianças e adolescentes em tratamento oncológico.

Metodologia: Trata-se de relato de experiência baseado na vivência de uma acadêmica de fonoaudiologia que participou como voluntária entre os meses de agosto e dezembro de 2024.

Resultados: Os atendimentos realizados por uma equipe multidisciplinar permitiram vivenciar as demandas e abordagens específicas de cada área, com destaque para a fonoaudiologia. Os atendimentos evidenciaram desafios como disfagia, transtornos fonológicos e dificuldades de escrita, além da presença de sondas e o uso de medicações ototóxicas, que pode afetar a audição, resultando em privação sensorial auditiva que, mesmo em casos de alterações leves, podem comprometer o desenvolvimento global da criança. A atuação do fonoaudiólogo mostrou-se essencial para garantir a deglutição segura, melhorar as habilidades comunicativas e apoiar as famílias. O estágio proporcionou compreensão mais profunda sobre a realidade dos atendimentos fonoaudiológicos na área da oncologia, evidenciando desafios e necessidades específicas dessa população. A experiência destacou a importância do trabalho multidisciplinar, reforçando o valor do trabalho em equipe na promoção da saúde e do bem-estar. A vivência reforçou a relevância do cuidado integral e humanizado, promovendo bem-estar físico, emocional e social dos pacientes. A participação da estagiária despertou um olhar mais cuidadoso quanto às questões auditivas, de modo que neste ano de 2025 serão implantados novos projetos a fim de avaliar e monitorar a audição das crianças e adolescentes atendidos na instituição, realizando os encaminhamentos necessários em casos de detecção de qualquer alteração auditiva. O projeto também buscará envolver as famílias no processo, fornecendo orientações e suporte sobre a importância da saúde auditiva.

Conclusão: Essa vivência reafirmou o papel essencial do profissional de fonoaudiologia no cuidado integral ao paciente oncológico, especialmente no contexto infantojuvenil, além de evidenciar a importância da equipe multidisciplinar dedicada ao bem-estar e à recuperação completa do paciente. Além disso, a experiência ressaltou a relevância de enxergar o paciente em sua totalidade, não apenas atendendo às demandas clínicas, mas também oferecendo acolhimento e apoio emocional, fortalecendo a confiança e a esperança ao longo do processo terapêutico. O projeto citado anteriormente será fundamental para assegurar que alterações auditivas, muitas vezes decorrentes dos tratamentos oncológicos, sejam identificadas precocemente, possibilitando intervenções rápidas e eficazes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1450
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1450


RELEVÂNCIA DA ATIVAÇÃO DO PACIENTE E DO CUIDADO CENTRADO NA PESSOA PARA O TRATAMENTO DO ZUMBIDO.
Valença, E. C. D. ; Silva, V. D. ; Santos, M. B. ; Ferreira, R. J. S. ; Rosa, M. R. D. ;

Introdução: O zumbido é um som percebido no ouvido na ausência de uma fonte externa. Diante da sua heterogeneidade, ainda não há um tratamento específico e consolidado para a diminuição da percepção do sintoma. Dessa forma, por natureza este é caracterizado como uma experiência subjetiva que requer estratégias individuais de enfrentamento. Sabe-se ainda que, atualmente, os profissionais da saúde estão mais conscientes sobre a importância das preferências dos pacientes no processo de cura, principalmente quando não há especificidade no tratamento de uma doença crônica, como é o caso do zumbido, para o qual não existe um padrão-ouro de tratamento estabelecido. Sendo assim, evidencia-se a importância de promover uma melhor ativação do paciente, convidando-o a participar das principais medidas e estratégias de autogestão do sintoma. Objetivo: Revisar a literatura sobre a influência da ativação do paciente e do cuidado centrado na pessoa no tratamento para o zumbido Métodos: Realizou-se pesquisas nas bases de dados PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde - BVS utilizando os termos “Patient activation and Tinnitus”. Em seguida, foi realizada a escolha dos artigos com base nos seguintes critérios: Conter dados do tema estudado no título, resumo e texto na íntegra, considerando os últimos dez anos. Resultados: Foram encontrados 57 artigos na Pubmed, após leitura do título e resumo, totalizou-se 18 e na leitura do artigo completo selecionou-se 7 nos critérios estabelecidos. Na BVS, encontrou-se 53 artigos, em que após leitura do título e resumo restaram 10, sendo ao final da leitura do artigo completo 5 relevantes. Foram removidos 2 artigos que estavam duplicados, totalizando 10 artigos relevantes ao final da pesquisa. Com base na literatura encontrada destaca-se que o cuidado centrado na pessoa e a ativação do paciente com zumbido, possui grande influência no engajamento do paciente frente ao seu tratamento, trazendo benefícios na sua saúde. Além disso, observou-se que comportamentos como a escuta ativa, empatia e encorajamento tendem a aumentar a satisfação deste. Ainda foi possível observar que os indivíduos que enfrentam maior sofrimento emocional ou que antecipam consequências mais graves devido a doença tendem a buscar ajuda com mais frequência. Não obstante, a qualidade das informações dispostas aos pacientes com zumbido ainda é variável devido a sua heterogeneidade, podendo ser um fator a ser considerado na sua tomada de decisão. Conclusão: Com o aumento das evidências acerca da influência positiva da inclusão do paciente no processo de decisão do seu próprio cuidado, os profissionais em saúde estão mais adeptos a colocar em prática essa abordagem. Ademais, embora já se saiba que o cuidado em saúde apresenta influência desta ativação dos pacientes, poucos estudos relatam como deve ser realizado essa ativação, proporcionando um envolvimento direto do indivíduo, trazendo-os para dentro das tomadas de decisões. Dessa forma, ficou evidente a necessidade de pesquisas neste tema, principalmente relacionado-o com os pacientes com zumbido.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1697
ISSN 1983-1793X
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REMISSÃO DO SINTOMA ZUMBIDO APÓS FOTOBIOMODULAÇÃO COM LASER DE BAIXA POTÊNCIA: UM RELATO DE CASO
Cunha, V. L. C. ; Silva, S. A. ; Silva, V. D. ; Garcia, A. L. C. ; GOÉS, T. R. V. ; Rosa, M. R. D. ;

INTRODUÇÃO: O tratamento padrão-ouro para o zumbido ainda não foi concebido, devido à sua multicausalidade e heterogeneidade etiológica e sintomatológica. O volume, intensidade e desconforto causado por esse sintoma são os principais parâmetros observados na avaliação, e que servem como norteadores de modificações do quadro clínico. A remissão do sintoma do zumbido refere-se ao desaparecimento das queixas e a mudança dos parâmetros mencionados, atestado em protocolos específicos. As novas tecnologias possibilitam formas inovadoras de tratamentos, uma delas é a fotobiomodulação, que tem sido estudada por sua capacidade fotoquímica e fotofísica. A adequação de dosagem e pontos de irradiação são os principais focos de estudo e alguns deles já apontam sua efetividade. OBJETIVO: Descrever um caso de remissão do sintoma do zumbido após sessões de fotobiomodulação. METODOLOGIA: Estudo descritivo de um caso clínico com uso da fotobiomodulação. Paciente C.E, sexo feminino, 72 anos de idade, voluntária de um grupo de pesquisa de uma universidade pública. Relatou zumbido na orelha direita, do tipo grilo e constante desde 2021. A audiometria realizada em 2024 apresentou perda auditiva do tipo sensorioneural de grau leve em ambas as orelhas (OMS, 2020). Curva timpanométrica do tipo “A” bilateralmente. Exames de imagem descartaram lesões retrococleares. Para avaliação do zumbido, foi aplicado o questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI) a fim de quantificar o impacto do zumbido na vida diária e grau de incômodo, e a Escala Visual - Analógica (EVA) para medir o volume e incômodo gerado pelo zumbido em uma escala de 0 a 10. Como medida de intervenção, foi realizada a fotobiomodulação com laser infravermelho de baixa potência (100mW) mediante aprovação do parecer 5.681.217, aplicado com energia de 45J (5 repetições de 9J) em região do córtex auditivo (transcraniana). O ponto de aplicação foi o CP5, seguindo a relação de 10 ou 20% da distância total entre os marcos anatômicos da cabeça na padronização do sistema internacional 10-20, em um protocolo de 2 aplicações por semana, totalizando 10 aplicações ao longo de 5 semanas. O THI e a EVA foram aplicados de forma pré, durante (após 5 sessões) e ao término da última sessão. RESULTADOS: C.E pontuou 20 no THI total na primeira avaliação, sendo classificado como Grau 2 - Leve (pontuação de 18 -36), volume do zumbido na EVA nota 8 e para o incômodo nota 0. Os valores obtidos na segunda avaliação (5 sessões) mostram que o score do THI total zerou, correspondendo ao zumbido de Grau 1 - Ligeiro (pontuação de 0-16), e na EVA foi atribuída nota 0 para o volume e incômodo. Após as 10 sessões do protocolo, os resultados se mantiveram os mesmos da segunda avaliação. CONCLUSÃO: A fotobiomodulação demonstrou eficácia na remissão do sintoma zumbido em um curto período de tempo. A avaliação realizada por meio de questionários revelou melhorias no volume e desconforto observadas já na metade do protocolo de tratamento, com a manutenção desses resultados até o final. Esses achados reforçam o potencial da fotobiomodulação como uma abordagem inovadora e eficaz no manejo do zumbido.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1702
ISSN 1983-1793X
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RESULTADOS DO TESTE DE DESEMPENHO ESCOLAR EM CRIANÇAS SUBMETIDAS A AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Tambascia, B. L. ; Lemos, A. C. P. ; Carvalho, N. G. ; Ubiali, T. ; Carvalho, B. R. ; Guadagnini, M. F. ; Colella-Santos, M.F. ; Amaral, M. I. R. ;


Introdução: O Teste de Desempenho Escolar II (TDE-II) é um instrumento psicométrico validado e normatizado para a população brasileira na avaliação da leitura, escrita e aritmética. Na literatura nacional, verifica-se escassez de estudos que associam os resultados do TDE com as habilidades auditivas importantes para o desempenho acadêmico.

Objetivo: Analisar os resultados da aplicação dos subtestes de leitura e escrita do TDE-II em crianças com e sem Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC).

Método: estudo descritivo-observacional, prospectivo, de corte transversal e abordagem quantitativa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (No 6.216.032), realizado em parceria com uma escola da Rede Pública. Foram convidadas crianças de 6 a 8 anos de ambos os sexos, falantes nativas do português, sem diagnósticos de síndromes, alterações do neurodesenvolvimento ou perda auditiva periférica e com desempenho mínimo na média da capacidade intelectual no Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven. A Etapa 1 ocorreu na escola com a aplicação do Teste Raven, avaliação audiológica básica e Teste de Desempenho Escolar -TDE-II- subtestes de leitura e escrita. O subteste de leitura foi aplicado individualmente, com leitura de 36 palavras e o subteste de escrita foi realizado em pequenos grupos, com ditado de 40 palavras. Os dados foram analisados com base nos valores normativos do TDE-II para escolas públicas, considerando escore e percentil. Os escores do TDE-II equivalem a percentis que variam de <1 a ≤99, apresentado interpretação de déficit muito grave a desempenho superior por subteste. A Etapa 2 aconteceu no Laboratório de Audiologia da Instituição, constituída pela anamnese com os responsáveis e avaliação comportamental do PAC, incluindo o Teste Dicótico de Dígitos – etapa de integração binaural, Teste de Identificação de Sentenças Pediátricas (PSI), Teste Consoante-vogal (atenção livre), Teste de Intervalos Aleatórios (RGDT) e Teste de Padrão de Frequência (TPF). O diagnóstico de TPAC considerou no mínimo dois testes alterados. Ao final, 59 crianças compuseram a amostra: 41 (69,49%) com desempenho normal na avaliação, sendo 23 meninos (56,1%) e com média de idade de 7,64+0,72, formaram o grupo 1 (G1); e 18 (30,51%) diagnosticadas com TPAC, incluindo 6 meninos (33,33%) e com média de idade de 7,42+0,79, formaram o grupo 2 (G2). O desempenho entre os grupos foi comparado estatisticamente pelo Mann-Whitney test, com significância de 5%.

Resultados: Observou-se um pior desempenho do G2 no escore dos subtestes de leitura (p=0,0471) e escrita (p=0,0363) em comparação com o G1. Quanto ao escore do subteste de leitura, observou-se média e desvio padrão de 28,1+9,9 para G1 e 19,7+15,3 para G2. Já no subteste de escrita, G1 obteve escore médio de 19,4+9,3 e G2 12,9+12,2. Não foi identificada diferença significativa quanto ao percentil de ambos os subtestes.

Conclusão: Os escolares com diagnóstico de TPAC apresentaram pior desempenho no escore de ambos os subtestes do TDE-II. Os achados reforçam a importância de um olhar multidisciplinar, associando instrumentos para embasar estratégias de intervenção.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1568
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1568


REVISÃO DE LITERATURA INTEGRATIVA DOS PROTOCOLOS DE RASTREIO COGNITIVO EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA
Satake, T.K.R ; Jorge, B.M. ; Levy, C.C.A.C ;

Introdução: No Brasil, os serviços de saúde auditiva, que realizam a seleção, adaptação e indicação de Dispositivos Eletrônicos de Amplificação Sonora (DEAS) também conhecidos como Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI), tradicionalmente seguem à Portaria de Saúde Auditiva nº7.612 e as diretrizes do Conselho Federal de Fonoaudiologia. No entanto, até o momento, não há orientações específicas quanto ao teste/triagem mais adequado para avaliar a situação cognitiva do indivíduo a ser reabilitado auditivamente com o DEAS e a sua importância. Considerando que grande parte do público atendido nesses centros são de pessoas idosas, e que nem todos tem acesso a um acompanhamento adequado sobre as questões do envelhecimento, é importante que o fonoaudiólogo envolvido na reabilitação auditiva, esteja atento a esta questão para auxiliar os familiares e/ou responsáveis pelos cuidados com este idoso. Objetivo: verificar quais protocolos de rastreio cognitivo estão sendo utilizados em idosos com deficiência auditiva, por meio de uma revisão de literatura integrativa. Método: Como base para a realização do trabalho, foram seguidas as seis fases do processo de elaboração de revisão integrativa proposta por Sousa et al, 2017. Para a elaboração da pergunta norteadora, foi utilizada a estratégia PICo e o levantamento bibliográfico foi realizado nas plataformas PubMed/MEDLINE e LILACS. Foram selecionados estudos realizados no período de 2018 a 2023. Resultados: Foram obtidos 154 artigos na PubMed 20 artigos na LILACS (registros identificados através de base de dados). Não foram encontrados trabalhos duplicados entre as bases de dados (registros removidos antes da triagem), resultando em 174 artigos (registros de triagem). Conforme proposto nas orientações disponíveis no site do PRISMA) e BMJ (British Medical Journal), na fase de leitura de título e resumo (registros de triagem), foram excluídos do trabalho 129 artigos encontrados na PubMed e 19 artigos da LILACS, resultando em 148 artigos excluídos. Em seguida, foi realizada a busca do texto completo de 25 artigos na PubMed e de um artigo na LILACS (publicações pesquisadas para se manterem). Todos os artigos buscados para leitura foram encontrados (publicações retiradas), totalizando 26 artigos (publicações avaliadas para elegibilidade). Após leitura dos artigos, dois artigos foram excluídos (publicações excluídas). Sendo assim, foram analisados 24 artigos nesta revisão bibliográfica integrativa. Para uma melhor análise dos resultados encontrados, o objetivo e testes utilizados receberam classificações. O objetivo foi subdividido em diagnóstico (para a identificação da demência, sem uso de equipamento auditivo) e reabilitação (todos os pacientes reabilitados com DEAs) e estudos que possuíam testes de avaliação neuropsicológicos completos ou triagem/rastreio cognitivas inseridas na bateria de testes auditivos. Dentre os testes mais utilizados, encontrou-se: MEEM, MoCA, TFV, RBANS-H, TMT Parte B e TMT Parte A. O teste de rastreio mais presente nos estudos foi o MEEM, seguido do teste MoCA e TFV. Conclusão: Respondendo à pergunta norteadora desta revisão de literatura integrativa, os testes mais utilizados para avaliar os idosos que apresentam perda de audição foram: MEEM (Miniexame de Estado Mental), MoCA (Montreal Cognitive Assessment) e o TFV (Teste de fluência verbal).
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1704
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1704


ROTEIRO DE MONITORAMENTO DO TREINAMENTO AUDITIVO ACUSTICAMENTE CONTROLADO COM FREQUENCY FOLLOWING RESPONSE: UMA ABORDAGEM INTEGRADA PARA AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO AUDITIVA
Vasconcelos, L.D.S. ; Soares, I.A.S. ; Carvalho,M.H.R.C. ; Costa, R.C.C. ; Souza, T.N.U. ; Silva, N.L.B. ; Carnaúba, A.T.L. ;

INTRODUÇÃO: O Processamento Auditivo Central (PAC) refere-se aos processos neurológicos responsáveis pela interpretação de sons pelo Sistema Nervoso Auditivo Central. Déficits nesses processos caracterizam o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), que pode impactar negativamente a comunicação, a aprendizagem e o desenvolvimento linguístico. O Treinamento Auditivo Acusticamente Controlado (TAAC) é uma intervenção eficaz para a reabilitação dessas habilidades auditivas, porém, a falta de uma avaliação sistemática pode comprometer significativamente a eficácia do tratamento. Dado que o TPAC é uma condição complexa, avaliações multidimensionais são essenciais. A integração de dados eletrofisiológicos, como os Potenciais Evocados Auditivos (PEAs), com dados comportamentais é fundamental para um diagnóstico preciso e um acompanhamento eficaz. O Frequency Following Response (FFR) surge como uma ferramenta importante, pois oferece uma medida objetiva, permitindo uma avaliação aprofundada das mudanças na plasticidade neural ao longo do treinamento. Essa abordagem integrada entre o TAAC e o FFR possibilita ajustes contínuos nas intervenções, garantindo uma reabilitação mais eficaz e personalizada, fundamentada em evidências. OBJETIVO: apresentar um roteiro de monitoramento do treinamento auditivo acusticamente controlado, por meio do Frequency Following Response. MÉTODOS: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Biblioteca Virtual de Saúde e Scientific Electronic Library (Scielo) para identificar estudos relevantes sobre o monitoramento do treinamento auditivo acusticamente controlado. Utilizou-se como descritores: "Transtorno do Processamento Auditivo Central", "Potenciais Evocados Auditivos" e "Treinamento Auditivo". Inicialmente, foram encontradas 24 referências. Após a avaliação e aplicação de critérios de elegibilidade, como foco no uso de FFR e aplicação prática em intervenções auditivas, nove artigos científicos foram incluídos. Os dados extraídos desses artigos foram analisados para identificar as melhores práticas na utilização do FFR como ferramenta de monitoramento. Em seguida, foi estruturado um roteiro prático para aplicação clínica, dividido em etapas de avaliação inicial, monitoramento contínuo e reavaliação final. RESULTADOS: O roteiro de monitoramento foi estruturado em duas partes principais. A primeira parte abrange a avaliação e reavaliação comportamental do processamento auditivo, utilizando testes como o de Inteligibilidade de Fala Pediátrica e o Teste Dicótico de Dígitos. A segunda parte consiste na avaliação e reavaliação eletrofisiológica utilizando o FFR, com parâmetros definidos para a coleta e análise das respostas auditivas, como latência, amplitude, morfologia das ondas, frequência fundamental e harmônicos. Os resultados indicaram que o uso integrado dessas abordagens comportamental e eletrofisiológica permite um acompanhamento mais preciso da eficácia do treinamento auditivo. CONCLUSÃO: o roteiro de monitoramento propõe uma observação estruturada da efetividade e eficácia do treinamento auditivo acusticamente controlado, favorecendo o melhor planejamento terapêutico e o direcionamento clínico.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1512
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1512


RUÍDO E ESFORÇO AUDITIVO: PESQUISA DO P300 COM ESTÍMULO DE FALA EM MÚSICOS.
Abrao-Lamas, I. F. ; Reis, A. C. M. B. ; Costa, L. L. ; Calderaro, V. G. ;

Introdução: O contato musical, seja por meio da prática ou da escuta, estimula diversas regiões do cérebro simultaneamente, incluindo áreas relacionadas à memória, linguagem, cognição, atenção e funções motoras. É interessante estudar a função auditiva dos músicos para entender como o córtex auditivo processa sons no caso desses indivíduos, em especial a fala em diferentes condições acústicas, sejam elas favoráveis ou não. Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi investigar diferenças entre músicos e não músicos na percepção de estímulos de fala na presença e ausência de ruído, além da autopercepção do esforço auditivo nessas condições. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo, quantitativo e comparativo. Possui número do parecer do Comitê de Ética: 5964804. A pesquisa contou com 30 participantes, divididos igualmente entre 15 músicos e 15 não músicos, comparados por sexo e idade, variando entre 19 e 40 anos. Para a investigação dos participantes, foram utilizadas a avaliação eletrofisiológica P300 em campo livre, na condição com e sem ruído (a 0º azimute, S/R=0 a 75 dB) com estímulos sintéticos /ba/ e /da/ e ruído NB (Narrow Band) e a Escala Visual Analógica para medida do esforço auditivo. Resultados: A presença de ruído no teste exigiu maior esforço auditivo de ambos os grupos. O grupo de músicos apresentou menor latência do que os não músicos na percepção de fala com ruído. Não foi encontrada diferença significativa quando comparados os dois grupos estudados, tanto para latência, quanto para amplitude do P300, nas duas condições. No que diz respeito à variável idade, associada ao P300, não houve diferença estatística significativa quando comparados os grupos. Já, quanto à variável sexo, houve diferença (p= 0,0211): homens apresentaram amplitudes maiores em relação às mulheres. Sobre a autopercepção de esforço, a média de respostas foi maior para o teste realizado na presença do ruído nos dois grupos, porém os músicos apresentaram menor esforço auditivo para fazer o teste P300, nas duas condições, comparado com o grupo de não músicos. Conclusões: A presença do ruído demonstrou latências elevadas e uma morfologia de onda com maior dificuldade de visualização, apesar de não ter sido observado diferenças significativas nas medidas de latência e amplitude do P300 entre os grupos. Comparando os resultados do teste sem e com ruído, observou-se uma maior demanda de esforço auditivo na condição de ruído para os dois grupos estudados.

Palavras-chave: Percepção auditiva. Músicos. Percepção da fala. Esforço auditivo. Potenciais evocados auditivos de longa latência.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1544
ISSN 1983-1793X
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SAÚDE AUDITIVA DE FUMANTES CRÔNICOS: OS EFEITOS DO CONSUMO DE CIGARROS NA QUALIDADE DA AUDIÇÃO
Santos, I. V. ; Santos, M. H. L. ; SILVA, M. H. S. ; Marques, L. R. ;

Introdução: O tabagismo, com prevalência global de 22,3% entre adultos em 2020, é um dos principais fatores de risco para morbimortalidade, causando oito milhões de mortes anuais. Além de diversos problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, AVC e câncer, o cigarro afeta também a audição. O monóxido de carbono e a nicotina presentes no cigarro causam danos ao sistema auditivo, reduzindo o fluxo sanguíneo e o transporte de oxigênio na cóclea, resultando em perdas auditivas. Estudos mostram que fumantes apresentam limiares auditivos elevados em frequências específicas (3000-6000Hz), especialmente em ambientes com exposição ao ruído, e que o risco de perda auditiva é proporcional ao número de cigarros consumidos e ao tempo de tabagismo. A nicotina também afeta o sistema nervoso auditivo central, sendo investigada por exames como o PEATE. Objetivo: Investigar por meio de uma revisão integrativa de literatura os efeitos da utilização do cigarro na saúde auditiva de fumantes crônicos. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada em dezembro de 2024, que investiga a associação entre o consumo de cigarro e a saúde auditiva de fumantes crônicos. A pesquisa foi guiada pela estratégia PICo: P (população) – fumantes crônicos; I (interesse) – efeito do consumo de cigarro; Co (contexto) – qualidade da audição. A partir disso, elaborou-se a seguinte questão norteadora: Qual a associação entre o consumo de cigarro e a saúde auditiva de fumantes crônicos?". Foram coletados 7 artigos nas bases PubMed e LILACS/BVS, incluindo estudos observacionais, revisões de literatura, relatos de caso e estudos quantitativos. Os descritores utilizados foram "Toxicidade/Toxicity", "Fumantes/Smoking" e "Potencial Evocado Auditivo/Auditory Evoked Potential", combinados com o operador booleano "AND". Critérios de inclusão consideraram estudos primários em inglês e português, disponíveis integralmente, sem limite temporal. Excluíram-se teses, dissertações, duplicados e incompletos. A seleção foi feita em etapas: leitura de títulos e resumos, seguida por leitura integral dos textos relevantes, organização dos dados em quadros no Microsoft Word e categorização dos resultados. Resultados: O tabagismo é um fator de risco significativo para a perda auditiva, especialmente nas altas frequências, devido aos danos causados pelas substâncias tóxicas do cigarro às células sensoriais da cóclea. Estudos indicam que o impacto inicial ocorre na região basal da cóclea, podendo evoluir para frequências convencionais ao longo do tempo. A relação dose-resposta evidencia que a intensidade e a duração do hábito aumentam os danos auditivos, mas a cessação do tabagismo pode reverter parcialmente esses efeitos. Pesquisas apontam maior prevalência de perda auditiva em fumantes, com impacto mais acentuado em idades avançadas devido ao maior tempo de exposição. Exames como a audiometria tonal e o PEATE mostram alterações significativas em fumantes, como piora dos limiares auditivos e alterações na transmissão neural. Conclusão: Conclui-se que o tabagismo é um fator de risco significativo para a perda auditiva, especialmente nas altas frequências, iniciando na região basal da cóclea e caracterizando-se como perda neurossensorial. Há uma relação dose-resposta entre a exposição ao cigarro e os danos auditivos, mas a cessação do tabagismo é eficaz para reduzir esse risco.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1529
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1529


SAÚDE AUDITIVA: CONSTRUÇÃO DE CARTILHA EDUCATIVA SOBRE OS EFEITOS DO RUÍDO OCUPACIONAL EM SERVIÇOS DE SAÚDE
Pereira, H. R. ; Bitu, C. S. ; Bandeira, G. M. ; Araújo, E. S. ;

Introdução: As unidades de saúde frequentemente enfrentam poluição sonora gerada por equipamentos médicos, alarmes, ventiladores mecânicos, comunicação e ações dos profissionais, além de diversos outros fatores. Ruídos acima de 50 decibéis ponderados A (dBA) são considerados perturbadores, podendo impactar negativamente a recuperação e reabilitação dos pacientes. Estudos indicam que os níveis de ruído hospitalar frequentemente ultrapassam 100 dBA, equivalente ao som de uma buzina de carro, muito acima das diretrizes da Organização Mundial da Saúde, que recomenda limites de até 35 dBA. Ao considerar que a exposição frequente à poluição sonora pode afetar a audição e gerar problemas fisiológicos, como vasoconstrição periférica, aumento da pressão arterial, secreção gástrica excessiva, tensão muscular e disfunções endócrinas, fica evidente que, quando presentes nos serviços de saúde, podem prejudicar a recuperação e reabilitação dos pacientes, além de interferir na assistência prestada pelos profissionais de saúde. Materiais educativos, impressos ou digitais, são eficazes na prevenção dos riscos do ruído hospitalar, promovendo melhorias na saúde por meio de ações educativas. Objetivo: Descrever a elaboração de uma cartilha educativa sobre conscientização do ruído, direcionada aos profissionais que atuam em serviços de saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo metodológico, relacionado ao desenvolvimento de uma cartilha. A elaboração do material educativo foi realizada por profissional especialista na área, utilizando os softwares Microsoft Word e OneNote. A primeira etapa consistiu na revisão integrativa de literatura e definição dos tópicos sobre o tema, garantindo informações fundamentadas e atualizadas com embasamento em artigos científicos publicados em revistas de impacto. Além disso, figuras ilustrativas disponíveis em licença aberta na internet foram incluídas para enriquecer e visualizar os conceitos apresentados na cartilha. Na segunda etapa, o material foi apresentado para os profissionais de um Hospital Militar e avaliado por uma fonoaudióloga doutora, um médico otorrinolaringologista e um cirurgião dentista. Resultados: O material foi produzido em nove páginas, incluindo capa, organização (autores), página de apresentação, sumário, conteúdo e referências bibliográficas. Com base na revisão de literatura e identificação dos núcleos temáticos, o tema foi subdividido nos tópicos: ruído, ruído ocupacional, ruído nos serviços de saúde e formas de prevenção e controle. A fim de garantir que a cartilha fosse didática e compreensível, foi adotada uma abordagem clara e objetiva, ou seja, o uso de títulos e imagens destacadas, linguagem simples e uma sequência lógica das informações apresentadas. Além disso, foram utilizados quadros com textos e tópicos para reforçar e enfatizar o conteúdo. O formato da cartilha desenvolvida possibilita a divulgação no formato impresso, mas também digital, maximizando o alcance e minimizando os custos das ações interventivas nos serviços. Conclusão: A cartilha elaborada é uma ferramenta promissora para sensibilizar os profissionais, promovendo a conscientização sobre a importância do controle do ruído ambiental nos serviços de saúde, fornecendo orientações para a prevenção de sintomas auditivos e extra-auditivos e controle de danos relacionados ao ruído aos profissionais e usuários desses serviços. Ressalta-se a importância da continuidade do estudo com a validação de conteúdo por profissionais e público-alvo, bem como a análise da eficácia desta ferramenta em intervenção educativa.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1585
ISSN 1983-1793X
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SAÚDE AUDITIVA: COR & AUDIÇÃO
Macedo, G.S. ; Andrade, NJ ; Novaes, B.C.A.C ; Mendes, B.C.A. ;

Desde o primeiros sorrisos, balbucios e curiosidades as crianças começam a se comunicar e a explorar o mundo. A audição é uma peça fundamental deste processo, permitindo que elas entendam, aprendam palavras e estabeleçam conexões com as pessoas a sua volta, porém algumas crianças enfrentam um desafio silêncioso: a perda auditiva.
Esta campanha teve como objetivo conscientizar crianças e suas famílias sobre os cuidados com a saúde auditiva. Na semana do dia 10 de novembro de 2024 - Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, crianças de um serviço de saúde auditiva no município de São Paulo, de ambos os sexos, ouvintes e surdas, com faixa etária de 3 a 12 anos, realizaram a confecção de chaveiros em biscuit no formato de orelha e coloriram com tintas e/ou canetinhas. Enquanto a atividade acontecia, todos recebiam dicas de cuidados com a audição. A campanha aconteceu em clínica e em escola de surdos, com crianças, profissionais e acompanhantes. Cada um pôde dar cor a sua audição de forma peculiar, artesanal, lúdico e simbólico.
Cada criança é única e merece ser ouvida - seja com a audição preservada ou com recursos que facilitam sua comunicação. A surdez não deve limitar os sonhos e juntos podemos apoiar e incluir cada criança em seu próprio ritmo.
A campanha teve o alcance de aproximadamente 150 crianças, além dos profissionais e pais. O sucesso da Campanha reflete o potencial de projetos simples, porém bem estruturados em transformar hábitos. Estamos unidos para que nenhuma criança fique em silêncio. Vamos dar cor à infância e garantir que todos possam crescer ouvindo, aprendendo e se comunicando com o mundo ao seu redor.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1680
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1680


SEGUIMENTO EM AUDIÇÃO E LINGUAGEM NA PRIMEIRA INFÂNCIA (SALPI): RESULTADOS DE DOIS ANOS DE UM PROJETO DE EXTENSÃO.
Almeida, M. F. ; Almeida, M.G. ; Miilher, L.P. ; Rosário, H.C. ;

Introdução: A audição desempenha um papel fundamental no desenvolvimento global da criança, especialmente em relação à aquisição da linguagem oral, pois a exposição às experiências auditivas nos primeiros anos de vida permite a organização cortical necessária para garantir o desenvolvimento normal da audição e da linguagem. O seguimento de audição e linguagem nos primeiros anos de vida é de suma importância para prevenção e identificação de alterações, tardias ou progressivas, no desenvolvimento comunicativo, influenciando também no desempenho escolar. Nesse contexto, foi criado o projeto de extensão denominado Seguimento em audição e linguagem na primeira infância (SALPI) com o objetivo de realizar seguimento no desenvolvimento comunicativo, por meio de diagnóstico audiológico e triagem de linguagem, em crianças de até cinco anos de idade cujos responsáveis tivessem queixas auditivas e /ou de linguagem. Objetivo: O objetivo do presente estudo é descrever os resultados obtidos na avaliação auditiva e na triagem de linguagem e a interação entre as alterações de linguagem e de audição. Metodologia: O estudo foi aprovado no comitê de ética em pesquisa com o parecer 7.154.893. As consultas ocorreram em uma instituição federal de ensino e foram realizadas a anamnese, a aplicação da versão traduzida do protocolo proposto pela Speech-Language-Hearing Association (ASHA) “How does your children hear and talk” (teste 1) e a avaliação audiológica (teste 2) por meio de mais de um dos procedimentos (considerando o princípio do crosscheck): imitanciometria, audiometria infantil condicionada ou avaliação auditiva instrumental ou audiometria tonal e vocal, Emissões Otoacústicas Evocadas (EOA) e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico PEATE com estímulo clique e/ou toneburst. Os resultados foram armazenados em banco de dados próprio e os resultados dos testes 1 e 2 foram descritos e analisados quantitativamente, realizando também a correlação entres os resultados dos testes 1 e 2. Os resultados do teste 1 foram categorizados como "Passa" ou "Falha" e os do teste 2 como " normal" ou "alterado". RESULTADOS: Durante dois anos, foram atendidas 26 crianças, sendo que apenas 20 crianças completaram o processo de avaliação audiológica. A média de idade das crianças atendidas foi de 2 anos, 9 meses e 18 dias. Das 20 crianças, 14 (70%) falharam na triagem de linguagem e 13 ( 65%) obtiveram resultados normais na avaliação audiológica. A correlação entre os testes mostrou que 5 (25%) crianças tiveram resultados satisfatórios nos dois testes, 9 crianças (45%) tiveram resultados satisfatórios em somente um dos testes e 6 (30%) resultados insatisfatórios nos dois testes. Das 7 crianças que obtiveram o teste 2 alterado, 6 (85,7%) também falharam no teste 1. CONCLUSÃO: Observou-se que 85,7% das crianças com alteração auditiva também falhou na triagem de linguagem, inferindo a existência de uma relação entre as perdas auditivas infantis e o atraso de linguagem na primeira infância. Entretanto, observou-se também uma grande quantidade de falhas na triagem de linguagem na presença de audição normal, indicando que o fator auditivo é apenas um dos pontos para o desenvolvimento de linguagem. Contudo, a amostra da pesquisa é pequena, sugere-se mais estudos sobre o assunto.



DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1449
ISSN 1983-1793X
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SERVIÇOS DE TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE A EFETIVIDADE NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA PERDA AUDITIVA
Taborda, L. P. ; Oliveira, M. K. ; Didoné, D. D. ; Rodrigues, R. M. ;

Introdução: A triagem auditiva neonatal (TAN) tornou-se obrigatória no Brasil em 2010, como o primeiro passo para o diagnóstico e intervenção precoce das perdas auditivas, buscando evitar atrasos no desenvolvimento de crianças diagnosticadas. Objetivo: Revisar as informações disponíveis na literatura sobre a eficácia, eficiência e impacto dos serviços de TAN na detecção precoce da perda auditiva. Metodologia: Realizou-se uma revisão integrativa de literatura nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, SciELO e PubMed, utilizou-se descritores e operadores booleanos seguindo a estratégia PICO. A seleção dos estudos ocorreu de forma independente por dois revisores em duas etapas: leitura de títulos e resumos, seguida da leitura integral dos artigos. Os critérios de inclusão foram: estudos que avaliaram a qualidade ou descreveram serviços de TAN, com textos completos publicados entre 2010 a junho de 2024, nos idiomas português, inglês e espanhol. Critérios de exclusão: artigos que não mencionaram as etapas subsequentes aos testes de triagem ou a idade do diagnóstico, capítulos de livros, dissertações, teses, revisões de literatura e textos de acesso restrito. A pesquisa inicial resultou em 1180 estudos, dos quais 29 foram incluídos. Os dados foram extraídos com base nas diretrizes de atenção da TAN e sistematizados para análise em estrutura, processo e resultado, utilizando a tríade de Donabedian para avaliar serviços de saúde. Resultados: Em estrutura, observou-se que a maioria dos serviços descritos carecia de um banco de dados unificado para a TAN e que os protocolos de triagem eram divergentes, sendo o exame de emissões otoacústicas evocadas transientes, o mais utilizado, enquanto o potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático, foi pouco relatado. As principais limitações ocorreram na etapa de diagnóstico, com insuficiência de serviços, equipamentos e profissionais para atender à demanda. Poucos estudos abordaram a intervenção, e, quando o fizeram, mencionaram aparelhos de amplificação sonora individuais e implantes cocleares. Em processo, observou-se que 11 estudos relataram uma taxa de cobertura da TAN dentro do desejado. A taxa de encaminhamento ao diagnóstico foi satisfatória na maioria dos casos, porém, o comparecimento foi baixo, devido a taxas de evasão acima do preconizado. O início da terapia fonoaudiológica raramente foi mencionado nos estudos. No aspecto resultado: 14 serviços concluíram a TAN antes do primeiro mês de vida dos neonatos. Oito estudos tiveram serviços que conseguiram alcançar o diagnóstico no tempo preconizado, e, três alcançaram a intervenção no período adequado. Conclusão: Os serviços de TAN apresentam fragilidades em sua estrutura, processo e resultados, causando atraso nas etapas de triagem, diagnóstico e intervenção. As maiores problemáticas estão nos estágios subsequentes à triagem, uma vez que mesmo os serviços com boa cobertura, não conseguiram realizar o diagnóstico precoce. Existe uma limitação no número de serviços, profissionais e equipamentos para diagnóstico, além de dificuldades de acesso à intervenção. Portanto, os serviços de TAN não têm alcançado seus objetivos, principalmente nas etapas de diagnostico e intervenção precoce das perdas auditivas. Logo, medidas precisam ser tomadas, para que a qualidade desses serviços seja assegurada, criando e reformulando políticas públicas relacionadas à saúde auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1667
ISSN 1983-1793X
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SINAIS E SINTOMAS VOCAIS DE ADULTOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Valle, I.C. ; Queija, D.S ; Ubrig, M.T. ;

Introdução: A produção da voz e fala envolve a respiração, fonação, articulação, ressonância e prosódia. Além disso, o sistema auditivo é essencial para o desenvolvimento e a manutenção da qualidade vocal. Alterações vocais são mais frequentes em deficientes auditivos pré-linguais, no entanto, na surdez pós-lingual, a ausência do feedback auditivo pode comprometer a produção da voz ao longo da privação auditiva ou quando não há utilização adequada de dispositivos auditivos. Objetivo: Verificar se adultos com deficiência auditiva apresentam queixas e sintomas vocais, e comparar os resultados aos participantes com surdez pré lingual e pós lingual. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de caráter prospectivo e de corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número 6.937.237. Assinaram o termo de consentimento e participaram 32 adultos com deficiência auditiva (D.A) divididos em dois grupos: pré-linguais e pós-linguais. Foram incluídos indivíduos que apresentavam D.A classificadas de grau moderado a profundo, que utilizavam a linguagem oral como meio principal de comunicação e faziam uso de tecnologias de amplificação, como os aparelhos de amplificação sonora individual ou implantes cocleares. Foram excluídos participantes com malformações congênitas na laringe, cirurgias laríngeas prévias, traqueostomia, malformações labiopalatais, diagnósticos psiquiátricos e/ou neurológicos. Foi aplicado nos participantes dois protocolos de autoavaliação da voz, de forma voluntária, sendo eles: o protocolo de escala de sintomas vocais (ESV ) e o protocolo de Índice de Desvantagem Vocal (IDV-10), ambos validados para o Português Brasileiro e utilizados com frequência na clínica vocal. Resultados: Dos participantes, 18 eram do gênero feminino (56,3%) e 14 do masculino (43,7%). 14 pacientes no grupo de pré-linguais, com idades de 19 a 48 anos, enquanto 18 pacientes eram pós-linguais, com idades entre 24 e 82 anos. A maioria dos 32 participantes apresentou queixas vocais com escores acima da nota de corte de ambos os protocolos, com valores médios de: ESV 34,1 (±20,3) e IDV-10 12,4 (±9,3). Embora os valores dos pacientes pré-linguais tenham sido superiores aos pós-linguais nos protocolos, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. Ao verificar a relação entre idade dos pacientes e os resultados obtidos, não se observou valores estatisticamente significativos, indicando que os participantes acima de 60 anos não contribuíram para que o grupo pós-lingual apresentasse um escore maior em relação aos participantes com idades inferiores. Os achados deste estudo indicam a relevância da autoavaliação da voz como um recurso valioso na identificação de dificuldades vocais nesta população. A ausência de distinções estatísticas entre os grupos pode estar associada ao tamanho da amostra, ressaltando a necessidade de pesquisas futuras com um número maior de participantes em cada grupo. Conclusão: Ambos os grupos demonstraram queixas de voz expressivas, destacando a importância da autoavaliação vocal em pessoas com D.A, porém, não foi possível diferenciar os dois grupos estudados. Compreender os impactos na qualidade vocal e a relação com a percepção auditiva, pode contribuir para o aprimoramento das intervenções fonoaudiológicas e facilitar ajustes nos dispositivos auditivos, culminando em uma melhora significativa na qualidade de vida e na comunicação de pessoas com deficiência auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1654
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1654


SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS E AUDIOLOGIA: O USO DE IA, APPS E SOFTWARES
Pessoa, L.P. ; Albuquerque, G. M. P. A. ; Gonçalves, J. C. ; Santos, J.C.C. ; Nascimento, L.S.T ; Cavalcanti, H.G. ;

Introdução: Os avanços tecnológicos estão redefinindo a área da audiologia, especialmente a inteligência artificial (IA), oferecendo novos caminhos práticos e eficientes para diagnosticar, tratar e entender condições auditivas. Com isso, desde então, soluções tecnológicas têm surgido em diferentes contextos globais, transformando a forma como a saúde auditiva é abordada. Desse modo, os avanços destacam o potencial de tais tecnologias na garantia da promoção da qualidade de vida populacional. Objetivo: Analisar os avanços da tecnologia em audiologia, explorando o uso e desenvolvimento em países distintos. Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) e IEEE Explore, utilizando os descritores: “Audiology”, “Artificial intelligence”, “Technological development” e “Software”, combinados por operadores booleanos, resultando em 202 artigos. Teve como critérios de inclusão: textos completos, publicados nos últimos dez anos, nos idiomas português e inglês, e exclusão: revisões de literatura, os que não estavam disponíveis gratuitamente ou não estavam relacionados à temática. Para a triagem, foi utilizada a plataforma RAYYAN na qual foram selecionados 35 artigos pelo título e, após aplicação dos critérios de inclusão, leitura dos textos na íntegra, totalizaram 24 estudos. Resultados: As evidências encontradas foram conduzidas na Ásia, Europa e América, o que reflete uma tendência mundial de usar tecnologias na prática do audiologista. No continente asiático, em países como China e Taiwan, os pesquisadores se dedicaram ao desenvolvimento de inteligência artificial que auxiliam no diagnóstico do zumbido, na classificação de audiometrias e ainda na verificação da precisão de chatbots em auxiliar o clínico com informações. Enquanto na Europa, em Portugal e no Reino Unido, foram desenvolvidos e testados aplicativos voltados para rastrear e amenizar dificuldades auditivas em ambientes ruidosos, assim, melhorando a vida cotidiana. Na América, os avanços se concentraram em alternativas digitais para avaliação e reabilitação auditiva com softwares que permitem realizar audiometria de forma remota e interativa, e integração na terapia. Numa perspectiva brasileira, nota-se o uso crescente de auxílios tecnológicos por fonoaudiólogos, em destaque, para a triagem auditiva, intervenção fonoaudiológica e ferramentas de ensino da profissão. Ademais, quanto ao ano de publicação, foi percebido que desde 2019 mais pesquisas vêm sendo realizadas com o objetivo de associar a prática audiológica aos avanços tecnológicos, sendo o ano de 2023 o mais presente na literatura. Conclusão: Diante dos dados, conclui-se que há atualmente fomento internacional, sobretudo na Ásia e América, para o avanço da prática audiológica aliada à modernização. Desse modo, as inovações tecnológicas e a aplicação da IA em audiologia apresentam-se significativas para a melhoria da forma como diagnósticos e atendimentos são realizados, refletindo interesse global no assunto. Nessa conjuntura, tais avanços apontam para um futuro promissor, onde a integração entre a audiologia e a tecnologia poderá chegar à população de maneira igualitária. Portanto, são necessárias cada vez mais pesquisas a fim de garantir a eficácia e confiabilidade.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1428
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1428


SPAN DE DÍGITOS, FLUÊNCIA VERBAL E DESEMPENHO DE IDOSOS USUÁRIOS DE PRÓTESES AUDITIVAS
Silva, J. O. ; Martinelli, M. C. ;

Introdução: O aumento global da expectativa de vida e o baixo nível educacional das pessoas idosas, especialmente em países emergentes como o Brasil, entregam desafios para a saúde pública. A perda auditiva relacionada ao envelhecimento é uma condição crônica prevalente e associada ao declínio cognitivo. A perda auditiva ocasiona redução na estimulação sensorial, limitações comunicativas e sociais o que constitui risco de demência. As próteses auditivas são o tratamento indicado. Objetivo: Avaliar a influência das variáveis idade, escolaridade, audibilidade e auto percepção do desempenho autoavaliado por questionários validados nos processos cognitivos por meio do teste de span de dígitos e fluência verbal. Método: Estudo observacional transversal com amostra por conveniência. Realizado no Núcleo Integrado de Assistência, Pesquisa e Ensino em Audição (NIAPEA). Incluiu 38 idosos que compareceram à consulta de acompanhamento e cumpriram os critérios de inclusão: idade igual ou superior a 60 anos; perda auditiva neurossensorial bilateral grau leve a severo relacionada ao envelhecimento; usuários de próteses auditivas bilateralmente. Foi realizada a Avaliação Audiológica Básica e verificação eletroacústica com estímulo de fala a 65dBNPS. Foram aplicadas as tarefas de span de dígitos direto e inverso, prova de fluência verbal para animais, QI-AASI e o SSQ-12. Foram calculadas estatísticas descritivas e análise estatística por meio de método de regressão linear com significância de 0,05%. Resultados: Foram avaliadas 38 pessoas idosas (entre 61 e 94 anos média±DP: 75,7 ± 10,4), sendo 27 mulheres. A idade reduziu o desempenho nos testes cognitivos em 4,1%, 7,8% e 10,8% por ano nos testes de fluência verbal, span de dígitos direto e span de dígitos inversos, respectivamente. A escolaridade média foi de 7,37 anos com aumentos de 0,39 ponto na fluência verbal, 0,02 no span de dígitos direto e 0,05 no span de dígitos inverso por cada ano adicional de escolaridade. O limiar de audibilidade médio foi de 54,13±10,41dBNA para a melhor orelha. Cada aumento de 1dB no limiar reduziu 0,39 ponto na fluência verbal (p=0,056). O IPRF para monossílabos foi de 66,42%±22,14%. O SII e IPRF apresentaram percentual mínimo de 12% e máximo de 88% para SII e 96% para IPRF. O uso diário de próteses auditivas variou de 3 a 15 horas, média±DP: 10,25 ± 3,41 na melhor orelha. Cada hora adicional de uso aumentou 0,37 ponto na fluência verbal (2,5%), 0,06 no span de dígitos direto (1,4%) e 0,08 no span de dígitos inverso (2,5%). A fluência verbal variou de 6 a 39 pontos (média±DP 14,82±6,75). O escore medio do questionário SSQ-12 foi de 56,82 pontos e cada ponto adicional aumentou 0,09 ponto na fluência verbal e 0,02 no span de dígitos direto e inverso. O escore médio do QI-AASI foi de 30,58 pontos Conclusão: Conclui-se que a idade, escolaridade, audibilidade e uso regular de próteses auditivas influenciam o desempenho cognitivo em pessoas idosas com perda auditiva, sendo a maior idade e limiar auditivo um fator de declínio e a maior escolaridade um recurso de proteção cognitiva. O uso diário das próteses auditivas mostrou-se determinante para a preservação das funções cognitivas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1411
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1411


SURDEZ EM DIFERENTES CONTEXTOS: RODA DE CONVERSA ENTRE USUÁRIOS DE LIBRAS E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
ALVES, G. M. ; LIMA, D. M. M. ; LOURENÇO, Í. M. M ; NEVES, M. Á. ; GOMES, L. C. S. ; Gândara, M. E. C. ; Dadá, M. J. S. ; FRAGOSO, R. T. M. ; SILVA, I. M. C. ;

Introdução: A surdez apresenta ampla diversidade dentro da própria comunidade surda. Algumas pessoas utilizam tecnologias assistivas, como implantes cocleares e aparelhos auditivos, enquanto outras optam por não adotá-las. No Brasil, essa pluralidade é evidente na comunicação: alguns surdos utilizam exclusivamente a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), outros preferem a oralização, e há aqueles que empregam ambas as formas. Estudos apontam que crianças surdas se desenvolvem plenamente ao adquirir uma língua visual-espacial como a LIBRAS, semelhante à aquisição de línguas orais. No entanto, muitas crianças surdas nascem em famílias ouvintes e enfrentam barreiras para acessar um ambiente linguístico adequado. Diante desse cenário, o projeto Libras: Comunicação e Inclusão promoveu uma roda de conversa em uma instituição de ensino no Distrito Federal. Objetivos: Os objetivos do trabalho foram promover o diálogo sobre os desafios enfrentados pela comunidade surda em diferentes contextos, sensibilizar sobre a diversidade de formas de comunicação e reforçar a importância da autonomia dos surdos. Além disso, buscou-se fomentar práticas interdisciplinares entre fonoaudiologia, LIBRAS e redes de apoio. Metodologia: Por meio da realização de uma roda de conversa, envolvendo diferentes atores relacionados à comunicação e relação entre as comunidades surda e ouvinte, o evento foi realizado em parceria com a Central de Intermediação de Libras e de outros profissionais. O evento reuniu intérpretes, familiares de surdos, usuários de LIBRAS e surdos bilíngues, criando um espaço colaborativo para a troca de experiências. A diversidade dos participantes enriqueceu as discussões, que abordaram temas como educação, mercado de trabalho, lazer e interações sociais, proporcionando um espaço rico para reflexão e aprendizado mútuo. Resultados: A roda de conversa foi conduzida pelos facilitadores e proporcionou dentre participantes da comunidade acadêmica e externa reflexões sensíveis sobre a pluralidade das vivências da comunidade surda, identificando soluções práticas para a melhoria da acessibilidade e a criação de políticas públicas mais humanizadas. Os relatos pessoais destacaram a necessidade de ampliar estudos e práticas interdisciplinares entre fonoaudiologia e LIBRAS, promovendo estratégias integradas e eficazes para a inclusão. O ambiente colaborativo facilitou a identificação de boas práticas e reforçou a relevância de eventos como este para conscientização e promoção de redes de apoio. Conclusão: Conclui-se que o evento foi uma iniciativa de grande impacto, abordando de forma sensível os desafios e avanços na inclusão das pessoas surdas. A diversidade de participantes ampliou o entendimento das múltiplas realidades da surdez e ressaltou a importância de respeitar a riqueza cultural e linguística dessa comunidade. A atividade reforçou a necessidade de políticas públicas inclusivas e práticas interdisciplinares, contribuindo para uma sociedade mais acessível e justa.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1571
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1571


TEMPO DO USO DE TELAS EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA EM DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL
Gomes, L. F. ; Martins, G. S. ; Santos, I. R. D. ; Brazorotto, J. S. ;

Introdução: O uso excessivo de telas pode impactar o desenvolvimento infantil, especialmente em crianças com deficiência auditiva, ao minimizar momentos de interação humana que estimulam as habilidades auditivas e linguísticas e ao comprometer o engajamento em terapias. Recomenda-se a não exposição a telas até os dois anos; até uma hora de dois a cinco anos, entre uma e duas horas de seis a 10 anos e de duas a três horas diárias de 11 a 18 anos. Logo, é importante caracterizar o uso de telas em crianças com deficiência auditiva no Brasil, de modo a identificar mais um fator contribuinte para a variabilidade de resultados observada nesta população. Objetivo(s): Caracterizar o tempo de uso de telas por crianças com deficiência auditiva referido pelas famílias, em diferentes regiões do Brasil, correlacionando seu uso à escolaridade materna. Metodologia: Estudo descritivo-analítico, transversal aprovado em Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), sob o parecer: 3.440.683. Participaram 97 famílias de crianças com deficiência auditiva de diferentes graus, na faixa etária de zero a 12 anos e 11 meses, de quatro regiões do Brasil, que responderam a um formulário eletrônico adaptado, com informações sobre a rotina da família com a criança (Inventário de Recursos do Ambiente Familiar - RAF), escolaridade do respondente e tempo de uso de telas pelas crianças em seu cotidiano. As famílias assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em formato eletrônico. Os participantes não foram identificados por e-mail ou nominalmente. As respostas foram tabuladas em Excel®. A análise descritiva e inferencial foi realizada pelos testes de frequência relativa e teste de correlação, considerando p significativo < 0,05. Resultados: Sobre o tempo de uso de telas, apenas 44% das crianças de até dois anos faz uso diário adequado das telas; entre dois e cinco anos, esse percentual é de 47%; entre seis e 10 anos, sobe para 78%; de 11 a 12 anos, é de 69%. O uso de televisão variou de 47% a 65% entre as regiões e de celular ou tablet variou de 12% a 41%. Considerando que as variáveis não apresentaram distribuição normal no teste Shapiro-Wilk, p < 0.001 para todas variáveis e idade cronológica das crianças sendo p = 0.002, foi realizada a análise de correlação de Spearman entre o tempo adequado de tela por dia e a escolaridade dos responsáveis (p = -0.053). Entre as variações regionais, houve menor uso de telas no sul. Conclusões: Todas as famílias mencionaram o uso de telas pelas crianças, em todas as faixas etárias. Menos da metade das crianças com até cinco anos apresentou tempo adequado de uso de telas, sendo este um fator de risco para seu desenvolvimento auditivo e de linguagem. Crianças com idades entre seis a 12 anos apresentaram tempo de tela dentro do recomendado, de acordo com a informação das famílias. Não houve associação significativa entre o tempo recomendado para o uso de telas diárias e a escolaridade dos responsáveis. O fator exposição a telas deve ser considerado nos programas de reabilitação auditiva infantil.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1431
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1431


TENDÊNCIAS E DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA PERDA AUDITIVA EM NEONATOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
COSTA, S. R. G ;

A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) é essencial para a identificação precoce da perda auditiva em neonatos, possibilitando intervenções que favoreçam o desenvolvimento da linguagem, audição, cognição e aspectos sociais. A audição desempenha um papel fundamental no desenvolvimento infantil, especialmente na aquisição da linguagem oral. Portanto, a detecção precoce da deficiência auditiva é indispensável para minimizar os impactos no desenvolvimento global da criança. Apesar dos avanços, os programas de TAN ainda enfrentam desafios significativos, como atrasos no diagnóstico e intervenção, principalmente em neonatos com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva (IRDA). Este estudo tem como objetivo revisar tendências e desafios relacionados ao diagnóstico precoce da perda auditiva em neonatos, destacando a importância da TAN e da investigação etiológica. A metodologia utilizada foi uma revisão de literatura baseada em artigos científicos publicados entre 2015 e 2025, selecionados em bases de dados como Scielo e PubMed. Os resultados apontaram que a TAN deve ser realizada nos primeiros dias de vida, com reteste em até 30 dias se necessário. Contudo, fatores como internações prolongadas, uso de medicamentos ototóxicos e ventilação mecânica aumentam o risco de perda auditiva e dificultam a detecção e intervenção precoce. Os dados mostram que, em algumas regiões, a taxa de diagnóstico e intervenção dentro dos prazos recomendados é baixa, comprometendo o desenvolvimento de crianças com deficiência auditiva. Além disso, a investigação etiológica enfrentou barreiras devido à diversidade de causas, embora seja essencial para orientar reabilitações eficazes. Tecnologias como emissores otoacústicos e potenciais evocados auditivos são amplamente utilizadas, mas a implementação desses recursos ainda é desigual em diversas localidades. Conclui-se que, apesar da importância do TAN e dos avanços tecnológicos, há necessidade de fortalecer programas de triagem, capacitar profissionais e ampliar o acesso a serviços de diagnóstico e reabilitação. Investimentos em infraestrutura, tecnologias acessíveis e sensibilização das famílias são fundamentais para superar as barreiras identificadas, garantindo melhores prognósticos e qualidade de vida
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1709
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1709


TESTE 3
teste ;

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1384
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1384


TESTE DE DÍGITOS NO RUÍDO (TDR) EM ESCOLARES DE 7 E 8 ANOS: COMPARAÇÃO ENTRE OS PARADIGMAS DIÓTICO E ANTIFÁSICO
Ferreira, J. V. M. ; Vital, B. S. B. ; Machado, A. J. L. D. ; Souza, L. E. G. ; Oliveira, M. C. V. N. ; Ferrari, D. V. ; Brazorotto, J. S. ; Araújo, A. D. S. N. ; Balen, S. A. ;

Introdução: A perda auditiva causa diversos impactos na qualidade de vida das sociedades. Nas crianças em idade escolar, pode resultar em dificuldades na compreensão, baixo desempenho acadêmico, além de problemas psicossociais. Assim, a identificação precoce das alterações auditivas é imprescindível e o uso das tecnologias móveis pode ser um facilitador nesse processo. Atualmente, a metodologia de triagem é baseada na audiometria tonal, que mesmo sendo eficaz, apresenta limitações em situações de ruído ambiental e requer uma maior infraestrutura para sua aplicação. Nesse sentido, o Teste de Dígitos no Ruído (TDR) é um procedimento autoadministrado, baseado em saúde móvel que vem sendo preconizado para a triagem auditiva em escolares. Em comparação à triagem audiométrica o TDR possui maior validade ecológica e maior robustez frente ao ruído ambiental. Objetivo: Comparar as respostas nos modos diótico e antifásico do Teste de Dígitos no Ruído (TDR) em Português Brasileiro, entre escolares de 7 e 8 anos. Metodologia: Estudo transversal analítico e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 6.275.455). A amostra envolveu 27 escolares do primeiro ano de uma Escola Pública, com idade entre 7 e 8 anos (7,26±0,65), sendo 11 do sexo masculino. Os procedimentos foram realizados no ambiente escolar em uma sala silenciosa. Todos os escolares realizaram triagem audiométrica (1, 2 e 4 KHZ) e emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente bilateralmente (EOAT). Todos os escolares reconheceram visualmente os dígitos de 0 a 9 previamente à realização do TDR. A instrução ao teste foi fornecida ao início de cada modo de aplicação (diótico e antifásico), sendo os mesmos aplicados em ordem aleatorizada entre os escolares. Foi utilizado o smartphone Motorola Z3 com os dígitos apresentados binauralmente de forma automática e adaptativa pelos fones auriculares do próprio smartphone. Observou-se que os dados não apresentaram distribuição (teste Shapiro-Wilk), sendo utilizado o teste não-paramétrico de Wilcoxon para comparação do TDR nas duas condições (diótico e antifásico). O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: O limiar de reconhecimento de fala no ruído com o TDR diótico variou de -9,2 a 17,7 dB, com mediana -4,8 dB. Na condição antifásica foi observada variação de -12,8 a 17,6 dB, e mediana de -6,6 dB. Constatou-se que nessa condição antifásica o TDR foi mais negativo que na diótica (Z=-2,12; p=0,033). Conclusões: Os resultados evidenciaram que há diferença entre o limiar de reconhecimento de fala no ruído na condição diótica e antifásica do TDR em Português Brasileiro na faixa etária de 7 a 8 anos. A variação dos valores obtidos em ambas as condições, pode sugerir que o TDR é capaz de identificar características individuais na faixa-etária estudada em relação ao desempenho auditivo dos escolares. Este fator, somado a variabilidade no desempenho dos escolares, com presença de valores positivos não esperados, indicam a necessidade de estudos futuros sobre a influência de determinantes sociais e biológicos no desempenho do TDR em ambas as condições de aplicação.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1668
ISSN 1983-1793X
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TESTE NR 2
Zapalá, M. ; Oliveira, M. ;

só temos algumas especificações:
1 - temos aulas assíncronas e síncronas
2 - tem limite de cursos?
3 - tem limite de aulas em cada módulo de curso? temos alguns cursos modulares
4 - dá para gerenciar o tempo que a pessoa permanece em cada aula, para a emissão de certificado?
5 - os certificados são enviados diretamente pela plataforma e ficam armazenados nela?
6 - temos um congresso anual, que fica vinculado ao site. Vocês fariam esse site também?
7 - como é a parte do gerenciamento dos sócios e pagamentos pelo site (para anuidade e pagamento do congresso) e plataforma (para os cursos)?
8 - precisamos do orçamento detalhado para apresentar para a diretoria. Custo da construção/manutenção dos sites, da página de vendas e da plataforma.

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Página(s): p.1389
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1389


TONTURA E/OU ZUMBIDO – CENÁRIO DOS IDOSOS ATENDIDOS EM UMA CLÍNICA ESCOLA
Oliveira, M. E. Z de ; Santos Filha, V. A. V. dos ;

Introdução: O envelhecimento populacional no Brasil avança rapidamente, trazendo desafios no manejo de condições crônicas comuns entre idosos. Entre essas, a tontura destaca-se como uma das principais causas de procura médica por idosos, frequentemente associada a quedas e redução da qualidade de vida. Além disso, o zumbido é outra queixa recorrente, muitas vezes coexistindo com a tontura e agravando o impacto na saúde dos pacientes. Diante disso, compreender o perfil dos idosos com essas queixas é essencial para definir estratégias de diagnóstico, tratamento e prevenção. Objetivo: Identificar o perfil do idosos com tontura e/ou zumbido atendidos em uma Clínica escola. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, com análise quantitativa, vinculado a um projeto de pesquisa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) institucional, sob o número 2.732.475. Amostra constituída por 182 idosos, com queixa de tontura, faixa etária de 60 a 92 anos de idade (média de 69,87 anos) e de ambos os sexos. Os participantes foram atendidos no Laboratório de Otoneurologia de uma Clínica escola da rede pública, submetidos a uma anamnese, à Escala Visual Analógica (EVA) e à avaliação otoneurológica. Resultados: Dos 182 idosos avaliados, 129 (70,88%) eram mulheres e 53 (29,12%) homens. A maioria encaminhado do otorrinolaringologista (114; 62,64%), seguido do neurologista (50; 27,47%). Na escala EVA, o incômodo geral da tontura teve média de 7,44, sendo 68,48% com valores ≥ 7. Quanto a queixa de tontura, 59 (32,42%) relataram tontura não rotatória [44 (74,58%) do tipo desequilíbrio e 15 (25,42%) tontura propriamente dita], com o grau de incômodo médio EVA de 6,96 (51,85% - pontuação ≥ 7), e 120 (65,93%) vertigem, com incômodo médio de 7,92 (75,38% - pontuação ≥ 7). Quanto ao zumbido, 101 (55,50%) relataram apresentá-lo, sendo 86 (85,15%) especificamente quanto ao tipo e local do sintoma. A maioria (56 - 65,12%) dos idosos apontaram o tipo agudo, seguido de grave (17 - 19,77%), assim como bilateral (44 -51,16%) e unilateral (38 - 44,19%) (OE – 25/65,79% e OD – 13/ 34,21%). A média do Grau de Incômodo para a EVA foi de 6,85, sendo 57,73% com a pontuação ≥ 7. Todos os idosos da amostra apresentam algum tipo de comorbidade, isolada ou combinadas, sendo as mais prevalentes: Hipertensão Arterial Sistêmica (104 – 57,14%), Problema de Coluna (104 – 57,14%), Problema de Visão (81 – 44,51%), sendo 78 (96,30%) usuários de óculos, colesterol elevado (54 – 29,67%), Diabetes (38 – 20,88%), Problema Cardíaco (30 – 16,48%), Ansiedade (30 – 16,48%) e Depressão (29 – 15,93%). Conclusão: A população estudada é predominantemente mulher, geralmente encaminhada do otorrinolaringologista, com a prevalência da tontura do tipo vertigem e do zumbido de pitch agudo, bilateral, ambos de grau de incômodo significativo, a maioria (57,73%) com pontuação ≥ 7 para a EVA. A Hipertensão Arterial Sistêmica, problema de coluna, problema de visão e colesterol elevado foram as comorbidades mais relatadas pelos idosos.
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Página(s): p.1580
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1580


TPAC E A IMPORTÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO PRECOCE: FERRAMENTAS DE TRIAGEM EM IDADES PRÉVIAS À ESCOLARIZAÇÃO
Pimentel, M. F. ; Britto, D. B. L. A. ; Silva, M. K. S. ;

Introdução: O Transtorno do Processamento Auditivo Central refere-se a dificuldades na interpretação de sons, mesmo com audição periférica normal, prejudicando a linguagem e as habilidades acadêmicas, especialmente em crianças pré-escolares. A identificação precoce é crucial para mitigar esses impactos. Ferramentas de triagem são fundamentais, pois oferecem dados iniciais que permitem identificar crianças em risco. Essas ferramentas avaliam habilidades como discriminação, memória e atenção auditiva, essenciais para o desenvolvimento linguístico e cognitivo. Objetivo: Descrever as principais ferramentas de triagem disponíveis para a identificação precoce do Transtorno do Processamento Auditivo Central na Idade Escolar. Metodologia: A revisão integrativa aconteceu no mês de dezembro de 2024, utilizou a metodologia integrativa baseada nas diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses - PRISMA e teve a seguinte pergunta norteadora: "Quais as principais ferramentas de triagem disponíveis para a identificação precoce do Transtorno do processamento auditivo central na Idade escolar?". Foram consultadas as bases de dados: PubMed, SciELO e Google Scholar, com os descritores MeSH "Auditory Perception", "Screening" e"Preschool", combinados com o operador booleano "AND". A pesquisa incluiu artigos publicados nos últimos 15 anos, nos idiomas português Brasil e inglês, com a exclusão de literatura cinzenta. A seleção dos artigos foi conduzida por um revisor independente, que avaliou os estudos com base em critérios predefinidos e organizou os resultados em quadros para facilitar a interpretação. Resultados: Dos 67 estudos encontrados inicialmente, 45 foram excluídos com base no título e 15 pelo resumo, resultando em quatro artigos para análise detalhada. A amostra analisada incluiu 287 crianças pré-escolares com média de idade 5,43 anos, sem queixas auditivas, avaliadas com ferramentas de triagem do processamento auditivo central em ambientes não tratados acusticamente. O teste Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo foi a única ferramenta utilizada nos artigos, evidenciando a escassez de opções específicas para crianças pré-escolares. A Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo mostrou-se promissora, destacando-se por sua facilidade de aplicação em escolas e clínicas básicas, sem necessidade de condições laboratoriais específicas. Isso a torna uma alternativa viável para populações com menor acesso a recursos especializados. No entanto, os estudos também evidenciaram a limitação de diversidade metodológica, reforçando a necessidade de novas pesquisas que validem e ampliem o uso de ferramentas para triagem do Transtorno do Processamento Auditivo Central nessa faixa etária. Conclusão: A identificação precoce do Transtorno do Processamento Auditivo Central é essencial para minimizar impactos no desenvolvimento infantil. Apesar da escassez de estudos específicos para pré-escolares, a ASPA demonstrou eficácia na triagem inicial do PAC, especialmente em contextos com recursos limitados. A aplicação dessas ferramentas deve integrar abordagens multidisciplinares, envolvendo profissionais de educação e Fonoaudiologia, para garantir um acompanhamento integral e efetivo das crianças, promovendo seu pleno desenvolvimento cognitivo e linguístico.
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Página(s): p.1570
ISSN 1983-1793X
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TRAJETÓRIA DE PARÂMETROS DA FALA EM ADULTO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: COMPARAÇÃO DOS MOMENTOS CONFORME TIPOS DE DISPOSITIVOS AUDITIVOS.
Pessoa-Almeida, A. ; Silva, H.L. ; Camargo, Z. ;

Tecnologias auditivas como dispositivos eletrônicos de amplificação sonora (DEAS) e dispositivos elétricos (Implante Coclear-IC) têm oportunizado benefícios indissociáveis entre audibilidade e produção da fala da pessoa com deficiência-PcD auditiva. A fonética clínica viabiliza evidenciarmos propriedades às decisões e boas práticas em reabilitação à integração de evidências centradas no indivíduo, conforme plasticidade e novas adoções de ajustes prosódicos, de qualidade e dinâmica vocal. O objetivo deste estudo foi comparar mudanças de parâmetros fonéticos perceptivo-auditivos e acústicos da fala de adulto com deficiência auditiva em três diferentes momentos: (1) com DEAS bilateral; (2) com IC unilateral e DEAS contralateral; e (3) com IC bilateral. Esta pesquisa, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa conforme nº de parecer 5.558.787/2022, realizou audiogravações de um indivíduo masculino com deficiência auditiva (DA) engajado em serviço do Sistema Único de Saúde brasileiro, em três distintos momentos conforme mudanças em uso de tecnologias auditivas. As amostras de fala compuseram contextos fonéticos de emissões da vogal [a] sustentada, contagem de números, dias da semana e meses do ano e leitura de seis sentenças do CAPE-V. Realizou-se julgamento perceptivo-auditivo por juízes experientes na aplicação do VPAS-PB. A análise acústica ocorreu por meio do script Falaalaringea e VOXplot, aplicado ao Praat versão 6.0.48, e Acoustic Voice Quality Index (AVQI) e Acoustic Breathiness Index (ABI) - declínio espectral (dB), HF-ruído (dB), HNR-D (dB), H1H2 (dB), CPPS (dB), perturbação (Jitter local% e ppq5% e Shimmer - % e dB), HNR (dB), PSD (ms), Quebras, Ruídos advindos da série de pulsos de prega vocal-GNE, Pitch (média, mínimo, máximo, desvio padrão e faixa de extensão-Hz). Os dados perceptivo-auditivos e acústicos foram estatisticamente correlacionados em função dos diferentes momentos e tipos de contextos fonéticos em análise aglomerativa hierárquica de cluster - SPSSⓇ. Evidenciou-se que a fala encadeada fortemente apresenta-se segregada aos demais contextos fonéticos nos 3 distintos momentos. Parâmetros perceptivo-auditivos demonstraram a forte tendência de mudanças dos 3 momentos conforme ajustes de qualidade vocal (AQV) de corpo de língua e de denasalidade, além de elementos de dinâmica vocal (EDV) referentes ao pitch (extensão e variabilidade). Em parâmetros acústicos, houve, comparativamente do primeiro momento ao terceiro momento diferença estatística com relevância em diminuição, conforme evolução dos momentos: diferença de intensidade entre consoantes plosivas e vogais (maiormente para consoantes não vozeadas do que para as vozeadas), de CPPS (Proeminência do pico cepstral suavizada) e de média e desvio padrão da intensidade de fala, o que demonstra maior controle na produção de fala. Medidas acústicas laríngeas geradas pelo VOXplot demonstraram estatisticamente significativa a distinção entre momentos em contraste de vozeamento, de perturbação (jitter e shimmer) e de proeminência cepstral, demonstrando maior regularidade e menor quantidade de ruído. Conclui-se que manteve-se, comparativamente, nos diferentes momentos, adoção de elementos de qualidade vocal (especialmente ajustes de língua e nasalidade) e de dinâmica vocal (extensão e variabilidade de pitch), todavia definiram-se evolutivamente nos progressivos momentos com tendências de distintos agrupamentos/combinações entre eles. Medidas acústicas correlacionadas evidenciaram diminuições de ruídos na fala encadeada. Tais parâmetros permitem entendimentos particulares de marcos evolutivos contínuos da/na/pela reabilitação.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1501
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1501


TREINAMENTO AUDITIVO-COGNITIVO EM GRUPO POR TELEATENDIMENTO EM PESSOAS IDOSAS USUÁRIAS DE DISPOSITIVO ELETRÔNICO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA
Andrade, C. M. ; Belaunde, A. M. A. ; Braga Junior, J. ; Freitas, M. I. D. ; Scharlach, R. C. ; Pinheiro, M. M. C. ; Moreira, B. S. ;

Introdução: Pessoas idosas queixam-se de dificuldades na compreensão de fala, principalmente em situações de escuta complexas, impactando as funções comunicativas e qualidade de vida. As habilidades auditivas centrais e as funções cognitivas influenciam nos benefícios proporcionados pelos dispositivos eletrônicos de amplificação sonora (DEAS). O treinamento auditivo-cognitivo nesta população promove um melhor desempenho na compreensão de fala devido a plasticidade neural. O teleatendimento é um modelo viável na intervenção e reabilitação de pacientes. Objetivo: Avaliar os benefícios de uma proposta de intervenção em treinamento auditivo-cognitivo por telelatendimento em grupo com pessoas idosas usuárias de DEAS em relação às habilidades auditivas, aspectos cognitivos e sintomas depressivos. Metodologia: Estudo prospectivo, descritivo, longitudinal, aprovado pelo comitê de ética e pesquisa em seres humanos sob parecer 4.736.988. Participaram do estudo 24 pessoas idosas com perda auditiva sensorioneural de grau leve a moderadamente severo, simétrica, novas usuárias de dispositivos eletrônicos de amplificação sonora de dois serviços ambulatoriais de Saúde Auditiva (SASA). A amostra foi constituída por 12 idosos no Grupo Controle ( GC) que não realizaram treinamento auditivo-cognitivo (TAC) e por 12 no Grupo Estudo (GE) que participaram do treinamento auditivo-cognitivo. Ambos os grupos receberam as mesmas avaliações pré e pós. Os instrumentos utilizados foram: Montreal Cognitive Assessment (MoCA), Geriatric Depression Scale – (GDS-15) e o programa online AudBility de avaliação de habilidades auditivas.O treinamento foi realizado na modalidade síncrona, com treino auditivo e cognitivo, duas vezes por semana, com duração mínima de 45 minutos. Na análise estatística inferencial adotou-se um nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: As sessões do TAC ocorreram em grupos com 4 idosos participantes, sendo formados no total 3 grupos. Cada treinamento ocorreu em 16 sessões. Verificou-se por meio do AudiBility que após a intervenção o GE apresentou melhora significativa da habilidade de resolução temporal em 8ms (p- valor 0,015), em 10 ms (p-valor 0,028) e 15 ms( p-valor- 0,062). Na ordenação temporal houve uma melhora de 5% (p-valor 0,052) e na orelha esquerda houve uma melhora de 30% no pós ( p- valor 0,056), na habilidade de integração binaural,avaliada pelo teste dicótico de dígitos, houve melhora no desempenho no geral, especialmente na orelha esquerda que foi 67,9% no pré e 81,7% no pós (p-valor 0,069). Houve diferença significativa nos aspectos de depressão avaliados pelo GDS no GE (p-valor 0,004). Em relação aos aspectos cognitivos houve tendência de melhora entre as avaliações pré e pós treinamento auditivo (p-0,074). Não houve diferença significativa para o GC na maior parte das habilidades avaliadas pelo AudiBility. Conclusão: Houve melhora no GE dos aspectos de depressão, habilidades auditivas temporais e na integração binaural, principalmente na orelha esquerda, evidenciando os efeitos positivos desta abordagem em conjunto com o uso de DEAS. Esta proposta de treinamento auditivo-cognitivo poderá contribuir para a adesão de pessoas idosas no processo de reabilitação após a concessão de DEAS no SASA, assim como promover o seu uso efetivo e atender a demanda reprimida nos serviços.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1603
ISSN 1983-1793X
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TREINAMENTO MUSICAL E DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR: ESTUDO CLÍNICO PSEUDORANDOMIZADO CEGO
Said, P. M. ; Alvarenga, K. F. ; Abramides, D. V. M. ;

Introdução: A integração de treinamentos musicais no processo de reabilitação auditiva tradicional pode oferecer benefícios significativos para crianças usuárias de implante coclear (IC). Estudos experimentais apontaram que o processamento da informação musical estimula áreas cerebrais essenciais para a audição e a linguagem e beneficia a aquisição de habilidades comunicativas e, consequentemente, socioemocionais. Embora estudos apontem para melhorias socioemocionais, observa-se que esses trabalhos não empregaram medidas específicas de análise destinadas a avaliar esse desfecho. Assim, são necessários mais estudos com alto rigor científico, com o objetivo de proporcionar avanços significativos para a prática clínica e científica da temática. Objetivo: Investigar os efeitos do treinamento musical no desenvolvimento das habilidades socioemocionais de crianças usuárias de implante coclear bilateral na perspectiva do professor escolar. Métodos: Estudo clínico pseudorandomizado cego aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (2.820.891). Foram selecionadas 30 crianças, entre seis e 10 anos de idade, que foram submetidas a coleta do Sistema de Avaliação de Habilidades Sociais (SSRS-BR), versão professores, nos momentos pré e pós treinamento musical. Os participantes foram divididos em três grupos: (G1) grupo experimental - 10 crianças com perda auditiva sensorioneural severa ou profunda, usuárias de IC bilateral, expostos ao treinamento musical; (G2) grupo controle ativo - 10 crianças normo-ouvintes expostas ao treinamento musical; (G3) grupo controle passivo - 10 crianças normo-ouvintes sem exposição ao treinamento musical. O treinamento musical foi estruturado com aulas de música, baseadas na Music Learning Theory (MLT), e teve duração de seis meses, uma vez por semana, durante 60 minutos, com um total de 25 aulas. Para comparar as avaliações do SSRS-BR, foi utilizado o teste ANOVA para análise de variância de medidas repetidas e o teste de Tukey (p ≤ 0,05). Resultados: Os resultados apontaram melhora estatisticamente significante em relação as habilidades socioemocionais do SSRS-BR, na perspectiva do professor escolar, das crianças usuárias de IC expostas ao treinamento musical (G1) e das crianças normo-ouvintes expostas ao treinamento musical (G2). A melhora foi observada, no GI e G2 na pontuação global e nos fatores: responsabilidade, desenvoltura social, civilidade e autocontrole. Não houve melhora no grupo sem exposição ao treinamento musical (G3). Conclusão: Evidências científicas obtidas neste estudo demonstraram que as crianças usuárias de IC bilateral, assim como seus pares ouvintes expostos ao treinamento musical, desenvolveram as habilidades socioemocionais de forma altamente habilidosa na perspectiva do professor escolar.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1626
ISSN 1983-1793X
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TRIAGEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Ferreira, E. F. ; Silva, S. A. ; Cunha, V. L. C. ; Lima, D. O. ; Rosa, M. R. D. ;

INTRODUÇÃO: A triagem do PAC é fundamental para identificar sinais de dificuldades auditivas de maneira rápida e eficiente. Embora o diagnóstico definitivo seja realizado apenas aos 7 anos, devido ao amadurecimento do sistema nervoso central, a triagem em crianças menores desempenha um papel essencial. Identificar e monitorar esses casos antes dos 7 anos possibilita a aplicação de estratégias preventivas e intervenções que promovam o desenvolvimento auditivo e cognitivo adequado. OBJETIVO: Analisar a importância da triagem no PAC e a relevância do diagnóstico precoce. METODOLOGIA: Estudo do tipo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa, fundamentada em uma pesquisa de revisão integrativa selecionados a partir das seguintes bases: PUBMED, SCIELO, LILACS e BVS com artigos dos últimos 5 anos disponíveis na íntegra, a partir dos descritores DECS/ MESH : Hearing; Hearing Tests, Child, Learning, Auditory Perception. Os critérios de elegibilidade foram definidos por crianças menores de 7 anos que tenham realizado triagem do PAC. Resultados: De acordo com a leitura dinâmica dos títulos e abordagem do conteúdo foram encontrados um total de 214 artigos, entretanto, 21 duplicados. Foram excluídos 203 estudos por não abordarem os critérios de elegibilidade, totalizando 11 estudos selecionados para o desenvolvimento dessa pesquisa. No contexto internacional, destacam-se métodos como o Feather Squadron e o Teste de Triagem do Processamento Auditivo. No Brasil, as práticas mais comuns incluem a avaliação simplificada do PAC e a bateria de Zaidan. O Teste Dicótico de Dígitos (TDD) também é considerado uma ferramenta eficaz para triagem, especialmente quando associados a questionários de autopercepção, como a Escala de Comportamentos Auditivos (SAB). As crianças com dificuldades de aprendizagem apresentaram maior probabilidade de falhas em avaliações auditivas em comparação às crianças com desenvolvimento típico. Essa população demonstrou um desempenho inferior em habilidades como ordenação temporal e integração dicótica, evidenciando a necessidade de triagens auditivas para a identificação precoce das dificuldades. Além disso, foram observadas diferenças socioeconômicas relevantes, crianças de escolas particulares tiveram desempenho superior em vocabulário receptivo e tarefas de processamento auditivo quando comparadas às de escolas públicas, o que reforça a influência do contexto socioeconômico no desempenho acadêmico e auditivo. CONCLUSÃO: A triagem do PAC desempenha um papel fundamental na identificação precoce de dificuldades auditivas, permitindo a implementação de intervenções que favorecem o plano auditivo e cognitivo. Métodos como o TDD e questionários de autopercepção demonstram eficácia tanto no Brasil quanto em contextos internacionais.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1606
ISSN 1983-1793X
https://eia.audiologiabrasil.org.br/anais-trabalhos-consulta/1606


USO DE MEDICAMENTOS NAS CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE E OS EFEITOS NA AVALIAÇÃO DE PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Jäkel, A. v. A. ; Harounian, A. M. O. ; Celestino, C. C. ; Diniz, F. S. R ; Santana, J. ; Gonden-Freire, M. L. ; Cândido, R. F. ; Calciolari, C. S. ; Silva, A. M. ;

Introdução: O Processamento Auditivo Central, ou PAC, é um conjunto de habilidades auditivas que utilizamos para compreender o som. Dessa forma, através de sua avaliação torna-se possível compreender como os sinais são apresentados nas orelhas e, consequentemente, identificar o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), que está relacionado aos transtornos da linguagem e às dificuldades de aprendizagem, como no caso do TDAH, onde os indivíduos frequentemente apresentam padrões de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Torna-se, então, cada vez mais comum a utilização de fármacos psicoestimulantes para esses indivíduos, tais como o Cloridrato de Metilfenidato, mais conhecido como ritalina, de forma a promover melhorias e/ou controle de tais sintomas, consequentemente melhorando a qualidade de vida desses pacientes. Objetivos: O objetivo geral desta pesquisa foi definir se o uso das medicações pelos pacientes apresenta melhora nos resultados da Avaliação do Processamento Auditivo Central. Quanto aos objetivos específicos, estes abrangeram: Identificar quais efeitos ocorrem nos resultados da Avaliação de Processamento Auditivo Central dos pacientes portadores de TDAH que usam medicação. Citar quais as medicações são as mais usadas atualmente para o tratamento do TDAH, que fazem efeito na Avaliação de Processamento Auditivo Central. Encontrar qual tipo de TDAH (desatento, hiperativo ou combinado) apresenta resultados mais eficientes no uso da medicação na Avaliação de Processamento Auditivo Central. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura, de 2020 a 2024, utilizando os descritores Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade; Processamento auditivo; Metilfenidato; Dimesilato de Lisdexanfetamina; Canabidiol; Cloridrato de Atomoxetina e seus respectivos termos em inglês, nas bases de dados Scielo, Lilacs, PubMed, Bireme, Medline e Google Acadêmico. Resultados e Discussão: Cinco artigos foram selecionados e analisados. O uso de medicamentos psicoestimulantes é capaz de promover melhoras nos sintomas do TDAH à medida que promove melhorias na aprendizagem, concentração, atenção, entre outros. No entanto, são vistos efeitos adversos como aumento da pressão arterial e frequência cardíaca, o que reforça a necessidade de ajustar adequadamente a dose a ser administrada. Não foram identificados artigos que relacionassem o uso de medicamentos para o tratamento do TDAH com os resultados na avaliação do PAC. Conclusão: O uso de medicação psicoestimulante promove melhoras indiretas no resultado da avaliação do PAC, pois a medicação age diretamente no TDAH, visto que ele é primário em relação ao Transtorno de Processamento Auditivo Central.
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Página(s): p.1394
ISSN 1983-1793X
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USO DE TELAS E QUEIXAS VESTÍBULO-VISUAIS NA POPULAÇÃO INFANTOJUVENIL
XAVIER, G. V. M. ; Silveira, K. M. Q. ; Cabral, Z. B. D. ; Calheiros, K. C. G. F. ; Lima, T. K. D. C. ; Mantello, E. B. ;

Introdução: Os sintomas vestíbulo-visuais são comuns entre jovens e podem ser desencadeados por condições como cinetose, náusea digital e vertigem visualmente induzida, caracterizadas pela sensação de movimento, estando o corpo em repouso. A náusea digital é desencadeada após uso de dispositivos como óculos de realidade virtual, mais imersivos, ou telas de computadores, televisores, tablets e celulares, menos imersivos; amplamente usados, especialmente por crianças e adolescentes. O uso excessivo de telas na infância está associado a impactos negativos no desenvolvimento, incluindo ansiedade, depressão e baixo desempenho escolar. Há, porém, poucas pesquisas sobre a relação entre telas e sintomas vestíbulo-visuais em jovens. Assim, o questionário Pediatric Visually Induced Dizziness Questionnaire (PVID), é um instrumento de triagem comportamental das situações que provocam a vertigem visualmente induzidas na infância. Objetivo: Caracterizar os resultados do PVID na população infanto-juvenil usuária de telas. Metodologia: Estudo analítico, transversal, do tipo levantamento de campo, com abordagem quantitativa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, nº 6.743.915. Os dados foram coletados por meio de um formulário no Google Forms. A amostra incluiu crianças e adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 6 e 18 anos incompletos, que utilizavam telas e cuja participação foi autorizada pelos responsáveis por meio de termos de consentimento/assentimento. Os responsáveis responderam a uma anamnese fonoaudiológica e, as crianças e adolescentes foram incentivadas a responder o questionário de autopercepção, junto dos pais. Para facilitar a compreensão, esta versão traduzida e adaptada do instrumento para o português brasileiro, contém figuras ilustrativas das situações desencadeadoras de sintomas. Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise descritiva. Resultados: A amostra foi composta por 102 participantes, sendo 52% mulheres e 48% homens, com média de idade de 10,86 anos. O tempo médio de uso de telas foi de 4,05 horas diárias, em que, 16,7% relataram uso de telas de até 2 horas por dia e 83,3% afirmaram uso superior a 2 horas diárias. A média de acometimento do PVID na população avaliada foi de 3,16 pontos, com variação de 0 a 19 pontos. Dentre as respostas obtidas, observou-se maior incidência dos sintomas nas seguintes situações: ‘andar de carro’, ‘fazer atividade escolar’ e ‘usar o computador’ com 44, 38 e 25 respostas, respectivamente. Enquanto as condições ‘olhar para um objeto listrado ou em movimento’ (13 respostas) e ‘andar por um corredor de supermercado ou por uma loja movimentada’ (11 respostas) foram as que menos suscitaram sintomas. Conclusões: O PVID caracterizou a presença da vertigem visualmente induzida autorrelatada nas crianças e adolescentes usuários de tela, especialmente nas situações ‘andar de carro’, ‘fazer atividade escolar’ e ‘usar o computador’. Além disso, houve predomínio do tempo de uso de telas exacerbado, nessa população, que ultrapassa as recomendações de tempo de exposição diária para crianças e adolescentes, sugeridas pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Esses resultados ressaltam a importância de estratégias educativas e preventivas, voltadas para a conscientização dos pais e cuidadores sobre os potenciais riscos do uso excessivo de telas.
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Página(s): p.1604
ISSN 1983-1793X
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UTILIZAÇÃO DA FOTOBIOMODULAÇÃO NO TRATAMENTO DA SURDEZ SÚBITA E ZUMBIDO: UM RELATO DE CASO
Cunha, V. L. C. ; Silva, S. A. ; Garcia, A. L. C. ; Goés, T. R. V. ; Rosa, M. R. D. ;

INTRODUÇÃO: O zumbido é um sintoma auditivo caracterizado pela percepção consciente de sons sem a presença de fonte sonora externa. É frequentemente associado a disfunções auditivas, incluindo a surdez súbita, que se caracteriza por uma perda auditiva sensorioneural de início abrupto e sem causa definida. Dentre as modalidades terapêuticas disponíveis, a fotobiomodulação destaca-se como uma intervenção com crescente investigação no tratamento do zumbido e outras patologias auditivas. Essa abordagem baseia-se na aplicação de luz em comprimentos de onda específicos, com o objetivo de estimular processos celulares que favorecem a neuromodulação. OBJETIVO: Relatar o efeito da fotobiomodulação associada ao uso de corticoide para quadro de surdez súbita e zumbido. METODOLOGIA: Paciente E.A.F.O, sexo masculino, 36 anos de idade. A história clínica cursa com zumbido prévio que não era incômodo. Após dormir sem queixas auditivas, acordou no dia seguinte sem ouvir determinados sons na orelha esquerda, com queixas em relação à audição e aumento do volume do zumbido, que era do tipo apito e constante. Em período inferior a 24 horas, procurou o otorrinolaringologista, que administrou corticóide no protocolo de 2 dias com 60 mg, 2 dias 40 mg e 2 dias 20 mg. Foi encaminhado para fonoaudióloga e realizou avaliação e tratamento com 24 horas do diagnóstico da surdez súbita, iniciando o protocolo de fotobiomodulação de 10 sessões seguidas. Utilizou-se dois lasers infravermelhos de baixa intensidade com potência de 100mW aprovados pelo parecer 5.681.217, aplicados de forma simultânea com energia de 90J (10 repetições de 9J) na orelha esquerda (transmeatal) e na orelha direita 45J na mastóide. Dessa forma, a orelha contralateral foi estimulada pelo princípio da neuroplasticidade. Para a avaliação do zumbido foi utilizada a Escala Visual Analógica - EVA, quantificando em escala de 0 a 10 com relação ao volume e incômodo do zumbido pré e pós fotobiomodulação. A audiometria tonal e vocal foi realizada para o diagnóstico da surdez súbita e após finalizar o tratamento, com uma janela de espaço de 31 dias entre a primeira e a segunda. RESULTADOS: Os valores da EVA para o volume do zumbido caíram de 3 para 0, permanecendo 0 para incômodo. Na avaliação audiológica, os resultados da audiometria tonal para a orelha esquerda apresentavam perda auditiva do tipo sensorioneural de grau moderado e configuração em entalhe. Após a intervenção, os limiares auditivos para a orelha esquerda se enquadram dentro do padrão de normalidade segundo a Organização Mundial da Saúde (2020). De maneira geral, houve melhora de 5dB a 50dB por frequência, observando melhora em todas as frequências testadas, exceto 8000Hz, que não foi afetada. CONCLUSÕES: O uso da fotobiomodulação no gerenciamento de casos de surdez súbita pode potencializar e acelerar o tempo de recuperação da função auditiva, bem como promover melhora do zumbido quando utilizada com o intuito de diminuir a excitabilidade da cóclea. O tratamento na fase aguda mostra ser um fator bem relacionado com prognósticos positivos, de acordo com o que foi observado no caso.
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Página(s): p.1599
ISSN 1983-1793X
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UTILIZAÇÃO DO INSTRUMENTO DE RASTREIO DA COMUNICAÇÃO DE CRIANÇAS DE 0 A 36 MESES EM UM SERVIÇO PÚBLICO DE MONITORAMENTO AUDITIVO
DUARTE, D.S.B. ; BRITTO, D.B.L.A. ; QUEIROGA, B.A.M. ; QUEIROZ, J.P.S. ; CARVALHO, W.L.F. ; SILVA, L.S.G. ; MELO, S.C.S. ; ADVÍNCULA, K.P. ;

INTRODUÇÃO: A neuroplasticidade desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da comunicação infantil, especialmente nos primeiros anos de vida. Durante esse período, diversos marcos de desenvolvimento da comunicação podem ser observados em momentos específicos. Nesse contexto, o uso de instrumentos de rastreio tem se mostrado essencial, pois permite que pais e profissionais de saúde acompanhem e monitorem o desenvolvimento infantil de forma eficiente. No contexto do monitoramento auditivo, em que crianças com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva ou que falharam na Triagem Auditiva Neonatal Universal são avaliadas regularmente, a aplicação do Instrumento de Rastreio da Comunicação, além dos exames auditivos, parece ser de suma importância. Essa abordagem possibilita não apenas acompanhar a maturação do sistema auditivo, mas também monitorar o desenvolvimento da comunicação em paralelo, considerando a estreita relação entre elas. OBJETIVO: Descrever a utilização de um instrumento de rastreio da comunicação em um serviço público de monitoramento auditivo. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo acerca da utilização do Instrumento de Rastreio da Comunicação de crianças de 0 a 36 meses em um serviço público de monitoramento auditivo de uma clínica-escola de Fonoaudiologia. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o parecer de nº 6.071.305. RESULTADOS: O serviço de monitoramento auditivo atendeu o total de 490 pacientes encaminhados pelo setor de triagem auditiva de um hospital parceiro. A abordagem realizada inclui o reteste das emissões otoacústicas, a avaliação auditiva comportamental, o potencial evocado auditivo de tronco encefálico e a aplicação do Instrumento de Rastreio da Comunicação. Esse instrumento, composto por dez questões objetivas organizadas em nove categorias correspondentes a faixas etárias específicas, atua como indicador e reforça a prática centrada na família, caracterizada por dimensões relacionais e participativas. Para ser considerada fora de risco de alterações no desenvolvimento da comunicação, a criança deve atingir uma pontuação superior a 15. Crianças com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva são acompanhadas a cada três meses e, em cada visita, realizam novamente todos os exames e testes, assegurando um monitoramento rigoroso dos resultados. Quando o Instrumento de Rastreio da Comunicação aponta risco no desenvolvimento, além do monitoramento periódico, a família recebe orientações específicas para estimulação da comunicação, independentemente dos achados audiológicos ou do diagnóstico clínico final. Na prática, identificou-se que 25,11% das crianças apresentaram uma pontuação que indicava atenção, enquanto 11,84% apresentaram pontuação indicativa de risco. Esses dados sugerem que crianças com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva, mesmo sem alterações audiológicas, podem apresentar comprometimentos no desenvolvimento da comunicação. CONCLUSÃO: A aplicação do Instrumento de Rastreio da Comunicação em um serviço de monitoramento auditivo demonstrou ser uma prática relevante para a identificação precoce de riscos no desenvolvimento da comunicação em crianças com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva. A integração entre o acompanhamento da maturação auditiva e as intervenções voltadas à estimulação da comunicação mostrou-se fundamental para promover um cuidado integral e eficiente. Essa experiência destaca a importância de outros serviços de monitoramento auditivo incorporarem a avaliação e o monitoramento do desenvolvimento da comunicação como parte de suas práticas.
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Página(s): p.1563
ISSN 1983-1793X
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UTILIZAÇÃO DO WORLD HEALTH ORGANIZATION DISABILITY ASSESSMENT SCHEDULE 2.0 NA AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE DE INDIVÍDUOS COM PERDA AUDITIVA
Santos, K. M. G. ; Barreto, E. H. A. ; Silva, J. L. A. M. P. ; Dias, R. C. T. ; Nascimento, G. F. F. ;

Introdução: O WHODAS 2.0 (World Health Organization Disability Assessment Schedule) é uma ferramenta da Organização Mundial da Saúde baseada na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde para avaliar a funcionalidade de adultos em diferentes situações de vida diária. Seu objetivo é mensurar o impacto das condições de saúde nas atividades cotidianas, transformando dados subjetivos em informações objetivas. O WHODAS é útil ao identificar limitações funcionais e contribuir para o processo de intervenção. Objetivo: Avaliar o perfil de funcionalidade de indivíduos com Perda Auditiva (PA) usuários de aparelho de amplificação sonora individual (AASI), utilizando os domínios do WHODAS 2.0. Metodologia: Estudo longitudinal, analítico-descritivo e observacional, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 6.767.314). O WHODAS foi aplicado em indivíduos com diagnóstico de PA bilateral. A primeira aplicação ocorreu entre janeiro e dezembro de 2023, no momento inicial de adaptação do AASI e a segunda, entre janeiro e dezembro de 2024, após cerca de um ano de uso do dispositivo. O questionário é composto por 36 perguntas, distribuídas em seis domínios: cognição, mobilidade, autocuidado, relações interpessoais, atividades de vida e participação. Os participantes avaliaram o impacto de sua condição de saúde nesses domínios, classificando o nível de dificuldade como: nenhum, leve, moderado, grave ou extremo. Ao final, foram calculadas as médias de cada domínio, a média total e a média de porcentagem. A análise dos dados foi realizada para observar o impacto da PA na funcionalidade. Resultado: A amostra foi composta por 15 indivíduos (11 homens [73,3%] e 4 mulheres [26,7%]), com idade média de 64 anos. Quanto ao grau de PA, 2 participantes apresentaram PA leve (13,3%), 8 moderada (53,3%) e 5 severa (33,3%). Na avaliação inicial, a média total do WHODAS foi 1,87, com média de porcentagem de 36,2%. Na segunda avaliação, a média foi 1,21 e a média de porcentagem foi 24,2%. A comparação entre as avaliações mostra uma redução de 12% no impacto funcional, indicando uma melhora na funcionalidade após o uso do AASI. Na avaliação pós-adaptação, nenhum participante apresentou deficiência grave e o número de indivíduos com deficiência leve aumentou de 7 (46,7%) para 11 (73,3%), enquanto a deficiência moderada diminuiu de 6 (40%) para 4 (26,7%). O teste Qui-quadrado não indicou diferenças significativas entre as avaliações pré e pós-adaptação do AASI. O teste de Spearman revelou uma correlação negativa entre os escores do WHODAS pré e pós-adaptação, mas não foi significativa (p=0,380). O teste de ANOVA não demonstrou resultados estatisticamente significativos em relação à idade, PA e os escores do WHODAS. Conclusão: O WHODAS 2.0 demonstrou ser uma ferramenta eficaz para avaliar a funcionalidade de indivíduos com PA, revelando uma melhora na qualidade de vida após o uso do AASI reduzindo o impacto funcional. Embora as análises estatísticas não tenham mostrado significância, o WHODAS continua sendo útil para o acompanhamento da funcionalidade durante o processo de intervenção, fornecendo dados sobre a percepção do indivíduo em relação às suas limitações e auxiliando no planejamento de intervenções terapêuticas apropriadas.
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Página(s): p.1635
ISSN 1983-1793X
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VARIABILIDADE DA AMPLITUDE DA ONDA I DO PEATE EM ADULTOS JOVENS
Dantas, C. L. L. ; Silva, M. G. P. ; Araújo, E. S. ;

Introdução: A sinaptopatia coclear (SC) é caracterizada pela perda de sinapses entre as células ciliadas internas e as fibras do nervo coclear, sendo associada a queixas auditivas como zumbido e dificuldade de percepção de fala no ruído, mesmo com audiogramas normais. Assim, a onda I do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) tem sido investigada como um possível biomarcador da SC, mas a variação de sua amplitude e a padronização de valores normativos ainda precisam ser exploradas. Objetivo: Investigar a variabilidade da amplitude da onda I em adultos jovens sem risco de SC. Metodologia: É um estudo observacional, descritivo e prospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, nº 7.060.084. Participaram cinco adultos (10 orelhas), entre 18 e 25 anos (média= 22 anos), sem queixas auditivas e sem perda auditiva em ambas as orelhas, conforme avaliação audiológica. Foram excluídos, indivíduos com perda auditiva e/ou alterações no sistema tímpano-ossicular. Os participantes foram submetidos ao registro do PEATE no equipamento Intelligent Hearing Systems, modelo “SmartEP”. Utilizou-se eletrodos de superfície posicionados em Fz (ativo), M1 e M2 (referências) e o terra em Fpz, com impedância inferior a 5 kohms. O procedimento foi realizado com estímulo clique em 80 dBNAn, apresentado em cada orelha separadamente por meio de fones de inserção 3A, com uma taxa de apresentação de 27.7 cliques/segundo, ganho de 100.000, filtro passa banda de 100 a 3000 Hz e 2000 estímulos. Para cada orelha foram realizados dois registros na polaridade rarefeita, e uma na polaridade condensada e alternada. A identificação da onda I foi realizada de forma cega por profissional com experiência na área, em dois momentos distintos, a fim de determinar a confiabilidade intra-examinador e a amplitude da onda I, em microvolts (µv) foi calculada pelo equipamento a partir da identificação da onda. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e inferencial com o software Jamovi 2.3.28 e adoção de p<0,05. Resultados: Por meio do teste de Shapiro Wilk verificou-se distribuição normal dos dados (p>0,05) e o coeficiente de Kappa indicou concordância perfeita intra-examinador. A amplitude da onda I foi de 0,18±0,09µv, 0,13±0,03µv e 0,15±0,06µv para as polaridades rarefeita, condensada e alternada, respectivamente. Na análise pareada pelo teste t de Student, verificou-se ausência de variabilidade da amplitude da onda I ao comparar dois registros com rarefação (p= 0,160), ademais, não houve diferença entre orelhas direita e esquerda em nenhuma das polaridades (p>0,05). Ao comparar a amplitude da onda I entre as polaridades, verificou-se que a rarefeita difere da condensada (p=0,020) e da alternada (p=0,045), mas não houve diferença entre condensada e alternada (p=0,166). Conclusão: A amplitude da onda I do PEATE apresentou estabilidade nas análises realizadas e ausência de variabilidade significante entre as orelhas, porém com diferenças entre polaridades, destacando maior amplitude na polaridade rarefeita. Esses resultados podem auxiliar na padronização de parâmetros normativos e futuras investigações do PEATE como biomarcador da SC.
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Página(s): p.1717
ISSN 1983-1793X
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WEBZUM PROTOCOLOS 1.0: MODERNIZANDO A GESTÃO DE DADOS DE PACIENTES COM ZUMBIDO
Pereira, M. E. C. ; Silva, V. D. ; Lima, C. P. ; Rosa, M. R. D. ;

Introdução: O zumbido é um som percebido mesmo não sendo produzido por fontes acústicas externas. O sintoma atinge de 10% a 15% da população adulta mundial, apresenta alta prevalência, variedade e exige velocidade de dados (diagnóstico precoce), revelando a necessidade de estratégias para manejar a informação de forma otimizada, com vistas a atender as demandas da sociedade atual. Para uma avaliação completa, é recomendada a realização de uma bateria de testes para mensurar o grau e o desconforto causado pelo zumbido, o que gera uma grande quantidade de dados de cada paciente. Ampliando a necessidade de gestão da informação, a qual se ocupa com o tratamento, análise, organização, armazenamento e uso de informações, utilizando tecnologias para este fim. Entretanto, para além da manipulação dos dados, esse processo deve ocorrer a fim de criar soluções com foco nas necessidades humanas, da “sociedade 5.0”. A primeira etapa para esta modernização consiste no desenvolvimento de ferramentas digitais. Apesar da quantidade significativa de pesquisas que contribuem para um melhor entendimento do sintoma, há predominância de estudos voltados para a terapia/tratamento. Essa tendência também se repete no que tange o digital, sendo a maioria dos aplicativos móveis voltados para a terapia sonora e terapia cognitivo comportamental. Portanto, não há ferramentas voltadas para o armazenamento e gestão da informação no contexto do zumbido. Objetivo: Desenvolver um sistema web para gestão de dados de pacientes com queixa de zumbido de uma clínica-escola. Métodos: A abordagem metodológica utilizada foi o Design Thinking composta das etapas:imersão, na qual foram realizadas buscas nas plataformas SciELO, PUBMED, ASHA e LILACS para embasamento teórico, além do Google Patents e no INPI, em busca da existência de soluções para essa lacuna. Análise e síntese: Os dados coletados na imersão foram organizados para compreender o contexto do problema. Foram identificados 30 estudos teóricos relevantes, mas não envolviam soluções tecnológicas. Ideação: foram geradas ideias e delineadas soluções viáveis. Definiu-se que um sistema web atenderia às demandas identificadas no atendimento na clínica-escola. Prototipagem: Sistema desenvolvido em JavaScript e Node.js. O banco de dados utilizado foi o MongoDB, e a interface do sistema aprimorado utilizando princípios da UI/UX, estilizado com Bootstrap 5 e protegido com Jason Web Token. Teste e implementação: Foram feitos testes para corrigir possíveis erros no funcionamento do programa e falhas de segurança. Foi feito o deploy do sistema utilizando o serviço AWS. Resultados: Desenvolveu-se e foi implementado na internet um sistema web capaz de gerir dados de pacientes com zumbido, sob o número de registro: BR512024003193-6, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI. Conclusão: O desenvolvimento do Webzum Protocolos versão 1.0 mostrou-se um avanço na gestão de dados de pacientes. O sistema mostrou confiabilidade em testes em ambiente de desenvolvimento e testes de segurança em ambiente de produção, atendendo a demanda inicial do armazenamento de dados de pacientes da clínica-escola, projetada durante a fase de ideação. Será realizado o aperfeiçoamento na etapa de teste e implementação e avaliação com um teste de usabilidade.

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Página(s): p.1659
ISSN 1983-1793X
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ZUMBIDO EM INDIVÍDUOS COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA
TEIXEIRA, A.R. ; MORAES, I.E. ; UNCHALO, A.L.S. ; CHAVES, K.D.B. ; SOUZA, M.A. ; LESSA, A.H. ; PICININI, T.A. ;

Introdução: A disfunção temporomandibular (DTM) é provocada por um conjunto de problemas musculoesqueléticos e neuromusculares, que podem afetar os músculos da mastigação, elevadores da mandíbula e estruturas associadas à articulação temporomandibular, como ligamentos articulares e cápsula articular. Podem ocorrer estalos, dores e o zumbido também pode estar presente. Objetivo: Revisar na literatura e descrever as características psicoacústicas do zumbido originado por DTM. Metodologia: Revisão sistemática de literatura, realizada nas bases de dados PubMed, Embase, Scopus, Web of Science, LILACS e Google Acadêmico (literatura cinza). Foram admitidos estudos que apresentaram dados como pitch, loudness ou outros elementos que possibilitassem caracterizar o zumbido provocado por DTM. A pergunta da pesquisa foi: “Quais as características psicoacústicas do zumbido nos pacientes com DTM?”. Os dados foram extraídos através das estratégias de busca estipuladas para cada base de dados correspondentes e inseridos no programa Zotero para posteriormente serem incluídos na plataforma de análise Rayyan, quando dois pesquisadores realizaram a seleção dos estudos, a partir dos critérios de inclusão e exclusão definidos. Nos casos de conflito entre os dois revisores, um terceiro avaliador (juiz) foi consultado para desempate. Os critérios de inclusão foram: artigos completos nos idiomas português, inglês e espanhol, sem limitador de data, com pacientes de qualquer idade. O artigo deveria apresentar dados sobre as características psicoacústicas do zumbido em indivíduos com diagnóstico de DTM. Como critérios de exclusão, considerou-se as revisões de literatura, cartas ao editor, editoriais e artigos de opinião que não apresentam dados originais e estudos com uso de modelo com animais. Na segunda fase da análise, foi feita a leitura dos artigos inicialmente selecionados de forma completa e detalhada. Durante essa etapa, cada um dos estudos foi atentamente avaliado à luz dos critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos, pensando em assegurar que somente os dados mais alinhados à pesquisa fossem mantidos. A partir deste momento, os artigos que foram considerados adequados foram mantidos. Resultados: Foram extraídos 271 artigos nas bases de dados. Após a exclusão das duplicatas, foi feita a análise de 183 resumos onde 19 foram mantidos para a segunda fase da análise. Finalmente, seis artigos foram utilizados para a discussão dos resultados. Os estudos foram desenvolvidos entre 2011 e 2023, sendo que três foram pesquisas brasileiras. Foi descrito zumbido contínuo, com pitch em frequências altas e loudness mais intenso do que o relatado na literatura sobre zumbido (superior a 10dBNS). Conclusão: o zumbido nos indivíduos com DTM é de pitch agudo e com elevada sensação de intensidade.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1414
ISSN 1983-1793X
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